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2.7.12

TOQUE RÁPIDO

REVISÃO DE ALIEN³ (1992)


Queria ter escrito umas coisinhas sobre ALIEN³ antes de postar algo sobre PROMETHEUS, mas precisava rever e não deu tempo. E como vocês devem ter reparado, tempo tem se tornado muito escasso ultimamente (e as atualizações aqui no blog vão continuar lentas por mais um tempinho ainda, até tudo voltar ao normal). Bom, depois de uns quinze anos, finalmente revi este primeiríssimo trabalho de David Fincher como diretor, que só aceitou o cargo após alguns nomes (Renny Harlin, Walter Hill, que é o produtor) abandonarem o barco durante a pré-produção. Aliás, é um filme que até hoje possui uma carga de polêmicas de bastidores, problemas com o roteiro (que fora reescrito trocentas vezes), interferências dos executivos dos estúdios pra cima do Fincher, e o resultado final, por muito tempo, foi considerado a ovelha negra da série, até, é claro, surgir o quarto filme, que assumiu esse posto…

Hoje, tenho certeza de que ALIEN³ é uma obra equivocadamente subestimada. Tá certo que não chega a ser melhor que os dois filmes anteriores, dirigidos pelo Ridley Scott e James Cameron, respectivamente, mas basta aquelas cenas da baratona alienígena perseguindo os personagens pelos corredores apertados da prisão espacial para colocá-lo entre os melhores filmes de horror dos anos noventa. É uma autêntica aula de tensão e horror atmosférico, que se aproxima bastante do filme de 78, embora seja o mais sombrio e melancólico exemplar da série. O final deve ter feito muitos fãs ferrenhos deixarem as salas de cinema da época xingando a mãe do diretor, mas eu adoro e acho que fecha a trilogia de maneira sublime. Mas, inventaram de fazer um quarto filme… agora preciso rever também antes de crucificar o francês maluco que dirigiu.

TIM BURTON SEM SURPRESAS: SOMBRAS DA NOITE (Dark Shadows, 2012)


Primeiro, uma afirmação indiferente. DARK SHADOWS é o melhor trabalho de Tim Burton em muitos anos. Indiferente porque isso não quer dizer nada quando nos referimos a um diretor que há mais de dez anos vem lançando filmes de nível fraco (PLANETA DOS MACACOS, FÁBRICA DE CHOCOLATE, ALICE) à exemplares simpáticos sem muita expressão (PEIXE GRANDE, SWEENEY TODD) e que encontram-se à milhas de distância de seus grandes feitos dos anos noventa (EDWARD – MÃOS DE TESOURA, MARTE ATACA, CAVALEIRO SEM CABEÇA e, principalmente, ED WOOD, uma obra prima excepcional).

Dito isso, DARK SHADOWS também é uma baita perda de tempo.

Baseado na antiga série de TV dos anos sessenta, criada pelo mestre Dan Curtis, e com Johhny Depp em mais uma parceria com Burton, DARK SHADOWS conta a história de um vampiro libertado de seu caixão, após ficar quase duzentos anos aprisionado, em plena década de 70. Enquanto se adapta ao mundo “moderno”, tenta reerguer o prestígio e fortuna de sua família, se vingar da bruxa que o amaldiçoou, além de se apaixonar por uma moça cujas feições são idênticas à da sua amada de dois séculos atrás. O problema é que a trama aborda tudo isso (e muito mais) sem conseguir definir um foco e acaba possuindo alguns momentos com um pouco de interesse (Depp tentando se adaptar) e outros extremamente pedantes, numa narrativa bagunçada que me aborreceu muito. E o final, o climax, a “batalha” entre o vampiro e a bruxa, é filmada com uma peguiça desanimadora, cheia de soluções equivocadas… Onde se meteu o Tim Burton que sabia fazer cenas legais de ação como a do final de A LENDA DO CAVALEIRO SEM CABEÇA?!

Apesar disso tudo, para ser o "melhor" trabalho do diretor em muitos anos, deve ter alguma coisa boa. Temos o visual bem feitinho de sempre; Johnny Depp se repetindo mais uma vez, embora funcional; Eva Green, que é um colírio (temos uma bela participação do Chistopher Lee também); as músicas e algumas fagulhas do velho Tim Burton contador de fábulas, como o prólogo é digno das antigas produções da Hammer… pena que ele não consiga fazer essas qualidades durar muito tempo na tela.

14.1.09

últimos filmes...

O CURIOSO CASO DE BENJAMIN BUTTON (2008), de David Fincher: Era o meu favorito daquela premiaçãozinha cretina que ocorreu no último domingo, tendo em vista que GRAN TORINO e THE WRESTLER não concorreram ao prêmio principal. Mas este aqui também é muito bom, do mesmo nível que estes dois. Lógico que é infinitamente melhor que SLUMDOG (acho que já virei o maior detrator do filme do Danny Boyle). É uma espécie de conto de fadas para adultos, brilhantemente conduzido pelo David Fincher e com roteiro de Eric Roth (o mesmo de FORREST GUMP, e já até começaram as comparações entre os dois filmes...) adaptado de um conto escrito em 1922 por F. Scott Fitzgerald sobre um sujeito que nasce velho e vai rejuvenescendo na medida em que cresce. A partir dessa premissa bizarra, Fincher constrói uma trama riquíssima em detalhes que além de manter a atenção do público integralmente, consegue induzir a reflexão sobre o tempo e a morte (ou a vida). Me peguei pensando nessas questões ainda horas depois que filme havia acabado. A maquiagem e o visual são muito interessantes, um belo exemplar de como recriar mundos e corpos artificiais de maneira funcional. Haja photoshop!

MILK (2008), de Gus Van Sant: Este aqui também é outro que poderia estar entre as categorias principais, mas foi ignorado. Porque não é só de Sean Penn que o filme sobrevive. Claro que o sujeito está excelente interpretando Harvey Milk, o primeiro político assumidamente gay eleito nos Estados Unidos, mas a direção de Gus Van Sant também é ótima! É a mistura, que uma hora aconteceria, entre aquela linguagem experimental iniciada em GERRY com a convencional da época de GÊNIO INDOMÁVEL. Uma coisa de alto nível para o “padrão Hollywood”. Principalmente com a fotografia maravilhosa do Harris Savides. O elenco é de primeira e conta com James Franco, Emile Hirsch, Josh Brolin, Diego Luna e outros que também merecem destaque. A trama acompanha o protagonista desde a época em que decide mudar de vida com seu bofe, aluga um canto na Rua Castro (bem sugestiva), em San Francisco, e inicia modestas campanhas políticas, manifestações em favor dos direitos homossexuais até se tornar um político de verdade. É um bom panorama sobre o tema nos anos setenta nos Estados Unidos e Sean Penn está sensacional, mas ainda assim, prefiro o personagem mais humano de Mickey Rourke em THE WRESTLER.

A TROCA (2008), de Clint Eastwood: Como prometido, levei a minha pequena ao cinema. Só Não entendi qual foi a dos críticos em meter o pau neste filme. Na verdade, entendi sim, mas não concordo. O problema seria a falta de equilíbrio e o foco, já que no meio de uma trama nasce outra, talvez com maior peso que a primeira. Ok. Isso de fato acontece. Inicialmente, o filme trata de uma mãe (Angelina Jolie, demonstrando que pode ser ótima atriz quando trabalha com o diretor certo) cujo filho foi seqüestrado, acaba desconfiando que o garoto que a policia encontrou e “devolveu” não se trata da mesma criança que deveria ser seu filho. Aí surge uma história paralela, uma investigação policial sobre um serial killer de crianças, que obviamente faz ligação com a outra história. Bom, é certo que nas mãos de outro diretor, o filme seria uma bagunça cheia de excessos, mas estamos falando do velho Clint. O sujeito conduz da mesma forma segura, clássica, com força narrativa como em qualquer outro filme seu e tudo flui muito bem. As suas mais de duas horas de duração passam tranquilas e o resultado é um filme belíssimo. A diferença é que, se não me engano, é o primeiro filme com ponto de vista feminino na filmografia do Clint. Mas isso também não é problema algum...