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4.6.12

THE RAID (2011)

Stallone, meu caro, sinto muito dizer isso, mas você e sua trupe de truculentos vão ter um puta trabalho se quiserem que OS MERCENÁRIOS 2 seja a melhor fita de ação de 2012. Um sujeitinho lá da Indonésia, sem músculos avantajados e cara de bom moço, simplesmente passou a rasteira em seu elenco “testosteronado” e, na queda, aproveitou para dar uma joelhada no queixo de cada um! Sejamos sinceros, por mais que OS MERCENÁRIOS 2 seja a produção mais aguardada por mim este ano, acho praticamente impossível que consiga superar, ou até mesmo igualar, o espetáculo deflagrador de ação chamado THE RAID!

Após o sucesso de MERANTAU, o diretor Gareth Evans e o astro Iko Uwais (o tal "sujeitinho"), resolveram se juntar novamente em um produto com orçamento mais abastado e mais recurso, cujo título seria BERANDAL. No meio desse processo, algo deu errado e informações sobre o que esses caras estariam aprontando se tornaram escassas. Até que surgiram as primeiras notícias de THE RAID, um filme completamente diferente do que estava previsto, embora as imagens e o trailer já comprovassem que teríamos algo de “arrebentar a boca do balão”. Só não esperava que fosse tanto! 



A coisa funciona do seguinte modo: Uma equipe da força policial invade um edifício que serve de quartel para um poderoso barão das drogas. O sujeito tem um guarda costa que é o cão chupando manga (o louco filho da puta à esquerda na imagem acima, conhecido como Mad Dog) uma porrada de capangas e muito dinheiro para pagar qualquer indivíduo nos andares abaixo que possa empunhar um facão para protegê-lo. No lado policial, temos Rama, vivido pelo Uwais, que é apenas um integrante da equipe. Sabemos que Rama é o personagem central porque o filme abre com ele se despedindo da esposa grávida antes de ir ao trabalho… e claro, depois que ele começa a mostrar suas habilidades em resolver situações extremas, fica óbvio que o sujeito é especial. 


Ok, a premissa soa bastante simples… e é! Não significa que seja simplória. O filme abre um leque de detalhes, situações e reviravoltas à medida em que avança. Nada muito exagerado ou complexo, até porque não é o tipo de filme que tem tempo de explorar situações extra-dramáticas. Toda a narrativa é contruída em prol de sequências de ação, e parece tomar gosto pela coisa porque permanece nesse estado de tensão e adrenalina até os últimos segundos de projeção.  

É um belo exemplar de ação quase ininterrupta, que prende a atenção sem soar repetitivo em momento algum. A idéia de uma cena mais calma em THE RAID, por exemplo, é quando os personagens policiais estão escondidos em algum ponto em que podem ser descobertos a qualquer instante, mantendo o suspense sempre ativo. São poucas as cenas que respiramos aliviados até que comece mais pancadaria. E quando o filme acaba você ainda fica olhando os créditos subirem, com a cabeça meio rodando e corpo exausto, observando a quantidade de paramédicos que a produção utilizou para cuidar dos dublês…   



Por falar em dublês machucados e pancadaria, é preciso elogiar, e muito, o trabalho do diretor Gareth Evans e do coreógrafo de lutas, Yayan Ruhian. Esses caras têm uma noção absurda de como filmar sequências de porrada, posicionando a câmera no lugar ideal, escolhendo os enquadramentos e ângulos perfeitos, o corte ideal na montagem, com a única finalidade de obter o máximo de impacto de cada cena, de cada plano, de cada cotovelada na cara!

Da mesma maneira os atores trabalham em perfeita sincronia, encenando os combates com um realismo brutal e quedas que devem ter deixado os dublês de cama num hospital por algumas semanas. Sem contar que THE RAID é violentíssimo! É osso quebrado, facadas mostradas em detalhes cirúrgicos, tiro na cara, machadadas e muita joealhada e cotovelada na fuça que, se não forem reais, então eu não sei como fazem…



O próprio Ruhian entra na brincadeira no papel do guarda costa sanguinário que comentei lá em cima, o Mad Dog. O sujeito é o BICHO e o confronto final que  protagoniza é algo inacreditável, desgastante e subversivo!!! Uma das coisas mais bacanas é quando Mad Dog se prepara para essa a luta, se posicionando entre seus dois oponentes. Isso mesmo, são dois “mocinhos” contra o vilão fodão que decide ir totalmente contra o clichê do bandido sujo ou covarde, enquanto o herói está sempre em desvantagem. Mad Dog gosta do desafio de uma boa luta, algo admirável e cada vez mais raro, especialmente no cinema de ação ocidental.
 



Ainda bem que ainda temos esses orientais mostrando como fazer ação de alta qualidade. E parece que o próximo passo da equipe será uma continuação, pegando as idéias base do que seria BERANDAL e transformando em THE RAID II. Vamos aguardar, porque este aqui já nasceu clássico. THE RAID é uma obra prima que eleva o cinema de ação para um próximo nível e acho muito difícil ser alcançado tão rápido. E mesmo assim, Hollywood já se pronunciou e está preparando um remake. Tenho até pena do que vá sair. 

4.3.10

MERANTAU e NINJA ASSASSIN

Dois filmes de artes marciais que assisti recentemente:

MERANTAU (Gareth Evans, 2009): Uma das últimas grandes revelações das artes marciais vem da Indonésia: Iko Uwais, uma figura simpática que bota pra quebrar sem piedade quando precisa. Ele interpreta um camponês que resolve ir a cidade grande com o objetivo de ensinar o silat, o estilo de luta que pratica, mas chegando lá a realidade é outra. Acaba entrando numa confusão com uma rede criminosa de tráfico de mulheres e resolve tudo à base da porrada. É uma trama simples e possui algumas similaridades com ONG BAK, mas a ação é de primeira, filmada com realismo e violência, no mais impressionante estilo que eu pude ver nos últimos anos.



NINJA ASSASSIN (James McTeigue, 2009): Assistir a este depois de ver MERANTAU é pura covardia. Filminho fraco este aqui. Péssima a idéia dos Wachowski em resgatar os filmes de ninja colocando um sujeito que não sabe filmar ação e que utiliza todos os tiques modernosos irritantes para camuflar a falta de habilidade dos atores e dublês. Até que Raim, o ator principal, tem carisma, mas não é suficiente. Gostei bem mais de NINJA, do Florentine, que não dispõe de tanto recurso financeiro, mas arrebenta com ação à moda antiga.