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Como já observamos em outros filmes do diretor, a trama de COLD HARVEST se passa em período e ambiente inusitados: em um futuro pós-apocalíptico onde não se vê a luz do dia, um vírus mortal causa o terror em certas áreas infectadas.
Gary Daniels, em papel duplo, é Roland, um famoso caçador de recompensas – desses que pegam o trabalho através de cartazes de “procurado” (vocês vão entender porque) – e é também Oliver, seu irmão gêmeo, um dos poucos que carregam em seu corpo uma possível cura para o tal vírus. Quando ele e sua mulher (a musa dos anos 80, Barbara Crampton) estão sendo levados, junto com outros “portadores da cura”, para uma zona não infectada, o comboio é atacado pelo perigoso vilão Little Ray (Bryan Genesse) e sua gangue, que resolve simplesmente matar todo mundo sem muito motivo. A única que escapa é Barbara Crampton, que está grávida e, por conta disso, também carrega a cura. Procurada pelo bandido, ela encontra seu cunhado que agora tem de protegê-la, levá-la até a tal zona e vingar a morte de seu irmão! Tudo ao mesmo tempo!!!


Uma das coisas mais legais do filme é que o universo que temos aqui, é visto como um encontro entre o futuro e o passado, da mesma maneira que Florentine havia feito em BRIDGE OF DRAGONS, mas o passado em COLD HARVEST é representado por elementos do western. Os personagens andam de bugres estilo MAD MAX 2, motos, helicópteros, etc, ao mesmo tempo em que existem saloons, vestem-se como forasteiros do velho oeste e carregam armas no coldre prontos para um duelo… Eu sei que nada disso é muito original, mas curiosamente, os personagens também lutam kung fu (ou algo do tipo), pra não esquecermos que estamos num filme de Isaac Florentine!

E, claro, o diretor não decepciona na condução de vários momentos de pancadaria e tiroteios violentos. Aqui sim, Florentine demonstra porque é um dos melhores diretores de ação direct to video da atualidade! Destaque para a ação final, quando Gary Daniels invade o covil de Little Ray distribuindo tiros e porradas pra tudo quanté lado, filmado num estilo claramente inspirado em John Woo, mas desta vez funcionando perfeitamente, diferente do desastre HIGH VOLTAGE. Inclusive alguns enquadramentos recriam imagens dos filmes do diretor chinês. Outra influência clara presente no filme – especialmente na ação final – é Sergio Leone; o duelo entre o protagonista e seu oponente tem montagem que remete ao “trielo” de THE GOOD, THE BAD AND THE UGLY acompanhada de uma trilha bem tosca de spaghetti western. Mas são detalhes que são um charme, contribuem muito para a ação e resulta num dos grandes momentos da carreira de Florentine!
