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25.12.12

INITIATION: SILENT NIGHT, DEADLY NIGHT 4 (1990)

Mais um natal, mais um filme da série SILENT NIGHT, DEADLY NIGHT aqui no DEMENTIA 13 SPECIALS CHRISTMAS SEASON, da mesma maneira que temos feito desde 2010. Então, para relembrar essas belezinhas, vamos recapitular: o primeiro era sobre um garoto que viu seus pais sendo assassinados por um sujeito fantasiado de Papai Noel. Anos depois enlouquece e começa a tirar a vida das pessoas vestido de bom velhinho. No segundo, é a vez do irmão caçula desse maluco seguir seus passos. O terceiro, de alguma maneira, força uma continuação direta e traz novamente o assassino do segundo para tocar o terror. Agora, chegou a vez de INITIATION - SILENT NIGHT, DEADLY NIGHT 4, de Brian Yuzna.

A abordagem deste aqui me lembrou o caso do excelente HALLOWEEN III. Para quem não sabe, a ideia de John Carpenter era transformar a sua série em filmes independentes para serem lançados no período de Halloween, cada um com sua trama, seus personagens, deixando o serial killer Michael Myers enterrado no segundo filme. Infelizmente, o público não gostou da proposta e no quarto HALLOWEEN trouxeram o personagem de volta do mundo dos mortos. Ainda que HALLOWEEN 4 seja muito bom, a série só foi decaindo daí pra frente...


Enfim, em INITIATION a coisa funciona da mesma maneira que o terceiro HALLOWEEN, no sentido de não possuir relação alguma com os filmes anteriores da série a qual pertence. Na verdade, a coisa vai ainda mais além... Não apenas não tem relação como a história não tem absolutamente NADA a ver com o próprio Natal! Sim, o clímax transcorre numa noite de natal, há decorações natalinas em alguns cenários, uma cena de reunião familiar em volta da árvore de natal, mas a impressão que dá é a de que o roteiro foi escrito para ser um terror qualquer, independente de datas comemorativas. Suponho que em algum momento da pré-produção, resolveram que poderiam vender melhor o filme inserindo-o na série SILENT NIGHT, DEADLY NIGHT, acrescentando os devidos elementos de natal e pronto. Mas, querem saber? Isso pouco importa, porque INITIATION é muito bom!


Se tem algum filme que INITIATION, vagamente, me lembrou foi O BEBÊ DE ROSEMARY, do Polanski. Trata-se de uma história de bruxaria, com rituais obscuros, mas com um subtexto de emancipação feminina e blá, blá, blá, que poderia se passar em qualquer época do ano. O filme começa com uma mulher que despenca do alto de um edifício em inspontânea combustão, sob o olhar do bizarrento Clint Howard, como sempre, fazendo papel de maluco. Depois, somos apresentados à protagonista, a belezinha Neith Hunter, uma aspirante a jornalista que quer mostrar serviço e começa a investigar esse estranho acontecimento para impressionar seu chefe (Reggie Bannister, da série PHANTASM) e tentar se igualar profissionalmente ao seu namorado, também jornalista. No entanto, a cada descoberta a moça se afunda num perigoso universo e acaba descobrindo que, na verdade, corre o risco de se tornar a próxima vítima de uma seita de bruxas, que tem Clint Howard como capanga.


Nada de muito original, mas nem tão óbvio quanto parece... algumas soluções são interessantes e gostei muito da direção do Yuzna. Confesso que preciso ver um monte coisas dele ainda, só vi SOCIETY e este aqui por enquanto, mas até agora tem se revelado um diretor notável, uma mente criativa do gênero do horror nos anos 80/90. O sujeito sabe como criar um climão bem elaborado, atmosférico, como nas cenas em que a mocinha tem alucinações pertubadoras com insetos - o enquadramento da barata gigante é de arrepiar - ou a tensa sequência em que Clint Howard entra em ação para raptar a protagonista . Além disso, é simplesmente sensacional os planos que Yuzna consegue criar tirando proveito dos efeitos especiais repugnantes criados pelo genial Screaming Mad George. INITIATION nem é dos mais comentados do diretor, fico imaginando os seus melhores...


INITIATION não é uma obra prima, quero deixar bem claro que possui falhas, algumas coisas de roteiro mal explicadas, mas é terror dos bons! Algo que pode prejudicar (na verdade, nem me importo) é o fato de carregar o nome SILENT NIGHT, DEADLY NIGHT no título (a única referência que se faz à série é quando Howard liga a TV e está passando um dos filmes anteriores). Ignorando esse detalhe, temos um exemplar que merece ser descoberto pelos fãs do gênero. No Brasil, recebeu o título de NATAL SANGRENTO 4. A série ainda possui mais um episódio, SILENT NIGHT, DEADLY NIGHT 5: THE TOY MAKER, mas vamos deixar para o natal de 2013.

 Os outros filmes da série:

SILENT NIGHT, DEADLY NIGHT (1984)
SILENT NIGHT, DEADLY NIGHT 2 (1987)
SILENT NIGHT, DEADLY NIGHT 3, BETTER WATCH OUT! (1989)

9.12.10

SOCIETY (1989), de Brian Yuzna

Apesar de não estar tendo muito tempo nas últimas semanas, é preciso comentar sobre este filme de estreia do Brian Yuzna, que foi uma das últimas coisas que eu vi e que me surpreendeu positivamente. Yuzna, naquela altura, era produtor e associou-se com o grande diretor Stuart Gordon na realização de algumas clássico que adoramos dos anos 80, como RE-ANIMATOR e FROM BEYOND, por exemplo. Como diretor, nunca foi considerado um dos grandes do gênero. Já li vários textos maldosos a respeito da carreira dele, muitos eu discordo totalmente, tendo como base o que eu já pude conferir do homem. O que, na verdade é bem pouco, infelizmente. Preciso rever alguns de seus trabalhos e tentar dar uma atenção a sua filmografia, mas uma coisa é certa: fazer uma peregrinação pelo seu trabalho é, no mínimo, diversão garantida. SOCIETY está aí de prova. É um suspensezinho muito bom de acompanhar, sem grandes pretensões, a não ser criar bons momentos de puro horror, como a belíssima e perturbadora sequência final... provavelmente uma das coisas mais bizarras que o Yuzna já concebeu! brrrr!!! 


Se não estou enganado, passava bastante na TV aberta com o título de SOCIEDADE DOS AMIGOS DO DIABO, e aposto que muita gente chegou a ver, só que hoje é pouco falado. Bem, eu nunca tinha visto e nem fazia idéia do estrago que o desfecho poderia causar, algo para se entrar numa lista de sequências esquisitas e repugnantes do horror contemporâneo... ao menos na minha lista entraria...

A história do rapaz da alta classe de Beverlly Hills atormentado com a suspeita de que sua família faz parte de uma sociedade secreta de hábitos incomuns possui ecos em O BEBÊ DE ROSEMARY, de Roman Polanski. O filme tem aquele visual retrô oitentista, mas possui também alguns bons momentos atmosféricos de mistério que vão aumentando à medida que o personagem descobre a verdade. Mas são as imagens finais que ficam gravadas na mente do espectador. Vai ser difícil esquecer o banquete canibal surrealista, com distorções de membros humanos, imagens inspiradas em pinturas de Salvador Dali e criadas pelo mestre japonês dos efeitos de maquiagem, Joji Tani, mais conhecido como Screaming Mad George. Yuzna consegue resultados perturbadores sem precisar apelar para a violência extrema, sangue, etc, apenas assistimos a carne em variadas transformações... como se o final de SOCIETY fosse uma extensão da idéia de VIDEODROME, de Cronenberg, sobre a sentença “long live the new flesh”... ou talvez eu esteja apenas “viajando” demais.