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28.7.11

BLOODLUST ZOMBIES (2011)



As produções de baixíssimo orçamento que tendem a dar certo, geralmente, apelam para alguns elementos que este tipo específico de público espera de antemão, já que a grande maioria não assiste a um filme feito com uma merreca esperando um novo CIDADÃO KANE. Temas tabus, sangreira exagerada e mulher pelada são os favoritos da moçada. Qualquer um desses elementos utilizado de maneira eficiente não vai transformar a obra num clássico, talvez nem mesmo num bom filme, mas ao menos diverte por alguns instantes o espectador menos exigente. Isso é fato e todo mundo já deve estar careca de saber…


BLOODLUST ZOMBIES, infelizmente, não consegue atender a estes requisitos com eficiência. Mas quase chega lá… Como o título informa, é um zombie movie. O filme se passa inteiramente num mesmo ambiente, um laboratório, onde uma experiência transforma vários empregados do local em criaturas sedentas por carne humana. Logo de cara percebe-se a pobreza da produção, com vários atores amadores se levando à sério, efeitos especiais risíveis e a direção se matando para aproveitar o mesmo cenário. Até aí, tudo bem, bastava colocar um banho de sangue com a zumbizada e a coisa iria alegrar os amantes do cinema de baixo orçamento. Até temos uma ceninha ou outra divertidinha, mas o diretor preferiu enrolar o espectador com diálogos chatos e situações que prolongam muito mais que o esperado. E quando finalmente parece que a coisa vai explodir para um desfecho alucinante de gore e zumbis sendo massacrados… puff!!! O filme acaba!

Isso mesmo, BLOODLUST ZOMBIES é uma porcaria. Mas, nem tudo está perdido. Eu deixei um detalhe importante para este parágrafo. É que estamos falando da primeira participação da pornstar avantajada Alexis Texas como protagonista de um filme em que ela não precisa demonstrar seu desempenho a dois (ou a três, quatro, cinco…) de forma explícita! Apesar de não ser nenhuma Bette Davis, até que a moça se comporta muito bem na frente das câmeras quando lhe é exigido:




De qualquer maneira, apesar dessas imagens sensacionalistas, o filme é uma perda de tempo total. Fica claro a falta de recursos, como eu já disse, mas uma dose de sangue a mais, especialmente antes do final frustrante, resolveria um pouco do problema. Quer ver a Texas pelada, vai caçar na internet, não precisa aguentar esta tralha aqui.

16.3.11

ZUMBIS ITALIANOS VÃO INVADIR RECIFE!!!

Clique na imagem para saber mais informações sobre a mostra, que é organizada pelo meu grande amigo Osvaldo Neto.

3.11.10

THE WALKING DEAD


Vi o episódio piloto de THE WALKING DEAD. Gostei. Sabia da existência dos quadrinhos, que serviu de base para série, mas nunca li. Estava mais empolgado por causa do nome de Frank Darabont nos créditos, que nos surpreendeu há algum tempo com um dos melhores filmes de horror dos últimos dez anos, O NEVOEIRO. Aliás, nunca fui de acompanhar séries. As últimas tentativas fora com LOST e DEXTER, e apesar de ter curtido ambas, não tive paciência para prosseguir.

Este primeiro episódio de THE WALKING DEAD é ótimo! Nada de zumbis velocistas ou invenções de moda. Na essência, é mais do mesmo, e por isso mesmo tão bom! E não deixa de ser um raro exemplar inteligente, mesmo no desgastado subgênero dos "filmes de zumbis", que brota uns duzentos por ano e se tornou um dos mais abusados do mundo. O clima é muito legal, não sei se é fiel ao quadrinho, mas é tremendamente violento, agressivo, subversivo, tudo muito bem feito e sem frescuras. Genial? Não, mas teve o suficiente para me fazer esperar pelo segundo episódio…

1.11.10

CANNIBAL APOCALYPSE (1980), de Antonio Margheriti,

Não era exatamente o filme que eu esperava para um domingão de Halloween, mas valeu muito a pena. CANNIBAL APOCALYPSE não deixa de ser terror, embora também seja uma bizarra combinação de gêneros, com um roteiro deliciosamente desconexo que começa na selva do Vietnã, passa pelo drama de veteranos com trauma de guerra, desemboca num horror canibal cujo desejo pela carne humana é transmitida por vírus, até virar um filme de ação policial! Mesmo sem pé nem cabeça, o filme aposta na sua originalidade. Só a idéia de haver um vírus que “transmite canibalismo” através de mordidas e arranhões dos infectados é suficiente pra tirar o filme do lugar comum. Mas não poderia faltar também uma boa dose de violência e todo o tipo de efeito gore criado pelo genial Giannetto De Rossi. Margheriti (que assina o filme como Anthony M. Dawson) não tem a virtuose de um Bava ou Argento, mas já transitou em todos os gêneros do cinema popular italiano e conduz com firmeza e bom senso rítmico para comportar toda essa confusão. O fato é que Margheriti não está nada preocupado com a lógica narrativa de seu filme, e é isso que dá a ele a liberdade em tornar cada situação um momento único.

24.7.10

JEAN ROLLIN - POETA DO HORROR

Confesso que preciso dar muita atenção ainda ao francês Jean Rollin. Meu primeiro contato com ele havia sido com o terrível ZOMBIE LAKE (1981), que na minha ingênua ignorância, coloquei a culpa pelo fracasso e cretinice do filme no diretor. Ainda continuo ingênuo e ignorante, mas melhorei um pouco de lá pra cá. Já considero o filme divertido, só que pelos motivos errados. Tem algumas das piores cenas de zumbis em ação que eu já vi, as maquiagens parecem ter sido feitas por uma criança, a trama é ridícula e chega a dar pena dos atores. Mas o negócio é não levar a sério, entrar no clima e dar boas risadas.

Só para dar mais informação, ZOMBIE LAKE era um projeto de outro diretor maluco, o Jess Franco, com todos os elementos característicos que só ele sabia trabalhar. O filme seria uma bomba de qualquer jeito, mas talvez não fosse tão ruim, já que Franco é mestre nesse tipo de coisa. Mas o sujeito desapareceu na véspera das filmagens e Jean Rollin foi chamado pelos produtores 6 horas antes de começar a rodar o filme!!! Acabou assinando como A. J. Lazer e ficou por isso mesmo.

Enfim, venho acumulando alguns filmes do Rollin por aqui, mas nada de parar para assistir. Ontem resolvi ver THE GRAPES OF DEATH (1978) e agora sim, pude contemplar o que o diretor é capaz. Trata-se de um poético zombie movie, filmado, creio eu, no interior da França, onde os contaminados surgem por causa de um novo pesticida utilizado em uma vinícola.

Quase não há diálogos e a trama pouco importa. Parece mais um sonho, que vai ficando cada vez mais denso. Uma jovem foge do trem por causa de um zumbi e vaga até seu destino enfrentando situações de puro terror com essas criaturas, percorrendo o belíssimo cenário. Em uma cena surreal, ela encontra a grande Brigitte Lahaie, e o que se segue a partir daí é simplesmente do cacete! O plano do zumbi beijando a cabeça decepada de uma mulher é apenas um dos pontos altos deste espetáculo grotesco. Muito bom mesmo!

Portanto, se alguém tiver interesse em iniciar a obra de Rollin, acho que THE GRAPES OF DEATH seria bem mais recondável que ZOMBIE LAKE...

5.4.10

SURVIVAL OF THE DEAD (2009), de George A. Romero

Para alguns, Romero se tornou um velho gagá. Para outros, continua mestre do terror americano. Acho que está mais para uma mistura das duas coisas. O importante é que o sujeito está aí apresentando seu sexto filme de zumbis, SURVIVAL OF THE DEAD, e se não possui mais a mesma força inventiva da trilogia original (e realmente não possui), ao menos cada filme seu é uma revelação cujos impulsos criativos provam que o velho diretor ainda encontra-se sóbrio em relação ao seu cinema.
 Em SURVIVAL, Romero utiliza pela primeira vez um personagem de um trabalho anterior para fazer uma ligação direta entre os filmes. No caso, o líder de um esquadrão do exército que apareceu rapidamente em DIÁRIO DOS MORTOS roubando o trailer dos jovens protagonistas que filmavam tudo com suas câmeras. Mas desta vez ele oferece uma opção visual convencional, substituindo a representação documental.
A trama ocorre seis dias após o surgimento dos zumbis em DIÁRIO. O cenário é uma ilha onde duas famílias proeminentes estão em conflito em relação à maneira de lidar com a epidemia dos mortos vivos. Os O’Flynns não toleram os zumbis e acreditam que devem ser exterminados sem piedade. Já o clã dos Muldoons pensa que um dia haverá uma cura e, enquanto isso, os zumbis podem ser domesticados e até mesmo alimentados com algo que não seja carne humana. Procurando um lugar para ficar em paz, o esquadrão acaba entrando no meio desta confusão.
 Todos nós sabemos que os filmes de zumbis de Romero são, acima de tudo, metáforas que apontam críticas e reflexões sociais. Particularmente, acho que em SURVIVAL, o diretor não teve muito o que dizer ou não soube explorar essas idéias ou eu que tenho o QI de uma anta, o que é mais provável. Claro que há os militares e os personagens irlandeses da ilha cujas presenças possuem valor simbólico, como o próprio diretor afirma em entrevistas. Mas é pouco em comparação à substancial primeira trilogia.
Como filme B de zumbi isolado e sem grandes pretensões, não tenho do que reclamar. SURVIVAL é divertido pacas, possui bastante cenas de ação, muitos zumbis levando chumbo na cabeça, um bocado de gore e muito sangue (grande parte em CGI, infelizmente, mas já cansei de me preocupar com isso). Há um certo tom de humor que nem sempre se encaixa, mas também não me incomoda. Se por um lado Romero já não possui aquele vigor com circunstâncias sociais, como cineasta continua em plena forma, brincando com composições visuais estilísticas, algumas delas inspiradas no western, como no belo plano final.
Talvez eu esteja gostando do filme pelos motivos errados de novo, sendo tolerante demais e sem frescuras com alguns detalhes tortos, assim como em A ILHA DO MEDO. O que vejo aqui é um velhinho brincando de cinema de terror, com seus mortos vivos que já não assustam ninguém, sem a mesma grandeza e aspirações de outrora, mas ainda sobra para o espectador um passatempo fílmico de ótima qualidade. E no contexto do cinema de horror atual, isso é muita coisa!

30.3.10

REC ² (2009), de Paco Plaza e Jaume Balagueró

Eu gosto do primeiro REC. A linguagem da câmera subjetiva, que dá a impressão de um documentário, conseguiu imprimir um realismo interessante ao subgênero de filmes de zumbis (fazendo um contraponto no igualmente ótimo DIÁRIO DOS MORTOS, de George Romero). Jaume Balagueró e Paco Plaza, dois sujeitos talentosos na condução e construção atmosférica de terror também ajudam bastante. Não chega a ser um filmaço surpreendente de outro mundo, mas está acima da média, assim como sua continuação, que é muito boa e consegue manter o nível.
REC² inicia 15 minutos após o desfecho do primeiro filme, agora com a câmera de um esquadrão da polícia servindo como ponto de vista para que o espectador acompanhe cada momento dentro do mesmo prédio do filme anterior. A sacada do roteiro foi acrescentar um outro elemento de terror na estória. Não vou contar pra não estragar o vislumbre, mas o final do primeiro deixava isso bem claro. A direção de atores continua excelente e o elenco corresponde muito bem às situações aterradoras da trama com ótimas encenações, muita criatividade e veracidade. Quem curtiu REC vai gostar de revisitar o velho prédio do centro de Barcelona recheado de zumbis.

23.11.09

BURIAL GROUND (Le Notti del Terrore, 1981), de Andrea Bianchi

Dos filmes do fim de semana, um dos mais legais foi este clássico zombie movie carcamano, BURIAL GROUND, dirigido por Andrea Biachi, considerado um dos piores profissionais em sua área ao lado de Bruno Mattei... Mas não se preocupem com essas classificações, os verdadeiros fãs das bagaceiras à italiana vão adorar este aqui, nem que seja para dar boas risadas das situações que acabam gerando humor involuntário.

BURIAL GROUND é uma coisa linda, já está entre os meus zombie movies favoritos! A estória é bem tola, sobre três casais e um adolescente que visitam um cientista que trabalha em sua propriedade escavando e estudando alguma coisa que, pra falar a verdade, nem me recordo o que era... Só lembro que no início ele diz algo como “Sou o único que conhece o segredo!”. Mas acho que este detalhe não chega a ser muito importante na trama, já que 2 minutos depois, de volta às suas escavações, o cientista é atacado por um bando de zumbis e o tal segredo nunca é revelado no decorrer da estória . Enfim, seus convidados chegam ao local e sem muita enrolação (a não ser pra mostrar algumas cenas de sexo, o que eu chamo de uma boa enrolação) os zumbis põem-se a perseguir os personagens.

Claramente inspirado em ZOMBIE 2 de Lucio Fulci, o filme acabou recebendo o título ZOMBIE 3 em alguns lugares da Europa. Tirando várias cenas que o Bianchi chupou sem vergonha alguma do filme de Fulci, os dois filmes não possuem qualquer ligação. Inclusive, alguns anos mais tarde, o próprio Fulci deu inicio às filmagens do verdadeiro ZOMBIE 3, mas acabou finalizado pelo Bruno Mattei.

Dois detalhes geniais sobre BURIAL GROUND: primeiro, os zumbis, que possuem as maquiagens mais bizarras e mal feitas que eu já vi em algum filme do gênero. Claro que isso concede um charme muito legal ao filme, principalmente porque Bianchi faz questão de filmar com orgulho os seus zumbis em closes de uma maneira de fazer inveja ao Sergio Leone, acentuando todas as falhas das maquiagens. É bem engraçado. Os zumbis de Bianchi seguem a mesma linha de locomoção das criaturas de George Romero e Lucio Fulci, lentos e fáceis de escapar, mas possuem um nível de inteligência um pouco acima. São capazes de usar ferramentas, subir em lugares difíceis para conseguir “alimento” e em certo momento um zumbi utiliza um prego como se fosse uma arma ninja! Coisa de louco...

Apesar de tudo isso, o segundo detalhe é o que mais chama atenção em termos de bizarrice! E não tem nada a ver com os pobres zumbis. Estamos falando do adolescente do filme. Pra começar, o relacionamento no qual mantém com sua mãe é um tanto estranho, já que não é todo dia que vemos alguém com 14 anos querendo tomar leitinho quente direto do peito da mãe. Depois, o ator que interpreta o papel é Pietro Barcella (creditado aqui como Peter Bark), um sujeito muito estranho, meio anão, na época com seus 25 anos, dando a impressão de que alguém colocou a cabeça de um homem no corpo de um adolescente de 14 anos. Somando a isso a coisa do incesto, temos aí algo tão peculiar quanto os próprios zumbis do filme...

E é por essas e outras que fica impossível não adorar o cinema popular italiano!

18.11.09

A NOITE DO TERROR CEGO (La Noche del Terror Ciego, 1971), de Amando de Ossorio

Com o novo padrão estético e narrativo dos filmes de zumbis (e por que não, do terror de um modo geral?) definido por George Romero em A NOITE DOS MORTOS VIVOS, o diretor espanhol Amando de Ossorio resolveu deixar sua autêntica contribuição ao subgênero com este A NOITE DO TERROR CEGO, colocando cavaleiros templários como zumbis que saem das tumbas para fazerem suas vítimas...

A mitologia desses zumbis, na qual rendeu uma saga que ainda possui mais três filmes além deste aqui, narra que os tais cavaleiros templários, ainda na idade média, foram condenados por heresia e tiveram seus olhos arrancados, mas por possuírem um conhecimento secreto de magia negra, conseguiram perpetuar seus corpos ao longo do tempo, escondidos nas ruínas onde no passado foram condenados.

Betty (Lone Fleming) e Virginia (Helen Harp) são duas amigas dos tempos de colégio que se reencontram, após muitos anos, na piscina de um hotel. Virgínia está há dias tentando conquistar Roger (César Burner), mas quando este põe os olhos em Betty já percebemos que a coisa vai esquentar neste triangulo de emoções. Mas claro que isso não chega a ser tão explorado pelo diretor, que precisa se concentrar no lance dos zumbis sem olhos.

Então, em uma excursão de trem, quando rapidamente fica claro que as intenções carnais de Roger estão pendendo pro lado de Betty, Virginia tem um ataque de nervos do nível de uma adolescente de 14 anos e salta do trem emburrada. Um pouco antes disso, porém, um flashback mostra o tipo de relação que as duas amigas haviam tido no colégio: aquela em que se colocam as aranhas para brigar, se é que me entendem. Esse simples flashback é uma das cenas mais sofisticadas do filme, com uma atmosfera de sonho, e o som do trem que permanece constante de background... o resultado é bem interessante.

Bom, Virgínia fora do trem, no meio do nada, completamente sozinha, acaba indo parar justamente num lugar onde ninguém conseguiria imaginar! As ruínas dos cavaleiros templários zumbis sem olhos!!! Ainda durante o dia, ela fica apenas andando pra lá e pra cá pelo local sem muito que fazer (e neste momento agradeço por terem inventado o controle remoto), mas a noite, temos a clássica sequência dos mortos vivos saindo de suas tumbas com sede de sangue, cavalgando em câmera lenta (só não me pergunte de onde saíram os cavalos). Ossorio deve ter achado a cena dos zumbis saindo do jazigo tão boa, mas tão boa, que acabou repetindo a mesma cena nos filmes seguintes. Enfim, Virgínia acaba sendo a primeira vítima dos zumbis...

É nesta sequência que podemos contemplar os cavaleiros pela primeira vez, com suas roupas medievais de soldados templários já bem envelhecidas pelo tempo e o crânio sinistro protuberante no lugar da face. A produção de A NOITE DO TERROR CEGO é bem independente, com baixíssimo orçamento, e um dos grandes trunfos do filme é fazer acontecer sabendo evitar os problemas de recursos com bastante criatividade. Outros momentos bacanas que demonstram isso é a cena do necrotério e, em especial, o ataque à casa de moda, com um uso de cores, luzes e espaço, cercado de manequins, que remete a atmosfera de SEI DONNE PER L’ASSASSINO, do mestre Mario Bava.

Com o sucesso deste primeiro filme, Amando de Ossorio se sentiu obrigado a continuar contando a saga dos zumbis sem olhos, dos quais não tive ainda a oportunidade de assistir, mas espero que sejam, no mínimo, uma boa diversão como este aqui.