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15.3.13

IT LIVES AGAIN (1978)

O mais legal de IT LIVES AGAIN é que ao invés de requentar os elementos do filme anterior, o diretor e roteirista Larry Cohen realmente se empenhou para expandir ainda mais o universo dos bebês monstros que ele criou. É claro, temos novamente um casal na mesma situação que os Davis, do filme de 74, mas os desdobramentos são totalmente diferentes. A criatura, por exemplo, é logo capturado no momento em que nasce, colocado numa gaiola e levado para um centro de estudo secreto onde já se encontram dois exemplares da mesma espécie sendo estudados. Bem diferente do solitário bebê mutante solto pelas ruas fazendo suas vítimas, como no primeiro filme.

Agora, alguns detalhes o Cohen teve que manter para o prórpio bem do filme, como a acidez na qual tempera seu horror movie com um tom de análise moral de maneira ainda mais dramática que seu antecessor. E não é porque se passaram quatro anos entre um filme e outro que a situação financeira da produção melhorou. Cohen precisa mais uma vez demonstrar talento e criatividade para driblar o baixo orçamento. A forma como filma os bebês sempre serve como bom exemplo, enquadrando essas fofuras de relance, envoltos na escuridão criando uma nuance misteriosa e pertubadora. Estou falando, Cohen é um mestre do cinema de horror americano e eu não havia me dado conta ainda! Há até mais espaço para umas cenas com uma violência gráfica... belo trabalho de maquiagem e efeitos do Rick Baker.
John P. Ryan retorna com o seu personagem, Frank Davis, tendo agora a missão de alertar os casais que estão prestes a dar a luz a bebês mutantes. É o caso de Jody e Eugene Scott, encarnado pelo Frederic Forrest. Na trama, o governo está determinado a exterminar impiedosamente todos os monstros no momento em que são paridos, enquanto Davis trabalha para alguns cientistas e um deles vivido pelo grande Eddie Constantine, que tem a intenção de salvar e estudar as pobres criaturas.

Destaque para a excelente atuação do casal principal que protagoniza algumas discussões bem acaloradas e expressivas, afinal, não é todo dia que o filho tão esperado nasce mais feio que o Ronaldinho Gaúcho. E, claro, John P. Ryan, que regressa com um personagem muito mais interessante e dramático. Lá pelas tantas, quem retorna também é o James Dixon, que faz o detetive responsável pelo caso no primeiro filme. E é curioso porque é o único personagem que aparece nos três filmes da série. O grande John Marley também marca presença chefiando a operação do governo.
Em suma, IT LIVES AGAIN consegue manter o mesmo nível reflexivo, expande de maneira inteligente o universo do filme de 74 e ainda não deixa de ser horror atmosférico dos bons! No brasil, recebeu o título de A VOLTA DO MONSTRO. E como esqueci de falar no post do filme anterior, IT’S ALIVE é conhecido como NASCE UM MONSTRO. Clássicos! Em breve, o terceiro pra fechar.

14.3.13

IT'S ALIVE (1974)

Preciso voltar a escrever com mais frequência sobre filmes de horror. É um gênero que eu amo tanto quanto ação e tenho estagnado o blog apenas com este último gênero... não pode. Portanto, decidi tomar jeito na vida e encarar a trilogia do Larry Cohen, IT’S ALIVE, que nunca tinha visto, para tentar reativar esse lado aterrorizante adormecido. Assisti ao primeiro hoje e encontrei um autêntico clássico!

Com uma atmosfera magnífica e extremamente original, o título remete ao clássico FRANKENSTEIN, de 1931, onde o cientista Henry Frankenstein grita ao dar vida ao seu monstro “It’s Alive! It’s Alive!”. O protagonista deste aqui, Frank Davis (o ótimo John Ryan) comenta, em determinado momento, que quando era pequeno pensava que Frankenstein era o monstro, vivido por Boris Karloff... e quem nunca pensou isso na infância? Essa cena reflete um bocado a situação do personagem ao se sentir o próprio Frankenstein por ter criado, com sua esposa, um bebê monstruoso terrível (concebido pelo Rick Baker), dotado de dentes afiados e garras bem amoladas. A criatura mal deixa a barriga da mãe e massacra meia dúzia de médicos e enfermeiras. A cena acontece off screen, mas a maneira como o suspense é construído demonstra a maestria de quem entende da linguagem do cinema.
Logo depois, o bebê monstro foge do hospital e desaparece, tendo todo esquadrão da polícia em seu encalço e ainda alguns pesquisadores científicos interessados em estudá-lo. E é nesse cenário que o diretor e roteirista Larry Cohen explora alguns tópicos de seu interesse em IT’S ALIVE, lançando seu olhar sobre a família de classe média americana e seu comportamento diante de um fenômeno ligado ao fantástico, sem contar as alfinetadas na industria farmacêutica e suas imprudências, um provável responsável pelo surgimento do monstro. Há também alguns exageros cômicos na maneira de agir da polícia, especialmente quando um grupo de agentes da lei muito bem armados cercam o suspeito: um bebê fofinho tranquilão... É dessas cenas comprovam a genialidade de um diretor!

É preciso destacar o modo como Cohen vai brincando com esses temas, driblando a evidente falta de recurso, de maneira inteligente e reflexiva, sem ignorar os elementos do horror. Isso implica também na parte técnica, mas o sujeito consegue se sair bem até nesse aspecto. De acompanhamento musical estamos bem servidos: Bernard Herrmann (não me pergunte como conseguiram). E a forma como Cohen filma a criatura, por exemplo, sempre de relance, nas sombras, é outra estratégia interessante, aguça ainda mais o clima de horror e também a curiosidade do espectador, algo que foi totalmente destruído com a popularização do CGI em qualquer produção de fundo de quintal.

Sempre tive consciência da reputação de IT’S ALIVE. É merecida. Filmaço simplesmente perturbador e muito perspicaz! As continuações também são escritas e dirigidas pelo Cohen. Pelo que andei lendo por aí, o segundo mantém o nível, já o terceiro possui uma fama ruim. E como eu costuma gostar dessas ovelhas negras... Mas chegaremos lá!

16.1.10

PAGUE PARA ENTRAR, REZE PARA SAIR (The Funhouse, 1981), de Tobe Hooper

Havia pelo menos uns 150 anos que não assistia PAGUE PARA ENTRAR, REZE PARA SAIR, do Tobe Hooper, um diretor que adoro, mas preciso começar a rever algumas coisas dele que estão se apagando da memória, como foi o caso deste aqui. Não me lembrava de quase nada, apenas o essencial para dizer que gostava.

O filme ainda é muito bom, embora a narrativa seja um pouco lenta demais para o padrão, mas é um slasher elegante que merece ser celebrado. Na abertura Hooper cita PSICOSE, de Hitchcock, e HALLOWEEN, de John Carpenter, de maneira muito divertida. O filme se passa num parque de diversões onde um grupo de adolescentes fica preso e a mercê de uma criatura bizarra (concebida pelo genial maquiador Rick Baker).

Além da citação do inicio e cenários que parecem ter saídos de um filme de Mario Bava ou Dario Argento, THE FUNHOUSE ainda faz referências a vários símbolos conhecidos dos clássicos filmes de terror da universal. Hooper extrai um universo muito interessante do parque de diversões e que proporciona vários momentos perturbadores com clima de terror que só o cinema oitentista era capaz de nos brindar.

Tobe Hooper, taí um bom nome para iniciar uma peregrinação... rever alguns filmes, assistir o que ainda não vi... o problema é que sou desorganizado demais e nunca consigo ir até o fim.