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14.7.13

TUAREG - O GUERREIRO DO DESERTO (Enzo G. Castellari, 1984)


Depois de filmar tralhas divertidas como O ÚLTIMO TUBARÃO e se dedicar a uma trilogia de filmes de ação futuristas e de roteiros bobos, mas que renderam alguns de seus melhores trabalhos, Enzo G. Castellari resolveu encarar o projeto mais caro e ambicioso da carreira. TUAREG – O GUERREIRO DO DESERTO foi inspirado num best seller, escrito por Alberto Vázquez Figueroa, e é o retorno do diretor a uma abordagem mais séria, contemplativa e poética, que remete aos seus melhores filmes como KEOMA e JOHNNY HAMLET.

O que não o impede, claro, de jogar na tela as habituais sequências de ação que, na seara do cinema italiano, Castellari era o maior. Não é a toa que TUAREG foi considerado como uma mistura de LAWRENCE DA ARÁBIA com RAMBO. Uma combinação interessante que transforma o visual árido e as belezas do deserto num campo de batalha protagonizado por um Tuareg badass que conhece todos os segredos de sobrevivência da região, toca o terror pra cima do governo, bebe sangue de camelo para matar a sede e ainda pede mais.


Os Tuaregues, como são conhecidos os habitantes do Sahara, além de agricultores e comerciantes, servem também de guias para quem resolve encarar uma travessia pelo deserto. Mas isso não importa muito, aqui são representados como autênticos guerreiros ninjas, capazes de realizar as mais inacreditáveis façanhas que os italianos poderiam pensar para um filme de aventura e ação.

Só para ter uma noção do que o herói, Gacel Sayah (Mark Harmon), é capaz, o filme abre com o relato de um ancião sobre uma perigosa região do deserto,  na qual ninguém, aparentemente, havia sobrevivido ao tentar atravessar. No mesmo instante surge Gacel interrompendo o velhote só para dizer que não atravessou apenas uma vez, mas duas vezes tal pedaço de terra!


A aventura do personagem começa por causa da forte relação com a cultura do seu povo. Dois homens misteriosos aparecem em sua propriedade no meio do deserto precisando de cuidados e Gacel lhes oferece abrigo e lhes toma como hóspedes. Nas leis dos tuaregues um dos mandamentos mais sagrados é a hospitalidade. Portanto, quando um pelotão do exército liderado por ninguém menos que Antonio Sabato chega para prender os dois sujeitos (um deles acaba executado no próprio local), Gacel se sente ofendido ao ponto de abandonar mulher e filho e iniciar uma guerra contra quem quer que seja para salvar seu hóspede.

E a coisa toma enormes proporções. O país em crise, vivendo uma onda de protestos contra o atual presidente e o exército inteiro precisa se preocupar com um único Tuareg, que acaba se tornando um herói popular. Sem contar que o Tuareg, a princípio, nem imagina o grau de importância que seu hóspede, um preso político, possui para o país.

Sobre a ação de TUAREG, destaco duas sequências. A primeira, o duelo de espadas com o Tuareg que serviu de guia para que o pelotão adentrasse as terras do protagonista. Depois, o frenético tiroteio que o herói arranja contra todo um pelotão para libertar seu hóspede dentro de uma base militar. E o sujeito é um monstro. Não sobra alma viva para contar a história. E aqui é o momento em que Castellari deixa sua marca registrada, põe de lado a poesia da obra e contextualiza o filme entre os exemplares de ação da época, cujas cenas exageradas e explosivas não fazem feio a clássicos como COMANDO PARA MATAR, INVASÃO USA e DESEJO DE MATAR 3.


No entanto, é a única sequência nesse estilo, até porque Gacel não luta apenas contra seres humanos, mas também com os desafios do deserto, o calor infernal, a falta de água... Um dos pontos altos de TUAREG é justamente uma sequência de ação sem ação, na qual Gacel vai para o meio de uma área do deserto e realiza uma loga batalha psicológica contra seus adversários.

E só mesmo o Castellari para convencer que o americano Mark Harmon, com seus olhos azuis e pele branquinha, é um guerreiro beduíno. Olho azul por olho azul, o Franco Nero, que já trabalhou com o diretor por diversas vezes, não estava disponível? Mas até que Harmon consegue se sair muito bem em todos os aspectos, especialmente como herói de ação. Além dele e Sabato, outros rostos familiares também entram em cena por aqui, como Paolo Malco, Aldo Sambrell e Romano Puppo.


Outro destaque é a trilha sonora de Riz Ortolani que entra em perfeita sintonia com as paisagens deslumbrantes do deserto. O que reforça a ligação de TUAREG com LAWRENCE DA ARÁBIA, mas acrescentando a violência deflagradora do cinema de ação dos anos 80 faz com que ganhe uma outra dimensão. Uma Belíssima fotografia, boa história, ótimas atuações, situações inusitadas que só mesmo o cinema italiano desse período poderia proporcionar e a elegante direção de Castellari fazem dessa belezinha um dos maiores trabalhos desse estimado diretor italiano.

9.7.13

FUGA DO BRONX (Enzo G. Castellari, 1983)


Para fechar a trilogia pós-apocalíptica do Castellari, chegou a vez de FUGA DO BRONX, continuação direta de 1990 - OS GUERREIROS DO BRONX. O título é um pouco enganador, deve ter sido bolado só para fazer referência ao clássico do John Carpenter, FUGA DE NOVA YORK, porque na verdade, pelo enredo deste aqui, o título deveria ser algo do tipo “NÃO fujam do Bronx”!

Desta vez, a corporação malvada do primeiro filme resolve expulsar os moradores do Bronx, região sem lei, dominada por gangues, como vimos no episódio anterior. A ideia é esvaziar o local para construir um bairro novo com prédios modernos, e quem não quiser sair por bem... Bom, sai à pontapés mesmo, ou acaba assassinado a sangue frio pelo esquadrão fascista liderado por Wrangler (o sempre genial Henry Silva), contratado para limpar o local usando a força bruta. Castellari antecipou trinta anos o modo de agir da polícia militar brasileira.


Sobra até para os pais do herói de OS GUERREIROS DO BRONX, Trash, novamente encarnado por Mark Gregory, que agora vai revidar com sede de vingança! E seguindo a linha dos outros filmes, o roteiro não avança muito para além disso e o filme se transforma numa batalha exatamente para não fugirem do Bronx. É só ação, ação e ação!  Provável que FUGA DO BRONX seja o filme com mais ação de toda a carreira do Castellari. A quantidade de tiroteios é impressionante e toda situação que o enredo apresenta é desculpa para que a equipe de dublês trabalhe dobrado.

Um bom exemplo é quando decidem sequestrar o presidente da corporação. Não há qualquer tipo de elaboração. O plano é puxar o sujeito pelo colarinho e distribuir chumbo grosso em quem estiver pela frente.



E mesmo o conceito das gangues diferenciadas do filme anterior acaba se perdendo. Todos os grupos agora estão reunidos nos subterrâneos do bairro, liderados por Dablone (Antonio Sabato), na luta contra a tal corporação. E Mark Gregory consegue amadurecer o seu personagem. Trash está mais melancólico, com ar de cavaleiro solitário badass e deixou de lado a calça Jeans apertadinha no rabo... Logo no início do filme há uma cena na qual Trash explode um helicóptero com tiros calibre 38. O sujeito realmente não está para brincadeira!



Aliás, a ação do filme, além da grande quantidade, é toda repleta desse tipo de exagero. Especialmente o gran finale, cuja contagem de corpos é de arrepiar (algumas fontes apontam 174 mortos)! Imaginem o final de DESEJO DE MATAR 3 elevado à décima potência em termos de balas, explosões e violência e terão alguma ideia do que é isso aqui! O estilo Peckinpah de trabalhar o slow motion durante os tiroteios está em toda parte e Castellari é especialista nesse recurso, o que torna a ação ainda mais espetacular! Há também uso de miniaturas toscas sendo explodidas. Dá aquele charme nostálgico oitentista para a produção, que possui, aparentemente, um orçamento melhor para o departamento de pirotecnia e dublês em comparação ao primeiro filme.






O elenco também é outro destaque como sempre. Além de Gregory, Silva, que está realmente sensacional, e Sabato, temos uma excelente participação de Giancarlo Prete, que é o protagonista de THE NEW BARBARIANS, entre outros rostos reconhecíveis do cinema popular italiano, como Romano Puppo (desempenhando o pai de Trash), Paolo Malco, Ennio Girolami e o próprio diretor em uma pequena participação.

Apesar dos outros dois também me agradarem bastante, FUGA DO BRONX é disparado o melhor dos três exemplares futuristas que o velho Castellari realizou nesse belo período do cinema italiano.

26.6.11

VOU, VEJO e DISPARO (1968)

... aka I Tre che Scolvonsero il West
... aka Vado, Vedo e Sparo
... aka I Came, I Saw, I Shot

Li em algum lugar que VOU, VEJO E DISPARO fecharia uma espécie de trilogia de “caça ao tesouro” do Enzo G. Castellari, formada ainda por SETTE WINCHESTER PER UN MASSACRO e VOU, MATO E VOLTO. Tirando o fato de que não se trata bem de um tesouro escondido a ser caçado, e sim uma maleta cheia de dinheiro roubado, este aqui é dos mais divertidões do diretor, até porque assume seu tom de comédia sem qualquer receio.

Temos três personagens principais que disputam incessantemente a tal maleta e o filme desenvolve com bastante agilidade a partir disso uma típica “comédia de erros” que oferece situações hilárias. Alguns detalhes lembram o que a dupla Terence Hill e Bud Spencer faria um tempo depois.

Dos destaques de VOU, VEJO E DISPARO, o trio de protagonista merece boa atenção, cada um com suas peculiaridades, formado por Frank Wolff, que já havia trabalhado com o diretor em POCHI DOLLARI PER DJANGO e vive aqui um mestre do disfarce, Antonio Sabato é o ladrão afoito e mulherengo e o americano John Saxon, que se deu muito bem no cinema popular italiano, encarna um experiente jogador de cartas. Todos estão ótimos e bem à vontade em seus papéis. Difícil apontar um melhor...

Particularmente, prefiro o Castellari mais sério e trágico de JOHNNY HAMLET e KEOMA, mas é impossível não dar boas risadas descompromissadas com um Spaghetti Western tão ingenuo e honesto como este.

17.4.11

HIGH VOLTAGE (1997)

Voltando com a nossa peregrinação pela carreira do Isaac Florentine, hoje vamos com um bem fraquinho, infelizmente. HIGH VOLTAGE não chega a ser um total desperdício porque possui alguns atributos divertidos, mas aqueles que exigem o mínimo de qualidade, vão se decepcionar com essa tentativa do diretor de fazer um filme de ação inspirado no estilo “Heroic Bloodshed” de John Woo, Ringo Lam, entre outros...

O legal é acompanhar o processo de amadurecimento de um diretor quando pegamos sua carreira e analisamos filme a filme. O Isaac Florentine de hoje é completo dentro do cinema B de ação, mas calhou de errar feio em porcarias como esta aqui.

A trama gira em torno de uma quadrilha de jovens ladrões de banco que decide fazer um último golpe. O problema começa quando se descobre que o banco assaltado é utilizado para fazer lavagem de dinheiro da máfia coreana e agora suas vidas obviamente correm perigo. E um jogo muito mal elaborado de gato e rato se inicia, com desdobramentos e situações que beiram ao ridículo, muita atuação ruim e tiroteios extremamente mal filmados.

Se fosse realizado nos anos 80, com algum diretor casca grossa da estirpe de um Mark L. Lester, Joseph Zito ou Craig R. Baxley e estrelado por um Chuck Norris, com certeza teríamos mais um autêntico clássico dentre tantos que saíram daquele período de ouro. Mas tentando ser otimista e direcionando o texto (e o filme) para quem curte uma boa tralha e gosta de rir daqueles exemplares que involuntariamente se tornam engraçados pelos motivos errados, então pode ser que HIGH VOLTAGE encontre seu público...

A começar pelo elenco. Antonio Sabato Jr. talvez seja uma das piores apostas como astro de ação. Ele só faz pose achando que herdou algum talento do pai; Amy Smart pagando mico em início de carreira (embora continue pagando até hoje); George Cheung e James Lew, vilões como sempre; a filha do Bruce Lee, Shannon Lee, também dá as caras numa atuação lamentável como par romantico de Sabato Jr. Vale a pena destacar mesmo a participação do Sr. Antonio Sabato, que aparece numa ponta bem divertida.

As tentativas de recriar tiroteios exagerados, com personagens voando pela tela em câmera lenta com duas pistolas na mão estilo John Woo são constrangedoras e fazem Michael Bay e Tony Scott paracerem gênios do cinema de ação! A sorte é que Florentine já era um mestre em conduzir pancadaria e as poucas que temos aqui são bacanas e salvam a fita da desgraça total!

Tá certo que o filme não se leva a sério em momento algum, a impressão que dá é que se trata mesmo de um experimento, uma tentativa de fazer um verdadeiro exemplar do cinema de ação com aqueles tiroteios exagerados feitos em Hong Kong, só que sem a mínima capacidade pra isso. É difícil eu escrever textos negativos por aqui, até porque sou tolerante pra burro e adoro uma bagaceira mal feita. HIGH VOLTAGE consegue me divertir até certo ponto, mas não recomendo a qualquer um.

25.7.10

LESÃO FUTEBOLÍSTICA E MUITOS FILMES

Não sou praticante assíduo, atualmente, de nenhum tipo de esporte, mas ontem inventei de jogar futebol com uma turma. Me dei mal. Com cinco minutos de jogo, senti uma fisgada forte na perna que quase me nocauteou. Não deu outra, estiramento na coxa, colocar gelo, pomadas e comprimidos anti-inflamatórios, repouso e, por conseqüência disso tudo, muitos e muitos filmes! Passei o resto do fim de semana na cama assistindo à várias belezinhas.

Curto e grosso sobre alguns exemplares da safra recente: 

REPO MEN (2010) de Miguel Sapochnik: Acho que foi o único filme fraco que assisti nessa leva. É sobre um sujeito (Jude Law) que trabalha reavendo (sem anestesia) os órgãos artificiais dos clientes que não conseguem pagar o produto, até que um dia ele precisa de um coração novo, mas também não consegue pagar pelo órgão e agora passa a ser perseguido e precisa utilizar suas habilidades para não tomarem seu coração. lembra um pouco MINORITY REPORT, mas consegue ser inferior. A premissa é boa e rende alguns momentos. É bastante violento, tem uma trilha bacana, enfim, poderia ter sido bem melhor. O problema é quando o filme começa a perder tempo demais com questões bobas, tem muita coisa desnecessária, personagens obsoletos que tornam o filme chato.

THE HORSEMAN (2008) de Steven Kastrissios: Após dois anos de sua realização, finalmente este filme ficou disponível. E é um ótimo revenge movie australiano que demonstra o que um pai vingativo é capaz de fazer com suas vítimas carregando apenas sua maleta de ferramentas. Autentico exemplar do cinema físico e visceral! Imaginem o casamento de HARDCORE, de Paul Schrader, com O ALBERGUE, de Eli Roth, e vocês terão uma idéia do que é isso aqui.

HEARTLESS (2009) Philip Ridley: Gostei bastante deste conto urbano de terror muito bem sacado, com uma leve inspiração em Fausto. É complexo, na verdade, descrever o filme sem estragar o prazer de assisti-lo, mas é muito interessante, muito rico em detalhes, o diretor faz um belíssimo uso das locações, com as paredes e muros da cidade carregadas de graffiti, tem um clima de terror dos bons, é um filme muito eficiente e que se não é uma obra maravilhosa, pelo menos fica bem acima do padrão atual do gênero.

Dois filmaços vistos pela primeira vez:

TUAREG (1984), de Enzo G. Castellari
Trata-se de uma das melhores e mais caras produções dirigidas pelo Castellari. Uma espécie de mistura entre LAWRENCE DA ARÁBIA com RAMBO!!! Mark Harmon, que depois levaria sua carreira a um caminho completamente diferente do que é visto aqui, está sensacional na pele de um Tuareg, um guerreiro do deserto, que arranja o maior Deus-nos-acuda com o governo ao ir atrás de um senhor que fora arrancado de seu acampamento por uma patrulha do exército, liderada por ninguém menos que Antonio Sabáto, sem saber que o sujeito, na verdade, é um importante preso político. Nas leis do Tuareg, o exército o ofendeu profundamente retirando o hóspede de seus cuidados.

Mas para um filme de Castellari, conhecido pelas preciosas seqüências de tiroteios, até que TUAREG não possui tanta ação assim, a não ser naquela cena em que Harmon luta sozinho contra um exército para libertar o prisioneiro de um forte. É lógico que isso não diminui o filme que é magnífico visualmente, com uma fotografia que utiliza muito bem os espaços e a beleza do deserto, além da bela trilha sonora de Riz Ortolani. Altamente recomendado!


FACELESS (1987), de Jess Franco
Também é uma produção de “maior orçamento”, para o nível do diretor, demonstrando que Franco realmente podia fazer um filme com um ótimo acabamento tendo recurso em mãos. FACELESS é uma deliciosa, e safada, refilmagem do clássico OS OLHOS SEM ROSTO, de Georges Franju, com um elenco cheio de canastrões como Helmut Berger, Brett Halsey, Christopher Mitchum, Anton Diffring e até Telly Savalas. Do lado feminino a beleza das musas Brigitte Lahaie e Caroline Munro. E para não esquecer que estamos falando de um filme de Jess Franco, temos pontas de Howard Vernon e Linna Romay.

E é para não esquecer mesmo! FACELESS é uma anomalia na filmografia do diretor, que possui uns 200 filmes. Esqueçam aqueles zoons desenfreados, os closes em genitálias femininas, a atmosfera densa, Franco investe muito mais em contar uma estória convencional do que no clima surreal de sonho, que é uma de suas principais características. Mas não deixa de ser um de seus melhores trabalhos!

Vou ficar devendo, por enquanto, alguns outros filmes visto neste período moribundo, como LA MALA ORDINA, de Fernando Di Leo e FIVE ELEMENTS NINJA, de Chang Cheh. Até!

10.11.08

POLIZIOTTI VIOLENTI (1976), de Michele Massimo Tarantini

Neste fim de semana tive o prazer de assistir esta pequena peça do cinema policial italiano dos anos 70. Como todo bom Polizieschi (nome pelo qual este subgênero ficou conhecido), Poliziotti Violenti tem a sua história centrada no submundo do crime organizado onde dois sujeitos cascas-grossas realizam uma série de investigações para desmascarar uma quadrilha que utiliza um armamento pesado, usado pelo exercito italiano, em plenas ruas de Roma. Uma das grandes qualidades do filme é a presença das duas figuras que interpretam os abelhudos. O ator americano Henry Silva, sempre subestimado em seu país, mas muito bem aproveitado no cinema de gênero italiano, vive Altieri, um oficial do exército que se mete em várias enrascadas pra descobrir o caso do armamento e Antonio Sabato, que interpreta Tosi, um policial tentando se infiltrar na organização que trafica essas mesmas armas.

Um acaba cruzando o caminho do outro e o diretor Michele Massimo Tarantini se aproveita muito bem da relação de amor e ódio que surge entre os personagens (sem segundas intenções, por favor). Mas quando os dois decidem unir forças para acabar de vez com a quadrilha, eu não gostaria de estar na pele dos pilantras que ficam na mira de seus trabucos! O filme inteiro é uma sucessão de seqüências de ação desenfreadas, violentas e politicamente incorretas que pontuam a narrativa a todo instante. O diretor faz questão de mostrar um vasto número de vítimas inocentes sendo alvejadas por balas perdidas nas trocas de tiros ou sendo atropeladas e espancadas (como na cena onde uma mulher leva vários murros e pontapés em frente de seu filho apenas para ter sua bolsa roubada) enquanto Silva e Sabato enchem os bandidos de chumbo sem piedade alguma.

Em todo lugar que eu li sobre o filme, disseram que o Tarantini era um doido varrido, e algumas cenas realmente confirmam que uma obra como Poliziotti Violenti só poderia ter saído da cabeça de um louco mesmo. A seqüência onde uma criança é levada como refém dentro de um carro e Silva parte pra perseguição é absurdamente genial. Ele nem se preocupa em fazer o veículo dos meliantes capotar mesmo sabendo que há uma criança envolvida. Desde já, deixo meu agradecimento ao Osvaldo Neto, do blog Vá e Veja por ter me enviado este belíssimo exemplar de Polizieschi.

No mês de outubro, dois blogs "concorrentes" (hehe), tanto o do Osvaldo quanto do Felipe M. Guerra escreveram sobre Poliziotti Violenti. Recomendo os dois textos para uma boa leitura e para conhecer melhor esta pérola do cinema policial italiano: aqui e aqui.