Dois textinhos antigos, que foram utilizados numa outra oportunidade, achei jogado num canto do meu computador, resolvi reaproveitá-los...
IMAGENS DE UM CONVENTO (Immagini di un Convento, 1979), de Joe D'Amato

Joe D’Amato é um cara legal. Quem já viu ou ouviu falar de seus filmes, sabe muito bem a razão (lógico, funciona se você for fã de cinema extremo, se não, nem se arrisque). Seus filmes normalmente são recheados do que há de mais pervertido, sádico e violento que o cinema teve a ousadia de mostrar.
IMAGENS DE UM CONVENTO não fica atrás, além de ter todos os elementos perturbadores que fazem parte do catálogo de D’Amato, ainda possui um roteiro interessante e uma fotografia trabalhada, obviamente dentro dos padrões financeiros da produção, já que seria difícil arranjar alguma grande companhia para financiar um filme que profana os conceitos da igreja católica, mostrando freiras sedentas de sexo, muita sacanagem e uma cena de estupro com sexo explícito.

Como de costume em um
nunsploitation, a trama se passa num convento. A paz e a serenidade são quebradas com a chegada de um rapaz, que é uma espécie de encarnação do mal, e basta sua presença para que comece a safadeza e as freiras coloquem as "aranhas pra brigar”, até chegar num ponto alucinante de erotismo explícito com várias cenas interessantes como a do padre que caminha pelo corredor enquanto todas as freiras tentam seduzi-lo, mostrando as “periquitas” e se masturbando. Uma estátua do demo torna-se um dos personagens principais sempre simbolizando a presença do tinhoso e influenciando as perversões das freiras.
Tudo isso e mais um pouco, tornam
IMANGENS DE UM CONVENTO um dos
nunsploitation's dos mais subversivos e um dos melhores trabalhos do diretor italiano que nunca se preocupou em criar o choque visual, nem que seja pela violência extrema como em BUIO OMEGA, ANTROPOPHAGUS, ou pelo erotismo e sexo explícito como
PORNÔ HOLOCAUSTO,
EMANUELLE NA AMÉRICA, e muitos outros.
MACUMBA SEXUAL (1983), de Jess Franco

Após vários anos no exílio, Jess Franco retornou a Espanha no inicio dos anos 80 e encontrou liberdade total para realizar
MACUMBA SEXUAL. O filme é estrelado pela esposa e musa do diretor, a exuberante Lina Romay, interpretando a namorada do bigodudo Antonio Mayans numa viagem de férias pelas Ilhas Canárias. Franco explora muito bem as belezas naturais do local, suas praias, paisagens bucólicas e o deserto. E é em toda essa ambientação que Romay começa a ter sonhos alucinantes e delírios lisérgicos quando é possuída por uma Rainha Negra, encarnada pela transexual Ajita Wilson.

A experiência de assistir
MACUMBA SEXUAL é das mais interessantes pra quem já curte o trabalho do diretor. A trama não importa tanto, mas a elaboração visual das imagens oníricas e o surrealismo dos delírios e sonhos da protagonista são deslumbrantes, além do acompanhamento musical totalmente insólito. E como de praxe, todas as situações que Lina Romay se encontra tornam-se motivos pra tirar a roupa. Franco adora homenagear sua atriz/esposa explorando cada detalhe de seu corpo, as vezes a sensação é a de que ele quer entrar dentro dela com a câmera. Mas o grande destaque entre os protagonistas fica a cargo de Ajita Wilson, a transex negra de beleza exótica, com uma atuação bastante expressionista.