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28.8.13

MAIS "DIRTY" HARRY

THE ENFORCER (1976)


A trama principal é sobre um grupo terrorista que rouba uma carga de armamento pesado, incluindo lança mísseis e explosivos para fazer um tremendo estrago, e passa a chantagear os responsáveis pela cidade de São Francisco por alguns milhões de dólares. Novamente cabe a "Dirty" Harry Callahan a missão de investigar e parar os meliantes antes que uma merda muito grande aconteça. Mas isso tudo apenas serve de pretexto para outros propósitos. A ideia essencial de THE ENFORCER é fazer com que Harry trabalhe com um parceiro do sexo feminino. E aqui começam as chateações do protagonista... E também do filme. Ok, era algo relevante àquela altura ressaltar o poder feminino e etc, mas não precisavam fazer a tal parceira, interpretada por Tyne Daly, ser tão inútil e impertinente. Acaba prejudicando um bocado o andamento da história.

Por outro lado, THE ENFORCER é, de longe, o episódio da série com mais cenas de nudez. Não, Daly não mostra nada, mas dentre as várias cenas que acontecem durante o filme, há uma sequência de perseguição sobre os terraços de alguns prédios na qual o bandido cai numa clarabóia e acaba no meio de uma filmagem de um pornô! E tome pêlos pubianos na tela... Dá até prá ver a benga de um sujeito antes de Harry continuar a perseguição. Embora eu considere o capítulo mais fraco da série, THE ENFORCER, dirigido pelo batedor de estaca James Fargo, ainda consegue ser melhor que a grande maioria dos filmes de ação policial realizados nos últimos quinze anos. Temos Clint Eastwood, mais uma vez vivendo um de seus personagens mais marcantes, um elenco bacana, diálogos bem elaborados e algumas boas cenas de ação que ajudam a manter o padrão dos dois exemplares anteriores. Infelizmente, sem nunca atingir o mesmo nível no geral... Saiu no Brasil com o título SEM MEDO DA MORTE.

IMPACTO FULMINANTE (Sudden Impact, 1983)  


Harry Callahan adentra os anos oitenta. Em THE ENFORCER a série já era toda do Clint, o roteiro passou pela sua aprovação, quase chegou a dirigir, mas desistiu pouco antes das filmagens começarem e ele mesmo escolheu James Fargo para substituí-lo. Em IMPACTO FULMINANTE não teve jeito. Mais maduro como cineasta, resolveu assumir o cargo de diretor. E deu certo,  o filme é bem melhor que o terceiro e o quinto, só perde mesmo para os dois primeiros (imbatíveis), apesar de ser o capítulo mais deslocado da série.

Na trama, Harry novamente torra a paciência dos seus superiores por causa dos seus métodos nada ortodoxos. Mas dessa vez é afastado de São Francisco e enviado a uma cidade pequena para tentar resolver uma série de assassinatos que vem acontecendo. Só essa mudança de ambientação acaba tornando IMPACTO FULMINANTE o mais singular dentre os exemplares da franquia. Mas o filme vai além. É também o mais sombrio da série e praticamente não possui sequências de ação. Mas confesso que nem senti muita falta deste detalhe. A fórmula do gênero policial mais focada na investigação e no quebra-cabeça muito bem bolado do roteiro é interessante na medida certa. O suficiente para prender a atenção e não me importar com a falta de uns tiros calibre 44.

DEAD POOL (1988)



Sempre ouvi dizer como este último filme da série era ruim prá cacete e constrangedor para o velho Clintão. Fui esperando uma porcaria e acabei encontrando um exagerado filme de ação tão divertido quanto aos vários exemplares do gênero que surgiam naquele período. As pessoas são muito chatas ou eu que sou tolerante demais prá esse tipo de coisa? Tá certo que a trama repete a mesma fórmula dos três primeiros filmes: um serial killer a solta pelas ruas de São Francisco e Callahan precisa resolver a situação mais uma vez à sua maneira, para o desespero dos seus superiores. Mas o filme tem bom ritmo, é divertido e possui boa dose de suspense e tensão. Há também a diferença de uma lista negra rolando com os nomes das vítimas numa espécie de jogo e Harry Callahan faz parte dela.

O elenco é um atrativo a parte. Temos uma Patricia Clarkson no auge da beleza; Liam Neeson fazendo um diretor de filmes de horror todo afetado; e um Jim Carey numa participação especial extremamente ridícula, fazendo back vocal de Welcome to the Jungle, do Guns, que por si já pagaria o ingresso do filme. Dirigido pelo coordenador de dublês e assistente de Clint Eastwood, Buddy Van Horn, DEAD POOL traz bons momentos de ação. Nada muito especiais, mas os vários tiroteios são bem secos e classudos... A exceção é uma sequência inacreditável que só poderia ter surgido num filme de ação dos anos oitenta: uma perseguição em alta velocidade pelas ruas de São Francisco na qual um carrinho de controle remoto explosivo bota o velho Clint à pisar fundo no acelerador! Ok, DEAD POOL também possui seus problemas, está longe de ser um MAGNUM 44, tá mais um passatempo que um grande filme. Mas, convenhamos, essa sequência é GENIAL!

DIRTY HARRY NA LISTA NEGRA é o título nacional da bagaça.

Então, só para deixar claro, TOP 5 DIRTY HARRY:

5. THE ENFORCER (1976), James Fargo
4. DEAD POOL (1988), Buddy Van Horn
3. IMPACTO FULMINANTE (1983), Clint Eastwood
2. DIRTY HARRY (1971), Don Siegel
1. MAGNUN 44 (1973), de Ted Post



11.10.08

breves anotações

WALKABOUT (1971), de Nicolas Roeg: Uma das mais belas metáforas sobre a incomunicabilidade humana e, desta forma, sobre não exprimir os desejos. O diretor de Um Inverno de Sangue em Veneza documenta este pensamento através de uma fábula onde dois irmãos (uma adolescente e seu irmão pequeno) acabam perdidos no deserto australiano e encontram um aborígene que os salva e os ajuda nessa jornada de colisões entre dois mundos distintos num cenário naturalmente poético e visceral. Há um sutil elemento sexual que permeia sob alguns momentos - como não poderia deixar de haver - entre a jovem e o aborígene, mas Roeg apenas sugere, sem que algo concreto aconteça.

SERAPHIM FALLS (2006), de David Von Ancken: Western de primeira qualidade que não deixa nada a dever aos grandes filmes do gênero. Postei há algum tempo aqui no blog alguns screenshots que tirei quando assisti. Uma sucessão de composições estéticas que demonstra a força do cinema na arte do olhar, do vislumbrar, na mesma intensidade que suas irmãs mais velhas: a pintura e a fotografia. A história trata de uma caçada implacável onde temos Liam Neeson (e Michael Wincott e Ed Lauter) como caçador e Pierce Brosnan como caça sem que saibamos claramente o porquê dessa situação. À medida que a narrativa vai esclarecendo essa informação, através de flashbacks, o filme se transforma em um poético e emblemático conto cheio de metáforas. O desfecho me lembrou um western dos anos 70, Caçada Sádica, de Don Medford, onde Gene Hackman persegue Oliver Reed durante todo o filme e acabam desfalecendo num deserto.

MEDO DA VERDADE (2007), de Ben Affleck: Uma grande bobagem que tenta se levar a sério sob a forma de um neo noir meia boca. O que deveria ser a grande sacada – a história com seus desdobramentos e revelações inesperadas – não passa de um monte de fio embolado num roteiro que atira para todos os lados e utiliza artifícios fajutos que tentam desesperadamente prender a atenção do espectador, mas acaba demonstrando uma fragilidade irreparável e que poderia ser evitada caso seguisse um caminho mais definido e confiasse um pouco na inteligência do público. Ben Affleck na direção é sem graça da mesma forma que interpreta, resolveu não aparecer neste aqui para não piorar a situação, embora nem a presença de Ed Harris (a única coisa boa do filme) e Morgan Freeman consiga ajudar a salvar o dia.

TAKEN (2008), de Pierre Morel: A idéia central daria margem para mais uma entre tantas baboseiras genéricas do gênero que surgem em hollywood atualmente. Não que Taken seja lá uma obra prima, mas pelo menos cumpre aquilo que promete com firmeza, seriedade e sem frescura ao mesmo tempo em que se assume como uma obra limitada, mas divertida. Liam Neeson aqui é um ex-espião do governo americano, sujeito solitário que foi abandonado pela família por causa de seu trabalho, mesmo assim não deixa de dar atenção para a filha adolescente vivendo muito bem com a mãe agora casada com um milionário. Quando sua filha é seqüestrada numa viagem pra França, ele resolve utilizar suas modestas habilidades desenvolvidas durante os anos para resgatá-la, o que inclui experiência avançada com armas de fogo, faixa preta em vários tipos de artes marciais, direção automobilística super ofensiva e a frieza de matar sem remorso qualquer sujeito que entre na sua frente para impedi-lo.