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11.2.09

BONNIE & CLYDE (1967), de Arthur Penn

Dizem por aí que o ator (e produtor do filme), Warren Beatty precisou implorar de joelhos perante a cúpula da Warner para levar às telas de cinema a vida de Bonnie e Clyde, o famoso casal que roubava bancos na época da depressão americana. Cabeças duras, como sempre, os executivos não tinham idéia de que BONNIE & CLYDE (no Brasil, UMA RAJADA DE BALAS) iria se tornar uma das obras mais influentes do cinema americano e mudaria totalmente a maneira de tratar a violência em Hollywood.

Hollywood, claro! Porque violência, sangue e gore já existia há muito tempo no cinema americano. Mas seria injusto desmerecer a maneira como a violência é abordada aqui. Tomemos por exemplo um dos primeiros assaltos quando Michael J. Pollard estaciona o que deveria ser o carro de fuga. A situação vira uma cena cômica até que PIMBA! Um tiro na cabeça de um funcionário do banco, muito sangue espalhado e acaba a palhaçada!

Não é preciso nem tocar no assunto do desfecho de BONNIE & CLYDE também, não é? Aquele brutal, sangrento, perturbador, chocante! (pronto, falei!). Sam Peckinpah deve ter ficado com água na boca imaginando o que poderia fazer com seus próximos filmes, não é a toa que é chamado de “poeta da violência”.

Também há a influencia da Nouvelle Vague francesa. As primeiras imagens que mostram Faye Dunaway nua em seu quarto parecem saídas de um filme do Truffaut. Por falar nele, a direção quase parou em suas mãos antes de ir para o excelente e subestimado Arthur Penn, que realizou um belíssimo trabalho. Simples, mas moderno, sem as amarras do estilo clássico americano que na época estava meio defasado. Já havia perdido aquela áurea dos anos 30, 40 ou 50, ainda que, deixando bem claro, existissem bons filmes.

Além de Dunaway (que esté maravilhosamente linda), Beatty e Pollard, o filme conta com a presença de Gene Hackman e Estelle Parsons. Todos indicados ao Oscar, mas apenas esta ultima levou a estatueta pra casa, e merecida, embora todo o elenco esteja ótimo. A fotografia também merece destaque (há uma cena em que uma nuvem passa por cima dos atores tapando o sol que é uma coisa absurda de linda, com certeza foi sorte, pois naquela época ainda não se manipulava o tempo com efeitos de computação gráfica), bem como a trilha sonora.

Assistir a BONNIE & CLYDE é recompensador, principalmente quando é a primeira vez, como foi o meu caso. Retirou um peso da minha consciência cinéfila...