8.6.09

O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO (Terminator Salvation, 2009), de McG

Uaaaaah! Que vontade de escrever sobre este filme. Queria mesmo é falar sobre MILANO CALIBRO 9, do Fernando Di Leo, um Poliziottesco excelente que eu vi neste fim de semana e devo escrever alguma coisa sobre ele durante os próximos dias. Mas enfim, a preguiça de escrever sobre O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO não é nem pela qualidade, porque como filme de ação até compensa. Eu é que não tenho muito a acrescentar sobre tudo que já foi dito por aí.

Mas, vamos lá. Comparando com os outros filmes da série, este novo capítulo não chega nem no dedinho do pé dos dois primeiros filmes do James Cameron. Mas é superior ao terceiro, de 2003, dirigido pelo Jonathan Mostow. Contextualizando ainda mais no painel dos caça níqueis dos últimos anos, O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO não decepciona. E entre os blockbusters que eu vi este ano, fica atrás apenas do novo STAR TREK.

É óbvio que tudo isso é muito relativo. Vai ter gente achando um lixo total, mas o fato é que não é muito difícil considerar um filme como este entre os melhores filmes de ação do ano, levando em conta que 90 % das produções com fins lucrativos são extremamente medíocres. Vai da paciência, tolerância e expectativa de cada um. Eu, por exemplo, estava com a minha bem baixa porque detesto este McG. Mas deixe-me parar de divagar por aqui e começar a falar do filme, antes que o texto fique maior que o necessário.

O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO se passa no futuro apocalíptico previstos nos filmes anteriores, onde John Connor (Christian Bale) é um dos principais nomes da resistência dos humanos contra as máquinas que dominam o mundo. O filme explora o drama de Connor que, ouvindo as fitas deixadas por sua mãe, Sarah Connor (na voz de Linda Hamilton), tenta encontrar Kyle Reese (Anton Yelchin) para enviá-lo ao passado para proteger sua mãe, o que se estabelece um conflito psicológico extremamente complexo, já que Connor tem consciência de que aquele rapaizinho é seu pai.

Brincadeira! O filme não explora drama e conflitos psicológicos coisa nenhuma! O roteiro trata destes pontos de uma maneira tão superficial quanto um quadro de Mondrian. Tudo apenas para justificar cenas movimentadas de ação.

Outro personagem chave na trama é Marcus Wright (Sam Worthington), sujeito que em 2003 foi executado por assassinato, mas doou seu corpo para um projeto experimental. Acaba acordando em 2018 cheio de surpresas pra moçada que assiste ao filme, e que eu não vou contar. Mas vale ressaltar que seu personagem é bem bacana e rouba o filme do Bale, e talvez por isso este último tenha ficado tão nervozinho nos sets de filmagens...

A verdade é que o filme se divide entre duas linhas narrativas. Uma do personagem Marcus, que acorda em pleno mundo devastado de 2018, e isso é bem legal. E outra com o Connor, que é onde o entrecho se perde um bocado, mostrando o sujeito testando uma arma para destruir as máquinas ou com aquela preocupação na cabeça de onde andará seu pai ainda tão mocinho e indefeso nesse mundo violento, o filme só consegue se achar nas cenas de ação mesmo, e aí não estou nem um pouco preocupado com a falta de foco, quero ver explosões e tiro!

E nisto, acho que não tenho do que reclamar. Além de ser uma constante, McG surpreende com a segurança em que filma este tipo de sequencia, contando com a ajuda, é claro, do bom uso dos efeitos especiais e um excepcional trabalho de som! A cena do helicóptero caindo no início é sensacional, seguido de uma luta ferrenha entre Connor e um exterminador partido ao meio, mas que ainda assim dá um trabalho danado para o herói. Outra sequencia magnífica é aquela em que Marcus, Kyle e a menininha muda tentam escapar das “motos exterminadoras”, numa referencia ótima a MAD MAX II.

O final não consegue manter o mesmo nível do restante, mas ainda assim guarda boas sacadas, como por exemplo o boneco perfeito em CGI do Arnold Schwarzenegger de 1984. Uma coisa impressionante que me colocou para refletir sobre essa possibilidade e o futuro do cinema de alto orçamento. Hoje em dia pode-se fazer um filme com o Bruce Lee. Imaginem um DESEJO DE MATAR 6 com o Charles Bronson! Já é possível, pelo menos visualmente...

Finalizando, todo o elenco está muito bem para um filme como este, não dá pra ficar analisando interpretações a fundo, mas temos participação de um ator que eu gosto muito, Michael Ironside. Gostei de vê-lo na telona. O roteiro utiliza alguns elementos e frases dos filmes anteriores e até a música do Guns N’ Roses, que faz parte da trilha do segundo capítulo, aliás, o melhor da série e um dos grandes filmes de ação que o cinema concebeu. O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO pode não ser do mesmo nível, mas não afeta a integridade da saga.

19 comentários:

  1. Allan Verissimo08/06/2009, 16:47

    E assim como eu disse na minha resenha no meu blog, e o senhor também, esse filme não chega aos pés dos dois primeiros, mas cumpre o que promete: ação e diversão durante duas horas e só.
    O filme já vale só por aquela perseguição do robô gigante ao caminhão dos heróis lá pela metade do filme.

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  2. McG tem as panteras 1 e 2, divertido pra caralho, mas ruim.

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  3. Não vi o filme, mas concordo com qualquer um que diz que odeia o McG.

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  4. Prefiro aguardar pela crítica do "Milano Calibro 9".

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  5. Ficando melhor que o 3 e tendo porrada suficiente já tá melhor que a encomenda. E que bom que tem Guns nesse também.

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  6. Também escrevi resenha agora sobre o filme e me diverti sim. Bem melhor que o terceiro filme. As cenas de ação são fodas.

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  7. Também fiquei bem satisfeito com o filme, até por não ter ido assistir com muita expectativa. Ainda não vi Star Trek, mas acredito que talvez O Exterminador seja o melhor blockbuster do ano.

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  8. Vou esperar passar na Tela Quente. ;)

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  9. Ouvi dizer que o Schwarzenegger CGI ta horrivel.
    E isso de substituir e adicionar atores com efeitos especiais é uma coisa que me deixa puto, primeiro porque se não for de carne e osso, não tem graça e segundo porque eu sou exigente demais com o CGI e não acho essa perfeição toda que geral bota. Eles só deviam ser usados em casos extremos, já que tem maior dinheirão pra fazer de verdade, que faça e use o CGI só para acertar uns detalhes.

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  10. O CGI do Arnoldão tá perfeito. E só pra deixar bem claro, também sou extremamente contra esse lance de substituir atores por bonecos em CGI...

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  11. O rosto do Arnaldão aparece por uns 15, 20 segundos se muito. Mas é o suficiente para divertir. E falando sério, se isso aqui fosse um anime ou tivesse sido produzido nos anos 80 com a tecnologia da época, tava todo mundo falando que era um filme cult, clássico da minha adolescência, blá-blá-blá.

    E o Sam Worthington é o nosso novo "man of action". Será o protagonista de AVATAR e também o Perseu do novo FÚRIA DE TITÃS.

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  12. Concordo. E o que você acha do T3, Leandro?

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  13. O mais fraco da série, mas longe de ser desprezível. A sequência da destruição na cidade e os pegas entre o T-800 e a T-X são ótimos.

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  14. É o que eu acho também... mas surgiu agora nas ultimas semanas um grupo de defensores dizendo que o terceiro filme é o melhor. E é um pessoal de bom gosto...respeito a opinião de cada um, mas não consigo entender.

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  15. Vamos ver esse novo Clash of the Titans, o original é um dos pilares da minha infância.

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  16. O CGI utilizado para reconstituir o Arnoldão está perfeito, não vejo motivos para falar mal disso. É só para quem quer criticar só por criticar. A parte técnica do filme é impecável.

    Os melhores blockbusters do ano, até o momento, foram Star Trek e Watchmen, na minha opinião. Mas Terminator cumpre bem o seu papel e é diversão garantida.

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  17. WATCHMEN fica em terceiro na minha opinião. Mas semana que vem tem Transformers 2 e este eu espero coisa boa! O primeiro bem bacana.

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  18. O q eu gosto nesse filme é o laque de possibilidades que a série criou e que qualquer imbecil pode explorar. A impressão que dá é que não se sabe se Connor seria o escolhido se em 84 a SkyNet não tivesse mandado um Terminator atrás dele, fazendo sua mãe vislumbrar a antecipação do futuro e se Reese, o homem mandado do futuro para protegé-la, não fosse o pai da criança.

    Outra coisa discutida é o questionamento da vontade do Connor querer salva Reese por ser seu pai ou apenas pq ele sabe que se ele morrer, ele talvez não possa vir a existir. O que o pessoal não raciocina é que o Connor é um moleque que desde criancinha houve a história inteira da sua mãe, sobre o sacrifício que ela e seu pai tiveram que fazer para manter ele vivo. Acho que ele mesmo se vê como um "elemento para uma causa maior" e não apenas por ego. No fundo, se ele pudesse escolher ele não seria o "escolhido".

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