- TRUE LEGEND (Su Qi-Er, 2010), de Yuen Woo-Ping
O filme é uma mistura das mais surtadas que homenageia o cinema de artes marciais em todo seu esplendor, especialmente o wuxia, que contempla o lado fantástico do gênero. TRUE LEGEND mais parece uma brincadeira com os vários ingredientes que fizeram – e ainda fazem – a cabeça dos fãs. A narrativa lembra um video game, é porrada do começo ao fim, repleto de referências que vão desde DRUNKEN MASTER a FIVE DEADLY VENONS e muitos outros. Ah, vale lembrar que o diretor Woo-Ping é um dos grandes nomes do cinema de artes marciais de todos os tempos, tendo no curriculo vários clássicos do gênero. TRUE LEGEND marca seu retorno. Desde 1996 ele não dirigia nada para cinema. E continua um mestre em conduzir magníficas sequências de ação (a luta que se desdobra dentro de um fosso é sensacional). Nem os efeitos especiais de CGI exagerados e a abrupta mudança de foco do enredo conseguem atrapalhar a diversão.
- MOTHER (Madeo, 2009), de Bong Joon-Ho
Bong é desses diretores que é sempre bom ficar de olho (Será que vai mesmo pintar um HOSPEDEIRO 2?). Não sei porque demorei tanto, apesar dos elogios de vários amigos, mas finalmente conferi este seu filme mais recente, sobre uma mãe que faz de tudo para provar a inocência do filho retardado, acusado de assassinato. O filme possui alguns ecos que remetem a outro trabalho do diretor, o espetacular MEMÓRIAS DE UM ASSASSINO. MOTHER segue a mesma linha só que desta vez é com essa senhora como protagonista, metendo o nariz em várias situações enquanto investiga o caso, o que não impede de haver momentos de tensão. A direção de Bong é de uma maestria impressionante, administrando sequências de suspense atmosférico com uma carga dramática pra lá de forte, e uma pitada do humor negro habitual em seus filmes. Mas o que mais me surpreende é a atuação devastadora da atriz Kim Lye-ja, que faz o papel da mãe. Ainda prefiro MEMÓRIAS, mas MOTHER não fica muito atrás.
- UM HOMEM SÉRIO (A Serious Man, 2009), de Ethan e Joel Coen
Outro que demorei bastante para assistir, mas só agora foi estrear aqui em Vitória. Tenho sempre boas espectativas com filmes dos irmãos Coen, por isso esperei para ver UM HOMEM SÉRIO no cinema. Dividiu muito as opiniões entre a crítica e os amigos blogueiros, mas valeu a pena a espera. Não chega nem perto de ser uma obra prima, mas é legal acompanhar o protagonista, um bunda mole judeu que vê sua vida afundar em desgraças sem tomar qualquer tipo de atitude racional. O produto final pode soar um tanto vago, uma obra cheia de pretensões que falha em alguns pontos, mas está muito longe de ser a chatice que muitos acharam. Existe um lado espiritual muito forte que me agrada e talvez faça mais sentido se levar isso em consideração. A bela fotografia, as boas atuações e a mão firme dos irmãos na condução também ajudaram bastante.
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7.6.10
17.5.09
Top 10 Cannes
Copiando a idéia de outros blogs, segue uma lista dos meus dez vecedores de Cannes favoritos (em ordem cronológica) e rapidamente comentados:
A DOCE VIDA (La Dolce Vita, 1960), de Federico Fellini: A nova Babilônia sob a visão de Fellini.
O LEOPARDO (Il Gattopardo, 1963), de Luchino Visconti: Um diretor da linhagem de Visconti não encontraria um universo mais adequado para filmar do que neste seu épico da decadência humana.
BLOW UP (1966), de Michelangelo Antonioni: Os italianos comandam. Aqui temos uma das maiores aulas de gramática cinematográfica da sétima arte.
A CONVERSAÇÃO (The Conversation, 1974), de Francis Ford Coppola: Exercício de direção dos mais expressivos embalado num thriller de espionagem sensacional.
TAXI DRIVER (1976), de Martin Scorsese: A obra prima suprema de Scorsese.
APOCALYPSE NOW (1979), de Francis Ford Coppola: Robert Duvall e o cheiro de napalm pela manhã já se tornou clássico absoluto. E ainda temos Martin Sheen, Dennis Hopper... Marlon Brando!!!
PARIS, TEXAS (1984), de Win Wenders: Um dos trabalhos mais inspirados de quando Wenders ainda era um bom diretor.

BARTON FINK (1991), de Joel & Ethan Coen: O que há de melhor nos Coens em toda sua essência.
PULP FICTION (1994), de Quentin Tarantino: Estabeleceu a nova era do cinema nos anos 90.
DANÇANDO NO ESCURO (Dancer in the Dark, 2000), de Lars Von Trier: Digam o que quiser, este filme carrega um poder que me desconserta a cada revisão.
25.3.09
3.11.08
Badaladas à Meia Noite (65) é uma das maiores criações de Orson Welles, talvez somente abaixo, em sua filmografia, de A Marca da Maldade. O filme é uma compilação Shakespereana escrito pelo próprio diretor e modestamente financiado com dinheiro europeu, mesmo assim passa a impressão de grandiosidade, o cinema nas mãos de Welles é algo grandioso. A idade média é retratada com muita criatividade e domínio estético impressionante (uma fotografia barroca em preto e branco, com fios de luzes que entram pelas janelas e portas). A famigerada batalha que acontece no meio do filme é muito bem orquestrada e deixa qualquer Coração Valente ou Senhor dos Anéis no chinelo. Mas o ponto alto, uma das maiores antologias da obra de Welles, é a cena onde o príncipe/rei renega Falsfatt. Aliás, interpretado pelo próprio diretor, Falsfatt é a prova de sua maestria também como ator.
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