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23.5.11

ISAAC FLORENTINE - Filmografia no blog

O ciclo do diretor Isaac Florentine está encerrado. Escrevi sobre todos os filmes que o sujeito já realizou aqui no blog (com exceção dos filmes dos Power Rangers). Só volto a escrever sobre ele de novo quando  lançar seus próximos trabalhos ou se eu rever algum de seus filmes e tiver algo a acrescentar. Por enquanto, é isso. Segue a lista:

FAREWELL TERMINATOR (1987)
DESERT KICKBOXER (1992)
SAVATE (1995)
HIGH VOLTAGE (1997)
BRIDGE OF DRAGONS (1999)
COLD HARVEST (1999)
US SEALS II (2001)
SPECIAL FORCES (2003)
MAX HAVOC - CURSE OF THE DRAGON (2004)
UNDISPUTED II (2006)
OPERAÇÃO FRONTEIRA (2008)
NINJA (2009)
UNDISPUTED III (2010)

Agora acho que preciso da ajuda de vocês pra escolher uma outra personalidade do cinema para peregrinar! Quem deverá ser o próximo?! Fiquem a vontade para propor na caixa de comentários ou na página do DEMENTIA 13 no Facebook (aproveite e dê uma "curtida").

Só peço que escolham nomes que tenham relação com o blog, por favor! Nada de Bergman ou Tarkovski... pode parecer que não, mas eu sou fã desses caras também. Só não teria condição alguma de escrever sobre eles!!!

OPERAÇÃO FRONTEIRA, aka The Shepherd - Border Patrol (2008)

Quem acompanha a carreira do Van Damme desde sempre, deve se lembrar que o sujeito passou por uma fase negra lá pelo início dos anos 2000, quando encarou vários projetos medíocres para financiar o seu consumo de drogas. Mas parece que já deu a volta por cima e a sua fase atual está bem interessante já faz um bom tempo. Van Damme parece mais maduro e seus últimos 4 ou 5 filmes tentam agradar os dedicados fãs ao mesmo tempo em que assume funções mais complexas e desafiadoras como ator. Basta vê-lo em JCVD ou ATÉ A MORTE para notar isso de forma clara!

OPERAÇÃO FRONTEIRA faz parte dessa leva. É o filme que mais se aproxima ao que Van Damme fazia nos anos 80 e 90 em termos de estrutura. Temos um típica trama sobre um policial com um passado traumático que é transferido para a fronteira com o México e enfrenta perigosos traficantes. O filme é cheio de ingredientes e detalhes que fazem a cabeça dos fãs e é constantemente pontuado com as habituais sequências de ação old school coordenadas pelo diretor Isaac Florentine (quem mais seria?): Brigas em bar, em prisão, no meio da rua; perseguições à pé ou em veículos, uma delas envolvendo um ônibus cheio de freiras! Um final com um mano a mano contra o “vilão final”, vivido por Scott Adkins, ao melhor estilo nostálgico oitentista!

E Van Damme aproveita muito bem a idade e o olhar cansado para dar um sustento expressivo à complexidade de seu personagem. Eu sempre gostei da figura badass dos filmes de ação truculentos dos anos 70, 80 e 90, mas a coisa fica ainda mais interessante quando esses personagens brucuturs, aparentemente sem emoções humanas, demonstram um lado sensível, nem que seja em simples alusões, imagens e situações. Por exemplo, Chow Yun Fat segurando uma arma em uma mão e um bebê na outra enquanto distribui balas nos bandidos no final de FERVURA MÁXIMA! Isso é que é ser badass! Van Damme tem muito desse espírito aqui, maltratando a malandragem enquanto carrega o coelhinho (um elemento deveras dramático) da sua filha pra todo lado.

Já Scott Adkins, trabalhando novamente com o diretor, apronta a sua roubada de cena habitual. Sem dúvidas que é um dos melhores atores de ação direct to video da atualidade!

O filme peca um pouco com o roteiro, tem uns buracos bestas, tentativas de fazer discurso político que não se vê necessidade alguma, ao invés de deixar tudo caminhar pra boa e velha ação! Nada que estrague o prazer de assistir ao Van Damme dando a volta por cima, distribuindo pancadas e chutes rodopiados como fazia no inicio de carreira. A luta final não é épica como Billy Blanks vs. Matthias Hues em TALONS OF THE EAGLE, mas é divertida. É daqueles exemplares que me deixa com um sorrisão do início ao fim.

21.5.11

MAX HAVOC: CURSE OF THE DRAGON (2004)

Quase acabando de dissecar a filmografia do Isaac Florentine. Faltam apenas mais dois filmes, este MAX HAVOC e OPERAÇÃO FRONTEIRA, com o Van Damme. Tudo que o diretor realizou depois, eu já comentei por aqui. E aí, chega de Florentine por um bom tempo!

Como eu estou me dedicando bastante, eu não poderia passar batido por MAX HAVOC, mesmo não sendo um filme do Florentine! Quem dirigiu foi o nosso estimado Albert Pyun! Mas eu explico porque ele entra neste ciclo do diretor e de forma bem resumida: sempre foi algo habitual um projeto do Pyun dar errado, se transformar numa bobagem horrível, produtores se arrependendo totalmente por terem colocado dinheiro nas mãos dele. Com MAX HAVOC é a mesma coisa.

Geralmente eu costumo defender os filmes do Pyun, por pior que sejam, mas no caso deste aqui, eu não pretendo nem tentar! É uma bela merda mesmo. E onde entra o Florentine nessa história? Bom, depois de notarem a qualidade do resultado filmado por Pyun, os produtores tiveram a idéia de chamar o Florentine para tentar salvar alguma coisa. O israelense acabou fazendo apenas aquilo que sabe de melhor: cenas de porrada! Cerca de 10 minutos do filme, todas elas sequências de luta, foram realizadas pelo Florentine. Digamos que isso não salvou absolutamente nada em MAX HAVOC, mas pelo menos temos umas ceninhas de luta bem bacana (desperdiçadas numa porcaria de filme).

Pyun ainda teve sérios problemas que envolviam o orçamento do filme e as autoridades da ilha na qual foi utilizada para produção, Guam. Mas essa história é mais complexa…

Então, temos aqui uma obra ambientada num universo paradisíaco, com uma tremenda ajuda financeira do próprio governo local e não são poucas as cenas em que se gastam longos minutos para explorar a beleza natural do lugar. E isso sem qualquer relação com a narrativa… só pra mostrar mesmo o quanto Guam é bonita e atrair turista. Sim, MAX HAVOC é um filme propaganda!

Se bem que o personagem título é um fotógrafo e quando isso ocorre ele está sempre "trabalhando", o que justifica as cenas claramente “encomendadas”. Max Havoc é um ex-lutador de kickboxer que tenta levar uma vida pacata tirando suas fotos, mas acaba atraído pelo mundo do crime quando uma pequena estátua de dragão oriental é roubada. A estátua passa por algumas mãos até chegar a uma negociante de artes, ao mesmo tempo, o dono da peça, um chefão do submundo do crime vivido por ninguém menos que David Carradine, envia seus capangas para recuperá-la. Max se vê no meio da situação quando tenta proteger a moça e vingar a morte de seu ex-treinador, Richard Roundtree, morto por causa da estátua…

O filme não chega a ser ofensivo de tão ruim, mas está muito longe de ser bom. Pra mim, não serviu nem como diversão descompromissada. Na verdade, me peguei cochilando diversas vezes. Mas um dos pontos legais são os rostos familiares, como Caradine, Roundtree e até Carmen Electra, desfilando pelo filme. Mickey Hardt, que vive o protagonista, até que não é mal como ator de ação. Já disse que as lutas são legais, mas nada de impressionante também… Com mais ação e pancadaria, talvez MAX HAVOC fosse um pouquinho mais estimulante.

5.5.11

SPECIAL FORCES (2003)

Uma jornalista americana é capturada e feita refém depois de tirar fotos de um massacre cometido por um sádico general e seu exército em uma pequena vila de algum país ficcional do leste europeu. Os Estados Unidos decidem então enviar uma equipe altamente especializada em missões ultraperigosas para resgatar a moça, liderado pelo Major Don Harding (Marshall Teague). E aí está a base do simples e prático mote de SPECIAL FORCES, mais um trabalho de Isaac Florentine!

 

Temos aqui ótimas cenas de ação, acompanhadas de alguns detalhes que os fãs do gênero sempre gostam de ver, com aqueles lances de espionagem, os heróis espreitando por trás dos seus inimigos durante a invasão de uma base protegida, assassinatos surpresas passando faca na garganta, pistolas com silenciadores, pescoços quebrados, bombas implantadas em caminhões e barris de combustíveis, para explodirem na hora da fuga, estilo RAMBO III… quem não gosta dessas coisas?

SPECIAL FORCES é uma dessas produções patriotas que exaltam o heroismo americano e blá blá blá, mas o que importa mesmo é que este filme representa dois fatos marcantes na carreira de Florentine.

O fato número 01 (um) é que se trata do primeiro trabalho do diretor em conjunto com o ator britânico Scott Adkins. A partir deste aqui, todos os filmes seguintes do Florentine tem o Adkins no elenco. Menos em MAX HAVOC, que é, na verdade realizado pelo Albert Pyun e o Florentine foi chamado pra tentar consertar a cagada do diretor de CYBORG. Mais detalhes em um post futuro…

Scott Adkins é de um talento impressionante no campo das artes marciais. Como ator, tem carisma suficiente para se tornar um astro popular dos filmes de ação. Aqui, ele tem uma pequena participação, mas é crucial! Rouba o filme pra si toda vez que surge em cena e gostamos tanto do personagem que sempre ficamos com um gostinho de “quero mais”. Ele interpreta um soldado britânico que ajuda a equipe americana a resgatar a jornalista. Só que o cara é um verdadeiro ninja! Luta pra cacete, consegue acertar dois bandidos desavisados, com um chute em cada, mas no mesmo salto, sem tocar o chão. É de encher os olhos.

Aí chegamos ao fato número 02 (dois). A luta final protagonizada entre Scott Adkins e o capanga braço direito do vilão representa o nível de qualidade mais alto do talento de Isaac Florentine como diretor de cenas de luta. A maneira como movimenta a câmera, escolhe os ângulos, a coreografia da luta, é de uma maestria que remete ao estilo old school de filmar sequências como esta. É por isso que eu considero o Florentine o maior diretor de pancadaria da atualidade no cinema ocidental.

É a partir daqui que as sequências de luta ganham uma força descomunal em seus filmes seguintes, como NINJA e UNDISPUTED II e III. É claro que ter um ator que realmente sabe lutar ajuda um bocado, como é o caso do Adkins, mas Florentine demonstra que amadureceu muito ao longo da carreira. O resultado em SPECIAL FORCES é fenomenal em comparação com o que é feito no cinema americano atual, geralmente com câmeras tremidas e cortes rápidos que não deixam o espectador enxergar um simples soco.


No fim das contas, SPECIAL FORCES não chega a ser dos melhores filmes do diretor, mas é bom como passatempo, abusa em sequências de ação e, para os fãs ardorosos, serve como marco na carreira do Florentine.


Esse clip dá uma boa noção do que esperar do filme.

3.5.11

U.S. SEALS II (2001)

As notícias da operação que matou o terrorista Osama Bin Laden no último domingo vieram, coincidentemente, quando eu havia acabado de ver dois filmes do Isaac Florentine, U.S. SEALS II e SPECIAL FORCES, que tratam justamente de grupos especiais do exército americano em missões internacionais secretas e perigosas. A diferença entre eles é que enquanto o segundo consegue divertir, sem grandes esforços, quem curte produções de baixo orçamento de ação, U.S. SEALS II é uma tralha que não se deve levar sério em momento algum… é tão ruim que chega a ser engraçado e diverte mais do que muito blockbuster do gênero.

Por enquanto, vamos falar apenas deste, que é a parte do meio de uma trilogia que começa com U.S. SEALS (2001) e termina com OPERAÇÃO TEMPESTADE (2002), mas cada filme é independente entre si. Ainda bem, porque o único que eu vi foi este aqui dirigido pelo Florentine.

Na trama, temos Damian Chapa (o sujeito que interpretou o Ken de carne e osso, na adaptação de STREET FIGHTER, com o Van Damme) como um membro da força especial do título que acaba voltando-se para o lado negro da força, sequestra uma cientista americana e, com uma quipe de mercenários, ocupa uma ilha abandonada de onde pretende ativar dois mísseis nucleares!!! O cara é mesmo do mal e exige um bilhão de dólares ou vai começar a mandar metade da América para os ares!

Para que isso não aconteça, o ex-parceiro (e agora inimigo mortal de Chapa), Michael Worth, junta-se com um general (Marshall Teague) e forma um grupo de ex-combatentes truculentos para invadir a ilha, salvar a cientista, impedir o lançamento dos mísseis e liquidar ao máximo o número de bandidos!

Parece tentador, não é? Mas vamos com calma. U.S. SEALS II tem alguns problemas que exigem da paciência do espectador. Após uma boa sequência de ação no início, o filme entra num marasmo pra deixar a história tomar forma. É até legal ver um pequeno filme como este tomar tempo para desenvolver um enredo, sem se importar o quão brega ele é, ou se os atores são péssimos, etc. Quando a ação recomeça lá pelas tantas, já na ilha invadida, é pratimante ininterrupta, com abundantes sequências de pancadaria. Sim, vale ressaltar que a ação é basicamente formada por cenas de luta, já que o roteiro teve a inteligência de lembrar que armas de fogo na ilha poderiam interferir em dois pequenos mísseis nucleares armados e prontos para utilização. Assim, todos os personagens e até o bandido mais descartável utilizam paus, correntes, facas, espadas samurais, os próprios punhos, para derrubar o adversário.

O problema é que essas sequências de lutas não são lá grandes coisas, são bacaninhas, mas poderiam ser bem melhor e mais elaboradas, o que torna o filme um pouco chato, mesmo com tanta ação. Claro que isso é devido ao baixo orçamento da produção. Por outro lado, cria-se a idéia de que a ilha seja um verdadeiro campo de batalha de corpo a corpo e isso é muito legal! E culmina num confronto final entre Worth e Chapa, que realmente é caprichada e de arrebentar!

Outro problema de U.S. SEALS (e desta vez não tem nada a ver com o orçamento) é o efeito sonoro dos movimentos cortanto o ar. É óbvio que uma espada deslocada de um ponto ao outro no firmamento faz um som. Mas aqui, TODA vez que um persoangem gira a cabeça, levanta um braço, mexe a porra de um dedo ou pisca, ouvimos o som do ar cortanto! Putz… que mania besta que o Florentine pegou de tanto fazer episódios e alguns longas dos POWER RANGERS (que eu fiz o favor a mim mesmo de não assistir nessa peregrinação da carreira do homem). Mas U.S. SEALS II passa… é ruim, mas diverte.

1.5.11

COLD HARVEST (1999)

Depois de Dolph Lundgren, em BRIDGE OF DRAGONS, chegou a vez de Gary Daniels detonar com tudo em COLD HARVEST, mais um trabalho assinado pelo nosso diretor israelense preferido, Isaac Florentine (ou alguém prefere o Amos Gitai?! hehe).

Como já observamos em outros filmes do diretor, a trama de COLD HARVEST se passa em período e ambiente inusitados: em um futuro pós-apocalíptico onde não se vê a luz do dia, um vírus mortal causa o terror em certas áreas infectadas.

Gary Daniels, em papel duplo, é Roland, um famoso caçador de recompensas – desses que pegam o trabalho através de cartazes de “procurado” (vocês vão entender porque) – e é também Oliver, seu irmão gêmeo, um dos poucos que carregam em seu corpo uma possível cura para o tal vírus. Quando ele e sua mulher (a musa dos anos 80, Barbara Crampton) estão sendo levados, junto com outros “portadores da cura”, para uma zona não infectada, o comboio é atacado pelo perigoso vilão Little Ray (Bryan Genesse) e sua gangue, que resolve simplesmente matar todo mundo sem muito motivo. A única que escapa é Barbara Crampton, que está grávida e, por conta disso, também carrega a cura. Procurada pelo bandido, ela encontra seu cunhado que agora tem de protegê-la, levá-la até a tal zona e vingar a morte de seu irmão! Tudo ao mesmo tempo!!!


 
É, o roteiro parece mais elaborado do que as simples tramas que Florentine costuma trabalhar quando escreve seus próprios scripts, mas até que a coisa não é tão complicada assim. Trata-se, no final das contas, da boa velha trama de vingança. Até porque o filme se preocupa mais em desenvolver cenas de ação do que histórinhas e personagens, embora tenha um pano de fundo bem interessante! Não há dúvidas que essa combinação deixa COLD HARVEST no topo, como um dos melhores trabalhos do diretor, na minha opinião!

Uma das coisas mais legais do filme é que o universo que temos aqui, é visto como um encontro entre o futuro e o passado, da mesma maneira que Florentine havia feito em BRIDGE OF DRAGONS, mas o passado em COLD HARVEST é representado por elementos do western. Os personagens andam de bugres estilo MAD MAX 2, motos, helicópteros, etc, ao mesmo tempo em que existem saloons, vestem-se como forasteiros do velho oeste e carregam armas no coldre prontos para um duelo… Eu sei que nada disso é muito original, mas curiosamente, os personagens também lutam kung fu (ou algo do tipo), pra não esquecermos que estamos num filme de Isaac Florentine!

Gary Daniels não tem o carisma de um Dolph Lundgren, mas ele sabe fazer a coisa funcionar. É o tipo de ator que os amantes ardorosos de filmes B de ação aprendem a gostar, especialmente quando o sujeito pode abusar de toda a sua real habilidade em artes marciais, como é o caso de COLD HARVEST. Ainda no elenco, Barbara Crampton tem uma atuação discreta, mas sua presença sempre ilumina o filme; e Bryan Genesse não tem muito perfil de vilão... mas consegue dar o tom sádico que seu personagem precisa, além de uma indefinição sexual que o deixa mais curioso.

E, claro, o diretor não decepciona na condução de vários momentos de pancadaria e tiroteios violentos. Aqui sim, Florentine demonstra porque é um dos melhores diretores de ação direct to video da atualidade! Destaque para a ação final, quando Gary Daniels invade o covil de Little Ray distribuindo tiros e porradas pra tudo quanté lado, filmado num estilo claramente inspirado em John Woo, mas desta vez funcionando perfeitamente, diferente do desastre HIGH VOLTAGE. Inclusive alguns enquadramentos recriam imagens dos filmes do diretor chinês. Outra influência clara presente no filme – especialmente na ação final – é Sergio Leone; o duelo entre o protagonista e seu oponente tem montagem que remete ao “trielo” de THE GOOD, THE BAD AND THE UGLY acompanhada de uma trilha bem tosca de spaghetti western. Mas são detalhes que são um charme, contribuem muito para a ação e resulta num dos grandes momentos da carreira de Florentine!

Vamos ver agora como U.S. SEALS II se sai… este não me cheira muito bem. Quanto a COLD HARVEST, se você curte boa pancadaria e tiroteios em filmes de baixo orçamento, pode ir sem receio! O filme foi comercializado no Brasil com o título NO LIMITE DA VINGANÇA.

20.4.11

BRIDGE OF DRAGONS (1999)

Este aqui é meio bizarro. Achava que BRIDGE OF DRAGONS fosse um filme de guerra comum, desses com soldados americanos contra soldados japoneses (ou coreanos, ou sei lá) e o elenco é encabeçado por Dolph Lundgren e Cary-Hiroyuki Tagawa, que em meio de uma guerra poderiam cair na porrada como fizeram em MASSACRE NO BAIRRO JAPONÊS…

É claro que os dois se enfrentam aqui, só que o filme é totalmente diferente do que eu imaginava. A direção é do nosso estimado Isaac Florentine, sempre nos surpreendendo e tentando usar da criatividade ao ambientar seus filmes de ação e artes marciais em cenários e épocas atípicas, como desertos, velho oeste americano, futuro pós-apocalíptico, com exceção de HIGH VOLTAGE, seu trabalho anterior, que é bem comum nesse ponto e acabou sendo também o que menos gostei até agora.

Embora não apareça nenhuma ponte ou dragões durante o filme, BRIDGE OF DRAGONS é meio que um conto de fadas… de ação! Transcorre num futuro indefinido, temos armas modernas nas mãos dos soldados, helicópteros, tanques e veículos, ao mesmo tempo, os rebeldes da história andam à cavalo, usam roupas medievais, a trama envolve uma princesa que vai se casar contra a sua vontade com um general malvado (ambos asiáticos, o general é o Tagawa), cujo uniforme lembra algo meio nazista, seus veículos possuem o número 666, e por aí vai...

Dolph Lundgren, sempre carismático, é o lider de um esquadrão de elite que trabalha para o general, altamente treinado para ser o grande badass do pedaço! Acontece que durante o tal casamento, a princesa abandona o altar e foge para o meio do mato. O general, puto da vida, envia seu melhor soldado atrás dela. Só que depois de uns acontecimentos, algo inevitável – e clichezão – não deixaria de acontecer: Dolph e a princezinha se apaixonam. E aí que o bicho pega!

BRIDGE OF DRAGONS está longe de ser uma obra prima dos filmes de ação, mas a pretensão também não parece ser essa. O filme diverte facilmente qualquer fã de b movies do gênero, até porque Florentine já estava mais seguro nas sequências de ação, as quais já começam a criar uma certa nostalgia, remetendo àquelas tranqueiras de baixo orçamento dos anos 80, pós RAMBO, com explosões de merda que fazem os dublês darem saltos mortais dignos de medalha de ouro e em câmera lenta e tiroteios onde o herói em campo aberto não leva um tiro sequer, mesmo rodeado por um exército de metralhadora! Os filmes atuais do diretor trazem essa sensação, mas é partir deste aqui que percebemos isso de fato.

As cenas de pacadaria são excelentes. O velho Dolph tem uns movimentos bacanas e a direção do Florentine contribui bastante. Só o aguardado confronto final entre Lundgren e Tagawa é que desaponta um pouco, esperava algo grandioso por toda expectativa que o filme cria e o histórico dos dois atores, por já terem se enfrentado antes em outra produção. Mas dá pro gasto e se não estraga o resultado final da fita, tá bom demais...

BRIDGE OF DRAGONS recebeu o título de PASSAGEM PARA O INFERNO no Brasil.

18.4.11

AMERICAN CYBORG: STEEL WARRIOR (1993)

Este aqui serve como um adendo à peregrinação da filmografia do Isaac Florentine que eu tenho feito aqui no blog, já que se trata do único filme em que ele ficou responsável pelas coreografias nas cenas de luta, mas não comandou a bagaça como diretor. De qualquer forma, AMERICAN CYBORG: STEEL WARRIOR teria um post reservado aqui no DEMENTIA 13 a qualquer momento, pois é um dos meus filmes B pós-apocalípticos favoritos dos anos 90. Aliás, é uma produção até tardia dentro do subgênero, que teve sua maior concentração de filmes nos anos 80 (embora haja muita coisa nos 90), mas o espírito oitentista se faz bem presente nesta obra, que é uma das últimas produções da famigerada dupla Golan/Globus.

A direção é por conta de Boaz Davidson, que realizou muita coisa nas décadas de 80 e 90, mas hoje é mais conhecido como produtor de filmes como OS MERCENÁRIOS, do Stallone. Até que o trabalho de direção em AMERICAN CYBORG é bem legal, com uns movimentos de câmera interessantes e alguns planos criativos pro tipo de filme que temos aqui. Davidson utiliza muito bem da atmosfera, luzes, sombras, cenários (fábricas abandonadas e túneis escuros) e personagens bizarros do universo pós-apocalíptico, como canibais radioativos, um ciborgue indestrutível de bigode que luta kung fu e, claro, Joe Lara, como o protagonista solitário que se transforma num herói em meio a esse ambiente desolador.

Reparem só a trama! Por uma coincidência do destino, Lara acaba ajudando a única mulher grávida do planeta (Nicole Hansen, na verdade, o feto se encontra dentro de um jarro na mochila dela!!!) a atravessar cenários devastados cheios de perigos até que ela chegue ao litoral, onde um navio europeu, com cientistas, espera para levá-la junto com o "jarro" com a esperança de tentar tranformar o mundo em um lugar melhor. Se veio à mente FILHOS DA ESPERANÇA… bom, eu não os culpo, mas garanto que esse aqui, pelo menos, tem um ciborgue muito louco pra atrapalhar a vida do casal!!!


E o filme tem um ritmo frenético, com ação praticamente constante, alta contagem de corpos, Joe Lara e o cyborg quebrando o pau no mano a mano diversas vezes durante a jornada e etc. Quem interpreta o robô bigodudo é um sujeito chamado John Saint Ryan, que possui grande habilidade, chutes altos, e com a coreografia do Florentine rende sequências de alta qualidade. A cena em que Joe Lara sozinho enfrenta um exército de canibais radioativos também é um primor!

Eu não faço idéia do orçamento de produção, mas AMERICAN CYBORG tem um estilo visual bem melhor do que alguns exemplares do gênero feito na época. O uso das locações e os detalhes de construção de cenários são fantásticos e temos ótimos efeitos especiais que funcionam uma maravilha. Tudo à moda antiga, com criatividade, sem precisar apelar para CGI (até porque naquela época não tínhamos o que vemos hoje).

O filme chegou a ser lançado aqui no Brasil nos bons tempos do VHS com o título AMERICAN CYBORG - O EXTERMINADOR DE AÇO. É uma belezinha mesmo e nem preciso dizer que é obrigatório, não é?

17.4.11

HIGH VOLTAGE (1997)

Voltando com a nossa peregrinação pela carreira do Isaac Florentine, hoje vamos com um bem fraquinho, infelizmente. HIGH VOLTAGE não chega a ser um total desperdício porque possui alguns atributos divertidos, mas aqueles que exigem o mínimo de qualidade, vão se decepcionar com essa tentativa do diretor de fazer um filme de ação inspirado no estilo “Heroic Bloodshed” de John Woo, Ringo Lam, entre outros...

O legal é acompanhar o processo de amadurecimento de um diretor quando pegamos sua carreira e analisamos filme a filme. O Isaac Florentine de hoje é completo dentro do cinema B de ação, mas calhou de errar feio em porcarias como esta aqui.

A trama gira em torno de uma quadrilha de jovens ladrões de banco que decide fazer um último golpe. O problema começa quando se descobre que o banco assaltado é utilizado para fazer lavagem de dinheiro da máfia coreana e agora suas vidas obviamente correm perigo. E um jogo muito mal elaborado de gato e rato se inicia, com desdobramentos e situações que beiram ao ridículo, muita atuação ruim e tiroteios extremamente mal filmados.

Se fosse realizado nos anos 80, com algum diretor casca grossa da estirpe de um Mark L. Lester, Joseph Zito ou Craig R. Baxley e estrelado por um Chuck Norris, com certeza teríamos mais um autêntico clássico dentre tantos que saíram daquele período de ouro. Mas tentando ser otimista e direcionando o texto (e o filme) para quem curte uma boa tralha e gosta de rir daqueles exemplares que involuntariamente se tornam engraçados pelos motivos errados, então pode ser que HIGH VOLTAGE encontre seu público...

A começar pelo elenco. Antonio Sabato Jr. talvez seja uma das piores apostas como astro de ação. Ele só faz pose achando que herdou algum talento do pai; Amy Smart pagando mico em início de carreira (embora continue pagando até hoje); George Cheung e James Lew, vilões como sempre; a filha do Bruce Lee, Shannon Lee, também dá as caras numa atuação lamentável como par romantico de Sabato Jr. Vale a pena destacar mesmo a participação do Sr. Antonio Sabato, que aparece numa ponta bem divertida.

As tentativas de recriar tiroteios exagerados, com personagens voando pela tela em câmera lenta com duas pistolas na mão estilo John Woo são constrangedoras e fazem Michael Bay e Tony Scott paracerem gênios do cinema de ação! A sorte é que Florentine já era um mestre em conduzir pancadaria e as poucas que temos aqui são bacanas e salvam a fita da desgraça total!

Tá certo que o filme não se leva a sério em momento algum, a impressão que dá é que se trata mesmo de um experimento, uma tentativa de fazer um verdadeiro exemplar do cinema de ação com aqueles tiroteios exagerados feitos em Hong Kong, só que sem a mínima capacidade pra isso. É difícil eu escrever textos negativos por aqui, até porque sou tolerante pra burro e adoro uma bagaceira mal feita. HIGH VOLTAGE consegue me divertir até certo ponto, mas não recomendo a qualquer um.

11.4.11

SAVATE (1995)

Mais um do Isaac Florentine pra não perder o costume e, espero, que vocês já não estejam de saco cheio desse cara. Depois deste texto, pretendo dar uma pausa pra vocês descansarem antes de prosseguir com a filmografia dele. Mas o legal é que SAVATE, pelo menos em realação aos anteriores, é bem mais otimista com o futuro do diretor, já que seu filme de estréia, DESERT KICKBOXER, não é lá grandes coisas e antes só havia feito um curta que quase ninguém viu, FAREWELL TERMINATOR, realizado ainda em seu país natal, Israel.

Em SAVATE temos um dos elementos mais importantes de Isaac Florentine sendo trabalhado de maneira bem eficiente: a PANCADARIA! Uma das vantagens desta vez é a presença do ator francês Olivier Gruner, que está longe de ser um bom ator, mas possui grandes habilidades em artes marciais, com chutes incríveis e rápidos. Juntando a vontade do diretor em realizar muitas sequências de luta, com um ator que sabe lutar, o resultado não seria menos do que uma boa diversão.

E mais uma vez Florentine utiliza cenários diferenciados para narrar seu filme de porrada. Se FAREWELL transcorria num mundo pós apocalíptico e DESERT KICKBOXER, como o título já diz, se passa quase totalmente num deserto, a história de SAVATE é contextualizada no oeste americano do seculo XIX, ou seja, é um autêntico híbrido de western com artes marciais.

Na verdade, o filme é inspirado em história verídica, sobre o primeiro lutador de kickboxer do mundo! Claro que isso não tem a menor importância, porque dificilmente vou comprar a idéia de que o primeiro lutador de kickboxer realmente viveu o que o protagonista de SAVATE vive.

O cara é um oficial francês (Gruner) que veio parar nos Estados Unidos em busca do assassino de seu melhor amigo. Acaba conhecendo um casal de irmãos que tem problemas com um figurão da cidade, R. Lee Ermey (o sargento Hartman de NASCIDO PARA MATAR), que quer comprar as terras de todos os fazendeiros a qualquer custo, fazendo ameaças com seus capangas… a mesma história de sempre. E o nosso herói, por fim, acaba entrando num torneio de luta, ao estilo dos filmes do Van Damme (com habilidades de cada lutador de acordo com a origem de seus países) onde enfrenta o seu inimigo, vivido pelo grande Marc Singer! No elenco ainda temos James Brollin, como um oficial corrupto, e a belezinha Ashley Laurence (de HELLRAISER), como possível par romântico do protagonista.

SAVATE foi lançado direto no mercado de vídeo, quando o gênero “kickboxer movie” já estava em decadência. Mas com um elenco desses e uma história movimentada onde cenas de ação e pancadaria surgem organicamente a cada cinco minutos, só poderia resultar em pura diversão! Tem suas falhas, obviamente, é cheio dos mais diversos clichês, atuações fracas e exageradas, roteiro forçado e meia boca, mas tudo isso dá ao filme aquele charme a mais, um sabor de tralha que os amantes de cinema classe B sabem admirar…

3.4.11

DESERT KICKBOXER (1992)

Apesar de DESERT KICKBOXER conseguir variar um pouco o estilo “kickboxer movie”, o resultado não chega a ser dos melhores. Se bem que analisar de uma forma geral os filmes do gênero é um troço complicado. Muita exemplar genérico, sem muita criatividade, atuações ruins, a grande maioria com tramas realmente fracas e lutas mal feitas, ou seja, o principal atrativo dos filmes nem sempre faz valer a pena… por isso é um subgênero tão frágil (embora ainda tenha sido divertido acompanhar o ciclo no início dos anos noventa, quando eu era moleque).

Lembro de ter visto este aqui na TV há muito tempo. Revi esses dias pelo simples fato que se trata do primeiro longa do diretor Isaac Florentine! Daí surgiu a curiosidade de relembrar o filme e confirmar que realmente não é grandes coisas, mas tem seus momentos, dependendo do clima que você estiver...

O ator John Newton foi o Superboy da série televisiva dos anos 80. Apesar de garboso, não chegou a fazer muito sucesso depois. Aqui ele vive Hawk, um policial descendente de índios Navajos que vive num deserto americano, fazendo fronteira com o México, para combater o tráfico de drogas à base da porrada na cara e voadoras. O sujeito foi campeão de kickboxer (ou pelo menos é o que eu imagino, já que é a modalidade indicada no título), mas sofre de um profundo trauma por ter matado o oponente em sua última luta.

Os problemas começam quando uma mulher decide passar a mão na grana de um poderoso traficante, vivido por Paul L. Smith (o Brutus da versão do cinema de Popeye, dirigido pelo Robert Altman), e foge para o deserto com seu irmão retardado tendo sua cabeça à prêmio e a bandidagem à sua cola. Só que Hawk, experiente habitante do deserto, a encontra primeiro. E aí já viu, né?

O filme é bem despretensioso e tem quase totalmente o deserto como cenário. Dá pra perceber claramente que é uma produção pobre, independente e com um ritmo lerdo demais para esse tipo de história. O roteiro não traz nenhuma novidade, mas de vez em quando surge um personagem interessante, como na cena da gangue de motoqueiros cujo líder, vestido de padre, é uma figuraça!

As cenas de luta se resumem ao puro exibicionismo de John Newton (e de seus mullets!). São curtas e sempre contra oponentes que não sabem lutar. Temos apenas duas sequências um pouco mais elaboradas: a do início, mostrando o combate no ringue onde o adversário do protagonista acabou morto (e o cenário não passa de um fundo preto, com alguns flashes de máquinas fotográficas e efeitos sonoros de uma torcida gigantesca) e a luta final, contra o capanga do traficante que curiosamente também é praticante de kickboxer!

Mas não esperem a virtuosidade de Florentine nas coreografias. São lutas bem meia bocas, mas justamente por isso, dão aquele charme tosco para os que curtem uma boa tralha. A sequência final é bem preguiçosa, dá pra ver até a sombra da equipe de produção no canto da tela enquanto os atores trocam chutes e o roteiro ainda resolve certas situações com típicos clichês vagabundos!

Mas apesar disso e de toda brutalidade física, o final reserva grandes lições filosóficas para o especatador mais atento. Afinal, nada na vida é por acaso, e é isso que Hawk descobre em seu confronto, trazendo de suas memórias traumáticas a motivação para derrotar seu novo oponente. E ainda, aprendida a lição, ele não se deixa cometer dos mesmo erros. Claro que segundos depois, ele utiliza o meliante como escudo vivo pra não levar bala, mas também já seria exigência demais. É uma coisa linda, no fim das contas!

FAREWELL TERMINATOR, curta metragem israelense e primeiro trabalho do Florentine, valia muito como curiosidade. Já DESERT KICKBOXER serve mesmo para os fãs arretados do gênero, que sabem apreciar até mesmo os exemplares ruins... para estes, o filme até pode divertir um pouquinho.

29.3.11

FAREWELL TERMINATOR (1987)


Vamos falar de Isaac Florentine. Acabei de ver FAREWELL TERMINATOR, que é o primeiro filme do sujeito, realizado ainda em seu país natal, Israel, uma mistura de ficção científica pós-apocalíptica com ação e artes marciais, e que não chega a 30 minutos de duração.

O clima lembra os filmes do gênero daquele período, os rip-off de MAD MAX, principalmente os produzidos pelos italianos e também as tralhas do Cirio H. Santiago e gente dessa laia, mas já demonstra um modesto talento e estilo próprio de Florentine em coduzir cenas de ação e pancadaria. Além da capacidade de trabalhar com pouquíssimo recurso, mas muita criatividade, utilizando como cenário uns entulhos de concreto e sujeira, ruinas de prédios e carros batidos para compor uma atmosfera que funciona muito bem.

A história não é nada de mais. Mas não era intenção do Florentine, que escreveu o roteiro junto com Yehuda Bar-Shalom, gastar fosfato em um roteiro mais elaborado que serviria apenas de veículo para que o próprio Florentine explorasse seus interesses intelectuais e filosóficos... como tiros e pontapés na cara, por exemplo.


Ainda assim, a trama não deixa de ser interessante: no futuro, o governo utiliza uma espécie de polícia especial, conhecida como Terminators, para eliminar os rebeldes. Acompanhamos Dror, um policial que está prestes a se aposentar e ganhar passe livre para sair do país. Em seu último dia de trabalho, precisa enfrentar Schneider (o próprio Florentine), um ex Terminator que trocou de lado. Ainda na trama, Dror descobre que está com sua cabeça a prêmio e que a polícia está por trás disso. É uma boa premissa… com menos de meia hora de duração então, dá pra se divertir um bocado.

E o foco fica mesmo na ação e nas cenas de luta. Não são perfeitas, tão bem montadas e coreografadas como os filmes atuais do diretor, como NINJA e UNDISPUTED III. No entanto, percebe-se claramente porque o cara conseguiu emprego rapidinho em solo americano, a princípio fazendo alguns B Movies e episódios de Power Ranges (Argh!)… depois voltou a se dedicar a fazer B Movies, mas com um pouco mais de grana, com atores conhecidos, como Van Damme, Dolph Lundgren, Gary Daniels e seu ator habitual, Scott Adkins.

FAREWELL TERMINATOR não é tão fácil de encontrar, eu suponho, mas se você tiver a oportunidade, não perca. Vale muito como curiosidade para quem já é fã de filmes de ação de baixo orçamento, especialmente do trabalho do Isaac Florentine, e também para os fanáticos por obras obscuras de ficção pós-apocalíptica dos anos 80.

3.7.10

UNDISPUTED III: RENDEMPTION (2010), de Isaac Florentine

Faz pouco tempo que fiz uma boa sessão dupla com os dois primeiros filmes da série UNDISPUTED, que chega agora ao seu terceiro capítulo e foi a única coisa que consegui arranjar tempo para ver esta semana! Mas até que valeu a pena.

Relembrando os anteriores, o primeiro era um filme mais sério, dirigido pelo mestre Walter Hill, focado no drama dos dois lutadores, Wesley Snipes e Ving Rhames, numa penitenciária americana. O segundo se passa numa prisão russa e é um pouco mais voltado à ação, dirigido por Isaac Florentine, com Michael Jai White encarnando o papel que pertencia ao Ving no primeiro e a presença de Scott Adkins como vilão, sempre presente nos filmes do diretor.

UNDISPUTED III: RENDEMPTION traz novamente Scott Adkins, desta vez como protagonista, o que não quer dizer que o sujeito tenha amaciado e ficado bonzinho, reprisando o seu Yuri Boyka, lutador russo que foi estraçalhado ao final do segundo filme por Jai White. Mas até que há uma leve mudança de comportamento no personagem para o lado bom, ainda que mentanha o mesmo discurso de se considerar o lutador mais completo do mundo e quer provar isso de qualquer maneira.

Florentine assume novamente a direção e realiza esta terceira parte com mais ênfase na ação que o primeiro e o segundo filme juntos! Adoro o trabalho que ele faz atualmente dentro do cinema independente de ação lançado diretamente no mercado de DVD. São sempre inspirados, violentos e divertem o espectador mais exigente e que curte uma boa pancadaria. Foi assim com THE SHEPHERD, NINJA, UNDISPUTED 2 e agora com este aqui. Preciso ver algumas coisas mais antigas dele, porque é um sujeito pra lá de talentoso que filma cenas de luta com muita desenvoltura (especialmente quando se junta com Adkins, que faz de seus movimentos em sequencias de lutas, um verdadeiro espetáculo), já entrou na minha lista de diretores de ação atual que devem ser obrigatoriamente seguidos!

A trama de UNDISPUTED III se desenrola algum tempo depois do segundo. Boyka tenta recuperar seu prestígio de grande lutador, mesmo com seqüelas deixadas em sua última luta. Após demonstrar que está plenamente de volta, acaba entrando num torneio de luta entre prisões que envolve lutadores encarceirados do mundo inteiro. O vencedor ganha o direito à liberdade... só em filme mesmo... Os bastidores do torneio também é bem explorado, cheio de intrigas, sujeiras entre os realizadores, uma roubalheira descarada!

O mais legal deste filme é o resgate nostálgico feito por Florentine, remetendo algumas característica às fitas de lutas que faziam a alegria da moçada nas décadas de 1980 e 1990, a febre dos kickboxer movies, principalmente as produções estreladas pelo Van Damme, como O GRANDE DRAGÃO BRANCO, LEÃO BRANCO e DESAFIO MORTAL, que passavam exaustivamente na TV. São vários pontos bem clichês, personagens estereotipados, mas deixa sempre aquele charme nostálgico fazer efeito sobre os fãs…

6.5.10

O IMBATÍVEL (Undisputed, 2002)/O LUTADOR (Undisputed 2: Last Man Standing, 2006)

No útlimo fim de semana procurei outros filmes recentes do Michael Jai White para vê-lo distribuindo porrada em meliantes como em BLOOD AND BONE e BLACK DYNAMITE. Me deparei com UNDISPUTED 2, continuação de um filme dirigido pelo Walter Hill em 2002 e que, por pura negligência da minha parte, ainda não havia assistido. Enfim, foi uma experiência interessante, além de poder ver um ótimo filme de luta estrelado pelo Jai White ainda tirei o atraso com o filme Hill, que é obrigatório para os fãs do sujeito.

Ambos os filmes se passam em prisões e envolvem lutas “profissionais” entre os encarcerados, mas o resultado de cada é bem diferente um do outro. UNDISPUTED é puro Walter Hill! Cinema classudo, sério, focado em personagens bem talhados e com direção extremamente segura. Temos Wesley Snipes na pele de Monroe Hutchen, campeão de boxe de Sweetwater, uma prisão de segurança máxima que promove legalmente lutas entre presos. Ving Rhames é George Iceman Chambers, o campeão mundial dos pesos pesados que acabou de ser condenado por estupro e encarcerado em Sweetwater. É claro que dois sujeitos desse calibre não dividem o mesmo espaço pacificamente e para nossa alegria vão ter que trocar alguns socos pra decidir quem realmente é o melhor.

Wesley Snipes está ótimo, mas seu personagem não é tão explorado quanto o Iceman de Rhames. Este aproveita para entregar uma excelente performance. Arrogante, cínico e violento, logo estamos torcendo para que o Sr. Hutchen lhe meta a mão na fuça. O elenco ainda conta com nomes de peso, como Michael Rooker, o carcereiro chefe e juiz das lutas; Wes Studi, companheiro de cela de Iceman Chambers; Fisher Stevens, o “técnico” de Monroe; o velho Peter Falk, uma das figuras mais interessantes em cena, um prisioneiro com certas regalias, profundo conhecedor de boxe, aquele tipo de personagem que gostamos de encontrar em certos tipos de filmes...

Walter Hill já possui certa experiência em filmes de luta. Dirigiu o clássico LUTADOR DE RUA, com Charles Bronson distribuído murros em brigas clandestinas. Aqui temos poucas seqüências de ação, mas todas muito bem cuidadas e editadas, garantem um bom espetáculo para acompanhar as excelentes atuações.

Produzido pela Nu Image e dirigido por Isaac Florentine, UNDISPUTED 2 é mais focado no quebra pau mesmo. Não esperem personagens muito complexos, densidade na trama ou certas coerências, mas se você estiver num daqueles dias em que estes probleminhas não fazem muita diferença e o que vale mesmo é uma boa coreografia entre lutadores trocando sopapos, então este aqui é uma excelente pedida!

Iceman Chambes, agora encarnado por Michael Jai White, está na Rússia fazendo comercial vagabundo em troca de dinheiro para pagar as contas. Após uma armação desgraçada pra cima dele, vai parar no xadrez novamente por posse de grande quantia de drogas. Uma desagradável prisão russa é o cenário onde um campeão de artes marciais local quer desafiá-lo. Tudo faz parte de um plano da máfia russa para ganhar uma boa grana em apostas por esta luta.

Pela proposta deste segundo filme, Jai White substitui Rhames a altura, até porque exige muito mais do físico do ator do que de uma atuação brilhante como foi a do Rhames no primeiro. E Jai White faz aquilo que sabe, não é lá muito expressivo, mas está tão a vontade no personagem que não chega a fazer falta uma interpretação mais exigente. Uma diferença drástica que o personagem sofre é que agora ele é o “mocinho” do filme.

Quem está surpreendente é o Scott Adkins, habitual colaborador de Florentine, mandando muito bem nas cenas de ação. Ele vive Uri Boyka, o oponente com o qual Iceman terá de enfrentar. As sequências de luta de UNDISPUTED 2 são de encher os olhos. Os movimentos dos atores, coreografia, edição e principalmente o olhar do diretor contribuem para o ótimo resultado!

Por falar em Florentine, assisti ainda no domingo a outro filme realizado por ele, THE SHEPHERD: BORDER PATROL, estrelado por Jean Claude Van Damme e novamente Scott Adkins como o vilão. O baixinho belga é um patrulheiro de fronteira às voltas com um grupo organizado de traficantes de drogas. O filme não é tão bom quanto UNTIL DEATH, SOLDADO UNIVERSAL: REGENERETION, JCVD, mas consegue divertir tanto quanto esses títulos, principalmente porque comprova o talento de Florentine como diretor de ação.

E para finalizar, um boa notícia aqui.
E a ótima parceria se repete.