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9.7.13
FUGA DO BRONX (Enzo G. Castellari, 1983)
Para fechar a trilogia pós-apocalíptica do Castellari, chegou a vez de FUGA DO BRONX, continuação direta de 1990 - OS GUERREIROS DO BRONX. O título é um pouco enganador, deve ter sido bolado só para fazer referência ao clássico do John Carpenter, FUGA DE NOVA YORK, porque na verdade, pelo enredo deste aqui, o título deveria ser algo do tipo “NÃO fujam do Bronx”!
Desta vez, a corporação malvada do primeiro filme resolve expulsar os moradores do Bronx, região sem lei, dominada por gangues, como vimos no episódio anterior. A ideia é esvaziar o local para construir um bairro novo com prédios modernos, e quem não quiser sair por bem... Bom, sai à pontapés mesmo, ou acaba assassinado a sangue frio pelo esquadrão fascista liderado por Wrangler (o sempre genial Henry Silva), contratado para limpar o local usando a força bruta. Castellari antecipou trinta anos o modo de agir da polícia militar brasileira.
Sobra até para os pais do herói de OS GUERREIROS DO BRONX, Trash, novamente encarnado por Mark Gregory, que agora vai revidar com sede de vingança! E seguindo a linha dos outros filmes, o roteiro não avança muito para além disso e o filme se transforma numa batalha exatamente para não fugirem do Bronx. É só ação, ação e ação! Provável que FUGA DO BRONX seja o filme com mais ação de toda a carreira do Castellari. A quantidade de tiroteios é impressionante e toda situação que o enredo apresenta é desculpa para que a equipe de dublês trabalhe dobrado.
Um bom exemplo é quando decidem sequestrar o presidente da corporação. Não há qualquer tipo de elaboração. O plano é puxar o sujeito pelo colarinho e distribuir chumbo grosso em quem estiver pela frente.
E mesmo o conceito das gangues diferenciadas do filme anterior acaba se perdendo. Todos os grupos agora estão reunidos nos subterrâneos do bairro, liderados por Dablone (Antonio Sabato), na luta contra a tal corporação. E Mark Gregory consegue amadurecer o seu personagem. Trash está mais melancólico, com ar de cavaleiro solitário badass e deixou de lado a calça Jeans apertadinha no rabo... Logo no início do filme há uma cena na qual Trash explode um helicóptero com tiros calibre 38. O sujeito realmente não está para brincadeira!
Aliás, a ação do filme, além da grande quantidade, é toda repleta desse tipo de exagero. Especialmente o gran finale, cuja contagem de corpos é de arrepiar (algumas fontes apontam 174 mortos)! Imaginem o final de DESEJO DE MATAR 3 elevado à décima potência em termos de balas, explosões e violência e terão alguma ideia do que é isso aqui! O estilo Peckinpah de trabalhar o slow motion durante os tiroteios está em toda parte e Castellari é especialista nesse recurso, o que torna a ação ainda mais espetacular! Há também uso de miniaturas toscas sendo explodidas. Dá aquele charme nostálgico oitentista para a produção, que possui, aparentemente, um orçamento melhor para o departamento de pirotecnia e dublês em comparação ao primeiro filme.
O elenco também é outro destaque como sempre. Além de Gregory, Silva, que está realmente sensacional, e Sabato, temos uma excelente participação de Giancarlo Prete, que é o protagonista de THE NEW BARBARIANS, entre outros rostos reconhecíveis do cinema popular italiano, como Romano Puppo (desempenhando o pai de Trash), Paolo Malco, Ennio Girolami e o próprio diretor em uma pequena participação.
Apesar dos outros dois também me agradarem bastante, FUGA DO BRONX é disparado o melhor dos três exemplares futuristas que o velho Castellari realizou nesse belo período do cinema italiano.
THE NEW BARBARIANS, aka I Nuovi Barbari (Enzo G. Castellari, 1983)
Antes de encarar a continuação de OS GUERREIROS DO BRONX, vamos seguir a ordem do imdb e falar um bocado de outro action movie pós-apocalíptico dirigido pelo Enzo G. Castellari: THE NEW BARBARIANS, também conhecido como THE WARRIORS OF THE WASTELAND (lançado no Brasil como GUERREIROS DO FUTURO). Há até quem diga que, apesar de não fazer parte oficialmente do universo estrelado por Trash (Mark Gregory) e sua turma, este aqui completaria a trilogia de filmes de ação que transcorrem em futuros distópicos que Castellari realizou nos anos 80. É justo...
Estamos no boom do cinema pós-apocalíptico e o cineasta italiano que não entrasse na brincadeira estava por fora. Lucio Fulci, Joe D’Amato, Sergio Martino, Bruno Mattei, etc, etc... Mario Bava só não entrou porque morreu antes do gênero realmente estourar. E Dario Argento, antes de fazer de tudo para destruir sua reputação com abjetos como DRACULA 3D conseguiu permanecer no seu estilo, dirigindo e produzindo horror de qualidade. O resto teve que procurar terrenos baldios no interior da Itália (como é o caso de THE NEW BARBARIANS) para fazer de cenários pós-apocalípticos.
No ano de 2019, após um holocausto nuclear, um grupo intitulado Templários toca o terror para cima dos poucos seres humanos que ainda vagam pelo mundo devastado. Eles se consideram uma raça superior e por onde passam o resultado é morte e destruição. Para nossa sorte, existem ainda algumas pessoas de bom coração, como Scorpion (Giancarlo Prete), Nadir (Fred Williamson) e o moleque de A CASA DO CEMITÉRIO, do Fulci, (Giovanni Frezza) que é um exímio atirador de estilingue e um mecânico de primeira. Os três unem força para lutar contra as forças malignas dos Templários, liderado por One (o grande George Eastman).
E pronto, a trama não passa muito disso. Os roteiristas se preocuparam apenas em criar premissas bem básicas, uns personagens bacanas e deixar o pau comendo solto a torto e a direito. O espírito era “vamos ligar a câmera e ver o que acontece”. O que torna THE NEW BARBARIANS, ao mesmo tempo, um dos filmes mais fracos e mais divertidos do Castellari. Depende do que lhe interessa na sua busca cinematográfica. Pessoalmente, acho sensacional! Diria até que se trata de "bom cinema" sob determinados aspectos.
Libertando-se do roteiro, a criatividade dos realizadores foi toda concentrada na criação de sequências de ação e na concepção dos veículos futuristas, nos figurinos, adereços, penteados, armas... E pelo que pude entender da mensagem que o filme deixa, estilistas não muito chegados na fruta (acho que isso foi um pleonasmo) tem mais chance de sobreviver a uma catástrofe nuclear. Digo isso baseando-me no visual dos Templários. Deve ser extremamente difícil manter esse penteado num mundo devastado e sem um supermercado por perto... será que é esse o objetivo dessas moçoilas de ombreiras? Destruição em massa em busca de produtos de beleza para manter o look?
Enfim, se FUGA DE NOVA YORK e THE WARRIORS eram as fontes de inspiração de OS GUERREIROS DO BRONX e FUGA DO BRONX, em THE NEW BARBARIANS percebe-se claramente que Castellari viu e reviu MAD MAX II um punhado de vezes antes de começar as filmagens. Além dos carros, ambientação e outros detalhes, Scorpion é uma cópia cuspida e escarrada da personalidade do Mad Mel no filme de George Miller.
Numa entrevista nos anos 90 para a European Trash Cinema, Castellari diz que o orçamento de THE NEW BARBARIANS foi um dos mais risíveis com o qual já trabalhou e por isso se orgulha muito das sequências de ação que conseguiu realizar por aqui. Há uma abundância de tiroteios com efeitos sonoros de lasers (e que quando acertam o alvo fazem um estrago danado, especialmente no corpo humano), perseguições de carro, explosões, pancadaria, cabeças rolando, uma coisa linda.
Nessa mesma entrevista, o diretor declara o seu amor ao cinema de Peckinpah e a maneira como este utiliza o slow motion em cenas de ação. E aqui Castellari usa e abusa desse mesmo artifício. Visualmente, a ação de THE NEW BARBARIANS é um espetáculo dos bons, apesar do orçamento baixíssimo.
É preciso destacar ainda alguns momentos realmente interessantes e inusitados por aqui, como a participação limitada, mas muito bem utilizada do personagem de Williamson e seu arco e flecha destruidor, com um conjunto de explosivos coloridos de fazer o Rambo ficar com invejinha. Ui! E já que voltamos a falar de boiolice, THE NEW BARBARIANS deveria ser lembrado por ser o melhor (e provavelmente o único) exemplar do ciclo de filmes pós-apocalípticos italianos no qual o herói é capturado e literalmente currado, violado, estuprado, arrombado pelo lider dos vilões... Geez, esses italianos eram mesmo insanos!
Para se aprofundar ainda mais no filme, recomendo este texto, do Felipe M. Guerra. Garantia de boas risadas.
5.7.13
1990 - OS GUERREIROS DO BRONX (Enzo G. Castellari, 1982)
De volta ao Brasil para umas férias, passemos às atividades por aqui. Pelo menos nos próximos dois meses espero ter muito assunto para compartilhar antes de voltar à luta. Um deles é o já anunciado retorno do ciclo Castellari que iniciei ano passado e por diversos motivos acabei abandonando. Retomemos de onde paramos: 1990 - OS GUERREIROS DO BRONX, um dos melhores trabalhos do diretor de KEOMA.
A essa altura do campeonato, é provável que quase todo mundo saiba que certa parcela do cinema italiano no início dos anos 80 era formada por alguns dos principais picaretas da indústria cinematográfica mundial. Choviam filmes que se aproveitavam do sucesso comercial de outras produções mais abastadas. MAD MAX, por exemplo, foi responsável por gerar uma penca de filmes pós-apocalípticos carcamanos. OS GUERREIROS DO BRONX é um belo exemplar do gênero, embora não tenha nada a ver com o filme estrelado pelo Mel Gibson. Na verdade, é uma mixagem inspirada de outras duas obras de imensa influência na época: FUGA DE NOVA YORK, de John Carpenter, e THE WARRIORS, de Walter Hill.
Mas o que interessa mesmo é que apesar das óbvias referências o filme consegue ter vida própria, com toda a personalidade de Castellari impressa na tela. No entanto, OS GUERREIROS DO BRONX não ficou livre de alguns problemas que constantemente eram encontrados nestas específicas produções. É o caso do roteiro fraquíssimo, cheio de buracos e diálogos pífios, apesar da trama e do universo criado aqui serem notáveis. Cortesia do grande Dardano Sacchetti, responsável por vários roteiros clássicos do cinema italiano dos anos 70 e 80.
Além disso, tenho um bocado de problemas em levar a sério o personagem principal, Trash, supostamente o cabra durão do pedaço, interpretado pelo italiano Marco di Gregorio (aqui creditado como Mark Gregory), que não possui carisma algum. É lógico que o resultado acaba sendo mais divertido por ser um elemento de humor involuntário. Mas perto de um Kurt Russel, no filme do Carpenter, não dá nem para o cheiro.
Um fato interessante é que há rumores de que Mark Gregory é, ou tenha sido (não sei se ainda está vivo), gay. Não que isso interesse. A sexualidade de cada um pouco me importa. Mas é curioso quando isso influencia no filme. Porque há duas cenas específicas em que personagens morrem nos braços de Trash. Quando é um membro masculino de sua gangue percebe-se claramente a intesidade de sua atuação, parece que ele deu tudo de si (aliás, o falecido tem até um bigode estilo Freddie Mercury). Quando ocorrido é com uma importante personagem feminina a encenação já não é tão convincente. E a calça jeans que ele usa durante o filme deve ser a mais apertada da história do cinema e quando anda dá a impressão de que há um caroço de milho enfiado no rabo...
Er... Bom, OS GUERREIROS DO BRONX conta ainda no elenco com Vic Morrow (em seu último papel antes de morrer de forma trágica no set de THE TWILIGHT ZONE), Fred Williamson, George Eastman, Christopher Connelly, Joshua Sinclair e o próprio Castellari em um pequeno papel. Mas sua função atrás das câmeras, como criador de imagens, é que chama a atenção, especialmente nas sequências de ação, com direito a uma bela contagem de cadáveres e vários slow motions peckinpanianos. A cena em que Vic Morrow invade o esconderijo dos Riders (cujo lider é a figura que eu comentei nos dois últimos parágrafos) distribuindo bala é um primor. As cenas de luta também não são más, principalmente quando acontece um quebra pau entre Williamson e Eastman.
A diversão continua também nas situações precárias da produção que rendem algumas risadas curiosas. Um bom exemplo refere-se a um dos principais argumentos da trama: o bairro do Bronx tornou-se uma terra sem lei e sem ordem comandada por diversas gangues em disputa por territórios, mas a produção não teve permissão de fechar as ruas da região para as filmagens. Portanto, é hilário notar no fundo os carros passeando e as pessoas andando normalmente nesta suposta "terra de ninguém", violenta, sem lei e ordem. Mas o que importa é a essência, não é mesmo? É o que torna OS GUERREIROS DO BRONX tão magnífico. Fiz uma revisão recente e é bacana notar como ainda se mantém em ótima forma em comparação com um punhado de outras produções similares daquele período de glória do cinema italiano de gênero.
15.5.11
HELL COMES TO FROGTOWN (1988)



Mas putz, como é divertida essa bobagem toda! Roddy Piper é muito carismático, um dos atores mais engraçados do cinema americano – e não me lembro dele ter feito alguma comédia – e aqui está impagável com a sua desconfortável situação, sempre rodeado de mulheres, sem poder aproveitar, gerando uma série de gags hilárias a partir disso. O filme não explora a nudez de suas atrizes, mas não chegamos a sentir falta (o que não deixa de ser um filme sexy). O elenco está todo muito bem e conta com a ilustre presença de William Smith!

1.5.11
COLD HARVEST (1999)
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Como já observamos em outros filmes do diretor, a trama de COLD HARVEST se passa em período e ambiente inusitados: em um futuro pós-apocalíptico onde não se vê a luz do dia, um vírus mortal causa o terror em certas áreas infectadas.
Gary Daniels, em papel duplo, é Roland, um famoso caçador de recompensas – desses que pegam o trabalho através de cartazes de “procurado” (vocês vão entender porque) – e é também Oliver, seu irmão gêmeo, um dos poucos que carregam em seu corpo uma possível cura para o tal vírus. Quando ele e sua mulher (a musa dos anos 80, Barbara Crampton) estão sendo levados, junto com outros “portadores da cura”, para uma zona não infectada, o comboio é atacado pelo perigoso vilão Little Ray (Bryan Genesse) e sua gangue, que resolve simplesmente matar todo mundo sem muito motivo. A única que escapa é Barbara Crampton, que está grávida e, por conta disso, também carrega a cura. Procurada pelo bandido, ela encontra seu cunhado que agora tem de protegê-la, levá-la até a tal zona e vingar a morte de seu irmão! Tudo ao mesmo tempo!!!


Uma das coisas mais legais do filme é que o universo que temos aqui, é visto como um encontro entre o futuro e o passado, da mesma maneira que Florentine havia feito em BRIDGE OF DRAGONS, mas o passado em COLD HARVEST é representado por elementos do western. Os personagens andam de bugres estilo MAD MAX 2, motos, helicópteros, etc, ao mesmo tempo em que existem saloons, vestem-se como forasteiros do velho oeste e carregam armas no coldre prontos para um duelo… Eu sei que nada disso é muito original, mas curiosamente, os personagens também lutam kung fu (ou algo do tipo), pra não esquecermos que estamos num filme de Isaac Florentine!

E, claro, o diretor não decepciona na condução de vários momentos de pancadaria e tiroteios violentos. Aqui sim, Florentine demonstra porque é um dos melhores diretores de ação direct to video da atualidade! Destaque para a ação final, quando Gary Daniels invade o covil de Little Ray distribuindo tiros e porradas pra tudo quanté lado, filmado num estilo claramente inspirado em John Woo, mas desta vez funcionando perfeitamente, diferente do desastre HIGH VOLTAGE. Inclusive alguns enquadramentos recriam imagens dos filmes do diretor chinês. Outra influência clara presente no filme – especialmente na ação final – é Sergio Leone; o duelo entre o protagonista e seu oponente tem montagem que remete ao “trielo” de THE GOOD, THE BAD AND THE UGLY acompanhada de uma trilha bem tosca de spaghetti western. Mas são detalhes que são um charme, contribuem muito para a ação e resulta num dos grandes momentos da carreira de Florentine!

18.4.11
AMERICAN CYBORG: STEEL WARRIOR (1993)






O filme chegou a ser lançado aqui no Brasil nos bons tempos do VHS com o título AMERICAN CYBORG - O EXTERMINADOR DE AÇO. É uma belezinha mesmo e nem preciso dizer que é obrigatório, não é?
29.3.11
FAREWELL TERMINATOR (1987)
Vamos falar de Isaac Florentine. Acabei de ver FAREWELL TERMINATOR, que é o primeiro filme do sujeito, realizado ainda em seu país natal, Israel, uma mistura de ficção científica pós-apocalíptica com ação e artes marciais, e que não chega a 30 minutos de duração.
O clima lembra os filmes do gênero daquele período, os rip-off de MAD MAX, principalmente os produzidos pelos italianos e também as tralhas do Cirio H. Santiago e gente dessa laia, mas já demonstra um modesto talento e estilo próprio de Florentine em coduzir cenas de ação e pancadaria. Além da capacidade de trabalhar com pouquíssimo recurso, mas muita criatividade, utilizando como cenário uns entulhos de concreto e sujeira, ruinas de prédios e carros batidos para compor uma atmosfera que funciona muito bem.
A história não é nada de mais. Mas não era intenção do Florentine, que escreveu o roteiro junto com Yehuda Bar-Shalom, gastar fosfato em um roteiro mais elaborado que serviria apenas de veículo para que o próprio Florentine explorasse seus interesses intelectuais e filosóficos... como tiros e pontapés na cara, por exemplo.
Ainda assim, a trama não deixa de ser interessante: no futuro, o governo utiliza uma espécie de polícia especial, conhecida como Terminators, para eliminar os rebeldes. Acompanhamos Dror, um policial que está prestes a se aposentar e ganhar passe livre para sair do país. Em seu último dia de trabalho, precisa enfrentar Schneider (o próprio Florentine), um ex Terminator que trocou de lado. Ainda na trama, Dror descobre que está com sua cabeça a prêmio e que a polícia está por trás disso. É uma boa premissa… com menos de meia hora de duração então, dá pra se divertir um bocado.
E o foco fica mesmo na ação e nas cenas de luta. Não são perfeitas, tão bem montadas e coreografadas como os filmes atuais do diretor, como NINJA e UNDISPUTED III. No entanto, percebe-se claramente porque o cara conseguiu emprego rapidinho em solo americano, a princípio fazendo alguns B Movies e episódios de Power Ranges (Argh!)… depois voltou a se dedicar a fazer B Movies, mas com um pouco mais de grana, com atores conhecidos, como Van Damme, Dolph Lundgren, Gary Daniels e seu ator habitual, Scott Adkins.
FAREWELL TERMINATOR não é tão fácil de encontrar, eu suponho, mas se você tiver a oportunidade, não perca. Vale muito como curiosidade para quem já é fã de filmes de ação de baixo orçamento, especialmente do trabalho do Isaac Florentine, e também para os fanáticos por obras obscuras de ficção pós-apocalíptica dos anos 80.
1.4.10
VÍRUS (Carriers, 2009), de Àlex Pastor & David Pastor
A distribuidora brasileira nomeou CARRIERS com o mesmo título de uma ficção científica lançada por aqui em 1999, estrelada pela Jamie Lee Curtis e dirigida por um tal de John Bruno. Alguém se lembra desse VÍRUS? O filme inteiro se passa em alto mar, dentro de um navio, onde os personagens enfrentam uma força alienígena. Assisti na época e não lembro nem se é bom ou ruim. Mas pra ficar tão apagado na memória não deve prestar.
VÍRUS é um bom nome para este aqui, já que a tradução do título original não soaria muito bem... Mas vamos deixar o título em paz e concentrar na obra que é até bem interessante. Filmes de doenças, mutações bacteriológicas, etc, tem inspirado muitas fitas nos últimos anos, principalmente para explicar o surgimento de zumbis em filmes como EXTERMÍNIO, por exemplo. O vírus/bactéria/arma biológica não apenas mata a pessoa, mas infecta e transforma o indivíduo. No entanto, o que torna VÍRUS uma peça ímpar da safra atual é que o sujeito contaminado não altera seu comportamento. Ele simplesmente deteriora-se, morre e acabou. Claro que há a iminência do contágio para dar um suspense, mas a falta desse “algo a mais” coloca o filme num campo mais próximo da realidade.
Seguindo a estrutura de um road movie, VÍRUS narra a trajetória de quatro pessoas atravessando os Estados Unidos, num momento pós-apocalíptico, onde um vírus letal infectou e matou milhões de pessoas e continua a se espalhar rapidamente. Superficialmente, existem milhões de filmes com esse mesmo mote, inclusive o recente ZUMBILÂNDIA possui vários pontos em comum com este, em especial as rigorosas regras criadas pelos personagens para sobreviverem. Mas de alguma forma, o roteiro consegue fugir do senso comum, talvez pela falta de zumbis ou de infectados agindo de maneira violenta. Ou quem sabe pelo modo com o qual os diretores trabalham os clichês? O filme foca bastante na relação dos personagens, na questão da perda ou na possibilidade de abandonar a pessoa amada caso esteja infectado. E nessas situações, a dupla de diretores, os irmãos espanhóis Àlex e David Pastor, manda muito bem, com realismo e sem apelação sentimental.
O problema é a construção dos personagens. Todos eles são tão patéticos e fúteis que qualquer um deles poderia se contaminar que eu não daria a mínima. Na verdade, ficaria até feliz em vê-los sofrer. Imaginem um torture movie sci-fi onde os protagonistas estão todos infectados por um vírus e passam o filme inteiro apodrecendo até desfalecerem. Seria algo inusitado, um drama denso, e o David Cronenberg poderia dirigir. O que acham?
Chris Pine, intérprete do Capitão Kirk no novo STAR TREK, é o pior dos quatro. O sujeito chega a ser irritante de tão abobalhado. Se a intenção de Àlex e David era essa, então funcionou. Ainda no elenco Lou Taylor Pucci, Emily VanCamp e a gata Piper Perabo, para embelezar o filme, embora todo o trabalho visual e de composição das paisagens e cidades devastadas seja bem eficaz. VÍRUS não chega a altura de THE ROAD em suas intenções pós apocalípticas, mas recomendo ao menos uma conferida, aproveitando o lançamento nos cinemas brasileiros.
Chris Pine, intérprete do Capitão Kirk no novo STAR TREK, é o pior dos quatro. O sujeito chega a ser irritante de tão abobalhado. Se a intenção de Àlex e David era essa, então funcionou. Ainda no elenco Lou Taylor Pucci, Emily VanCamp e a gata Piper Perabo, para embelezar o filme, embora todo o trabalho visual e de composição das paisagens e cidades devastadas seja bem eficaz. VÍRUS não chega a altura de THE ROAD em suas intenções pós apocalípticas, mas recomendo ao menos uma conferida, aproveitando o lançamento nos cinemas brasileiros.
12.3.10
THE ROAD (2009), de John Hillcoat
Hoje estréia o novo filme de Scorsese, mas não sei se vou assistir. É um dos filmes mais aguardados por mim este ano e estou muito ansioso para vê-lo, ao mesmo tempo em que me bateu uma preguiça danada de ir ao cinema lotado, cheio de adolescentes irritantes. Enfim, mas não é sobre isso que eu gostaria de falar, tendo em vista o título do post, mas sobre este belíssimo filme do australiano John Hillcoat. Em A PROPOSTA, western poético e existencialista, o estilo lúcido e ousado do diretor demonstra que o sujeito possui uma veia para temas não muito comuns relativos ao gênero pelo qual estava subjugado. O western era apenas um palco para tratar de assuntos mais profundos, embora fosse um autêntico western de primeira qualidade com todos os seus elementos definidos. Cheguei a mencioná-lo na minha lista de filmes notáveis da década passada. Em seu novo trabalho, THE ROAD, Hillcoat ataca novamente seguindo à risca sua cartilha própria, contextualizando a estória num cenário pós-apocalíptico, com a mesma poesia visual de seu filme anterior. O roteiro foi adaptado a partir da obra de Cormac McCarthy, o mesmo que escreveu ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ, e narra a trajetória de um homem (Viggo Mortensen) e seu filho (Kodi Smit-McPhee) tentando sobreviver ao mundo devastado por catástrofes naturais e à grande maioria da população remanescente que driblou a falta de alimento tornando-se adepta a antropofagia. A possível superficialização dessa trama não ia deixar de ir ao encontro de elementos bem mais densos para expor o estado de espírito dos personagens tendo um diretor como Hillcoat no comando. O trailer vendia o filme como uma aventura de ficção, mas não é esse tipo que teremos aqui. Numa das minhas definições mais cretinas, THE ROAD pode ser alguma coisa entre MAD MAX 2, de George Miller e STALKER, do Tarkovsky. Embora o diretor fuja da ação mesmo com a iminência constante dos protagonistas se depararem com o mal (e que até rendem boas sequências), Hillcoat não deixa de buscar a emoção de outras maneiras, como na bela relação entre pai e filho. Depois que começou a trabalhar com o Cronenberg, Viggo Mortensen vem conseguindo performances bem interessantes e o garotinho é um achado. Ainda no elenco, participações da Charlize Theron, Robert Duvall e Guy Pearce. Muito ajudam na concepção da atmosfera a fotografia acinzentada do espanhol Javier Aguirresarobe, a trilha sonora dos “Bad Seed’s” Nick Cave (que escreveu o roteiro de A PROPOSTA) e Warren Ellis, e claro, a lenta e sublime direção de Hillcoat, contando uma estória à moda antiga, sem precisar apelar para efeitos especiais, com uma força cinematográfica impressionante.
7.12.09
CYBORG - O DRAGÃO DO FUTURO (Cyborg, 1989), de Albert Pyun

CYBORG é mais uma variação do subgênero “pós-apocalíptico”; filmes em que vislumbramos o futuro da pior maneira possível, com suas cidades destruídas por alguma catástrofe natural ou não, geralmente com um punhado de pessoas que já perderam a noção de humanidade tentando sobreviver ao caos, enfrentando as piores desgraças... e você aí reclamando da vida.
No futuro, a peste devastou com a população mundial e a esperança do que resta da humanidade é a segurança de uma cyborg detentora da cura e que precisa chegar a Atlanta, único local com estrutura para trabalhar com o material que provavelmente vai restaurar a ordem no mundo.


Sabemos que nenhum desses dois filmes chegou a ser filmado. Depois que a Cannon cancelou os projetos, Pyun apresentou uma estória que aproveitaria muito bem toda aquela estrutura e assim surgiu CYBORG. No entanto, o filme ainda chegou a ser promovido na TV carregando o nome MASTERS OF UNIVERSE 2: CYBORG!!!




Outros textos do Albert Pyun: VIAGENS RADIOATIVAS e NEMESIS
OBS: Enquanto postava, me lembrei que o Klyn também participou de CAÇADORES DE EMOÇÃO. Ele faz um dos mal-encarados que leva porrada na praia do Keanu Reeves e do recém falecido Patrick Swayze...
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