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11.10.09

BASTARDOS INGLÓRIOS (Inglourious Basterds, 2009), de Quentin Tarantino

O novo filme do Tarantino é uma coisa absolutamente linda e é uma pena ver uma parcela da “crítica especializada” metendo o pau, catando defeitos e colocando adjetivos que o filme realmente não merece... mas não vou ficar bancando de advogado, porque outros já fizeram de forma muito mais eficaz do que eu faria, e putz, filmezinho difícil de escrever no impulso, no calor da primeira conferida! É muita coisa transbordando na tela. Por enquanto, fico naquela de que se trata de cinema da mais pura qualidade, um Tarantino no auge da sua maestria como cineasta, no rigor estético e na direção firme, mas ainda sem vergonha, sem medo algum de experimentar (inclusive em modificar a história escrita nos livros sobre a Segunda Guerra Mundial), feito da forma que tem que ser feito.

O filme inteiro é estruturado por capítulos definidos, e me chamou muito a atenção a forma que Tarantino prepara certas sequências com uma lentidão fora do comum, trabalhando um puta diálogo sempre muito bem escrito, que favorece demais à narrativa, acumulando uma carga de tensão, para que logo depois haja uma explosão de ação e violência, da mesma forma que Sergio Leone preparava os duelos de seus filmes. E é incrível como a direção do sujeito tenha crescido tanto, filmando diálogos que não tem nada a ver com a estória, mas com um tour de force impressionante.

E ainda existem as referências cinematográficas, BASTARDOS INGLÓRIOS é um mundo de citações e homenagens que vão desde filmes de ação americanos no estilo “men in a mission” ao cinema popular italiano, (guerra e spaghetti western, mais precisamente), passando pelo cinema clássico. Tudo isso transfigurado num espetáculo tarantinesco, seu próprio filme de guerra sobre vingança, com direito a todas as suas obsessões, diálogos afiados, violência explícita, personagens estilizados, metalinguagem...

O elenco de primeira composto por rostos não tão conhecidos do grande público, a não ser Brad Pitt, é muito bom. Me surpreendeu o Eli Roth, diretor de O ALBERGUE, monstrando sua faceta para a atuação, mas quem rouba a cena é o vilão encarnado por Christoph Waltz, bem merecida a sua Palma em Cannes deste ano pela sua performance.

E Tarantino está com crédito, demonstra que o cinema de ação, guerra, ou qualquer gênero que resolva se meter, não precisa ser alienado para ser divertido. “Acho que esta pode ser a minha obra prima”, como disse o Tenente Aldo Raine (Pitt) ao final.

Mas agora não restam dúvidas, Sr. Taranta, esta É a sua obra prima!