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16.1.11

BAD BIZNESS (2003), de Jim Wynorski & Albert Pyun

Alguém conhece Bob E. Brown? Eu também não conhecia até ver seu nome nos créditos como diretor deste filme. Ali em cima eu coloquei os de dois grandes mestres do cinema de baixo orçamento americano, porque foram os verdadeiros realizadores. E vocês devem estar pensado, “Puxa vida! Pyun e Wynorski se reuniram para fazer um filme! Que maravilha”. Pois é, o que deveria trazer alegria aos fãs de filmes B, não passa de  frustração para os apreciadores e também para a carreira desses dois diretores, principalmente a do Pyun. Na verdade, isso aqui nunca chegou a ser uma parceria. O que aconteceu, de forma bem resumida, foi que Pyun realizou este filme para o produtor Andrew Stevens, que achou a maior porcaria que ele já tinha visto na vida! Cortou 45 minutos do que o Pyun havia filmado e contratou Wynorski para preencher os espaços em branco... pra quem viu o documentário POPATOPOLIS, sabe do que o homem é capaz. Em três dias, Jim encerrou suas atividades tendo filmado mais da metade do filme.
Não saberia dizer o que ficou das filmagens do Pyun, mas tenho certeza que sei exatamente quando é 100% Jim Wynorski:
Desta mistura, Pyun + Wynorski, surgiu o pseudônimo Bob E. Brown. Ninguém quis ser o pai da criança, Wynorski não utilizou nem mesmo o seu pseudônimo habitual para casos deste tipo... O problema é que o trabalho milagroso de Jim não foi capaz de salvar a fita, que é um lixo completo!
Olhando para a arte da capa do DVD, faz pensar que BAD BIZNESS é uma espécie de thriller urbano de ação, com este ator fazendo tipão “gangsta” e uma mulher gostosona com pose sexy. Mas eu garanto que isso tudo não passa de picaretagem das mais sem vergonha... a boa notícia é que realmente existem várias mulheres gostosas fazendo pose sexy durante todo o filme, com e sem roupas (cortesia do velho Jim em seus três dias de filmagem). A má notícia é que mesmo assim o filme continua sendo uma merda.
Então podem esquecer o thriller urbano de ação, o filme é sobre um serial killer de mulheres que anda fazendo suas vítimas dentro de um luxuoso hotel em algum país tropical, onde os protagonistas, um casal seguranças do hotel, tentam resolver os crimes usando camisas havaianas. As cenas de investigação, suspense, diálogos e situações com algum propósito dramático são risíveis em todos os sentidos! Os atores não contribuem em nada também... 
A única coisa que realmente segura um homem à frente da tela são as mulheres nuas. Não passa 10 minutos sem que haja uma cena de sexo, inclusive há uma sequência com a robusta Julie K. Smith, uma das minhas preferidas do cinema B. Já que a única coisa a se elogiar no filme é a beleza das atrizes em trajes mínimos, temos logo no início um strip-tease com a bela Mia Zottoli... já atriz principal, Traci Bingham, não mostra seus atributos em nenhum momento, mas fica desfilando pelo filme com vestidos curtos, colados e decotados, isso quando não está com a habitual camisa havaiana...
Sei que estou parecendo um tarado, mas preciso confessar que eu sempre gostei de thrillers eróticos, desses que passava no Cine Prive da Band nos anos 90 (hoje eu não sei que tipo de filme eles colocam). Acho que eu era dos poucos adolescentes que assistia aos filmes sem me preocupar em apenas “trabalhar o braço”. Eu realmente gostava de seguir a trama! Bem, o que temos aqui em BAD BIZNESS é exatamente um thriller erótico saudosista, só que o único elemento a ser elogiado são alguns peitos de fora e as ceninhas de sexo mal fingido. De resto, o filme é bem ruim...
Ah, e o sujeito que estampa a capa, com pinta nigga gangsta, não aparece nem 5 minutos em cena... Dou nota 01 (um) de 05 (cinco) para o filme, pela presença de Julie K. Smith:

14.4.10

POPATOPOLIS (2009), de Clay Westervelt

Não me lembro de ter escrito sobre algum documentário, mas este aqui vale a pena, principalmente aos fãs de B movies. Mais do que um simples acompanhamento de bastidores de uma obra dirigida pelo Jim Wynorski, POPATOPOLIS é uma homenagem ao universo do cinema de baixo orçamento representado na figura de Wynorski, uma lenda viva que já fez mais de 75 filmes B ao longo da carreira.
O mote central do documentário dirigido por Clay Westervelt é que Jim decide filmar seu novo trabalho, o suspense erótico THE WITCHES OF BREASTWICK, em apenas três dias! Seguindo-o constantemente com sua câmerra, Clay acompanha todo o processo das filmagens, além de mostrar quem realmente é Jim Wynorski, contando um pouco sua história, mostrando cenas de seus filmes e entrevistando figuras que fizeram parte de sua jornada, como o mestre Roger Corman, o falecido Andy Sidaris, Julie Strain, Julie K. Smith e outras atrizes, até a mãe do Wynorski não escapa!
Dentro de sua casa, Jim exibe cartazes de todos os seus filmes espalhados pelas paredes, inclusive as do banheiro. Os armários da cozinha são cheios de livros, VHS e DVD’s ao invés das vasilhas e pratos. Já as filmagens de THE WITCHES acontecem em um local isolado, sem cobertura para celular, numa cabana na floresta que serve tanto como locação para a estória como habitação para o elenco e a equipe. Claro que isto se resume em pouquíssimas pessoas, mas nem mesmo verba para o lanche está incluída no orçamento.
Os sinais de como a tarefa de fazer um filme em três dias pode ser preocupante, por mais barato e descompromissado que seja, já inicia na primeira reunião de elenco. Wynorski descreve as cenas e a equipe começa a apresentar expressões alarmantes. Mas POPATOPOLIS carrega um tom muito bem humorado, com excelente edição e uma trilha sonora divertida. É engraçado ver Wynorski se estressando com erros e contratempos de filmagens e as várias soluções que ele encontra para driblar o baixo orçamento.
Nas entrevistas com as atrizes, todas elas falam como Jim é ótimo sujeito, respeitador, solidário, ao mesmo tempo em que pode agir como um bastardo mal educado. A cena em que Jim faz Julie K. Smith repetir dezenas de vezes a sua fala é impagável! Até eu fiquei agoniado. E olha que era questão de palavrinhas faltando numa frase que nem ia fazer diferença, principalmente para o público que só vai parar pra ver o filme por causa da boa dose de peitos! Mas Jim a fez repetir até que a frase estivesse correta.
Há também o lado melancólico do filme, quando alguns entrevistados comentam sobre a atual situação do cinema classe B e de como as coisas mudaram de alguns anos pra cá. Mas POPATOPOLIS é um desses esforços para manter viva a essência dos filmes independentes de baixo orçamento.

PS1: O título POPATOPOLIS vem de um dos pseudônimos de Jim Wynorski: Tom Popatopolous.
PS2: Já escrevi sobre vários filmes do Wynorski por aqui. Para conhecer mais do trabalho dele, é só clicar em seu nome nos marcadores aí em baixo.