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21.2.11

TC 2000 (1993)

Após um período atribluado neste início de ano (que agora vai melhorando, ou pelo menos vou aceitando melhor a situação), aos poucos vou tentar retomar as atualizações com uma certa frequência por aqui. E para recomeçar com o pé direito (ou esquerdo, dependendo do gosto de cada um), vamos de um inspirado action B movie dos anos noventa estrelado por uma turminha da pesada, como dizia a narração da Sessão da Tarde! Aliás, resolveram chutar o pau da barraca com este TC 2000 escalando um elenco que é a essência do cinema B de ação daquele período! Billy Blanks, Bolo Yeung, Jalal Merhi e Matthias Hues num mesmo filme!!!

Imagem roubada do blog Bonga Shimbun!, do amigo Bruno Martino
TC 2000 copia na cara dura vários elementos já vistos em diversos filmes de ação e ficção cientítifica. Com a diferença de que os filmes copiados não possuem estas quatro figuras simpáticas trocando desaforos a cada 5 minutos! Billy Blanks e Matthias Hues, por exemplo, caem na porrada com menos de 15 minutos de projeção! Não tem como não se emocionar…

O ano é 2020. Uma catástrofe natural fez com que a parcela rica da população fosse viver nos subterrâneos, enquanto o restante da população, na superfície, mastiga o pão que o diabo amassou. Tirando esse pano de fundo, o que sobra para a trama é algo muito complexo, inteligente e difícil de acompanhar… sim, estou sendo irônico! Na verdade, é uma baita confusão, cheia de personagens e situações que só servem mesmo para criar ação e pancadaria a todo instante. Billy Blanks é um TC 2000, espécie de policial que faz a proteção contra os invasores da superfície, Jalal Merhi é o lider de uma gangue da superfície que tenta invadir o subterrâneo, Matthias Hues também é um TC 2000, mas é óbvio que não está do lado do bem e não vai com a cara do Blanks, e Bolo Yeung é um famoso lutador que vive na superfície e une forças com Blanks para derrotar os malvados… e por aí vai.

A trama mesmo não importa, o que vale é a truculência, e isso TC 2000 tem de sobra, com direito à frases de efeitos e certos descuidos que deixa o filme ainda mais divertido, como por exemplo um capanga da gangue de Merhi, cuja habilidade principal é o manejo com uma faca que fica rodando na mão. O cara morre no início do filme, mas parece que se esqueceram disso, e pouco tempo depois estava ele de novo rodando aquela faca pra cima do Bolo Yeung. As sequências de lutas não são de encher os olhos, mas até que para o tipo de filme, dá pro gasto! O mais esperado duelo da bagaça, Bolo Yeung contra Matthias Hues, no gran finale, poderia ser melhor, mas já é algo histórico para os fanáticos do gênero. Mas é Blanks quem rouba as cenas de luta, até mesmo quando confronta um simples meliante. O sujeito sabe fazer o seu espetáculo de chutes na cara. Já Merhi faz lá sua graça. A direção é por conta de um tal de T. J. Scott e não é ruim, embora tente uns movimentos de câmera desnecessários nas cenas de ação.

TC 2000 foi lançado em VHS no Brasil com esse mesmo título e nem preciso dizer que só é recomendável para os iniciados em tralhas desse tipo, né? O filme, na verdade, é uma porcaria se levado à sério, com grave risco do sujeito terminar a sessão com uma úlcera no estômago.

28.9.10

GARRAS DE ÁGUIA (Talons of Eagle, 1992), de Michael Kennedy


Há poucas semanas o Osvaldo Neto deu uma dica preciosa de um site que está queimando o estoque e alguns DVDs originais estão na bagatela de 1,50 cada. Claro que eu não perdi a oportunidade e comprei algumas pepitas a esse precinho, entre eles este “clássico” da golden age dos filmes B americanos de artes marciais que marcaram o final dos 80 e início dos anos 90. GARRAS DE ÁGUIA traz Billy Blanks como um dedicado policial novaiorquino, obviamente especialista em artes marciais, que aceita a perigosa missão de ir a Toronto, no Canadá, juntar forças com um detetive local, ninguém menos que Jalal Merhi, e se infiltrar na organização criminosa por trás do tráfico de entorpecentes, comandada por Mr. Li, vivido por James Hong.



Os dois heróis precisam de alguma forma impressionar Mr. Li, que curiosamente financia um torneio de luta clandestina dentro de um armazém abandonado. Mas não fiquem pensando que vai ser moleza. Antes de entrar no torneio, os protagonistas passam por semanas de treinamento de kung fu com o mestre Pan, interpretado pelo próprio Qingfu Pan, que ensina aos dois o grande estilo das Garras de Águia! Por isso o título, sacaram? Então tá bom… Emulando ROCKY, temos várias sequências de treinamento que basicamente se resumem a vídeo clips, com uma música bacana e os dois sujeitos em diversas situações que fazem parte do ensinamento.


Bom, acaba que o torneio não dura nem 10 minutos e logo Blanks e Merhi já estão contratados para trabalhar no Cassino de Mr. Li, onde funciona também, vejam só que legal, um centro de treinamento de kung fu para bandidos! E como se isso não bastasse, o professor é o alemão Matthias Hues, que ensina seus alunos demonstrando toda sua delicadeza, com direito a chutes na cara e ossos quebrados! Hues “interpreta” o braço direito (e talvez algo mais) de Mr. Li, e desde o momento em que vemos o sujeito em cena, já começamos a imaginar uma luta final entre ele e o Sr. Blanks!
Já infiltrados, os heróis tomam conhecimento de que a garota de Mr. Li, Cassandra (Priscilla Barnes) é, na verdade, uma agente disfarçada também. Agora, só precisam arranjar as evidências de que o sujeito é, de fato, o rei do tráfico canadense para desmascará-lo. O problema é sair com vida do local, o que não vai ser fácil tendo o fortão Hues e um grupo de lutadores no encalço.



GARRAS DE ÁGUIA teve um lançamento discreto nos cinemas do Canadá, mas se deu bem mesmo no mercado de vídeo, assim como a grande maioria dos filmes do gênero. Nota-se que é um filme barato, mas tem um ritmo muito bom. Claro que você precisa ser apreciador deste tipo de tralha, pois para um fã do gênero, até nos momentos parados basta colocar Matthias Hues contracenando com James Hong para ficarmos entusiasmados.



Billy Blanks, por exemplo, é um canastrão de primeira linha, e por isso mesmo é muito divertido vê-lo tentando extrair de si alguma atuação. Já as cenas de lutas são bem legais. Claro que não se deve comparar com as coreografias de um filme de Hong Kong, mas Blanks tem bons movimentos. Inclusive ele ficou famoso depois por ter criado o Tae Bo, um sistema de treinamento derivado de várias artes marciais e dança. O aguardado embate entre ele e Hues é histórico, uma obra prima da truculência no cinema!



E o diretor é um tal de Michael Kennedy, que não dirigiu muita coisa pra cinema, mas deixou algumas pérolas. Seu trabalho aqui até que não foi muito difícil, contanto que não dirigisse como um completo idiota, inventando modinha, bastava colocar uns brutamontes pra brigar em frente à câmera e tudo iria funcionar. E funcionou!
Enfim, queria fazer apenas um breve comentário e acabei me extendendo demais. Ainda nem ressaltei que este filme resultou num dos episódios mais engraçados daquele programa da MTV, Tela Class, na qual os caras do Hermes & Renato editavam e dublavam algumas bagaceiras e transformavam numa grande piada! A MTV já tinha morrido há tempos, mas esse programa era o único que prestava. GARRAS DE ÁGUIA se transformou no GARRAS DE BAITOLA, onde Billy Blanks se chamava Edson, “entende”?! Na trama, Edson era um homossexual que estava a procura de um parceiro. “Eu queria um homem pra eu”, diz na agência de relacionamentos. E Merhi surge como pretendente… é muito engraçado e pode ser visto no youtube.



GARRAS DE ÁGUIA também é hilário, só que involuntariamente. O filme tem falhas de continuidade gritantes, roteiro forçado, atuações medíocres, mas pra quem assim como eu acha que esses meros detalhes não estragam a diversão neste tipo de filme, é recomendadíssimo.