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11.4.11

SAVATE (1995)

Mais um do Isaac Florentine pra não perder o costume e, espero, que vocês já não estejam de saco cheio desse cara. Depois deste texto, pretendo dar uma pausa pra vocês descansarem antes de prosseguir com a filmografia dele. Mas o legal é que SAVATE, pelo menos em realação aos anteriores, é bem mais otimista com o futuro do diretor, já que seu filme de estréia, DESERT KICKBOXER, não é lá grandes coisas e antes só havia feito um curta que quase ninguém viu, FAREWELL TERMINATOR, realizado ainda em seu país natal, Israel.

Em SAVATE temos um dos elementos mais importantes de Isaac Florentine sendo trabalhado de maneira bem eficiente: a PANCADARIA! Uma das vantagens desta vez é a presença do ator francês Olivier Gruner, que está longe de ser um bom ator, mas possui grandes habilidades em artes marciais, com chutes incríveis e rápidos. Juntando a vontade do diretor em realizar muitas sequências de luta, com um ator que sabe lutar, o resultado não seria menos do que uma boa diversão.

E mais uma vez Florentine utiliza cenários diferenciados para narrar seu filme de porrada. Se FAREWELL transcorria num mundo pós apocalíptico e DESERT KICKBOXER, como o título já diz, se passa quase totalmente num deserto, a história de SAVATE é contextualizada no oeste americano do seculo XIX, ou seja, é um autêntico híbrido de western com artes marciais.

Na verdade, o filme é inspirado em história verídica, sobre o primeiro lutador de kickboxer do mundo! Claro que isso não tem a menor importância, porque dificilmente vou comprar a idéia de que o primeiro lutador de kickboxer realmente viveu o que o protagonista de SAVATE vive.

O cara é um oficial francês (Gruner) que veio parar nos Estados Unidos em busca do assassino de seu melhor amigo. Acaba conhecendo um casal de irmãos que tem problemas com um figurão da cidade, R. Lee Ermey (o sargento Hartman de NASCIDO PARA MATAR), que quer comprar as terras de todos os fazendeiros a qualquer custo, fazendo ameaças com seus capangas… a mesma história de sempre. E o nosso herói, por fim, acaba entrando num torneio de luta, ao estilo dos filmes do Van Damme (com habilidades de cada lutador de acordo com a origem de seus países) onde enfrenta o seu inimigo, vivido pelo grande Marc Singer! No elenco ainda temos James Brollin, como um oficial corrupto, e a belezinha Ashley Laurence (de HELLRAISER), como possível par romântico do protagonista.

SAVATE foi lançado direto no mercado de vídeo, quando o gênero “kickboxer movie” já estava em decadência. Mas com um elenco desses e uma história movimentada onde cenas de ação e pancadaria surgem organicamente a cada cinco minutos, só poderia resultar em pura diversão! Tem suas falhas, obviamente, é cheio dos mais diversos clichês, atuações fracas e exageradas, roteiro forçado e meia boca, mas tudo isso dá ao filme aquele charme a mais, um sabor de tralha que os amantes de cinema classe B sabem admirar…

24.8.09

NEMESIS (1993), de Albert Pyun

As perguntas da entrevista com o diretor Albert Pyun já foram enviadas para ele e estamos agora aguardando as respostas. Não esperem um Truffaut/Hitchcock dos filmes B, mas acho que se tudo correr bem, vamos ter algo bem legal. Enquanto isso, eu vou assistindo a alguns filmes do homem que eu ainda não havia visto, como por exemplo TICKER, de 2001, que nem vale a pena comentar de tão ruim, mas tem o Tom Sizemore como um dos protagonistas, o único que tenta salvar esta barca furada, e nem com Dennis Hopper, Steven Seagal e Peter Greene à bordo, deixou de afundar.

NEMESIS é um dos filmes mais divertidos do Pyun e me chamou muito a atenção pelo tratamento visual de algumas cenas e pelas várias sequências de ação de tirar o fôlego, muito bem dirigidas e coreografadas. O diretor retorna aos temas futuristas, cenários pós apocalípticos com estética cyberpunk e a presença de cyborgs ocupando seus espaços. São elementos que obtiveram bons resultados em outros filmes do Pyun como em CYBORG – O DRAGÃO DO FUTURO e RADIOACTIVE DREAMS (que só não me lembro de haver cyborgs, mas o resto...).

A trama já possui certo grau de complexidade que por si só deixa o espectador interessado, ou confuso. Olivier Gruner – que é um robô na vida real – vive Alex Rain, um policial que peleja, no ano de 2027, contra uma organização terrorista que perturba a sociedade, que já não é lá muito tranquila neste período. Ferido diversas vezes, Alex é metade humano e metade máquina, mas ainda é capaz de salvar um cãozinho indefeso quando é preciso. Mas decide se aposentar e conviver com suas dualidades sossegado num canto qualquer. Mas se isso realmente acontecesse, não teríamos o filme, então o chefe de policia determina uma última missão a Alex e para obrigá-lo a realizar tal tarefa, eles implantam uma bomba perto de seu coração. Aí não tem escapatória. Mas à medida que realiza a missão, o nosso herói descobre que está envolvido em uma conspiração cujo objetivo é a conquista do mundo pelas máquinas, e que os terroristas que ele passou a vida exterminando estão, na verdade, lutando pela raça humana!!!

E as referências são bem diversificadas, vai de BLADE RUNNER e FUGA DE NOVA YORK à EXTERMINADOR DO FUTURO, com direito a esqueleto metálico em stop motion azucrinando a vida do protagonista. Mas NEMESIS também pode se orgulhar por ter influenciado a estética de alguns filmes futuristas, principalmente o figurino bem ao estilo MATRIX, com os sobretudos, óculos escuros, ternos pretos, roupas de couro...

O elenco é ótimo. Além do Gruner, temos Tim Thomerson, Cary-Hiroyuki Tagawa, Vincent Klyn, Brion James, e até mesmo uma pequena participação de um jovem Thomas Jane, apanhando de mulher nua, a gata Deborah Shelton.

Sobre as sequências de ação, temos o inicio do filme, os primeiros 15 minutos, que é um dos melhores momentos da carreira do Pyun, um tiroteio frenético muito bem filmado e editado num cenário magnífico. É um trabalho muito interessante que se sobressai ao restante do filme, que nunca consegue atingir o mesmo nível, uma pena. Ainda assim, Pyun não deixa a peteca cair. O seguimento que transcorre no hotel também é bacana e temos Olivier Gruner atravessando o chão fazendo burados com sua metralhadora, como nos desenhos animados. O final até que é legal com um sinistro Tim Thomerson seguindo Gruner e sua parceira por uma floresta em volta de um vulcão, mas não sei, o futuro da humanidade sendo decidido à beira de uma cachoeira é uma coisa feia. Prefiro muito mais os prédios tombados, a atmosfera de destruição e o cheiro de concreto queimado do inicio do filme. Mas tudo bem, o que importa é que NEMESIS é divertido pacas!