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28.1.11

TERROR NO PÂNTANO (Hatchet, 2006), de Adam Green

No texto sobre FROZEN, também dirigido por Adam Green, eu disse que daria uma chance a este filme aqui... percebi que havia algo neste cineasta que pudesse diferenciá-lo da grande maioria dos demais diretores “especialistas” americanos do gênero em atividade. E os amigos Herax e Otávio ainda chegaram a reforçar a idéia de que valia a pena conferir. E valeu mesmo, o filme conseguiu me fisgar de imediato. Logo nos primeiros minutos temos Robert Englund em uma pequena participação como um caçador de crocodilos – junto com o filho (do personagem, não do Englund) – sendo estraçalhados por um brutamonte deformado! Um filme que começa assim, deve valer a pena...

TERROR NO PÂNTANO tem uma trama bem simples que mistura clichês clássicos do gênero, um tom de humor que lembra UMA NOITE ALUCINANTE, com elementos da série SEXTA FEIRA 13 e etc. Ben é o nosso protagonista, um sujeito parecido com um “emo”, só que mais velho, que vai até o “carnaval” de Mardi Gras com um grupo de amigos para tentar se distrair e esquecer o fim de seu relacionamento, mas não consegue naquele ambiente pecaminoso e ofensivo. Pra quem não sabe, esta festa de Mardi Gras é aquela onde as moças se sentem mais confortáveis e mostram os peitos em troca de um colarzinho colorido... esses “emos” são meio estranhos mesmo.

 
De qualquer forma, ele consegue convencer um de seus amigos a fazer uma programação inusitada. Ao invés de ficar olhando para peitinhos a cada 3 passos nas ruas onde a festa acontece, algo bem chato, realmente, Ben arranja um passeio de barco para conhecer um local cuja lenda diz ser amaldiçoado. E lá vão eles, com mais um grupo de pessoas, se deparam uma autêntica maldição, a típica história da casa isolada no meio do pântano onde no passado um violento crime ocorreu envolvendo Victor Crowley, um menino deformado e agora seu espírito vingativo (ou será o próprio?) está a solta destroçando qualquer pessoa que se aproxime do local... por aí vai.

Tenho certeza que se TERROR NO PÂNTANO fosse realizado no início da década de 80, Victor Crowley seria um desses ícones do slasher e o filme, óbvio, seria um clássico! As mortes são lindas, exageradas, violentíssimas, criativas e, o melhor de tudo, sem efeitos de CGI. 100% de maquiagem à moda antiga e muita groselha para sujar o cenário! O desfecho também é legal. Os cinéfilos mais extremos, com certeza vão perceber que não há nada de mais, no entanto, para um filme americano de horror recente, chega a ter um grau de ousadia.

De bônus, além de Robert Englund, temos a presença de Richard Riehle e do grande Tony Todd.

Em 2010 foi lançado o segundo filme da série, também dirigido pelo Green. Espero que ele consiga manter o mesmo nível e o  excelente climão de slasher movie oitentista realizado fora de época.

24.4.10

GARY SHERMAN EM DOSE DUPLA (OU MAIS UMA DA SÉRIE "TIRANDO O ATRASO")

Risquei dois trabalhos deste ótimo diretor da minha listinha de filmes (quem não tem uma?). Apesar de ser mais conhecido pela sua contribuição na década de 1980, foi no início dos anos 70 que o americano Gary Sherman estreou na direção comandando uma produção britânica, DEATH LINE (1972), bastante elogiado na época. Já em seu país natal, o filme foi distribuído pela AIP e rebatizado como RAW MEAT. Infelizmente teve pouca bilheteria e passou muito tempo esquecido pelo público. No Brasil chegou a ser lançado em VHS como METRÔ DA MORTE

A trama envolve um casal americano em Londres, investigação policial de pessoas desaparecidas e o mito de uma colônia de canibais numa antiga área do metrô da capital inglesa. Tudo muito bem amarrado num roteiro instigante que conta com a presença de vários personagens interessantes, como o chefe da polícia interpretado pelo sempre fenomenal Donald Pleasence, cínico, sarcástico, impagável. Há também uma minúscula participação de Christopher Lee. Sua cena é tão pequena que dá a impressão de que ele devia estar passando pelos sets para dar um “alô” pra moçada e acabou convencido de fazer a ponta. Não deixa de ser curiosa.

Embora seja seu primeiro filme, Sherman marca DEATH LINE com um notável trabalho atmosférico e beleza visual grotesca realmente deslumbrante para os fãs de terror, com direito a vários longos planos que mostram detalhes de corpos esquartejados no covil dos canibais.

Segundo algumas entrevistas, nunca foi a intenção de Sherman se tornar um diretor de filmes de terror, tanto que logo após DEATH LINE ele tentou partir para romances dramáticos, mas ninguém queria comprar as idéias do mesmo cara que havia realizado tal filme de horror britânico. Seu nome já estava enraizado no gênero. No cargo de diretor, ficou sem trabalho o resto da década de 1970.
Em 1981, teve de render-se novamente ao terror e realizou DEAD & BURIED, que foi o outro trabalho de Gary Sherman que assisti recentemente. O filme, que no Brasil recebeu o título de OS MORTOS VIVOS, se passa numa pequena cidadezinha costeira americana e é uma inteligente releitura de filmes de zumbis e seitas misteriosas. Não é coincidência um dos roteiristas ser o Dan O’bannon... E os efeitos de maquiagem ficaram a cargo do genial Stan Winston.

Não temos grandes nomes reconhecidos pelo público no elenco, a não ser a pequena presença de Robert Englund, o eterno Freddy Krueger. Mas todos estão muito bem, principalmente James Farentino que vive o xerife da cidade.
A direção de Sherman é mais contida nesta sua segunda experiência, mas não deixa de ter imagens inesquecíveis. A cena da enfermeira sádica enfiando uma agulha no olho de um paciente que precisava ser eliminado é sensacional. Uma pena que algumas sequências noturnas sejam muito escuras, mas dá um charme atmosférico interessante. Até certa altura de DEAD & BURIED, embora eu estivesse gostando bastante, não conseguia enxergar porque se tornou cult entre alguns fãs do gênero, até que veio o plano final arrebatador e aí eu compreendi o porquê. Filmaço mais que obrigatório! Aliás, DEATH LINE também. É uma pena que Gary Sherman esteja sumido atualmente...