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2.8.13

A COLÔNIA, aka Double Team (Tsui Hark, 1997)


Outro dia me peguei pensando no Mickey Rourke e naquela fase negra da sua carreira nos anos 90, quando, além de outras coisas, chegou a ser vilão de A COLÔNIA, veículo de ação do Van Damme. Digo fase negra quando me refiro a esse momento do Rourke porque o sujeito teve um início realmente brilhante, entregando atuações magistrais como em O SELVAGEM DA MOTOCICLETA e O ANO DO DRAGÃO, e aqui resolveu "abraçar o capeta". Em outras palavras, estava na merda. Em 1997, ano de A COLÔNIA, até os filmes do Van Damme já estavam entrando em declínio após o ator ficar por algum tempo no auge, como herói de ação de produtos hollywoodianos, em TIMECOP, MORTE SÚBITA, SOLDADO UNIVERSAL, etc...

De qualquer maneira, eu gosto de A COLÔNIA. Sim, estamos falando de um suposto fundo do poço para o Rourke e um início de declínio para o Van Damme. No entanto, trata-se de um bom exemplar de ação dos anos 90. Eletrizante e exagerado na medida certa, com boa proporção de tiroteios, pancadaria e explosões muito bem distribuídas durante a narrativa. Quem comanda tudo isso é o mestre do cinema de ação oriental Tsui Hark, que trabalhou com Van Damme em GOLPE FULMINANTE. Temos uma história besta, mas sem muita frescura; um dos meus heróis de ação da infância distribuindo porrada em bandidos e um grande vilão interpretado por um grande ator. Além da ridícula, mas inesquecível, presença do ex-astro da NBA Dennis Rodman como sidekick do herói... Um elemento excêntrico que garante, no mínimo, boas risadas.



O título brasileiro se refere à uma prisão de segurança máxima que o personagem do Van Damme acaba indo parar. Cheio de aparatos tecnológicos, a prisão dá ao filme um caráter de ficção científica. Mas a trama estaciona neste cenário apenas por uns vinte minutos no máximo. Ou seja, A COLÔNIA não é sobre a Colônia. O resto é um jogo de gato e rato entre Van Damme, um agente secreto que acaba incriminado por conta de uma missão mal sucedida, e Rourke, um terrorista badass que perde o filho recém-nascido durante a tal missão. O vilão realmente tem bons motivos para encher o saco do herói...


O diretor Tsui Hark usa de toda a sua habilidade na construção de sequências de ação para criar cenas empolgantes por aqui. O meu destaque vai para a fuga da Colônia e toda a preparação para o ato; ou a porradaria no quarto de hotel, que é um dos pontos altos. Esta cena aliás, apesar de curta, é uma das que comprova uma teoria de que Van Damme sabe realizar movimentos bem coreografados de alto nível quando dirigido por orientais.

Outra sequência de ação que fica sempre na memória é a do gran finale. Menos pelo confronto entre os personagens e mais pelos exageros do cenário em volta. Vejamos: Van Damme encara Rourke sobre um terreno minado em pleno Coliseu de Roma com um tigre os rodeando e o filho recém-nascido do protagonista dentro de um cesto no meio disso tudo. A luta entre os dois nem é grandes coisas, mas a composição do ambiente é que eleva a cena a outro patamar! E o desfecho explosivo não poderia ser melhor. Coroa o cinema do absurdo que esse tipo de filme era capaz de proporcionar.



Mas voltando a falar do Rourke, digamos que A COLÔNIA não é das melhores vitrines para mostrar seus talentos dramáticos. Mas eles são bem utilizados pelo ator na medida do possível, até porque seu personagem possui um lado trágico bem definido, e ele consegue construir um vilão bem interessante, para entrar na galeria de destaque dos adversários do belga. Aliás, Van Damme também vai além da pancadaria neste aqui e demonstra segurança com seu personagem. Mas o grande destaque é a presença singular de Dennis Rodman, com suas roupas excêntricas e cabelos coloridos, que de tão ridículo acaba sendo um parceiro agradável e engraçado. Arrisca ainda uns golpes numas cenas de luta e não se sai tão mal. Hehehe!

Há falhas em A COLÔNIA? Sim, há muitas e está longe de ser dos melhores veículos de Van Damme. Mas isso não me importa nem um pouco. Por isso recomendo sem medo para quem quer um pouco de estupidez em forma de filme, mas que não dispensa um bom espetáculo de ação beeem exagerado!

7.11.12

SOLDADO UNIVERSAL 4: JUÍZO FINAL (Universal Soldier 4: Day of Reckoning, 2012)


O terceiro filme da série SOLDADO UNIVERSAL foi uma grata surpresa pela qualidade das sequências de ação, mesmo sendo uma produção sem grandes recursos. Só que este ano, fiquei tremendamente decepcionado com um trabalho do mesmo diretor, John Hyams e o seu DRAGON EYES, que até chegou a me deixar desconfiado da capacidade do cara para este aqui. Como se REGENERATION tivesse sido uma puta sorte. Muito bem, devidamente conferido, eu solto agora minhas impressões: O filme é do caralho e eu não sei o que esse John Hyams toma no café da manhã, mas deveria estar muito surtado quando inventou de fazer SOLDADO UNIVERSAL 4: DAY OF RECKONING.


Pra começar, o filme é deveras bizarro, totalmente maluco, e já deu pra notar que a estranheza narrativa de alguns momentos não vai agradar a todos. O trailer meio que anunciava isso. Mas eu embarquei fácil nessa viagem alucinante que o Hyams propõe, um mergulho surreal ao universo dos SOLDADOS UNIVERSAIS, que em determinados instantes parecem dirigidos pelo Gaspar Noé (de IRREVERSÍVEL), com visuais carregados, luzes piscando e a trilha eletrônica bombando. Só sei que fui presenteado com um baita filme de ação e pancadaria completamente surtado e violentíssimo, que o amigo Kurt cunhou perfeitamente como um autêntico “porrada arthouse”!


Não vou ficar descrevendo a trama. Digo apenas que o Scott Adkins é o protagonista dessa vez, mandando bem pra cacete. E já que estamos falando dos atores, Dolph Lundgren e Jean Claude Van Damme, os astros do filme original lá de 92, agora são coadjuvantes de luxo e suas pequenas participações contribuem muito para o espetáculo. Andrei Arlovski, o vilão do terceiro filme, também dá as caras. Há um tiroteio absurdamente subversivo num bordel no qual o Arlovski entra com uma escopeta distribuindo chumbo pra cima dos soldados zumbis. O troço é BRUTAL! Arlovski, na verdade, protagoniza com o Adkins as melhores sequências de ação de SOLDADO UNIVERSAL 4, como uma perseguição de carros frenética, melhor que 90% das cenas de car chase que eu vejo no cinema atual. E no quesito trocação, temos para todos os gostos: Arlovski vs Dolph; Arlovski vs Adkins; Adkins vs Dolph; Adkins vs Van Damme. Só faltou Van Damme vs Dolph, mas eles já tiveram a oportunidade de lutar no filme anterior.


As cenas de pancadaria são de encher os olhos, especialmente a que acontece na loja de artigos esportivos, entre Adkins e Arlovski, maravilhosamente bem encenada, com os movimentos e golpes que dão a impressão de que realmente esmurraram a cara um do outro durante as filmagens, mas com estilo cinematográfico. Ambos são extremamente talentosos nesse tipo de cena, mas o grande responsável pelo feito é Larnell Storvall, o coreógrafo de lutas do Isaac Florentine. Ele e John Hyams já haviam trabalhado juntos no citado DRAGON EYES, que até as cenas de luta são porcarias estragadas pela montagem “mudernosa”. Aqui a coisa é do jeito que deveria ser. Porradaria casca-grossa, sem frescura, old school, não fica nada a dever aos melhores filmes de luta realizados no oriente.

SOLDADO UNIVERSAL 4 é completamente destoante do resto da série, o que neste caso é algo interessante de se ver. No entanto, é bem provável que esse seja o motivo pelo qual muita gente venha detestando, esperando algo no mesmo estilo do terceiro, mais voltado para a ação. É compreensível. Não que este aqui não seja voltado para a ação, mas o faz de maneira insólita, experimental, estilizada, visualmente pictórica. A ação do clímax final é um exemplo perfeito disso, é como se Hyams tomasse consciência de que precisava fazer um filme de ação que fosse uma contribuição artística. Na minha opinião, conseguiu.

15.4.12

DRAGON EYES (2012)

Mas o que é isso, meus amigos? Um dos filmes de ação que eu mais aguardava para este ano foi simplesmente transformado em lixo cinematográfico! Estou impressionado com a quantidade de besteira que acabei de assistir… Logo eu, que sou tolerante até demais com as porcarias pintam por aqui. DRAGON EYES foi realizado por várias pessoas que, até o momento, eu julgava confiáveis, mas a falta de bom senso é revoltante!

Primeiramente, DRAGON EYES estava sendo anunciado mais como um filme do Van Damme do que qualquer outra coisa. Mas algumas notícias surgiram e o trailer veio para confirmar que o baixinho belga seria coadjuvante. Até aí tudo bem, não tem problema, afinal o trailer prometia ótimas sequências de ação e bastante pancadaria, justamente os elementos que me faziam ter certeza de que, ao menos, teriamos diversão garantida por aqui.

No entanto, fui enganado lá pelas tantas, quando percebi que todas as poucas cenas de luta que foram surgindo durante o filme eram extremamente curtas, montadas com exagerados efeitos de edição “muderninhos” e não tinha nenhuma expectativa de que esse quadro fosse mudar até o fim. Mas e o resto do filme? Um papo furado sem fim, com uma trama desinteressante, ridiculamente embolada, pagando de "Guy Ritchie style", misturado com artes marciais e… Akira Kurosawa/Sergio Leone. Sem contar o excesso de personagens que vão brotando, sendo apresentados com a imagem congelada e o nome do sujeito na tela... E há tanta coisa absurda acontecendo, umas situações sem sentido e mal explicadas, uns clichês utilizados da pior maneira possível, chega a dar enjôo…



A trama? Uma espécie bem tosca de YOJIMBO, do Kurosawa (ou POR UM PUNHADO DE DÓLARES, do Leone, já que o protagonista aparece usando um poncho igual ao do Clint), só que ao invés de samurais temos gangues urbanas estereotipadas: Os latinos, os niggas mothefuckers, os russos e um policial corrupto pertencente à máfia italiana, interpretado pelo sempre competente Peter Weller. O personagem central é um oriental que sabe artes marciais. E o Van Damme entra nessa história apenas em flashbacks como mentor do herói, na época em que os dois estavam presos.




O lutador de MMA Cung Le, que… “interpreta” (se é que podemos chamar assim) o protagonista, é algo constrangedor. Sem qualquer carisma, faz o Steve Austin parecer um ator shakespereano. O cara mal consegue mover a sobrancelha e deve ter menos falas que o Chuck Norris em O VÔO DO DRAGÃO. E isso incomoda. Muito. Já o Van Damme, coitado, seu esforço não vale de nada. Até se apresenta em cena muito bem, mas seu personagem é péssimamente aproveitado. O único que pelo menos passa a impressão de estar se divertindo é o Peter Weller, que aparece bem mais do que eu esperava. Quando o sujeito se encontra em cena dá até um alívio em meio a tortura que é assistir a DRAGON EYES. Não fosse Weller (e uns peitos que aparecem numa cena), eu acho que teria desistido…


Voltando a falar das cenas de luta - que eu já reclamei ali em cima - não são tão ruins assim se você for parar para analisar as encenações. Os atores mandam muito bem nos golpes e movimentos, influenciados pelo MMA (até porque muitos lutadores aparecem por aqui), você percebe que tem gente competente trabalhando neste departamento. O que estraga mesmo é a forma como o material é apresentado ao público, depois de passar pela linha de edição e tucharem de efeitos… Isso sem falar no contexto que as lutas aparecem, já que a trama meia boca não ajuda em nada.



Não dá para acreditar que o responsável por essa bomba seja o mesmo sujeito que fez SOLDADO UNIVERSAL: REGENERATION, John Hyams, um dos diretores mais promissores do gênero, na minha opinião. Conseguiu trazer de volta o universo do filme de 92, dirigido Roland Emmerich, num exemplar de ação de baixo orçamento, mas cheio de criatividade e ainda tivemos o prazer de ver JCVD enfrentando Dolph Lundgren novamente. Bom, Hyams era um dos mais promissores, agora já não sei de mais nada depois de DRAGON EYES e estou até com medo do que deve sair do seu próximo trabalho, o hiper aguardado, mas agora com o pé atrás, SOLDADO UNIVERSAL 4.

8.1.12

A IRMANDADE, aka The Order (2001)

Fui ver qual é a desse Netflix, já que o primeiro mês era gratuito. O acervo deles até agora é ridículo, mas até que a idéia de poder contar com o site pra ver filmes é interessante, economiza tempo e espaço (de armazenamento de filmes baixados). Logo, a primeira busca que fiz foi “Jean-Claude Van Damme”. O resultado mostrou uns cinco filmes e A IRMANDADE era o úncio que nunca havia assistido. Mandei brasa. Eu sempre li críticas ruins a respeito deste aqui, tanto que fui conferir esperando a bomba! E, quem diria, não é que me surpreendi? Longe de ser dos melhores filmes do belga, o filme conseguiu me divertir com uma historinha “sessão da tarde” que mistura artes marciais e aventura estilo INDIANA JONES.

Van Damme interpreta Rudy, um ladrão de artefatos arqueológicos valiosos, que decide ir a Israel tentar encontrar seu pai, um famoso arqueólogo, que desapareceu misteriosamente no país. As investigações de Rudy resultam na descoberta de uma ordem secreta religiosa cujo plano diabólico é achar um tesouro escondido nos subterrâneos de Jerusalém, além de acionar uma bomba com poder sufucuente pra mandar a cidade pelos ares! Imaginem o que o baixinho apronta! Em determinado momento, o personagem de Van Damme se fantasia de judeu ortodoxo, correndo pra todo lado com costeletas encaracoladas, é de rachar o bico! Só isso já valeria o filme…


Ah, mas temos também algumas figuras importantes compondo o elenco. Alguém aí conhece um senhor chamado Charlton Herston? Pois é, podem não acreditar, mas o Bem Hur faz uma participação. Não sei como conseguiram isso, se o cara estava gagá e resolveu aceitar ou se a carreira dele já estava tão no fundo ao ponto de precisar se sujeitar a um filmeco de ação com o Van Damme pra receber um cheque. De qualquer maneira, quem ganha é o público que se diverte com o sujeito pagando mico! Brian Thompson também surge em cena, obviamente fazendo o papel de vilão.


É evidente que A IRMANDADE não deixa de merecer a má fama que tem. Eu mesmo tenho que reconhecer isso. O roteiro é ruim de doer e cria algumas situações totalmente desnecessárias que só servem pra atrapalhar o ritmo, alguns diálogos são extremamente ridículos, sem contar que o protagonista é um piadista bobo, que fica fazendo gracinhas estupidas durante o filme inteiro. Pessoalmente, consegui relevar os problemas e me deixei levar pela trama. Já não esperava muita coisa mesmo… A quantidade de ação e pancadaria, embora não sejam filmadas com a devida classe, se inserem bem à história e fazem o filme valer a pena também.

Só fico meio aborrecido pelo diretor Sheldon Lettich, que realizou algumas obras clássicas do Van Damme, como DUPLO IMPACTO e LEÃO BRANCO. É o segundo filme dele que comento aqui no blog que não está a altura do que fez no início da carreira. THE HARD CORPS foi um desperdício completo, pelo menos A IRMANDADE garantiu a diversão. Mas não é o tipo de filme que recomendo a qualquer um, a não ser que você seja fã ferrenho do Van Damme e por algum motivo ainda não viu. Mas se você não tiver absolutamente NADA para assistir e este filme cair de repente na sua mão, pode funcionar como um bom passatempo descartável.

5.11.11

GOLPE FULMINANTE (Knock Off, 1998)

Revisão de GOLPE FULMINANTE, segunda parceria entre o diretor Tsui Hark e um dos nossos action men preferidos, Jean Claude Van Damme. A primeira foi com A COLÔNIA, outro que eu preciso rever, mas que gosto bastante. Já este aqui, lembrava vagamente da história, que era co-estrelado pelo mala do Rob Schneider e de algumas sequências da ação final, que ocorre num navio cargueiro… ah, e claro, das explosões verdes. A única vez que assisti, foi na época do lançamento em VHS no final dos anos 90. O mais legal foi descobrir que é bem mais divertido do que eu lembrava!

A princípio, o filme se concentra nos personagens de Van Damme e Schneider, que trabalham numa empresa de jeans em Hong Kong e aproveitam para para fazer uma grana extra com produtos falsificados. Tomamos conhecimento de uma organização terrorista russa que desenvolve uma micro bomba com o objetivo de implantar em mercadorias simples e cotidianas, como bonecas, celulares, rádios, e até nas calças falsificadas vendidas pela dupla protagonista, para serem espalhadas pelo mundo. Depois, GOLPE FULMINANTE vira uma bagunça deliciosa, cheia de reviravoltas forçadas, personagens se revelando agentes da CIA disfarçados, Paul Sorvino entra em cena, muita ação ao melhor estilo Tsui Hark, explosões esverdeadas e Van Damme comprovando minha teoria de que, sob a direção de orientais, é um dos maiores performáticos em artes marciais da nossa geração.

Mas é um filme estranho. E nem me refiro à trama, que é uma maluquice. Certas sequências são bizarríssimas e sem qualquer sentido, ao ponto de você não acreditar que está vendo algo assim… o que é aquela cena da corrida de riquexós? Van Damme é quem puxa Schneider e, em determinado momento, os dois passam por uma rua estreita, cheia de comércios e Schneider pega uma enguia e começa a bater na bunda do baixinho belga, como se estivesse manejando um chicote, dizendo “Mova essa bunda linda!”. Que porra é essa?! É uma dessas imagens surtadas que só mesmo GOLPE FULMINANTE pode lhe proporcionar.

Mas a ação do filme é excelente. O Tsui Hark tem um estilo frenético no qual o mais simples diálogo é filmado e montado como uma cena de ação. Então o filme não para em nenhum instante e passa voando. Há uma sequência onde Van Damme encara uns duzentos caras empunhando facões, canos e correntes, dentro de um local fechado… o tipo de coisa que se espera de um Jackie Chan, mas realmente não lembrava que Van Damme já havia feito algo assim (apesar do belga ser substituido em vários momentos por dublês, mas isso não tira o brilho da cena). E, claro, o final que é sensacional, no navio cargueiro, tiroteio e pancadaria comendo solto no melhor estilo do cinema de ação feito em Hong Kong.

Sem contar que, segundo informações que encontrei em alguns sites, a maioria das cenas de ação coreografadas por Sammo Hung, que eu nem sabia que havia sido coreógrafo neste filme, incluindo várias sequências de lutas do final, foram cortadas. Não sei por qual motivo, mas se do jeito que ficou já estava bom, com as cenas do mestre Sammo Hung deveria ficar melhor ainda! De todo modo, se o que você busca são 90 minutos de ação de qualidade, sem muito compromisso, vale uma revisitada neste filmaço! Agora, se ainda não assistiu, GOLPE FULMINANTE se torna obrigatório pra você!

26.8.11

ASSASSINATION GAMES (2011)


direção: Ernie Barbarash
roteiro:Aaron Rahsaan Thomas

ASSASSINATION GAMES simplesmente coloca frente a frente – ou lado a lado, como veremos a seguir – Jean Claude Van Damme e Scott Adkins, dois dos maiores astros do cinema de ação classe B da atualidade, num mesmo filme. Isso já aconteceu antes, quando Van Damme enfrentou Adkins em THE SHEPHERD: BORDER PATROL, de Isaac Florentine, e voltará a acontecer no ano que vem com SOLDADO UNIVERSAL 4, de John Hyams. Aqui, os dois interpretam assassinos profissionais que decidem trabalhar juntos depois de perceberem que o próximo alvo de cada um é o mesmo cara. Para o personagem do baixinho belga, a missão é puramente negócios, mas para Adkins, a coisa é pessoal, é vingança!

Apesar disso, o persoangem do Van Damme é mais interessante. Seu nome, segundo o imdb, é Brazil, embora eu não me lembre de tê-lo ouvido durante toda a “projeção”. Ele faz o típico assassino solitário, que vive sozinho em um apartamento chique, que para chegar até ele precisa passar por uma passagem secreta dentro de um apartamento mais humilde… uma espécie de batcaverna de assassinos. Toca violino e fica irritado com a barulheira dos vizinhos e possui uma tartaruga de estimação.

Se tem uma coisa que os filmes de assassinos profissas nos ensinaram foi que os frios matadores sem sentimentos por outros seres humanos quando conhecem uma pessoa, geralmente do outro sexo, amolecem o coração e quebram todas as regras de sobrevivência do manual de assassino. ASSASSINATION GAMES matém o clichê e a vida do protagonista se transforma ao salvar uma prostituta que estava levando uma surra de seu cafetão. E é engraçado porque o coração do sujeito não estava totalmente amolecido ainda quando vê a violência acontecendo e não diz algo tipo “Ei, pare de bater nessa mulher, seu covarde!”. Na verdade, diz: “Vocês estão me atrapalhando a praticar violino!”. E pior que estava mesmo…


Já o caso de Adkins é bem diferente e eu não vou gastar tanto falando sobre ele. Seu personagem é um pouco mais genérico, mas o que o motiva é a vingança, o que garante a atenção. Ele quer que os responsáveis que espancaram sua esposa até a beira da morte estejam comendo capim pela raíz o mais rápido possível.

E como podem notar, o roteiro de ASSASSINATION GAMES se preocupa em construir um universo único e personagens elaborados, algo mais detalhado que muito “direct to video” que temos por aí (apesar de ter sido lançado comercialmente em alguns cinemas nos Estados Unidos). O problema é que tanto fosfato de roteirista gasto elaborando detalhezinhos na trama acabou deixando de lado o fato de que temos dois grandes astros do cinema de ação em um filme cuja própria ação é insuficiente. Não estou dizendo que o filme não tem ação. No entanto, não entra na minha cabeça ter Van Damme e Scott Adkins no elenco e colocar ceninhas rápidas e broxantes de tiroteio, um chutinho ali, um soquinho acolá… eu estava esperando uma puta sequência desenfreada com tiro comendo pra tudo quanté lado, estilo John Woo!!!


Não se preocupem que Van Damme e Adkins trocam alguns golpes e é a melhor coisa de todo o filme. Mas um final com um climax e muita ação, ficou devendo… É claro que se você espera um filme mais realista, com uma movimentação mais comedida, focado mais no drama dos assassinos e suas motivações do que na ação exagerada, este filme funciona muito bem. A história de fato é boa e, apesar dos pesares, o diretor Ernie Barbarash tem muito respeito pelos atores que tem em mãos. Especialmente Van Damme, que é filmado com uma certa reverência, como um veterano do gênero, do jeito que merece. E o belga corresponde com mais um desempenho seguro, mantendo a boa média de seus últimos filmes. Adkins esbanja o carisma de sempre e desta geração de atores ocidentais de ação e artes marciais, é disparado o melhor… se bem que o páreo é duro com o Michael Jai White. De qualquer maneira, ter estes dois sujeitos num mesmo filme, garante a diversão de qualquer amante do cinema de ação classe B. 

E relevando o meu problema com a ação – e com a estética, o filme é todo num tom amarelado, que eu não vejo o porque disso – gostei de ASSASSINATION GAMES. Preferia o título anterior, WEAPON... mas enfim, o filme demonstra que ainda existe pessoas se esforçando pra fazer cinema de ação pra gente grande, que utilizam essas figuras truculentas e que filmam ação sem precisar esconder a incompetência chacoalhando a câmera… bem, no caso deste aqui, nas poucas cenas que temos, pelo menos.

13.7.11

THE HARD CORPS (2006)


aka FORÇA DE PROTEÇÃO
direção: Shledon Lettich
roteiro: Sheldon Lettich, George Saunders

Este aqui é um daqueles produtos da fase negra do Van Damme, quando o sujeito aceitava fazer qualquer porcaria que vinha pela frente pra pegar um cheque e pagar as contas no fim do mês. Não tenho certeza se nesta época ele ainda estava envolvido com drogas… se bem que, em se tratando de cinema, estava envolvido sim, já que realizou esta droga aqui.

O baixinho belga é Philip Sauvage, um ex-soldado de elite das tropas americanas no Oriente Médio que acaba virando guarda costas de um famoso boxeador/homem de negócios, Wayne Barclay, o qual possui um velho inimigo, um ex-rapper mafioso que saiu da cadeia e planeja vingança.


Para Van Damme, viver um personagem traumatizado pós-guerra e que perdeu totalmente suas emoções deve ser tão fácil quanto interpretar o Dr. Spock. Em materia de emoções nulas, Van Damme é o cara! Mas aceitar o trabalho de guarda costa e treinar uma equipe para cuidar da situação, leva o nosso angustiado protagonista a reconectar-se com alguns sentimentos adormecidos, especialmente quando se trata da irmã de Wayne, Tamara, na pele de Vivica A. Fox. Fica até bizarro algumas cenas pintando um clima entre aquela morena exuberante com o baixinho...

Mas o problema mesmo é que THE HARD CORPS fica estranho quando você percebe que já passou mais de uma hora de duração e só tivemos uma ceninha de ação e das bem vagabundas, muito mal dirigida e sem qualquer graça. O filme se concentra mais no drama do protagonista e sua relação com os outros personagens, além de perder muito do nosso precioso tempo com outras figuras que não tem o mínimo interesse, com exceção dos vilões, que estão involuntariamente engraçados! Van Damme até que não está mal, mas com um roteiro deste calibre, fica difícil…


Outro ponto decepcionante é que THE HARD CORPS é a reunião do ator com Sheldon Lettich, diretor que fez alguns filmes bem bacanas do belga no início dos anos 90, como LEÃO BRANCO e DUPLO IMPACTO, e nem isso foi capaz de dar ao filme alguma dignidade. Percebe-se claramente que se trata de uma produção de baixíssimo orçamento, mas cenas de luta e tiroteios extremamente mal filmadas não depende tanto de grana e sim de talento, algo que Lettich parece ter esquecido em casa. O filme ainda tenta ter um clima e visual de “hip hop black gangster movie” e falha feio nesse sentido. Infelizmente, é um exemplar do Van Damme que eu não recomendo…

23.5.11

OPERAÇÃO FRONTEIRA, aka The Shepherd - Border Patrol (2008)

Quem acompanha a carreira do Van Damme desde sempre, deve se lembrar que o sujeito passou por uma fase negra lá pelo início dos anos 2000, quando encarou vários projetos medíocres para financiar o seu consumo de drogas. Mas parece que já deu a volta por cima e a sua fase atual está bem interessante já faz um bom tempo. Van Damme parece mais maduro e seus últimos 4 ou 5 filmes tentam agradar os dedicados fãs ao mesmo tempo em que assume funções mais complexas e desafiadoras como ator. Basta vê-lo em JCVD ou ATÉ A MORTE para notar isso de forma clara!

OPERAÇÃO FRONTEIRA faz parte dessa leva. É o filme que mais se aproxima ao que Van Damme fazia nos anos 80 e 90 em termos de estrutura. Temos um típica trama sobre um policial com um passado traumático que é transferido para a fronteira com o México e enfrenta perigosos traficantes. O filme é cheio de ingredientes e detalhes que fazem a cabeça dos fãs e é constantemente pontuado com as habituais sequências de ação old school coordenadas pelo diretor Isaac Florentine (quem mais seria?): Brigas em bar, em prisão, no meio da rua; perseguições à pé ou em veículos, uma delas envolvendo um ônibus cheio de freiras! Um final com um mano a mano contra o “vilão final”, vivido por Scott Adkins, ao melhor estilo nostálgico oitentista!

E Van Damme aproveita muito bem a idade e o olhar cansado para dar um sustento expressivo à complexidade de seu personagem. Eu sempre gostei da figura badass dos filmes de ação truculentos dos anos 70, 80 e 90, mas a coisa fica ainda mais interessante quando esses personagens brucuturs, aparentemente sem emoções humanas, demonstram um lado sensível, nem que seja em simples alusões, imagens e situações. Por exemplo, Chow Yun Fat segurando uma arma em uma mão e um bebê na outra enquanto distribui balas nos bandidos no final de FERVURA MÁXIMA! Isso é que é ser badass! Van Damme tem muito desse espírito aqui, maltratando a malandragem enquanto carrega o coelhinho (um elemento deveras dramático) da sua filha pra todo lado.

Já Scott Adkins, trabalhando novamente com o diretor, apronta a sua roubada de cena habitual. Sem dúvidas que é um dos melhores atores de ação direct to video da atualidade!

O filme peca um pouco com o roteiro, tem uns buracos bestas, tentativas de fazer discurso político que não se vê necessidade alguma, ao invés de deixar tudo caminhar pra boa e velha ação! Nada que estrague o prazer de assistir ao Van Damme dando a volta por cima, distribuindo pancadas e chutes rodopiados como fazia no inicio de carreira. A luta final não é épica como Billy Blanks vs. Matthias Hues em TALONS OF THE EAGLE, mas é divertida. É daqueles exemplares que me deixa com um sorrisão do início ao fim.

22.10.10

RETROCEDER NUNCA, RENDER-SE JAMAIS (No Retreat, No Surrender, 1986), de Corey Yuen


O astro belga Jean Claude Van Damme estampar as artes de capas de DVDs lançados no mundo afora do filme RETROCEDER NUNCA, RENDER-SE JAMAIS (No Retreat, No Surrender, 1986), não passa de pura e simples picaretagem. Afinal, o único rosto conhecido atualmente na produção é o dele. Mas o baixinho só aparece mesmo no início e no final do filme, interpretando o russo Ivan Kraschinsky. É também o vilão, com quem o nosso herói terá de medir forças à base do chute na cara pra saber quem é o melhor.

O herói é um tal de Kurt McKinney, do qual eu nunca tinha ouvido falar. No filme ele é Jason Stillwell, um rapazinho cujo pai, Tom, possui uma academia em L.A. onde ensina karate, inclusive a Jason. Os problemas aparecem quando o crime organizado decide fazer uma "oferta irrecusável" para comprar a academia, dessas que alguém pode sair muito machucado, caso um dos lados não goste da palavra final. E é o que acontece. Um gangster, acompanhado de seus guarda costas (Van Damme), expulsa o sujeito de sua própria academia, com o belga já demonstrando golpes ultra rápidos e aqueles chutes incríveis que fizeram sua carreira.


O que é um ator que sabe lutar sendo dirigido por alguém que entende do assunto? Temos aqui uma cena que não dura nem um minuto, mas comprova que Van Damme não é só pose. Ele se tornou “posudo” porque decidiu firmar carreira em Hollywood sendo dirigido por diretores que não sabem trabalhar cenas de luta, por mais divertido que sejam os seus filmes. Corey Yuen sabe! E é quando se mete com diretores orientais Van Damme obtém seus melhores resultados.

Meus favoritos do baixinho são CYBORG e SOLDADO UNIVERSAL, que no campo da “pancadaria” perdem para, por exemplo, GOLPE FULMINANTE. Na minha opinião, ao invés de ficar gastando mais de meia década em porcarias, ele devia ter tentado a sorte em Hong Kong. Seus últimos trabalhos são ótimos, mas passou por uma sequência de filmes meia boca, sobrevivendo com produções baratas lançadas direto no mercado de vídeo, que fazem as fitas do Steven Seagal verdadeiras obras primas.

Por falar no barrigudo de rabo de cavalo, ele se saiu muito bem como vilão em MACHETE, não é? Também achei excelente o Van Damme como vilão aqui. Já que ele não quis ir a Hong Kong, podia ao menos ter feito alguns papéis de bandido em filmes classe A e assim alternava com suas fitas B de ação. Ao menos ele teria mais visibilidade e não entraria na decadência que entrou. O Seagal, por exemplo, foi visto por um público bem maior em MACHETE do que em seus 15 últimos filmes juntos… não posso ignorar o problema das drogas que quase acabou com o Van Damme, mas a gente sabe que o sujeito não bate muito bem da cabeça quando recusa a proposta de participar de uma produção como OS MERCENÁRIOS… mas chega de palpitar sobre a carreira do baixinho que eu já devo ter falado merda demais... Só espero que seus filmes atuais mantenham o nível.


Voltando ao enredo de RETROCEDER NUNCA, RENDER-SE JAMAIS, Tom (o pai, pra quem já se esqueceu) decide mudar de ares e parte para Seattle. Muda também sua mentalidade sobre o karate e a finalidade de se usar violência, ou seja, o cara virou um bundão. E até que ele luta bem, embora seja de longe o pior ator do filme! Já Jason, a primeira coisa que faz quando chega em sua nova casa é transformar a garagem num centro de treinamento, com cartazes de Bruce Lee e toda a parafernália. Fã do grande astro de OPERAÇÃO DRAGÃO, o rapaz vai visitar o túmulo de Lee, que se encontra na cidade, além de procurar uma outra escola de karate para continuar seus ensinamentos.

A trama é totalmente voltada à Jason, que transforma o filme numa espécie de rip off de KARATE KID. A estrutura intercala momentos de treinamento, de flerte com a garota bonitinha, com confrontos entre os bullies que sempre lhe dão porrada, além de problemas com o pai, que a cada briga na rua precisa levar um sermão danado, até que Tom rasga o poster do Bruce Lee servindo de estopim para um “NÃÃÃÃÃÃOOO!!!” daqueles! Em outra cena, Jason ajoelha no túmulo de Bruce Lee e implora por ajuda… Para melhorar ainda mais a história, o espírito de Bruce Lee aparece em sonhos e delírios do personagem para lhe aplicar vários ensinamentos. O problema é que o ator que faz o fantasma não tem nada a ver com o Bruce Lee, mas Jason não cria caso com isso, então ok. Aliás, o ator que dá vida ao falecido é Kim Tai Chung, que era dublê de Bruce Lee.


Como já adiantei que Van Damme aparece novamente no final, presume-se que os gângsters também vão à Seatle tentar abocanhar mais academias. E que premissa mais boba é essa... pra que a máfia quer tanta academia pelo país? Enfim, no local há um grande campeão de artes marciais que decide resolver tudo realizando um torneio. O vencedor fica com a academia.

Kurt McKinney é muito carismático. E não é tão mirrado como Ralph Macchio, o Daniel San de KARATE KID. É claro que na vida real, McKinney não teria chance com Van Damme, que era um monstro cheio de músculo, mas nada tão impossível também. O rapaz tem bom físico. Possui também um relacionamento meio estranho com RJ, um vizinho que se torna seu melhor amigo. RJ não luta, mas é um excelente dançarino, mais um motivo pra achar esquisito… ainda mais depois da cena em que R.J toma sorvete sentado… digamos, na região do quadril de Jason, enquanto este faz um exercício. Bom, não estou chamando-os de viadinhos, nem tenho nada contra, mas acho que eles já passaram da idade da inocência pra um enquadramento como este abaixo não soar extremamente homoerótico.


Até o menino ao fundo achou meio estranho...
Sei que KARATE KID deixou uma irrecuperável boa impressão na infância de muitos de nós, mas vocês vão me desculpar, RETROCEDER NUNCA, RENDER-SE JAMAIS é muito mais divertido, dirigido por um cara que realmente entende de artes marciais, coreografou uma penca de filmes e dirigiu meu ninja movie favorito, NINJA IN THE DRAGON’S DEN! As lutas aqui não chegam ao mesmo patamar de outros trabalhos do Corey Yuen, mas é muito acima da média, especialmente aquelas com Van Damme (não foi a toa que seu sucesso dentro do gênero começou aqui).

O filme tem algumas atuações das mais vergonhosas que eu me lembro de ter visto na vida!!! Fora alguns furos evidentes de roteiro, os clichês de sempre, até microfones aparecendo no canto da tela, mas tudo isso serve de bônus para quem entrar na onda do filme, uma diversão escapista, que passa rápido, tem um bom ritmo e as cenas de luta fazem valer o programa. Pra mim, já virou clássico do cinema de artes marciais dos anos 80.

RETROCEDER NUNCA, RENDER-SE JAMAIS teve duas continuações que não possuem muita ligação com este aqui. O segundo apenas acrescenta o número “2” na frente, se não estou enganado. Também é dirigido pelo Yuen e tem no elenco Cynthia Rothrock, Loren Avedon e o brutamontes Matthias Hues! Eu preciso ver essa belezinha! Já o terceiro filme recebeu o título aqui no Brasil de OS IRMÃOS KICKBOXERS, que assisti quando era pequeno, numa VHS da saudosa TOP TAPE, e tem umas lutas alucinantes de outro mundo!!! Preciso rever com extrema urgência!

10.1.10

UNIVERSAL SOLDIER: REGENERATION (2009), de John Hyams

Eu só espero que Van Damme justifique sua decisão de não participar de THE EXPENDABLES com bons filmes de ação como este SOLDADO UNIVERSAL: REGENERATION, terceiro filme da franquia que se iniciou em 1992 (com um dos melhores filmes estrelado pelo baixinho). Acho muito difícil ele manter o nível e aposto que não vai fazer nada melhor que o filme do Stallone, mas seus últimos trabalhos foram bons passatempos, que continue assim pelo menos.

O segundo filme da série é uma porcaria que não deveria ter saído do papel. Já este derradeiro é diversão garantida com altas sequências de ação muito bem dirigidas por John Hyams, filho do diretor Peter Hyams (trabalhando aqui como diretor de fotografia). Lá pelas tantas, há um plano sequencia muito bem realizado demonstrando que o diretor possui um certo talento pra coisa, com Van Damme em um corredor estreito matando geral os terroristas sem piedade alguma, com uma brutalidade pulsante, com a camera indo e vindo e o ator num trabalho intenso... a típica cena que Van Damme reclamou em JCVD que estava velho demais para fazer.

Dolph Lundgren também dá o ar da graça, mas como estava muito ocupado fazendo não sei o que, acabou participando apenas para uma cena de luta bacana com o baixinho e algumas situações soltando frases reflexivas de meia tigela para dar um tom de complexidade ao seu personagem. O ator se comprometeu com o projeto durante 5 dias de filmagens. Mas o quebra pau entre ele e Van Damme faz toda diferença e é sem dúvida um dos grandes momentos do filme.

A trama, que eu até agora não contei (e também não faz muita diferença) é tão frágil que poderia prejudicar o filme facilmente, e se resume num grupo de terrorista na Ucrânia, nas instalações da usina nuclear de Chernobyl, com um objetivo besta qualquer, o qual sequestra os filhos do presidente e promete mandar tudo pelos ares. O problema é que eles possuem um soldado especial que vale por 100 homens, interpretado pelo lutador de Vale Tudo Andrei Arlovski. Quem já viu o primeiro filme sabe o quero dizer com “soldado especial” e eu não preciso ficar explicando. Se você ainda não viu, assista e vai entender. Todas as tentativas dos "mocinhos" são frustradas porque nenhum exército aguenta com o homem.

É aí que Van Damme entra em cena com o personagem Luc Deveraux do primeiro filme, para invadir o local, matar todos os caras maus e ainda enfrentar o sujeito como uma espécie de chefão final desse vídeo game cinematográfico. Pra saber como o Lundgren entra nessa estória vocês terão que ver, só digo que vale a pena, principalmente pra quem deseja apenas relaxar e assistir a um bom filme de ação sem frescuras. SOLDADO UNIVERSAL REGENERATION é altamente recomendado.