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8.10.10

PREDADORES (2010), de Nimród Antal

Só agora assisti a PREDADORES. Sempre tive a impressão de que o personagem alienígena do primeiro filme, o tal predador, seria um playboy metido a besta que fica gastando o dinheiro e a nave espacial do pai indo de planeta em planeta praticar a caça, seu esporte preferido. Depois veio o segundo filme, que apesar de pouco lembrado, é muito bacana, e agora esse PREDADORES, que enfatiza ainda mais a minha teoria. Não só o predador do primeiro filme é um puta vadio, como toda a sua espécie é formada por um bando de desocupados que gastam todo seu tempo e fortuna brincando de caçar outras espécies e quando não estão fazendo isso, ficam aprimorando habilidades de caça e melhorando a tecnologia pra garantir que a brincadeira não fique muito perigosa pra eles… porque só me resta essa explicação pra tanta covardia. Se é tão legal para os predadores ficar caçando seres inferiores, qual é a graça de usar todo aquele aparato tecnológico pra cima de uns pobres infelizes como os seres humanos ou qualquer outra raça? Raios lasers, visão infra-vermelha que capta calor, camuflagem… além de desocupados, são covardes.
Pensando nisso tudo que eu acabei de escrever e lembrando dos dois primeiros filmes, fica ainda mais evidente de como PREDADORES é fraco. É um filme ofensivo para os fãs dos originais, assim como deve ter sido aqueles que o predador enfrenta os Aliens da outra franquia, que eu me recusei a ver… me senti ofendido. O roteiro chupa todo o primeiro filme, a ação é ruim, o suspense é meia boca e os diálogos são de fazer vergonha alheia. O filme joga o espectador numa trama meio LOST e começa a acumular pessoas num planeta onde os predadores utilizam pra brincar de caçadores, mas a construção dos personagens é tão rasa e clichê que de antemão já sabemos quem morre e quem sobrevive até o fim. E puta merda, Adrien Brody pagando de anti herói badass de voz rouca não dá pra comprar.
O pior é a personagem da Alice Braga tentando deixar algo a se pensar para o público com a filosofia de boteco “Somos os predadores do nosso mundo” ou coisas do tipo. Algumas cenas são bacanas, como a do Yakuza usando uma espada samurai encarando bravamente um predador. Pena que são pouquíssimas cenas que conseguem sobressair com um lapso de criatividade. Não é o pior filme do mundo e até que dá pra assistir sem ficar xingando a mãe do roteirista, mas o resultado disso tudo nós já vimos antes, só que muito melhor. Um filmaço, aliás, dos anos oitenta, estrelado pelo Arnoldão…

24.9.09

GIALLO (2009), de Dario Argento


Se fosse realizado nos anos 70, GIALLO não teria nada de especial, seria apenas um bom suspense policial em meio às tantas obras primas que o cinema italiano apresentou no período. Mas no contexto atual, o novo filme de Dario Argento é tudo aquilo que se espera da discreta proposta de retornar às origens de um gênero estuprado por jovens cineastas – americanos, na grande maioria – e que atualmente vem tentando se revitalizar com alguns bons exemplos aqui e ali. O filme continua não tendo muito de original, mas Argento consegue provar que é possível fazer um excelente trabalho, à moda antiga, sem a frescurada de montagens espertinhas ou efeitos especiais em CGI (como o próprio Argento havia errado a mão em A MÃE DAS LÁGRIMAS).

Apesar do nome, GIALLO não possui os elementos necessários para fazer parte do subgênero que o diretor ajudou a consolidar na Itália nos anos 70 e 80, e qualquer um com o mínimo de desconfiança sabe que é praticamente impossível fazer um legítimo giallo nos dias de hoje. Mas nem era essa a pretensão de Argento. Ele simplesmente dirige uma trama policial onde temos Adrien Brody encarnando um detetive à procura de um serial killer que seqüestra belas mulheres para desforrar seus traumas em cima delas. O "amarelo" do título (que em italiano é giallo) , se deve a uma peculiaridade do bandido. No elenco, ainda temos Emmanuelle Seigner vivendo a irmã de uma vítima do assassino e que resolve se meter no caso...

O filme serve também para provar que Argento permanece como um dos grandes nomes do horror e um artista único na condução e no controle de todos os elementos que tem em mãos, como a estética das cores, a movimentação da câmera desvencilhada, a mise en scène, a violência gráfica com direito à baldes de sangue, como nos velhos tempos de TENEBRE e PROFONDO ROSSO. O conteúdo pode ser simples (embora tenha boas sacadas com o passado do personagem de Brody), mas na forma Argento continua genial. Cada detalhe de cena, planos memoráveis (como a do final quando Brody se afasta do local do crime), a fotografia, tudo é valorizado ao máximo para trazer um novo frescor ao gênero e colocar o nome de Dario Argento de volta ao panteão, de onde nunca deveria ter saído. Uma pena que a distribuidora daqui fez o favor de nos poupar de ir ao cinema assistir a esta belíssima obra na tela grande.