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12.8.12

CENTENÁRIO DE SAMUEL FULLER


TOP 10

10. A LEI DOS MARGINAIS (Underworld U.S.A, 1961)

09. ANJO DO MAL (Pickup on South Street, 1953)

08. DRAGÕES DA VIOLÊNCIA (Forty Guns, 1957)

07. O BEIJO AMARGO (The Naked Kiss, 1964)

06. RENEGANDO MEU SANGUE (Run of the Arrow, 1957)

05. PAIXÕES QUE ALUCINAM (Shock Corridor, 1963)

04. AGONIA E GLÓRIA (The Big Red One, 1980)

03. CASA DE BAMBU (House of Bamboo, 1955)

02. CAPACETE DE AÇO (Steel Helmet, 1951)

01. O QUIMONO ESCARLATE (The Crimson Kimono, 1959)

Antes que estranhem a ausência de CÃO BRANCO, é preciso dizer que faz muito tempo que assisti (acho que na TV, nos ano 90) e não me lembro de nada! Mas tenho a impressão que depois de corrigir esse erro, esse TOP 10 deverá sofrer alguma alteração...

20.2.09

Samuel Fuller - Parte II

ANJO DO MAL (1953): Um dos primeiros filmes do Fuller que eu vi. É também a primeira vez que ele trabalhou com o ator Richard Widmark, neste thriller político em forma de noir com uma trama que envolve agentes secretos, policiais e no meio do fogo cruzado, um batedor de carteiras que tenta manter-se neutro em ambos os lados. Muito suspense, seqüências bem conduzidas, violentíssimo para a época e a aula de construção de personagens habitual. * * * *

HELL AND HIGH WATER (1954): Segundo filme com o Widmark e o primeiro em cores (numa produção da Fox), mas Fuller não parece muito à vontade trabalhando com um orçamento mais gordo do que está acostumado. De maneira alguma é um filme ruim, mas possui excessos além do necessário para um diretor que parece sempre filmar o essencial. Aqui, Fuller demonstra toda sua noção de arquitetura e espaço ao contar uma estória tensa que se passa, em sua maioria, dentro de um submarino. * * *

HOUSE OF BAMBOO (1955): Um dos mais brilhantes do diretor, principalmente porque ele parte de uma trama policial passada no Japão apenas para preencher todo o scope com refinados planos que faz questão de filmar ao ar livre nas locações, nas ruas movimentadas de Tóquio em plena década de 50 (tornando-se o primeiro filme de Hollywood a filmar no local), ao invés de utilizar estúdio como faziam normalmente, revelando um estilo que ainda viria aparecer algum tempo depois na Nouvelle Vague francesa. * * * * *

CHINA GATE (1957): Como Fuller adorava o oriente, aqui mais um outro belo exemplar. É um filme mais descompromissado que o usual, o que não significa que não tenha a mesma força de outros. Mais uma aula de direção econômica com um entrecho simples e interessante (que se passa durante a guerra da Indochina). Angie Dickson bastante jovem e lindíssima estrela a produção que ainda conta com Gene Barry e o músico Nat King Cole cantando a bela canção tema do filme. * * * *

RUN OF THE ARROW (1957): Ambientado no final da Guerra Civil, Fuller realiza um ótimo estudo de personagem cujo conflito psicológico encontra-se nas questões raciais quando um soldado confederado, interpretado por Rod Steiger, acaba se juntando a uma tribo Sioux e passa a ser seu representante nas negociações com os brancos (o lider dos Sioux é vivido por um quase irreconhecível Charles Bronson). Mais um daqueles filmes da carreira do diretor que, injustamente, não se ouve falar... * * * *

parte I

23.1.09

Samuel Fuller - Parte I

MATEI JESSE JAMES (1949): Logo no seu filme de estréia, Sam Fuller dá uma pequena demonstração do que seria o seu cinema de conflitos psicológicos e humanista. Filmado em apenas dez dias, o ambiente aqui é o de um western, mas a preocupação não é com o lendário herói do oeste, nem com o perigoso vilão rápido no gatilho. Fuller desconstrói seu protagonista, coloca densidade em seus passos e entra na mente do homem que matou Jesse James covardemente com um tiro nas costas. A cena do bar onde um sujeito canta a famosa canção sobre o ocorrido pode ser considerada a primeira antologia do diretor. * * * *

O BARÃO DO ARIZONA (1950): Também filmado em pouco tempo (precisou somente de quinze dias), é provável que não seja dos melhores filmes de Fuller, cujo resultado é até um tanto raso em comparação ao seu filme anterior, embora não deixe de ser um grande filme, principalmente quando temos como protagonista ninguém menos que o excepcional Vincent Price em início de careira, antes de se tornar um ícone do terror. Sua presença é essencial na jornada de um homem que tenta enganar meio mundo para se apossar do Arizona com documentos falsos. * * *

CAPACETE DE AÇO (1951): Primeira obra prima do diretor. Um melancólico e seco estudo de caráter humano onde o cenário da guerra (no caso, a da Coréia, é o primeiro filme sobre o assunto) é apenas um motivo para que as personagens sejam cuidadosamente apresentadas, exploradas e desenvolvidas ao máximo para extrair toda tridimensionalidade. Na verdade, nem existe aqui uma história definida com início, meio e fim, mas sim uma jornada que leva a um templo budista onde se passa quase toda projeção, um lugar que transcende o ambiente de guerra e dá um tom onírico que transforma o filme num exercício visual de sonho. * * * * *

BAIONETAS CALADAS (1951): A construção de personagens não chega à mesma intensidade que seu filme anterior (foram rodados no mesmo ano), embora ainda seja bastante psicológico e a caverna onde os soldados se reúnem consegue transmitir um ambiente tão onírico quanto o templo budista de CAPACETE DE AÇO. Mas aqui é onde Fuller dá uma aula de composição, de espaço cinematográfico, de como orquestrar seqüências de batalha de maneira visceral, crua, gerando um clima tenso que estrutura toda a narrativa. * * * *

PARK ROW (1952): Antes de se tornar cineasta, Fuller trabalhou como jornalista e é interessante como ele dedicou toda a essência de sua profissão neste seu único filme sobre o tema. É um dos seus trabalhos mais sinceros e infelizmente, pouco conhecido. Tanto que todo dinheiro - que saiu dos bolsos do diretor - utilizado na produção foi perdido totalmente. Filmado em estúdio, em apenas 14 dias, o filme também funciona como uma genial aprendizagem de trabalho de câmera e mise-en-scène. * * * *