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1.11.10
CANNIBAL APOCALYPSE (1980), de Antonio Margheriti,

30.7.09
TORNADO (1983), de Antonio Margheriti

Na década de 80, o cinema popular italiano entrava em decadência na mesma intensidade que a picaretagem dos produtores, roteiristas e diretores carcamanos aumentava. Antonio Margheriti, prolífico diretor italiano, foi um dos que mais se aproveitou de reciclar boas idéias, retiradas de produções anteriores de sucesso, para transformá-las em filmes de baixo orçamento filmados onde Judas perdeu as botas, seja lá onde for. Isto, claro, muitos anos depois de ser respeitado como um dos grandes nomes do horror gótico italiano (embora tenha passado por praticamente todos os gêneros do cinema popular de seu país).
Eu avalio TORNADO como uma verdadeira façanha na carreira do diretor, mesmo considerando que eu não sou nenhum especialista na filmografia do Margheriti. Primeiramente porque imita, sem ao menos ter vergonha na cara, temas e idéias de vários outros filmes de guerra já consagrados. Depois, por causa do tempo curto de filmagem e as baixas condições orçamentárias, o diretor teve a brilhante idéia de reaproveitar, literalmente, algumas cenas de outros filmes do gênero que ele mesmo realizou na época. E por último, por transformar toda essa picaretagem absurda num bom filme com 90 minutos de pura diversão.
O enredo se passa nos últimos dias da guerra do Vietnã . Um capitão americano sem coração (Tony Marsina) envia seus soldados do grupo de elite “Boinas Verdes” em missões de alto risco além das linhas inimigas. O sargento Maggio (Giancarlo Prete, aka Timothy Brent) não concorda muito com essas incumbências suicidas e sem sentido. Logo no inicio, durante uma destas missões, um soldado se fere e Maggio retorna para buscá-lo. O capitão ordena aos helicópteros que partam imediatamente, sem esperar o sargento que carrega bravamente seu amigo ferido.

Deixado para trás, Maggio utiliza-se de todas as suas técnicas especiais de combate e sobrevivência na selva para conseguir retornar ao posto americano, e consegue, levando o soldado – e a si próprio – com vida. Isso tudo em apenas 20 minutos de filme, dando uma verdadeira noção do que esperar de TORNADO.
Depois de uma tragédia, finalmente Maggio decide bater de frente com o capitão (e bater de frente significa murro na cara do seu superior). Maggio é preso e escoltado para a corte marcial, mas consegue escapar e agora se encontra em pleno território inimigo tentando chegar à zona neutra, mas não sem antes enfrentar os vietcongs e os próprios soldados americanos! Não é de lascar uma trama como essa?
O script é cortesia de Tito Capri e Gianfranco Couyoumdjian (cujos currículos são repletos de pérolas do cinema popular), apesar da falta de originalidade, conseguem desenrolar um roteiro que bebe da fonte (leia-se: copia na cara dura) de vários filmes de ação e guerra que foram grandes sucessos e influenciaram dezenas de tralhas como esta aqui. O FRANCO ATIRADOR, APOCALYPSE NOW e RAMBO são os principais títulos que vêm em mente enquanto se assiste a TORNADO.
E o mais legal é que, embora seja assumidamente barato e apresente os defeitos que este tipo de produção possui, o filme consegue passar a sua mensagem anti-bélica com muita clareza e autenticidade, ao invés de simplesmente explorar a violência da guerra sem qualquer tipo de reflexão. E isso fica evidente na presença do repórter vivido por Luciano Pigozzi, que tenta a qualquer custo investigar e denunciar os abusos cometidos pelo capitão.
Eu avalio TORNADO como uma verdadeira façanha na carreira do diretor, mesmo considerando que eu não sou nenhum especialista na filmografia do Margheriti. Primeiramente porque imita, sem ao menos ter vergonha na cara, temas e idéias de vários outros filmes de guerra já consagrados. Depois, por causa do tempo curto de filmagem e as baixas condições orçamentárias, o diretor teve a brilhante idéia de reaproveitar, literalmente, algumas cenas de outros filmes do gênero que ele mesmo realizou na época. E por último, por transformar toda essa picaretagem absurda num bom filme com 90 minutos de pura diversão.
O enredo se passa nos últimos dias da guerra do Vietnã . Um capitão americano sem coração (Tony Marsina) envia seus soldados do grupo de elite “Boinas Verdes” em missões de alto risco além das linhas inimigas. O sargento Maggio (Giancarlo Prete, aka Timothy Brent) não concorda muito com essas incumbências suicidas e sem sentido. Logo no inicio, durante uma destas missões, um soldado se fere e Maggio retorna para buscá-lo. O capitão ordena aos helicópteros que partam imediatamente, sem esperar o sargento que carrega bravamente seu amigo ferido.
Deixado para trás, Maggio utiliza-se de todas as suas técnicas especiais de combate e sobrevivência na selva para conseguir retornar ao posto americano, e consegue, levando o soldado – e a si próprio – com vida. Isso tudo em apenas 20 minutos de filme, dando uma verdadeira noção do que esperar de TORNADO.
Depois de uma tragédia, finalmente Maggio decide bater de frente com o capitão (e bater de frente significa murro na cara do seu superior). Maggio é preso e escoltado para a corte marcial, mas consegue escapar e agora se encontra em pleno território inimigo tentando chegar à zona neutra, mas não sem antes enfrentar os vietcongs e os próprios soldados americanos! Não é de lascar uma trama como essa?
O script é cortesia de Tito Capri e Gianfranco Couyoumdjian (cujos currículos são repletos de pérolas do cinema popular), apesar da falta de originalidade, conseguem desenrolar um roteiro que bebe da fonte (leia-se: copia na cara dura) de vários filmes de ação e guerra que foram grandes sucessos e influenciaram dezenas de tralhas como esta aqui. O FRANCO ATIRADOR, APOCALYPSE NOW e RAMBO são os principais títulos que vêm em mente enquanto se assiste a TORNADO.
TORNADO fecha uma espécie de trilogia da guerra do Vietnã que Margheriti realizou no inicio dos anos 80, composta também por THE LAST HUNTER e TIGER JOE, todos rodados nas Filipinas, local que serviu de cenário para centenas de produções italianas naquela época. O trabalho de direção de Margheriti aqui é bem típico ao específico cinema que estava fazendo, rodado às pressas tentando ao máximo usar a criatividade (algo que nem sempre consegue), aproveitando atores, locações, objetos cenográficos e até mesmo seqüências inteiras utilizadas em outros filmes. Várias cenas de ação que aparecem em TORNADO foram, inicialmente, filmadas para THE LAST HUNTER, mas com uma boa edição e muita cara de pau, isso se torna apenas mais um detalhe curioso e um charme a mais para os fãs de tosqueiras como esta aqui.
29.1.09
E DEUS DISSE A CAIM (1970), de Antonio Margheriti

Um Western Spaghetti estrelado pelo Klaus Kinski como este aqui é uma destas demonstrações fundamentais de toda razão de ser do cinema. Não que o filme em si seja uma obra prima absoluta, mas são pequenos detalhes, pequenas junções que formam o essencial. É praticamente impossível dar algo errado.
E DEUS DISSE A CAIM se resume basicamente numa trama de vingança. Kinski interpreta um sujeito que foi preso injustamente. Depois de 10 anos é liberto e parte para uma vingança pessoal em cima dos responsáveis pela desgraça toda. Kinski é todo o filme, mesmo dublado em italiano, o ator se manifesta com o olhar expressivo ou com a simples presença em cena como um fantasma da morte.
A direção é por conta de Antonio Margheriti (sob o pseudônimo de Anthony M. Dawson), um dos diretores mais versáteis desse período do cinema italiano (da década de 60 à 80). Trabalhou bastante com sci-fi e terror no início de carreira e praticamente terminou fazendo filmes de guerra e ação nas Filipinas. No meio do trajeto fez vários pepla (plural de peplum), westerns spaghetti, etc.
É interessante o projeto estético de E DEUS DISSE CAIM, pois Margheriti trata o filme da mesma maneira que realizaria um terror, utilizando-se dos elementos característicos e da atmosfera densa e escura, dando um tom singular, tão singular quanto seus filmes de horror gótico. É um verdadeiro dark-western, digamos assim, se é que precisa classificar alguma coisa. Mas fica a recomendação obrigatória aos fãs do gênero.
E DEUS DISSE A CAIM se resume basicamente numa trama de vingança. Kinski interpreta um sujeito que foi preso injustamente. Depois de 10 anos é liberto e parte para uma vingança pessoal em cima dos responsáveis pela desgraça toda. Kinski é todo o filme, mesmo dublado em italiano, o ator se manifesta com o olhar expressivo ou com a simples presença em cena como um fantasma da morte.
A direção é por conta de Antonio Margheriti (sob o pseudônimo de Anthony M. Dawson), um dos diretores mais versáteis desse período do cinema italiano (da década de 60 à 80). Trabalhou bastante com sci-fi e terror no início de carreira e praticamente terminou fazendo filmes de guerra e ação nas Filipinas. No meio do trajeto fez vários pepla (plural de peplum), westerns spaghetti, etc.
É interessante o projeto estético de E DEUS DISSE CAIM, pois Margheriti trata o filme da mesma maneira que realizaria um terror, utilizando-se dos elementos característicos e da atmosfera densa e escura, dando um tom singular, tão singular quanto seus filmes de horror gótico. É um verdadeiro dark-western, digamos assim, se é que precisa classificar alguma coisa. Mas fica a recomendação obrigatória aos fãs do gênero.
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