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11.1.11

AMOR À QUEIMA ROUPA (True Romance, 1993), de Tony Scott

Já estava na hora de rever AMOR À QUEIMA ROUPA, então foi o que fiz no último fim de semana. Primeiramente, preciso dizer que gostei muito, até porque foi como assisti-lo pela primeira vez... realmente não me recordava de muita coisa. Depois, me peguei pensando sobre o diretor do filme e, curiosamente, descobri que o Bruno Andrade postou em seu blog, O Signo do Dragão, num daqueles seus posts de uma linha, a seguinte frase: “Só débeis mentais defendem Tony Scott”.Hahahahaha! 
Bom, estava prestes a escrever sobre o Toninho quando li a frase e achei muito boa, mas como eu sei que sou meio débil mental em relação ao meu gosto cinematográfico, ia dizer que gosto de algumas coisas que o sujeito fez. Só acho que o Toninho tem uma carreira meio estranha... quando era um simples artesão, fez uns thrillers e dramas policiais e de ação sólidos como O ÚLTIMO BOY SCOUT e este aqui, os quais eu aprecio muito. E quando finalmente resolveu imprimir um estilo visual próprio, como em CHAMAS DA VINGANÇA, por exemplo, acabou fazendo merda... Ainda assim, nem tudo está perdido! Não vi ainda seus dois últimos filmes, mas DÉJÀ VU é bem legal!
Mas voltando ao AMOR À QUEIMA ROUPA, e já tirando o Toninho da conversa, a força do filme reside em dois elementos. Um deles é, sem dúvida, o roteiro do Tarantino, cheio de diálogos marcantes, citações e referências que me faziam por em prática a cinefilia, além de situações tensas, engraçadas, emocionantes de um universo único que só poderia ter saído da mesma cabeça que nos deu JACKIE BROWN.
A trama é sobre um sujeito que se apaixona por uma “acompanhante” muito louca e resolve acertar as contas com seu cafetão para tê-la livre só pra ele. Depois de muita confusão, pancadaria, tiroteio e morte, sobra em suas mãos uma maleta cheia de um pó branco que eu não preciso nem dizer o que é. A trama se desenrola com esse casal apaixonado e surtado tentando vender a droga enquanto um bando de gente entra em seus caminhos.

E aí vem o outro elemento que possui grande força: o elenco é um dos mais sensacionais dos anos 90! A começar pelos pombinhos, Christian Slater e Patricia Arquette, e daí prossegue com Dennis Hopper, Gary Oldman, Christopher Walken, Brad Pitt, Samuel L. Jackson, Saul Rubinek, James Gandolfini, Chris Penn, Tom Sizemore, Ed Lauter... enfim, só gente fina! E a grande maioria em participações minúsculas, mas todas com um aproveitamento excelente. 

Juntando então o roteiro do tarantino com esses caras, só poderia sair sequências como o quebra pau no quarto do hotel entre Gandolfini e Arquette, a cena do carro onde o pó voa na cara do sujeito, ou então o diálogo genial de Christopher Walken e Dennis Hopper, uma das coisas mais brilhantes que o Tarantino já escreveu.
 
Voltando ao Toninho, pra finalizar, seu trabalho é competente, sem nada de errado. Mas acaba sendo um de seus melhores filmes mais pelo material e elenco que tinha em mãos do que por méritos próprios. Talvez seu único mérito seja o de não ter estragado o filme como quase fez Oliver Stone em ASSASSINOS POR NATUREZA, com uma história que o Tarantino escreveu tendo como base as idéias cortadas do roteiro de AMOR À QUEIMA ROUPA. Não acho ASSASSINOS ruim, mas se Stone tivesse feito apenas o feijão com arroz, teria sido algo do nível desse aqui... eu acho.

14.3.09

O SANGUE DE ROMEU (Romeo is Bleeding, 1993), de Peter Medak

O SANGUE DE ROMEU talvez seja a homenagem mais porra-louca feita aos clássicos filmes policiais dos anos 40 e 50. Após uma rápida introdução mostrando Gary Oldman em algum lugar no deserto do Arizona, onde cuida de um posto a beira da estrada, somos levados há cinco anos atrás, se eu não estou enganado, para tomar conhecimento das circunstancias que levaram o sujeito àquele lugar. O próprio personagem se habilita em narrar a história, como um bom film noir tem que ser...

Oldman interpreta Jack Grimaldi, um policial que de vez em quando realiza alguns servicinhos sujos para a máfia. É um sujeito ambicioso e faz isso pra ter uma “graninha” extra, já que o salário de policial não dá conta de manter o nível que pretende dar para a esposa (Annabella Sciorra) e para a amante (Juliette Lewis, que agora virou roqueira). Tudo parecia dar certo, até que um dia conhece Mona (Lena Olin), membro da máfia russa e com contas para acertar com o mafioso Don Falcone, vivido pelo grande Roy Scheider.

O bicho pega porque Jack deveria fazer uma missão bastante simples, mas dá tudo errado. Mona desaparece, Falcone a quer morta e caso Jack não resolva isso em dois dias, vai ter que vestir o terno de madeira. Só que Mona é o diabo de saia! A mais diabólica das femme fatale’s de qualquer filme clássico não passa de um anjinho perto desta aqui. É a partir dela que a coisa toda começa a ficar bizarra, porra-louca total. A cena absurda do carro em que ela foge de Jack é o ponto crucial, a partir daí estamos em outro universo, mais doentio, barroco, violento...

Gary Oldman está perfeito. É incrível como ele incorpora cada personagem que interpreta de maneira expressivamente singular como é o caso do policial corrupto de O SANGUE DE ROMEU. Consegue transmitir toda a sensação de desespero surreal a partir da catarse como se a visão do narrador estivesse turva e perturbada ao narrar aquela história para nós, espectadores, que assistimos sob o seu ponto de vista. Mas é Lena Olen quem rouba a cena. É impossível descrever as capacidades físicas e psicológicas que a personagem se submete sem estragar a surpresa. É o cerne de todo o filme e que torna O SANGUE DE ROMEU único.

O elenco é bem legal: Além de Oldman, Olin, Sciorra, Lewis e Scheider (que está excelente como chefão mafioso) temos participações de Will Patton, James Cromwell, David Proval, Michael Wincott, Ron Perlman, Dennis Farina, alguns fazendo apenas uma ponta outros com uma participação maior como Wincott que é um desses atores subestimados que nunca teve uma boa chance de mostrar seu talento para o grande publico e aqui demonstra total segurança no que faz.

A direção do húngaro Peter Medak é muito boa, mas é daquelas que deixa seus atores brilharem, uma escolha acertada com um elenco desses e um roteiro em mãos muito bem escrito que faz jus ao estilo noir e ainda torna tudo mais interessante com as bizarrices da personagem de Lena Olin. O SANGUE DE ROMEU andou passando no canal fechado MGM, não sei se ainda vai passar, mas quem tiver a oportunidade não perca!