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24.10.10

DAMAGE (2009), de Jeff King

B movie de porrada feito diretamente para o mercado de vídeo que me surpreendeu bastante. O diretor é Jeff King, que realizou DRIVEN TO KILL, um dos bons trabalhos de Steven Seagal em 2009, mesmo ano deste aqui. O filme é bem mais que um veículo de ação estrelado pelo truculento Steve Austin, que foi recentemente visto trocando sopapos com Sylvester Stallone em OS MERCENÁRIOS, é um belo estudo de personagem dentro de um gênero rejeitado. A trama, basicamente, é muito parecida com outro filmaço direct to vídeo que eu vi este ano, BLOOD AND BONE, com o excelente Michael J. White.

John Brickner (Austin) sai da prisão e entra no circuito de lutas clandestinas. Até aí, tudo bem. A diferença é a motivação e alguns detalhes na construção da trama e dos personagens. Pela arte promocional do filme dá pra perceber que a coisa aqui é diferenciada, não se vê ninguém fazendo pose de luta, suado e sem camisa, com aquelas cores quentes ou azuladas que esses filmes geralmente possuem. Apenas Austin refletindo sobre as pancadas que vai desferir sobre seus oponentes (depois sairam uns posters mais tradicionais)...

Brickner tenta levar uma vida normal em liberdade, mas os problemas começam a surgir quando a esposa do sujeito que ele matou antes de parar na cadeia lhe informa que precisa de uma grana preta para pagar o caríssimo transplante de coração da sua filha de oito anos e ele é quem vai arranjar. Encontra então no submundo das brigas uma forma de ganhar dinheiro e “fazer a coisa certa”.



O filme traça um retrato mais humano daquilo que estamos acostumados a ver neste tipo de filme, ainda que o protagonista não passe de um brutamontes e que o roteiro não se preocupe em mencionar detalhes do passado do personagem, onde ele aprendeu a lutar ou quem era o cara que ele matou, como a coisa aconteceu, não temos nada de background. A trama tem apenas a intenção de mostrar um cara fodido tentando se redimir de um passado que ele próprio procura ignorar.

As cenas de luta em DAMAGE são boas. O espectador enxerga o que se passa na tela, a câmera não treme e a edição é tranquila, mas nada muito excitante como no já citado BLOOD AND BONE ou nos filmes do Isaac Florentine, que este ano lançou UNDISPUTED III, outro filmaço do gênero lançado diretamente em DVD. Tem algumas sacadas legais, como o dente de um oponente que fica cravado na mão de Brickner, após um murro na boca muito bem dado. As lutas dão pro gasto, o negócio é que o foco é outro, apesar de superficialmente ser um genérico filme de luta. Os personagens e a trama são tão interessantes que eu não conseguia desgrudar os olhos da tela.



Eu ainda prefiro BLOOD AND BONE, mais visceral e divertido, um dos meus filmes prediletos de porrada em 2010, mas DAMAGE conseguiu me surpreender de uma maneira muito agradável. Steve Austin tem carisma, apesar da cara de malvado, e contribui bastante para este sólido filme de porrada. Austin pode seguir por este caminho, talvez da próxima vez até encontre um coreógrafo de lutas mais talentoso, que saiba explorar o seu tamanho, o tipo de luta que pratica, com certeza teremos mais um grande ator para os fanáticos por filmes B de ação acompanharem.

6.2.10

DRIVEN TO KILL (2009), de Jeff King

O ano passado foi muito bom para Steven Seagal. Agenda musical lotada, reality show estreando na TV e seus três filmes, produções direct to video, foram acima da média, sem contar que ele filmou a sua participação no próximo trabalho de Robert Rodriguez, o mais que esperado MACHETE. Os detratores vão continuar falando mal, tudo bem, nós já nos acostumamos com isso. Mas, para os fãs de Seagal, 2009 foi uma ótima oportunidade para poder conferir bons filmes do sujeito: DRIVEN TO KILL, THE KEEPER e A DANGEROUS MAN. Mais do que isso, independente de ser estrelado por Seagal, foram três bons filmes de ação à moda antiga, com roteiros legais e simples e sem as frescuras das grandes produções.

Claro que a presença de Seagal conta muito e é difícil imaginar esses papéis na pele de outro astro. Em breve eu comento sobre THE KEEPER e A DANGEROUS MAN, podem me cobrar. Por enquanto, vamos ficar com o DRIVEN TO KILL, que embora o título na tradução literal seja “dirigindo para matar”, em nenhum momento alguém pega um carro e sai dirigindo com a intenção de tirar a vida de alguém... Eu tenho a impressão de que os realizadores resolveram adotar um título que faça referencia a filmes antigos do Seagal, como HARD TO KILL. Acho até que gastaram um bom tempo na pós produção pensando em qual verbo, adjetivo, etc, poderiam colocar antes do “to kill”. Finalmente, apesar de não fazer sentido algum ao filme, todos aceitaram o “driven”. Pra mim está ok! Brincadeiras à parte, o "driven" pode estar no sentido de impulsionado, sacou? Impulsionado a Matar! Um belo título para um filme de ação! hahaha!

De qualquer maneira, mesmo não atingindo o nível de seus primeiros trabalhos, DRIVEN TO KILL, dirigido de forma séria por Jeff King (que já havia trabalhado com o ator antes), é o mais próximo que se pode esperar neste sentido. Provável que seja o trabalho mais consistente de Seagal desde que entrou de vez na onda dos filmes que vão direto para o vídeo.
Seagal tatuado, concentrado em suas escrituras e tomando chá de alecrim...
O homem interpreta um escritor muito bem sucedido especializado em romances policiais que vive tranquilamente numa cidadezinha qualquer. Embora assine como Jim Vincent, possui sangue russo correndo nas veias, seu verdadeiro nome é Ruslan e fora um perigoso membro da máfia russa em outra cidade qualquer no passado (eu realmente não me lembro em quais cidades o filme se passa, só sei que foram filmadas no Canadá, onde certamente estavam tentando recriar cidades americanas, ok?).


Seagal tem aqui, além de uma boa performance, com direito a sotaque estrangeiro muito mal acentuado por sinal, uma rara mudança de visual com os braços tatuados e sem o famoso rabinho de cavalo. Percebe-se que Seagal está fazendo um esforço para melhorar seus trabalhos DTV, porque o nível de alguns filmes haviam baixado demais e era preciso uma tolerância extrema para gostar de coisas como FLIGHT OF FURY, por exemplo... e olha que eu sou um dos maiores fãs do homem que vocês vão encontrar por aí. Defendo até as mais absurdas porcarias que ele faz, mas às vezes é difícil!

Enfim, em DRIVEN TO KILL ele realmente constrói um personagem, apesar de suas limitações. É claro que acaba sendo a velha figura de sempre, mas já dá uma diferença. Para dificultar ainda mais o desafio da atuação, seu personagem possui um relacionamento distante da filha que vive com a mãe (na cidade onde era mafioso), hoje casada com um advogado milionário que tem “vilão” escrito na testa! Com sua filha prestes a casar, Ruslan precisa comparecer e fazer o papel de pai durante a cerimônia, conversar com seu futuro genro pra saber suas intenções com sua filha, etc...

Mexeram com a filha do homem errado!

O problema inicia quando a casa onde todos estão é invadida por mascarados e uma desgraça acontece. Casamento cancelado! Ruslan agora precisa reviver na pele o seu passado para descobrir a merda que aconteceu, isso inclui os ingredientes de sempre da boa e velha fórmula de um Steven Seagal's movie: brigas em bar, braços quebrados, vidros estraçalhados, muito tiro e até usar os corredores de um hospital como um verdadeiro campo de guerra... o que mais posso querer em um filme do sujeito?

Mais sobre Seagal e seus filmes aqui.