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1.5.12

THE KILLING MACHINE, aka THE KILLING MAN (1995)

Taí um filme boicotado pelas suas próprias ambições. É um caso estranho, alguns amigos gringos, por exemplo, elogiam a sua seriedade, a maneira como a história se constrói e a atuação do Jeff Wincott. Concordo com algumas coisas, mas pessoalmente, um longo tempo perdido com situações pretensiosas - que não envolvem sequências de ação - é algo que me aborrece… e THE KILLING MACHINE é bem irregular nesse sentido.

Um dos pontos que eu concordo plenamente com quem realmente gosta do filme é a atuação do Wincott. Estou apenas inciando no cinema do cara e, levando em conta seu desempenho, comecei com o pé direito. Na trama ele interpreta Garret, um sujeito que é salvo por um órgão misterioso do governo (chefiado pelo Michael Ironside) após ter 70% de seu corpo queimado num tiroteio. Trancado numa instalação secreta, Garret tem seu corpo e face reconstruidos, realiza treinamentos de combate corporal e armas, sobra tempo até para comer um enfermeira loura e peituda!



Como pagamento por tudo que o governo lhe fez, salvando-lhe a vida, reconstruido o corpo, além dos cuidados especiais recebidos pela enfermeira, Garret é obrigado a trabalhar para Ironside como assassino profissional. Logo, é enviado numa missão com uma lista de alvos a serem eliminados, ao mesmo tempo em que começa a questionar filosoficamente sua existência como matador.

O problema é que o diretor David Mitchell e o produtor/roteirista Damian Lee não parecem conseguir acompanhar suas próprias pretensões artísticas. E à medida em que THE KILLING MACHINE se torna uma espécie de filme de ação existencialista, torna-se também um troço extremamente chato e sem ritmo. E não tem coisa mais infeliz que filme de ação sem ação, a não ser que você seja um Walter Hill, Michael Mann, Nicolas Winding Refn, Quentin Tarantino, Johnnie To, etc…


Dito tudo isso aí em cima, e tirando esses detalhes negativos, o filme não é tão ruim assim quanto parece. Quando a trama começa com a vibe filosófica, por exemplo, a coisa fica até interessante. É uma tentativa válida. O problema é quando o roteiro insiste seguir nesse caminho por muito tempo, esquecendo dos elementos básicos dos filmes de ação de baixo orçamento. Inclusive os assassinatos que fazem parte das missões de Garret acabam sendo frustrantes.



A presença de Michael Ironside é um dos pontos fortes. Mas isso é óbvio, o sujeito é um puta ator e tê-lo num exemplar irregular como esse aqui faz com que seja um grande destaque. No climax final, temos bons tiroteios, algumas sequências de pancadaria, nada fora do comum, mas diverte tranquilamente. Se tivéssemos mais disso durante THE KILLING MACHINE, o saldo seria mais positivo.

E vá lá, o esforço de tentar fazer algo diferenciado dentro do cinema classe B de ação é nobre. Acho importante que isso aconteça de vez em quando. Infelizemente não deu muito certo por aqui e os realizadores não perceberam a tempo.

22.4.10

THE BUTCHER (2009)


Estava de olho nesse THE BUTCHER (2009) há algum tempo, lendo algumas críticas gringas de pessoas que compartilham o mesmo gosto que o meu. Foi lançado diretamente em DVD lá fora, não tenho idéia se estará um dia disponível nas nossas prateleiras, espero que sim. Mas foi o meu velho amigo Osvaldo Neto que deu o sinal verde dizendo que era realmente um filmaço. Como eu adoro produções modestas, especialmente de ação, que aproveitam (ou ressuscitam) alguns talentos esquecidos e marginalizados pelos grandes estúdios, como é o caso de Eric Roberts e outras figuras simpáticas que surgem por aqui, fui correndo conferir.

Visto e aprovado, posso dizer que realmente trata-se de um puta filme de ação old school casca grossa, sem firulas de diretores moderninhos que fazem gracinha ao invés de cinema de verdade! E Eric Roberts é um monstro! O sujeito está em plena forma encarnando um ex-boxeador que agora trabalha fazendo o serviço sujo para a máfia. Jogador obsessivo, apreciador de um inebriante, anacrônico e totalmente cool, seu personagem acaba tendo que resolver à base de chumbo grosso uns probleminhas que arranjou com seu próprio chefe, Murdoch (o também subestimado Robert Davi). O roteiro é bom, embora não traga muitas novidades e demora um pouco para engrenar. Mas trabalha bem os clichês do gênero e possui personagens interessantes. O elenco é ótimo: Além de Roberts e Davi, temos Keith David, Geoffrey Lewis, Michael Ironside, Vernon Wells, Paul Dillon, Jerry Trimble, alguns com pequenas participações, mas muito bem aproveitados.


É provável que o britânico Jesse V. Johnson torne-se um diretor a ser acompanhado. Já familiarizado com cinema de baixo orçamento, tem em seu currículo algumas pérolas estreladas por Don “The Dragon” Wilson e Mark Dacascos, dois nomes que podem espantar a freguesia, mas basta uma sequência de THE BUTCHER para provar que o sujeito é herdeiro do bom e velho “cinema físico” de Peckinpah. O brutal tiroteio no bar não chega a altura de Bloody Sam, obviamente, mas há muito tempo que não vejo a utilização da violência em filmes de ação de maneira tão segura e exemplar. E não só isso, o sujeito tem noção dos espaços, da arquitetura da ação, dos enquadramentos, montagem, enfim, V. Johnson foi uma belíssima descoberta para o cinema de ação! O diretor de MEU ÓDIO SERÁ SUA HERANÇA com certeza se sentiria orgulhoso.

Johnson, na verdade, é dublê e trabalhou em vários filmes dos anos 90 de diretores do nível de Paul Verhoeven e Tim Burton. Seu próximo trabalho na direção a ser lançado é o drama de gangster CHARLIE VALENTINE, que conta em seu elenco umas figuras do calibre de Raymond J. Barry, James Russo, Tom Berenger, Steven Bauer, Keith David! Já está entre os meus filmes mais aguardados.


8.6.09

O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO (Terminator Salvation, 2009), de McG

Uaaaaah! Que vontade de escrever sobre este filme. Queria mesmo é falar sobre MILANO CALIBRO 9, do Fernando Di Leo, um Poliziottesco excelente que eu vi neste fim de semana e devo escrever alguma coisa sobre ele durante os próximos dias. Mas enfim, a preguiça de escrever sobre O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO não é nem pela qualidade, porque como filme de ação até compensa. Eu é que não tenho muito a acrescentar sobre tudo que já foi dito por aí.

Mas, vamos lá. Comparando com os outros filmes da série, este novo capítulo não chega nem no dedinho do pé dos dois primeiros filmes do James Cameron. Mas é superior ao terceiro, de 2003, dirigido pelo Jonathan Mostow. Contextualizando ainda mais no painel dos caça níqueis dos últimos anos, O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO não decepciona. E entre os blockbusters que eu vi este ano, fica atrás apenas do novo STAR TREK.

É óbvio que tudo isso é muito relativo. Vai ter gente achando um lixo total, mas o fato é que não é muito difícil considerar um filme como este entre os melhores filmes de ação do ano, levando em conta que 90 % das produções com fins lucrativos são extremamente medíocres. Vai da paciência, tolerância e expectativa de cada um. Eu, por exemplo, estava com a minha bem baixa porque detesto este McG. Mas deixe-me parar de divagar por aqui e começar a falar do filme, antes que o texto fique maior que o necessário.

O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO se passa no futuro apocalíptico previstos nos filmes anteriores, onde John Connor (Christian Bale) é um dos principais nomes da resistência dos humanos contra as máquinas que dominam o mundo. O filme explora o drama de Connor que, ouvindo as fitas deixadas por sua mãe, Sarah Connor (na voz de Linda Hamilton), tenta encontrar Kyle Reese (Anton Yelchin) para enviá-lo ao passado para proteger sua mãe, o que se estabelece um conflito psicológico extremamente complexo, já que Connor tem consciência de que aquele rapaizinho é seu pai.

Brincadeira! O filme não explora drama e conflitos psicológicos coisa nenhuma! O roteiro trata destes pontos de uma maneira tão superficial quanto um quadro de Mondrian. Tudo apenas para justificar cenas movimentadas de ação.

Outro personagem chave na trama é Marcus Wright (Sam Worthington), sujeito que em 2003 foi executado por assassinato, mas doou seu corpo para um projeto experimental. Acaba acordando em 2018 cheio de surpresas pra moçada que assiste ao filme, e que eu não vou contar. Mas vale ressaltar que seu personagem é bem bacana e rouba o filme do Bale, e talvez por isso este último tenha ficado tão nervozinho nos sets de filmagens...

A verdade é que o filme se divide entre duas linhas narrativas. Uma do personagem Marcus, que acorda em pleno mundo devastado de 2018, e isso é bem legal. E outra com o Connor, que é onde o entrecho se perde um bocado, mostrando o sujeito testando uma arma para destruir as máquinas ou com aquela preocupação na cabeça de onde andará seu pai ainda tão mocinho e indefeso nesse mundo violento, o filme só consegue se achar nas cenas de ação mesmo, e aí não estou nem um pouco preocupado com a falta de foco, quero ver explosões e tiro!

E nisto, acho que não tenho do que reclamar. Além de ser uma constante, McG surpreende com a segurança em que filma este tipo de sequencia, contando com a ajuda, é claro, do bom uso dos efeitos especiais e um excepcional trabalho de som! A cena do helicóptero caindo no início é sensacional, seguido de uma luta ferrenha entre Connor e um exterminador partido ao meio, mas que ainda assim dá um trabalho danado para o herói. Outra sequencia magnífica é aquela em que Marcus, Kyle e a menininha muda tentam escapar das “motos exterminadoras”, numa referencia ótima a MAD MAX II.

O final não consegue manter o mesmo nível do restante, mas ainda assim guarda boas sacadas, como por exemplo o boneco perfeito em CGI do Arnold Schwarzenegger de 1984. Uma coisa impressionante que me colocou para refletir sobre essa possibilidade e o futuro do cinema de alto orçamento. Hoje em dia pode-se fazer um filme com o Bruce Lee. Imaginem um DESEJO DE MATAR 6 com o Charles Bronson! Já é possível, pelo menos visualmente...

Finalizando, todo o elenco está muito bem para um filme como este, não dá pra ficar analisando interpretações a fundo, mas temos participação de um ator que eu gosto muito, Michael Ironside. Gostei de vê-lo na telona. O roteiro utiliza alguns elementos e frases dos filmes anteriores e até a música do Guns N’ Roses, que faz parte da trilha do segundo capítulo, aliás, o melhor da série e um dos grandes filmes de ação que o cinema concebeu. O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO pode não ser do mesmo nível, mas não afeta a integridade da saga.

3.3.09

McBAIN (1991), de James Glickenhaus


Para quem já está com vontade de conferir THE EXPENDABLES – próximo filme de Sylvester Stallone – pode amenizar a ansiedade com esta pérola dos anos noventa cuja trama, de acordo com as notícias e o plot que sabemos até agora, possui certas semelhanças com o filme de Sly. Longe de mim, ficar fazendo previsões, mas foi o que me ocorreu ao assistir McBAIN.

O elenco também é uma maravilha, nada que se compare ao filme do Stallone, mas conta com uma turma boa e que hoje em dia anda sumida como Michael Ironside, Steve James (morreu ainda nos anos 90), Maria Conchita Alonso, Luis Guzmán, Victor Argo e claro, o personagem título, que não está tão esquecido assim, mas merecia uns papéis de maior importância no cinema americano atual: Christopher Walken.

Bom, o filme inicia no fim da guerra do Vietnã, quando um grupo de soldados sobrevoa um acampamento vietnamita onde ainda existem prisioneiros americanos. Resolvem parar, meter bala em todo mundo e resgatar os prisioneiros e entre eles está McBain. 18 anos mais tarde, o sujeito que teve a idéia de parar e resgatar todo mundo morre num fracassado golpe contra o presidente da Colômbia. McBain resolve reunir a galera de novo para realizar uma revolução infernal na Colômbia e colocar abaixo o presidente (vai me dizer que o plot de THE EXPENDABLES não tem algumas semelhanças?).

A profundidade dos personagens é zero, mas quem é que vai ligar pra isso quando a contagem de corpos ultrapassa o número de 200? Não existe tempo pra se preocupar com esses detalhes e a narrativa se resume em várias cenas de ação uma atrás da outra ou simultaneamente. E a coisa é bem exacerbada, inverossímil e nonsense ao extremo. A cena mais impressionante é aquela em que McBain derruba um jato inimigo com um único tiro de pistola disparado de outro avião!!!

E eu não brinquei quando disse que a contagem de corpos ultrapassa os 200. Lógico que não sou doido de ficar contando, mas tem mortes para todos os gostos, principalmente à base de chumbo, mas não faltam facadas e explosivos em vários formatos para aumentar o número. A ação cartunista é bem divertida, mérito do diretor James Glickenhaus (do clássico cult EXTERMINATOR, de 1980) que realizou esta aula de pirotecnia e ação desenfreada (grande parte filmada nas Filipinas). Como eu disse, dá pra amenizar a ansiedade...