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1.1.12

RED SCORPION (1988)

Não vamos perder tempo! Começando as atividades em 2012 com este filmaço estrelado pelo Dolph Lundgren. No mês passado eu assisti a, pelo menos, uns seis ou sete filmes do sueco e acabei não comentando nada por aqui. Como Dolph é um dos action heores favoritos do blog, preparem os corações, pois teremos muito “Drago” pelas próximas semanas!

A história de RED SCORPION é algo um tanto extraordinário. Típico escapismo de ação oitentista, de ótima qualidade por sinal, que serve também de base para um interessante estudo de personagem, com transformações bem construídas e uma forte intensidade emocional. Nada muito profundo, obviamente, mas fora do comum em relação a outros exemplares do gênero.

Vejamos: Dolph Lundgren interpreta um assassino soviético altamente treinado, uma verdadeira máquina de matar, enviado à África para eliminar um líder rebelde em um país comunista dominado por Cuba, mas acaba falhando em sua missão e é jurado de morte pelo seu próprio país. Foge pelo deserto onde passa por uma experiência transcendental filosófica com um nativo africano que lhe mostra a essência da vida. Ele retorna para os rebeldes agora com o objetivo de unir-se a eles, arranja uma metralhadora e detorna o maior número de carcaça soviética num final explosivo!!!

Não é de chorar?


Há o lado político de RED SCORPION, que é uma das propagandas mais bobas que eu já vi. Um russo que muda de lado e extermina comunista?! Pffff, tinha que ser coisa do produtor Jack Abramoff, famigerado lobista de Washinghton que foi preso há alguns anos condenado por corrupção e fraudes… dizem que hoje trabalha numa pizzaria. Mas houve um tempo em que suas visões políticas eram colocadas nos filmes que produzia, como este aqui.

Mas o que vale mesmo é a atuação de Dolph Lundgren e as transformações, não políticas, mas universais, que seu personagem sofre no decorrer do filme. No elenco ainda temos Brion James, também fazendo sotaque russo, e M. Emmet Walsh vivendo um jornalista americano preconceituoso que detesta o Dolph, mas deve ser porque é velho, barrigudo e acabado, enquanto Dolph é aquela montanha de músculos e no calor africano, usa pouquíssimas roupas, para alegria da mulherada (ou de alguns rapazes que jogam no outro time. Nada contra).


Outro destaque vai para as sequências de ação, dirigidas pelo grande Joseph Zito, o mesmo cara que fez a obra prima INVASÃO USA, com o CHUCK! Então já dá pra confiar, o cara é da pesada e filma ação com uma truculência absurda e RED SCORPION deve ter mais testosterona que a urina do Mike Tyson! É explosão que não acaba mais, armamento pesado cuspindo fogo freneticamente, há uma perseguição no meio do deserto que lembra INDIANA JONES, com Dolph pulando de um caminhão pra uma motocicleta e, depois, de volta para o caminhão, tudo em movimento e trocando balas com seus perseguidores. O final é um espetáculo pirotécnico que só o bom cinema de ação dos anos 80/90 sabia promover.

E vale ressaltar que a direção de Zito não é apenas notável nas cenas de ação. O sujeito realmente soube tirar proveito das belezas naturais dos cenários africanos, principalmente nas sequências em que Dolph encara o deserto ao lado do nativo e participa do ritual do escorpião, ganhando uma tatuagem e o título de “red scorpion”. O visual impressiona e no fim das contas estamos diante de um místico action movie casca grossa.

RED SCORPION ganhou uma continuação durante os anos 90, sem o Dolph, que não vi ainda.

17.9.11

INVASION USA (1985)

 

aka INVASÃO USA
direção: Joseph Zito
roteiro: Chuck Norris, James Bruner

Sylvester Stallone confirmou esta semana a presença do homem, CHUCK NORRIS, no elenco de OS MERCENÁRIOS 2, e espero realmente vê-lo na tela grande em 2012, se tudo der certo e se o mundo não acabar. Então nada mais justo comemorarmos a sua volta relembrando um de seus melhores trabalhos! Na verdade, INVASÃO USA é o meu predileto da carreira do ator, um dos filmes mais marcantes do cinema exagerado de ação oitentista junto com COMANDO PARA MATAR, DESEJO DE MATAR 3 e alguns outros que fizeram um estrago na minha cabeça quando eu era apenas um rato de locadora precoce.

E INVASÃO USA teve um baita impacto! Poucos filmes utilizaram de maneira tão eficiente - para o mesmo propósito deste aqui - o ambiente urbano na cidade como uma zona de guerra, colocando a vida cotidiana dos pobres cidadãos mergulhados no terror! Depois do 11/09 seria algo inconcebível a idéia de um filme que mostra uma invasão ao país “mais poderoso do mundo” por terroristas estrangeiros, mesmo realizado de modo estilizado e exacerbado que a CANNON, que produziu o filme, costuma tratar seus produtos, como mera diversão, sem qualquer profundidade reflexiva. No caso de INVASÃO USA, ao menos temos um puta filme de ação que pode se orgulhar por trabalhar um tema "tabu" para os nossos dias!

A história é a seguinte: uma organização terrorista da Europa Oriental, comandada por Mikhail Rostov (o sempre ótimo Richard Lynch), tem um plano mirabolante de destruir os Estados Unidos de dentro pra fora! O objetivo é causar anarquia, colocando a população contra a polícia e o sistema, além, é claro, de explodir alguns alvos específicos com bazucas e explosivos de todos os tipos. O governo americano já não sabe o que fazer, as forças armadas lutam contra um inimigo invisível, disfarçados de cidadãos, policiais e até mesmo de oficiais do exército. Sabe-se apenas que Rostov está por trás de tudo e apenas um homem é capaz de detê-lo: Matt Hunter! Se existe um personagem, dentre todos que Chuck Norris já viveu, que se sobressai no quesito truculência, Hunter seria exatamente este cara!

 

Imaginem só! O sujeito é tão casca grossa que numa situação de alerta nacional onde as autoridades perderam totalmente o controle por conta de ataques terroristas contra a população, ele é a ÚNICA solução do governo, do país inteiro, para deter a onda maciça de ataques violentos contra civis inocentes!

Matt Hunter é um ex-agente da CIA, vivendo uma pacata vida nos pântanos da Flórida, caçando crocodilos, e que já possui um histórico contra o terrorista Rostov em seus anos de serviço. A princípio, Hunter não dá a mínima para o chamado de seu país para lutar contra o terror… eles que se virem! Mas é só pra dar um suspense. Como Rostov tem contas a acertar com o nosso herói, ele o ataca em seu habitat natural, destruindo sua casa, matando seu melhor amigo, causando um verdadeiro estrago na tranquila vida do ex-agente... ao menos o tatu bola de estimação sobrevive. Sendo assim, Hunter resolve aceitar a missão de acabar com a baderna dos terroristas.

Grande parte da reputação de “exército de um homem só” pela qual Norris é conhecido hoje, com todas aquelas listas de façanhas impossíveis referentes a ele, deve-se especialmente pelo seu personagem em INVASÃO USA. É incrível como Rostov demonstra ser um dos vilões mais sádicos do cinema de ação oitentista, fazendo vítimas à sangue frio, matando inclusive crianças, e quando escuta o nome “Matt Hunter” começa a se borrar todo! Nunca vi isso acontecer! Geralmente, os vilões são seguros de si e mantém suas poses de malvados até o fim, mas Rostov fica pra morrer só de pensar em Hunter… o sujeito não consegue dormir à noite com pesadelos onde Hunter diz “É hora de morrer…”! É um detalhe emocional deste confronto psicológico entre o bem, representado por Hunter, e o mal, de Rostov, que eu deixo para os psicólogos de plantão analisarem.

 

O que eu gosto mesmo é ver o troço pegar fogo e o que não falta por aqui são sequências de ação antológicas com vários dos ingredientes que pegam os fãs de jeito! Uma quantidade enorme de tiroteios comendo solto com munição infinita, toneladas de explosões, perseguições de carro em alta velocidade… o final consiste numa batalha épica entre o exército americano contra os terroristas, enquanto Chuck Norris distribui porrada e muita bala nos últimos capangas de Rostov dentro de uma delegacia vazia. Mas minha cena de ação favorita é a do shopping, quando Hunter chega pra acabar com a festa de um grupo que decide explodir tudo pelos ares e entra com sua caminhonete dentro do shopping disparando contra os meliantes. Na sequência, ele parte para uma perseguição, sendo que no veículo dos bandidos há uma refém sendo puxada pelos cabelos do lado de fora! Sensacional!

 

A direção de Joseph Zito não chega a ser um grande destaque, apesar de tudo. Existem outros filmes da época bem mais inspirados na construção de cenas de ação, mas o cara é econômico e deixa a grandiosidade das sequências acontecerem sem precisar fazer malabarismo com a câmera. Zito, que dirigiu filmes de terror, como SEXTA FEIRA 13 – PARTE IV, um dos meus favoritos da série, e THE PROWLER, não chega a ser um mestre da ação, mas ele sabe fazer algo agradável e bem movimentado. Com o velho Chuck já tinha feito o primeiro da série BRADDOCK um ano ates deste aqui e depois fez RED SCORPION, com o Dolph Lundgren.

Já o roteiro é um achado! Tá certo que Matt Hunter é um homem de poucas palavras, mas quando abre a boca, o texto é genial! É sempre o tipo de coisa que se espera desses caras durões. “If you come back in here, I am gonna hit you with so many rights you are going to beg for a left!” é uma das minhas favoritas. Ele usa quando ameaça um brutamontes duas vezes maior que ele. No entanto, pouco é revelado da personalidade do personagem, o qual permanence até o fim com um ar misterioso. Sabe-se que ele curte um sci-fi clássico, como é mostrado na cena em que está deitado no quarto de hotel e esboça um sorriso para a TV enquanto assiste a um...

 

O filme explora mais as habilidades do sujeito, que possui um faro sobrenatural para detectar ameaças terroristas. Ele sempre aparece no lugar certo e na hora certa onde um ataque está prestes a acontecer, como na cena da bomba no ônibus escolar, por exemplo, ou a da bomba na igreja, a da bomba no shopping… onde você imaginar colocar uma bomba, Hunter estará lá pra lhe acertar um chute na fuça!

Pois é, o filme não tem um pingo de realismo, um dos motivos pra nunca terem lhe dado o devido respeito, apesar do tema do terrorismo contra os americanos como base da trama, algo que permanece "atual". Além disso, é o tipo de filme em que o herói e vilão não resolvem suas diferenças na diplomacia, nem em um simples tiroteio ou até mesmo com uma luta corpo a corpo, mas com o extremismo de um duelo de bazucas. E é nesses detalhes cartunescos e desmedidos que INVASÃO USA se destaca. É idiota, mas ao mesmo tempo absurdo, engraçado, truculento… um legítimo clássico.

12.5.10

QUEM MATOU ROSEMARY? (The Prowler, 1981), de Joseph Zito

O diretor Joseph Zito pode estar um tanto esquecido atualmente, mas para um certo grupo de apreciadores de cinema de ação casca grossa oitentista, seu nome ainda possui muita representatividade no gênero (não é pra menos: MISSING IN ACTION, RED SCORPION e o clássico dos clássicos, o inesquecível INVASÃO USA). Mas vale destacar sua contribuição no terror, gênero que, na verdade, abriu caminho para ele no mundo do cinema.


THE PROWLER é o terceiro trabalho de Zito, mas deu a ele a oportunidade de dirigir a quarta parte de SEXTA FEIRA 13, um dos meus capítulos favoritos. Aliás, o sucesso do primeiro filme desta série foi um (entre vários) dos responsáveis pela chuva de slasher movies que surgiu no início da década de 80. E é exatamente isso que THE PROWLER é, um típico slasher, com trama, personagens, direção, atmosfera, ritmo e elementos muito bem caracterizados pelo subgênero. E o filme é ótimo em todos esses sentidos. Mas o que realmente me impressionou foi o genial trabalho do mestre em efeitos especiais Tom Savini. O próprio considera este seu melhor resultado.

A trama começa em 1945, final da Segunda Guerra, quando um soldado retorna para casa frustrado porque sua noiva, a tal Rosemary do título nacional, havia encontrado um novo amor. Um ótimo motivo para pegar um tridente e espetar tanto a danada quanto o novo amante. Você não faria a mesma coisa? O crime chocante ocorre no dia do baile de formatura, desde então o evento deixou de acontecer na pequena cidade de Avalon Bay e ninguém nunca ficou sabendo a verdadeira identidade do assassino, já que no momento os únicos que poderiam ter visto alguma coisa foram perfurados, além do assassino vestir um uniforme do exército muito sinistro, com capacete e máscara para camuflar o rosto.

Passa-se o tempo e estamos agora no presente (início dos anos 80) e pela primeira vez o baile de formatura está sendo novamente preparado na cidade depois de tanto tempo. O xerife fica apreensivo, paranóico, temendo uma onda de assassinatos ou algo parecido, mas não se preocupa ao ponto de não sair da cidade na noite do baile pra pescar, deixando seu jovem ajudante responsável pela cidade inteira. Quem interpreta o velho xerife é Farley Granger, veterano ator que trabalhou com Hitchcock em FESTIM DIABÓLICO e PACTO SINISTRO.

Bom, não seria nada absurdo se eu disser que um serial killer vestindo a mesma fantasia de 35 anos atrás retorna para fazer novas vítimas na noite do baile, afinal, não teria sentido algum o filme existir se isso não ocorresse. É nesses momentos que THE PROWLER ganha uma força extraordinária. Temos uma excelente variação de mortes criativas, sangrentas e violentas, com direito a gargantas cortadas, corpos perfurados, principalmente na cena do chuveiro, um dos melhores momentos, sem dúvida. O final é de uma atmosfera arrepiante de tensão e contém uma das cenas mais chocantes do filme.

Os efeitos especiais de Savini são realmente incríveis, realistas e ainda hoje funcionam depois de quase trinta anos. Claro que como todo bom slasher, tem-se que ter um bocado de paciência para esperar que algo aconteça, mas no caso de THE PROWLER isso não é muito difícil. A trama é interessante de acompanhar, apesar dos atores não apresentarem nenhum desempenho notável. Mas quando o filme engrena, é uma delícia! Um dos melhores slashers que eu já vi.