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27.2.09

COP (1988), de James B. Harris

COP é todo James Woods. O sujeito parece que nasceu para o papel do policial que faz aqui e deposita seu estado de graça num personagem subversivo, controverso e provocativo. Assim como o próprio filme também o é. O plot é bem simples (policial obcecado em resolver um caso envolvendo um serial killer), mas é a complexidade do personagem e a capacidade de Woods de interpretá-lo é que torna tudo mais interessante.

Só pra dar uma noção do que o sujeito é capaz, basta observá-lo enchendo um suspeito desarmado (isso mesmo, o cabra era um suspeito e estava desarmado) de balas a sangue frio, apenas por abrir a porta do carro de maneira um tanto "brusca". Outra: depois de chegar em casa e descobrir que a mulher o abandonou com a filha, na cena seguinte já mostra o cara transando com uma de suas informantes.

E Woods está perfeito fazendo isso, com uma naturalidade absurda. E é o tipo de ator que quando surge em cena os nossos olhos logo querem acompanhá-lo. E em COP ele está presente em praticamente todas e não consigo ver outro ator em seu lugar. Pena hoje estar tão sumido. O elenco ainda conta com Lesley Ann Warren, Charles Durning e Raymond J. Barry.

O filme foi produzido (juntamente com o próprio Woods), escrito e muito bem dirigido por James B. Harris – produtor de filmes do início de carreira de Stanley Kubrick – e é uma adaptação de Blood on the Moon, de James Ellroy, famoso por suas estórias policiais em formato noir. COP não deixa de ser um neo-noir classudo e um autêntico filmaço que só poderia ter saído nos anos oitenta e nunca teria lugar no cinema americano atual e politicamente correto, principalmente com seu final, um dos mais corajosos e niilistas que eu já vi, mesmo sendo um clichezão.