Mostrando postagens com marcador willem dafoe. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador willem dafoe. Mostrar todas as postagens
20.8.13
12.4.12
Contagem Regressiva BULLET TO THE HEAD #2: RUAS DE FOGO (1984)
Antes mesmo de me preocupar em saber o nome de diretores, eu já gostava do trabalho de Walter Hill. Alguns de seus principais filmes passavam exaustivamente na TV e durante a minha infância pude conferir várias belezinhas, como 48 HORAS I e II, INFERNO VERMELHO, THE WARRIORS, EXTREME PREJUDICE, etc…
No entanto, o curioso é que mesmo tendo visto apenas uma parcela de seu trabalho, adorando o cinema do sujeito, tendo-o, na minha opinião, como um dos pilares do cinema de ação moderno (junto com Woo, Flynn, Castellari, Mann e, claro, Peckinpah), grande parte da sua obra só fui parar para conferir há pouco mais de dois anos: LUTADOR DE RUA, CAVALGADA DOS PROSCRITOS, THE DRIVER, O IMBATÍVEL… Pra piorar (ou não, já que vou ter o prazer de assistir pela primeira vez), me falta conferir um bocado de coisa do homem ainda (SOUTHERN COMFORT, TRESPASS, JOHNNY HANDSOME, WILD BILL, etc).
E RUAS DE FOGO entra na categoria das descobertas recentes. Tive uma relutância boba, não sei explicar a razão por não ter assistido antes e me arrependo profundamente por tê-lo conferido agora. Não, não achei o filme ruim, ou algo parecido, pelo contrário, é uma obra muito estilosa, sonoricamente magnífica e visualmente hipnotizante, tem boa ação (não poderia ser diferente, já que estamos falando do Hill), enfim, é mais que uma simples diversão! Mas eu fico imaginando assistir com o olhar de menino… teria sido, no mínimo, mágico!
Situado em um universo paralelo em um período indefinido, um mundo mítico saído da mente de Hill - talvez o mesmo universo de THE WARRIORS - que mistura a década de 50 com a de 80, RUAS DE FOGO narra a simples fábula na qual Cody (Michael Paré), retorna para casa, após o chamado de sua irmã, para resgatar sua antiga namorada, agora uma cantora de sucesso, Ellen (Diane Lane), das garras de Raven (Willem Dafoe), líder de uma gangue de motoqueiros. Assim eles poderão tentar dar uma segunda chance ao amor, ou não, e ela poderá continuar cantando músicas bacanas como Tonight Is What It Means To Be Young, uma das tantas canções que fica grudada na cabeça:
Ah, sim! Esqueci de dizer que o filme é meio que um musical… mas não do tipo convencional, desses que as pessoas substituem diálogos com cantoria, como nos desenhos da Disney. A narrativa é pontuada com trechos de shows da mocinha e outros músicos, e o filme inteiro acaba possuindo um ritmo alucinante no encadeamento das cenas. A sequência do resgate de Ellen é um bom exemplo, quando a edição entrecorta planos de Cody se preparando para distribuir sopapos, tiros, explodir motocicletas, com a apresentação de Rock’n’Roll dentro de um bar. O efeito sonoro-visual é simplesmente incrível!
Michael Paré demonstra ser um canastrão de rostinho bonito que prometia ser um astro, mas acabou entrando em cada furada... Nem mesmo o Hill conseguiu tirar muita coisa do sujeito, mas até que não se sai tão mal por aqui fazendo pose de herói de ação, com seu modelito cowboy, estilo ERA UMA VEZ NO ESTE. Já Diane Lane, apesar de ser de dublada nas cenas que aparece cantando, está admirável e tem bastante química com Paré. E ainda temos Willem Dafoe fazendo vilão com aqueles olhos esbugalhados e assustadores. Sujeito possui talento de sobra! O elenco se completa ainda com Bill Paxton, Rick Moranis, Deborah Van Valkenburgh e Amy Madigan, que é uma das personagens mais interessates, autêntica mulher-macho, que chuta a bunda dos marmanjos e faria Stallones e Schwarzeneggers pensarem duas vezes antes de mexer com ela.
O projeto inicial de Hill seria realizar uma trilogia com o personagem de Paré, mas como RUAS DE FOGO foi um desastre completo nas bilheterias, acabaram desistindo da idéia. Mas é um filme fascinante que já encontrou o seu público e ganhou status de cult, merecidademente. Ainda este ano ou no próximo (nunca se sabe), o diretor Albert Pyun, que é fã confesso de RUAS DE FOGO, pretende lançar uma espécie de continuação não oficial, ROAD TO HELL, estrelado pelo Paré. Vamos ver o que vai dar…
No entanto, o curioso é que mesmo tendo visto apenas uma parcela de seu trabalho, adorando o cinema do sujeito, tendo-o, na minha opinião, como um dos pilares do cinema de ação moderno (junto com Woo, Flynn, Castellari, Mann e, claro, Peckinpah), grande parte da sua obra só fui parar para conferir há pouco mais de dois anos: LUTADOR DE RUA, CAVALGADA DOS PROSCRITOS, THE DRIVER, O IMBATÍVEL… Pra piorar (ou não, já que vou ter o prazer de assistir pela primeira vez), me falta conferir um bocado de coisa do homem ainda (SOUTHERN COMFORT, TRESPASS, JOHNNY HANDSOME, WILD BILL, etc).
E RUAS DE FOGO entra na categoria das descobertas recentes. Tive uma relutância boba, não sei explicar a razão por não ter assistido antes e me arrependo profundamente por tê-lo conferido agora. Não, não achei o filme ruim, ou algo parecido, pelo contrário, é uma obra muito estilosa, sonoricamente magnífica e visualmente hipnotizante, tem boa ação (não poderia ser diferente, já que estamos falando do Hill), enfim, é mais que uma simples diversão! Mas eu fico imaginando assistir com o olhar de menino… teria sido, no mínimo, mágico!
Situado em um universo paralelo em um período indefinido, um mundo mítico saído da mente de Hill - talvez o mesmo universo de THE WARRIORS - que mistura a década de 50 com a de 80, RUAS DE FOGO narra a simples fábula na qual Cody (Michael Paré), retorna para casa, após o chamado de sua irmã, para resgatar sua antiga namorada, agora uma cantora de sucesso, Ellen (Diane Lane), das garras de Raven (Willem Dafoe), líder de uma gangue de motoqueiros. Assim eles poderão tentar dar uma segunda chance ao amor, ou não, e ela poderá continuar cantando músicas bacanas como Tonight Is What It Means To Be Young, uma das tantas canções que fica grudada na cabeça:
*Este vídeo contém spoiler!
Ah, sim! Esqueci de dizer que o filme é meio que um musical… mas não do tipo convencional, desses que as pessoas substituem diálogos com cantoria, como nos desenhos da Disney. A narrativa é pontuada com trechos de shows da mocinha e outros músicos, e o filme inteiro acaba possuindo um ritmo alucinante no encadeamento das cenas. A sequência do resgate de Ellen é um bom exemplo, quando a edição entrecorta planos de Cody se preparando para distribuir sopapos, tiros, explodir motocicletas, com a apresentação de Rock’n’Roll dentro de um bar. O efeito sonoro-visual é simplesmente incrível!
Michael Paré demonstra ser um canastrão de rostinho bonito que prometia ser um astro, mas acabou entrando em cada furada... Nem mesmo o Hill conseguiu tirar muita coisa do sujeito, mas até que não se sai tão mal por aqui fazendo pose de herói de ação, com seu modelito cowboy, estilo ERA UMA VEZ NO ESTE. Já Diane Lane, apesar de ser de dublada nas cenas que aparece cantando, está admirável e tem bastante química com Paré. E ainda temos Willem Dafoe fazendo vilão com aqueles olhos esbugalhados e assustadores. Sujeito possui talento de sobra! O elenco se completa ainda com Bill Paxton, Rick Moranis, Deborah Van Valkenburgh e Amy Madigan, que é uma das personagens mais interessates, autêntica mulher-macho, que chuta a bunda dos marmanjos e faria Stallones e Schwarzeneggers pensarem duas vezes antes de mexer com ela.
O projeto inicial de Hill seria realizar uma trilogia com o personagem de Paré, mas como RUAS DE FOGO foi um desastre completo nas bilheterias, acabaram desistindo da idéia. Mas é um filme fascinante que já encontrou o seu público e ganhou status de cult, merecidademente. Ainda este ano ou no próximo (nunca se sabe), o diretor Albert Pyun, que é fã confesso de RUAS DE FOGO, pretende lançar uma espécie de continuação não oficial, ROAD TO HELL, estrelado pelo Paré. Vamos ver o que vai dar…
28.2.12
22.2.10
Notas de um carnaval cinematográfico - Parte Final: DAYBREAKERS (2009), de Michael Spierig e Peter Spierig
Para finalizar as aventuras cinematográficas do Carnaval (já devem estar enchando o saco), assisti a esta recente produção sobre vampiros, cuja idéia central até que é muito interessante (confesso que fiquei empolgado quando vi o trailer), mas o filme sofre um pouco na execução. Cai em quase todas as armadilhas e clichês que tornam a grande maioria das super produções em filmes medíocres pretensiosos que servem, na verdade, apenas para encher o bolso dos executivos. Está longe de ser uma total decepção, mas poderia ter ido muito além.
No futuro, a raça humana está quase extinta. 90% da população é composta por vampiros que vive normalmente como nós nos dias de hoje, com a peculiaridade de que passam um perrengue e lutam desesperadamente para obter uma nova fonte de alimento, algo que substitua o sangue humano, já que este prato específico encontra-se extremamento escasso no cardápio da população. Para piorar a situação, uma nova raça mutante começa a surgir devido a falta de alimento.
DAYBREAKERS foi escrito e dirigido pelos irmãos Spierig. Não assisti ainda ao filme anterior deles, UNDEAD, mas o trabalho de câmera por aqui é bem típico dos filmes hollywoodianos atuais, sem grande inspiração, filmado no piloto automático. Ao menos há um visual interessante que remete aos filmes noir em determinados momentos; boa dose violência explícita e muito sangue, mas nada que não tenhamos visto antes. A falta de foco é um dos principais problemas. O roteiro não preza pela objetividade e divide sua atenção em tantos pontos que o ritmo sai bastante prejudicado. O pior é que fica claro como tudo poderia ser melhor aproveitado, mas o que eu posso fazer? Ainda existem várias cenas marcadas por situações que subestimam a inteligência do espectador. E o grande público nem liga mais de ser chamado de burro…
O elenco tem uns sujeitos legais. Ethan Hawke está bem como protagonista, mas é lógico que a “cena” é roubada pelo grande Willem Dafoe em mais um personagem cool (e que poderia ter sido bem mais utilizado também). Outro destaque é Sam Neill no papel de vilão, que é onde eu realmente acho que ele se sai melhor. A mitologia dos Vampiros é respeitada e até bem inserida nas cenas de ação, principalmente na sequência da perseguição de carro, com os buracos dos tiros abrindo espaço para os raios de sol, atrapalhando o vampiro de Hawke a dirigir.
No fim das contas, é mais um filme sem sal que ficou só na vontade de ser algo a mais. Talvez seja também só a minha opinião… recomendo pelo menos uma conferida pra tirarem as próprias conclusões.
5.10.09
ANTICRISTO (Antichrist, 2009), de Lars Von Trier

Taí o novo filme do Lars Von Trier, esse dinamarquês maluco que sempre divide as opiniões do público diante de suas obras. Infelizmente não estreou nos cinemas daqui, então tive de apelar mesmo para os meus recursos do submundo, mas tudo bem. E se minhas expectativas estavam lá em cima com todo o bafafá que quase sempre rola com seus filmes, tudo se superou! Las Von Trier só confirma que ainda é o grande diretor que eu enxergava em seus filmes anteriores e ainda possui a mesma facilidade de me surpreender com poder de suas imagens.
Segundo o diretor, o roteiro de ANTICRISTO foi desenvolvido apenas como um exercício de escrita, depois de ter passado por uma forte crise de depressão. A influencia de seu estado de espírito no processo criativo é muito forte: ele explora o gênero do terror psicológico para narrar a estória de um casal que fica arrasado com a morte do filho pequeno e acaba se refugiando em sua cabana isolada no meio da floresta, a qual é chamada de Éden, como tentativa de curar as dores da perda, principalmente a mulher, extremamente traumatizada e com sentimento de culpa pelo ocorrido.
É meio complicado, pra mim, falar sobre ANTICRISTO e com certeza eu não vou ter nada a acrescentar sobre tudo que já foi dito. É um desses filmes extremamente rico em metáforas, aberto a interpretações, onde cada elemento em cena serve de alegoria para algo mais profundo e reflexivo. O tom de pesadelo é constante na floresta onde grande parte da trama se passa – filmada com a impressão de que a qualquer momento os personagens serão destroçados pela força da natureza. É um cenário de vida própria que participa como um personagem, com uma atmosfera carregada de simbolismos que me deixou arrepiado do inicio ao fim.
É até curioso que Trier dedique o filme ao diretor russo Andrei Tarkovsky. Em O ELEMENTO DO CRIME, primeiro longa do dinamarquês, eu já havia suspeitado que a principal influência dele seria mesmo o diretor de STALKER. Este último filme, aliás, parece ser a maior referência do diretor em ANTICRISTO com a psicologia e metafísica do embate entre o homem e a força da natureza.
Esqueçam totalmente a câmera que treme mais que vara de bambu de seus filmes anteriores. A direção do homem aqui é ótima, com pleno cuidado dos planos, sóbrios movimentos de câmera e um rigor estético impressionante. A câmera só treme em certos momentos, quando há a necessidade. Engraçado que este seja o primeiro filme que ele realizou sem tocar na câmera, pois, segundo ele afirma, ainda não se sentia preparado. Então tomara que continue despreparado sempre, porque é o trabalho de direção mais criativo de sua carreira.
Também chama a atenção a maneira como os atores se entregam ao projeto. A narrativa acompanha apenas Willen Dafoe e Charlotte Gainsbourg em seus personagens sem nomes, fazendo alusão a Adão e Eva no jardim do Éden, e eles mandam muito bem. Como é bom ver o Dafoe sendo bem aproveitado! Já Gainsbourg está perfeita! É incrível como o diretor consegue extrair atuações poderosas de suas atrizes, basta lembrar de Emily Watson em ONDAS DO DESTINO, Bjork em DANÇANDO NO ESCURO, ou até mesmo a Nicole Kidman no seu melhor momento em DOGVILLE. E Gainsbourg não fica atrás de nenhuma delas. A carga dramática que o Lars Von Trier coloca sobre o casal é muito pesada e não é qualquer ator que deve aguentar...
E muito se falou das cenas de violência gráfica, sexo explícito, detalhes que os críticos desaprovam acusando o filme de polêmico. Tais cenas são muito bem inseridas no contexto visceral das últimas conseqüências do enredo e não possuem nada de gratuito. Mas servem pra causar o choque também, oras! O que há de mal em um choque visual de vez em quando? Lars Von Trier é subversivo, um provocador. No epílogo de ANTICRISTO, por exemplo, todo mostrado em câmera lenta, lindamente fotografado num preto e branco, ele quer mesmo que os puritanos abandonem as salas e que permaneçam apenas seus admiradores e aqueles com a mente mais aberta para este tipo de experiência visual. Pode até ser que ache o filme uma merda, mas indiferente não dá pra ficar. Eu adorei.
Segundo o diretor, o roteiro de ANTICRISTO foi desenvolvido apenas como um exercício de escrita, depois de ter passado por uma forte crise de depressão. A influencia de seu estado de espírito no processo criativo é muito forte: ele explora o gênero do terror psicológico para narrar a estória de um casal que fica arrasado com a morte do filho pequeno e acaba se refugiando em sua cabana isolada no meio da floresta, a qual é chamada de Éden, como tentativa de curar as dores da perda, principalmente a mulher, extremamente traumatizada e com sentimento de culpa pelo ocorrido.

É até curioso que Trier dedique o filme ao diretor russo Andrei Tarkovsky. Em O ELEMENTO DO CRIME, primeiro longa do dinamarquês, eu já havia suspeitado que a principal influência dele seria mesmo o diretor de STALKER. Este último filme, aliás, parece ser a maior referência do diretor em ANTICRISTO com a psicologia e metafísica do embate entre o homem e a força da natureza.
Esqueçam totalmente a câmera que treme mais que vara de bambu de seus filmes anteriores. A direção do homem aqui é ótima, com pleno cuidado dos planos, sóbrios movimentos de câmera e um rigor estético impressionante. A câmera só treme em certos momentos, quando há a necessidade. Engraçado que este seja o primeiro filme que ele realizou sem tocar na câmera, pois, segundo ele afirma, ainda não se sentia preparado. Então tomara que continue despreparado sempre, porque é o trabalho de direção mais criativo de sua carreira.

E muito se falou das cenas de violência gráfica, sexo explícito, detalhes que os críticos desaprovam acusando o filme de polêmico. Tais cenas são muito bem inseridas no contexto visceral das últimas conseqüências do enredo e não possuem nada de gratuito. Mas servem pra causar o choque também, oras! O que há de mal em um choque visual de vez em quando? Lars Von Trier é subversivo, um provocador. No epílogo de ANTICRISTO, por exemplo, todo mostrado em câmera lenta, lindamente fotografado num preto e branco, ele quer mesmo que os puritanos abandonem as salas e que permaneçam apenas seus admiradores e aqueles com a mente mais aberta para este tipo de experiência visual. Pode até ser que ache o filme uma merda, mas indiferente não dá pra ficar. Eu adorei.
Assinar:
Postagens (Atom)