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21.11.11

DRUNKEN TAI CHI (1984)

Apesar de ser dirigido por Yuen Woo Ping, um mestre do cinema de artes marciais já naquela época, DRUNKEN TAI SHI marca a estréia do astro Donnie Yen como ator. O filme segue a mesma linha de alguns exemplares do Jackie Chan e Sammo Hung, que misturam comédia pastelão com altas doses de elaboradas sequências de pancadaria old school.

Yen interpreta Ching, um sujeito um pouco arrogante que, junto com seu irmão, arrumam confusão com o filho de um nobre local, que acaba ficando louco. Para se vingar, o nobre contrata um perigoso assassino, conhecido como Bird Killer, para matar Ching e sua família. Quase consegue, mas o protagonista escapa e é acolhido por um casal completamente maluco que lhe ensinam a letal arte marcial do Tai Chi para o inevitável confronto de Ching contra os responsáveis pela morte de sua família.


Logo de cara, percebe-se que não temos nada de muita novidade em termos de história. Dentro do gênero existem milhares de exemplares onde um jovem lutador precisa ser treinado por um mestre mais experiente para derrotar um oponente mais forte, seja lá por qual motivo. No entanto, quando temos um ator tão carismático como Donnie Yen demonstra ser neste seu primeiro trabalho - além das habilidades físicas e de lutas - somados a um ritmo ágil e divertido, você nota que não precisa de nenhuma inovação no gênero para ter noventa minutos de passatempo de qualidade.

E DRUNKEN TAI CHI não para um segundo! Quando não é com momentos de humor, é com sequências de ação que vão agradar facilmente os ávidos admiradores de kung fu old school. Algumas são memoráveis, como a cena dos fogos de artifício; o confronto entre Yen e a mulher gorda é um ótimo exemplo de que comédia e lutas podem andar juntas de vez em quando; as duas longas cenas de luta do protagonista com o assassino também são bem boas.


Embora tenha me divertido pacas com este filme, ainda prefiro um DRUNKEN MASTER, também do Woo Ping, cujo lado do humor não chega a ser tão exagerado como neste aqui. Guardando as devidas proporções e épocas, lembra mais um dos filmes recentes do Stephen Chow no quesito comédia, tirando, claro, o CGI. De qualquer forma, é impossível não sair satisfeito após o show de pancadaria e boas risadas que DRUNKEN TAI CHI proporciona.

7.6.10

Notas sobre filmes recentes

- TRUE LEGEND (Su Qi-Er, 2010), de Yuen Woo-Ping
O filme é uma mistura das mais surtadas que homenageia o cinema de artes marciais em todo seu esplendor, especialmente o wuxia, que contempla o lado fantástico do gênero. TRUE LEGEND mais parece uma brincadeira com os vários ingredientes que fizeram – e ainda fazem – a cabeça dos fãs. A narrativa lembra um video game, é porrada do começo ao fim, repleto de referências que vão desde DRUNKEN MASTER a FIVE DEADLY VENONS e muitos outros. Ah, vale lembrar que o diretor Woo-Ping é um dos grandes nomes do cinema de artes marciais de todos os tempos, tendo no curriculo vários clássicos do gênero. TRUE LEGEND marca seu retorno. Desde 1996 ele não dirigia nada para cinema. E continua um mestre em conduzir magníficas sequências de ação (a luta que se desdobra dentro de um fosso é sensacional). Nem os efeitos especiais de CGI exagerados e a abrupta mudança de foco do enredo conseguem atrapalhar a diversão.

- MOTHER (Madeo, 2009), de Bong Joon-Ho
Bong é desses diretores que é sempre bom ficar de olho (Será que vai mesmo pintar um HOSPEDEIRO 2?). Não sei porque demorei tanto, apesar dos elogios de vários amigos, mas finalmente conferi este seu filme mais recente, sobre uma mãe que faz de tudo para provar a inocência do filho retardado, acusado de assassinato. O filme possui alguns ecos que remetem a outro trabalho do diretor, o espetacular MEMÓRIAS DE UM ASSASSINO. MOTHER segue a mesma linha só que desta vez é com essa senhora como protagonista, metendo o nariz em várias situações enquanto investiga o caso, o que não impede de haver momentos de tensão. A direção de Bong é de uma maestria impressionante, administrando sequências de suspense atmosférico com uma carga dramática pra lá de forte, e uma pitada do humor negro habitual em seus filmes. Mas o que mais me surpreende é a atuação devastadora da atriz Kim Lye-ja, que faz o papel da mãe. Ainda prefiro MEMÓRIAS, mas MOTHER não fica muito atrás.

- UM HOMEM SÉRIO (A Serious Man, 2009), de Ethan e Joel Coen
Outro que demorei bastante para assistir, mas só agora foi estrear aqui em Vitória. Tenho sempre boas espectativas com filmes dos irmãos Coen, por isso esperei para ver UM HOMEM SÉRIO no cinema. Dividiu muito as opiniões entre a crítica e os amigos blogueiros, mas valeu a pena a espera. Não chega nem perto de ser uma obra prima, mas é legal acompanhar o protagonista, um bunda mole judeu que vê sua vida afundar em desgraças sem tomar qualquer tipo de atitude racional. O produto final pode soar um tanto vago, uma obra cheia de pretensões que falha em alguns pontos, mas está muito longe de ser a chatice que muitos acharam. Existe um lado espiritual muito forte que me agrada e talvez faça mais sentido se levar isso em consideração. A bela fotografia, as boas atuações e a mão firme dos irmãos na condução também ajudaram bastante.

6.4.09

DRUNKEN MASTER (Jui kuen, 1978), de Yuen Woo-Ping


Sempre tive esperança de que a carreira do Jackie Chan pré-Hollywood fosse bem superior, já que o único filme dele desta fase que eu me lembro bem de ter visto foi UM KICKBOXER MUITO LOUCO nas tardes do SBT e era fanático! Simplesmente genial. Vi alguns outros também, mas era muito novo e já não tenho recordações, mas basicamente, só o conhecia pelos filmes americanos mesmo e isso é bem desanimador.

Bom, finalmente resolvi arriscar numa produção mais antiga do Chan e assisti ao DRUNKEN MASTER neste fim de semana e, lógico, não me arrependi. O filme é uma verdadeira pérola do cinema de artes marciais e reúne a direção mega-ultra-talentosa para cenas de luta de Yuen Woo-Ping com o humor pastelão de Jackie Chan (que também sempre foi um puta talento em cenas de luta). Um casamento perfeito, diga-se de passagem.

O enredo é bem simples, mas contém os elementos suficientes pra recheá-lo com bastante ação e momentos engraçados. Chan interpreta Hung, sujeito encrenqueiro, uma vergonha para a família cujo pai é um famoso professor de artes marciais. Depois de se meter em uma série de confusões, seu pai decide deixá-lo sob os cuidados de Su Hua Chi (na tradução da legenda da versão que eu vi é Mendigo Sam, mas não sei se é correto chamá-lo assim), um dos mestres mais rigorosos que há! E que vai ensinar para nosso herói a poderosa técnica dos oito deuses embriagados!!!

Literalmente, o sujeito tem de estar bêbado para realizar tal técnica e Jackie Chan lutando embriagado é uma antologia do cinema de porrada, aliás, todas as cenas de luta possuem coreografias perfeitas e muito bem conduzidas sob a direção de Woo-Ping, que é totalmente diferente do estilo seco e grosseiro dos filmes do Sonny Chiba, por exemplo. Chan utiliza tudo em sua volta para abater seus oponentes e até mesmo partes do corpo não muito utilizadas para desferir golpes, como na cena em que dá uma bundada num sujeito!

As cenas de lutas são bem divertidas e quem aprecia os filmes de Chan atuais (o que não é o meu caso) vai se surpreender ainda mais com a desenvoltura do sujeito em DRUNKEN MASTER, e ainda morrer de rir com situações engraçadíssimas envolvendo o protagonista e Su Hua Chi, interpretado pelo patriarca do clã Yuen, Yuen Siu Tien. Agora pretendo ver o DRUNKEN MASTER II, que segundo os amigos Herax e Takeo, consegue ser melhor que este aqui. Se fosse do mesmo nível já estava bom demais, imagine melhor...