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22.10.11

VINCENT PRICE na tela grande

Uma pequena pausa nos textos de recomendações dos amigos leitores, mas sem fugir do tema do mês do horror aqui no blog, até porque eu não vou conseguir escrever sobre todas as sugestões nestes últimos dias do mês. Mas não se preocupem, enquanto este espaço existir, vou continuar considerando as dicas e de vez em quando posto algumas. Mas aconteceu algo bem legal na minha cidade esta semana, um tanto inédito, uma pequena mostra que serviu pra dar esperança a este pobre capixaba amante de cinema. O SESC trouxe a Vitória alguns filmes da mostra nacional que comemora o centenário de Vincet Price e fui conferir duas pérolas na telona. Por falta de tempo, teria ido a semana inteira, mas valeu a pena assistir a estes:

O SOLAR MALDITO (1960)

Simplesmente um dos filmes de horror mais importantes da história do cinema. Pode até não ser o meu favorito da parceria entre Price e o diretor Roger Corman, mas é um belíssimo exemplar e foi a primeira adaptação da obra de Edgar Allan Poe realizada pela dupla, dando início a uma série de fitas notáveis durante a década de 1960.

Embora Corman consiga se aventurar com precisão no universo e espírito atmosférico de Poe, O SOLAR MALDITO não é exatamente fiel ao texto, o que seria meio complicado de fazer. A trama se resume na chegada de Winthrop (Mark Damon) na propriedade de Roderick Usher (Vincent Price) cuja irmã, Madeline, está destinada a ser sua noiva. O problema é que Roderick é rebugento pra cacete, completamente obcecado por uma suposta maldição que percorre a linhagem dos Ushers e faz de tudo para atrapalhar os dois pombinhos. Inclusive, consegue convencer a sua irmã de que realmente suas vidas estão execradas.

O filme consagrou o estilo genial e singular de direção de Roger Corman. Econômico, trabalhando com orçamentos apertados, ao mesmo tempo charmoso e sofisticado, fazendo uso das cores com inteligência, criando atmosferas pertubadoras, se virando com todo tipo de recurso que conseguia e com muita criatividade. E, por fim, temos Vincent Price em mais um espetacular desempenho. Não só neste aqui, mas toda a sua participação no ciclo significou a sua consagração como um dos gigantes do gênero! Como Roderick Usher, sua atuação só perde para Prospero, o maléfico príncipe de A ORGIA DA MORTE, na minha opinião.

MADHOUSE (1974)

Este aqui foi uma descoberta e tanto. Nunca tinha visto e nem lido muito a respeito. MADHOUSE já foi lançado no Brasil com o título A CASA DO TERROR, embora não haja nenhuma “casa do terror” na trama, mas é de fácil assimilação ao gênero e dá um ar de picaretagem pra chamar público. Eu gosto mesmo é do outro título dado ao filme aqui no Brasil: DR. MORTE! É assim que foi lançado em DVD e é este o nome do personagem de Vincent Price no filme (dentro do filme), que é uma autêntica homenagem à sua própria carreira como ícone do horror!

A história, em suma, é sobre um velho astro americano de filmes de horror (Price) contratado por um produtor da TV britânica para ressucitar seu célebre personagem, o tal Dr. Morte, num seriado para a televisão inglesa. Misteriosamente, o mundo da fantasia começa a se misturar com a realidade, numa trama bizarra de violentos assassinatos. Na verdade, o enredo é bem bobinho e não tarda para que o espectador mate a charada de uma vez, que é bastante óbvia, por sinal. A direção, do veterano Jim Clark, não preza por originalidade, mas é segura e se inspira em elementos do giallo, especialmente nas cenas de suspense e morte.

Mas o que realmente faz a fita valer a pena é a magnífica atuação de Vincent Price, uma espécie de caricatura de si mesmo, mais expressivo do que nunca. E quando Price contracena com Peter Cushing, não tem pra ninguém! A sequência final, apesar de totalmente ilógica, tem um puta clima surtado, digno de um Mário Bava. Os créditos iniciais ainda prometem “participações especiais” de Basil Rathbone e Boris Karloff. Eles realmente aparecem, só que contracenando com Price em antigos filmes, como O CORVO, por exemplo, que são projetados como se fossem filmes do Dr. Morte.

Enfim, MADHOUSE era um deliciso horror à moda antiga já nos anos setenta e até hoje mantém essa impressão. Foi realmente um prazer ter assistido pela primeira vez na tela grande, mesmo com projeção vagabunda de DVD. Valeu a pena e tomara que não seja o último evento do gênero por aqui.

8.10.10

A LENDA DOS SETE VAMPIROS (1974), de Roy Ward Baker




Como devem ter percebido no último post, aliás, em vários posts de vários blogues, o grande diretor inglês Roy Ward Baker, que ao lado de Terrence Fisher realizou alguns dos melhores filmes da Hammer, faleceu aos 93 anos. Vou ficar devendo uma análise mais profunda sobre sua obra porque infelizmente vi pouco do seu trabalho, mas o suficiente pra saber que foi um dos grandes nomes do horror britânico. O último dele que eu vi foi A LENDA DOS SETE VAMPIROS (1974), um bizarro híbrido de horror com artes marciais que nasceu da turbulenta parceria entre a Hammer e a Shaw Brothers. O filme pode fazer parte da longa série de filmes da produtora inglesa sobre o personagem Conde Drácula, aqui vivido por John Forbes-Robertson. Na trama, Drácula acorda de seu sono e vai para a China fazer renascer os lendários sete vampiros dourados, daí o famoso caçador de vampiros Van Helsing, novamente na pele do Peter Cushing, se junta a um grupo de lutadores de kung fu para combater esse terrível mal… contando dessa forma parece brincadeira, de tão irreal que seria um filme assim, mas realmente existe e é divertido, embora tenha sido uma penosa jornada até que as filmagens chegassem ao fim, com tantas brigas entre os executivos da Hammer e da Shaw Bros.

Anyway, Roy Ward Baker merece mais destaque por aqui. Vou assistir mais alguns de seus trabalhos e comento aqui no blog. O sujeito merece.