
Gostei bastante deste retorno de Sam Raimi ao gênero que o consagrou como revelação entre os jovens diretores nos anos 80. Quem sou eu para dizer, mas parece que fez muito bem a ele, cuja ocupação nos últimos anos foi a de adaptar para a telona as aventuras do Homem Aranha e sua turma, algo que começou bem e perdeu totalmente o controle no terceiro filme. Mas nem os dois primeiros filmes da série, que são divertidos pra dedéu, conseguem atingir o nível da série UMA NOITE ALUCINANTE e DARKMAN... e parece que vai pintar mais outro filme do “cabeça de teia”. Tomara que ARRASTE-ME PARA O INFERNO tenha dado uma clareada nas idéias do sujeito.
Bom, para quem ainda não sabe, a trama envolve Christine Brown (Alison Lohman), uma moça cheia de ambições que trabalha num banco e pretende fazer de tudo para ocupar a cadeira de gerente que está vaga. O problema começa quando uma senhora, mais estranha e misteriosa que a Bruxa do 71, vai ao banco e implora por uma extensão do empréstimo da hipoteca, pois está prestes a perder sua casa. Como Christine não consegue satisfazê-la, a velha faz uma maldição e coloca um espírito maligno para atormentar a vida da moça, que agora tem apenas três dias para se livrar da praga antes que o cão a leve para as profundezas. E como já dizia o fantasma em Hamlet de Shakespeare “...Se não me fosse proibido narrar os segredos das profundas, eu te revelaria uma história cuja palavra mais leve arrancaria as raízes da tua alma...”, ou seja, não deve ser um lugar muito aprazível...
ARRASTE-ME é terrorzão dos brabos então, né? Daqueles que você tranca e não deixa passar nem agulha quente? Mais ou menos... estamos falando de Sam Raimi, então prepare para se divertir a valer também. Na verdade, preciso me esclarecer em alguns detalhes. Não li nenhuma entrevista do Raimi sobre suas intenções para com o filme, não sei se de fato ele brinca com o gênero, trabalhando com um terror puro, mas com aqueles exageros cômicos que ele fazia no inicio da carreira ou se acabou errando a mão tornando algumas seqüências em verdadeiras comédias involuntárias, como a cena do nariz sangrando, a dos olhos voando na boca, a do “eu sou vegetariana” e vários outros momentos grotescos que Raimi deixa as sutilezas de lado. Nada disso interfere na minha apreciação, já que achei ótimo do jeito que está, mas realmente não sei qual era a dele.
Prefiro acreditar na primeira hipótese, a de que Raimi está fazendo seu próprio cinema, exagera conscientemente e desconcerta o publico com uma das mais brilhantes e híbridas misturas de terror/comédia que eu já pude ver. Incrivelmente assustador como nenhum outro filme do gênero nos últimos anos ao mesmo tempo em que diverte com as extravagâncias típicas do diretor. Estranho, mas ótimo!


Prefiro acreditar na primeira hipótese, a de que Raimi está fazendo seu próprio cinema, exagera conscientemente e desconcerta o publico com uma das mais brilhantes e híbridas misturas de terror/comédia que eu já pude ver. Incrivelmente assustador como nenhum outro filme do gênero nos últimos anos ao mesmo tempo em que diverte com as extravagâncias típicas do diretor. Estranho, mas ótimo!