Dizem por aí que o ator (e produtor do filme), Warren Beatty precisou implorar de joelhos perante a cúpula da Warner para levar às telas de cinema a vida de Bonnie e Clyde, o famoso casal que roubava bancos na época da depressão americana. Cabeças duras, como sempre, os executivos não tinham idéia de que BONNIE & CLYDE (no Brasil, UMA RAJADA DE BALAS) iria se tornar uma das obras mais influentes do cinema americano e mudaria totalmente a maneira de tratar a violência em Hollywood.
Hollywood, claro! Porque violência, sangue e gore já existia há muito tempo no cinema americano. Mas seria injusto desmerecer a maneira como a violência é abordada aqui. Tomemos por exemplo um dos primeiros assaltos quando Michael J. Pollard estaciona o que deveria ser o carro de fuga. A situação vira uma cena cômica até que PIMBA! Um tiro na cabeça de um funcionário do banco, muito sangue espalhado e acaba a palhaçada!
Não é preciso nem tocar no assunto do desfecho de BONNIE & CLYDE também, não é? Aquele brutal, sangrento, perturbador, chocante! (pronto, falei!). Sam Peckinpah deve ter ficado com água na boca imaginando o que poderia fazer com seus próximos filmes, não é a toa que é chamado de “poeta da violência”.
Também há a influencia da Nouvelle Vague francesa. As primeiras imagens que mostram Faye Dunaway nua em seu quarto parecem saídas de um filme do Truffaut. Por falar nele, a direção quase parou em suas mãos antes de ir para o excelente e subestimado Arthur Penn, que realizou um belíssimo trabalho. Simples, mas moderno, sem as amarras do estilo clássico americano que na época estava meio defasado. Já havia perdido aquela áurea dos anos 30, 40 ou 50, ainda que, deixando bem claro, existissem bons filmes.
Além de Dunaway (que esté maravilhosamente linda), Beatty e Pollard, o filme conta com a presença de Gene Hackman e Estelle Parsons. Todos indicados ao Oscar, mas apenas esta ultima levou a estatueta pra casa, e merecida, embora todo o elenco esteja ótimo. A fotografia também merece destaque (há uma cena em que uma nuvem passa por cima dos atores tapando o sol que é uma coisa absurda de linda, com certeza foi sorte, pois naquela época ainda não se manipulava o tempo com efeitos de computação gráfica), bem como a trilha sonora.
Assistir a BONNIE & CLYDE é recompensador, principalmente quando é a primeira vez, como foi o meu caso. Retirou um peso da minha consciência cinéfila...
Hollywood, claro! Porque violência, sangue e gore já existia há muito tempo no cinema americano. Mas seria injusto desmerecer a maneira como a violência é abordada aqui. Tomemos por exemplo um dos primeiros assaltos quando Michael J. Pollard estaciona o que deveria ser o carro de fuga. A situação vira uma cena cômica até que PIMBA! Um tiro na cabeça de um funcionário do banco, muito sangue espalhado e acaba a palhaçada!
Não é preciso nem tocar no assunto do desfecho de BONNIE & CLYDE também, não é? Aquele brutal, sangrento, perturbador, chocante! (pronto, falei!). Sam Peckinpah deve ter ficado com água na boca imaginando o que poderia fazer com seus próximos filmes, não é a toa que é chamado de “poeta da violência”.
Também há a influencia da Nouvelle Vague francesa. As primeiras imagens que mostram Faye Dunaway nua em seu quarto parecem saídas de um filme do Truffaut. Por falar nele, a direção quase parou em suas mãos antes de ir para o excelente e subestimado Arthur Penn, que realizou um belíssimo trabalho. Simples, mas moderno, sem as amarras do estilo clássico americano que na época estava meio defasado. Já havia perdido aquela áurea dos anos 30, 40 ou 50, ainda que, deixando bem claro, existissem bons filmes.
Além de Dunaway (que esté maravilhosamente linda), Beatty e Pollard, o filme conta com a presença de Gene Hackman e Estelle Parsons. Todos indicados ao Oscar, mas apenas esta ultima levou a estatueta pra casa, e merecida, embora todo o elenco esteja ótimo. A fotografia também merece destaque (há uma cena em que uma nuvem passa por cima dos atores tapando o sol que é uma coisa absurda de linda, com certeza foi sorte, pois naquela época ainda não se manipulava o tempo com efeitos de computação gráfica), bem como a trilha sonora.
Assistir a BONNIE & CLYDE é recompensador, principalmente quando é a primeira vez, como foi o meu caso. Retirou um peso da minha consciência cinéfila...
Filmaço! Mas o meu preferido do Arthur Penn é o Caçada Humana, que quando o assisti na primeira vez, tive que revê-lo já no dia seguinte de tanto que gostei!
ResponderExcluirMais vale tarde... :)
ResponderExcluirVi-o há uns bons anos pela primeira vez. Inesquecível!
Eu vi o CAÇADA HUMANA, Vlademir, mas não foi numa boa época... preciso rever. Do Penn eu tenho aqui pra ver o MICKEY ONE, também com o Warren Beatty e O PEQUENO GRANDE HOMEM... dica do meu pai que é fã do filme e desde que eu era moleque ele me diz para assistir...
ResponderExcluirW. Blues, realmente inesquecível e antes tarde do que nunca mesmo!
Tem legenda para o Mickey One? Sempre quis assisti-lo?
ResponderExcluirPequeno Grande Homem é lindo sim.
Tem legenda nada! Nem em ingles ou espanhol pra salvar... vou ter que exercitar o meu iglês. Vai ser o jeito. =)
ResponderExcluirPois é, há tempos procurei legenda e não encontrei em idioma algum. Qualquer dia arrisco ver sem legenda mesmo.
ResponderExcluirÉ, grande parte dos filmes que baixo, eu acabo adiando justamente por não encontrar legenda alguma...sempre vou dando preferencia aos com legenda.
ResponderExcluirIsso é muito bom... Influenciaram Mickey e Mallory no filme de Oliver Stone...
ResponderExcluirAinda não vi esse filme. Espero vê-lo o mais breve possível. Vou tentar comprar dessa coletânea da Veja.
ResponderExcluirA minha interpretação preferida de Warren Beatty. Um filme a caminho da perfeição.
ResponderExcluirAbraço.
Bonnie & Clyde ainda não ví.
ResponderExcluirMas passo para deixar uma indicação: "In Bruges" ou "Na Mira do Chefe". Veja Ronald.
Valeu a dica, mas já vi. =)
ResponderExcluirEsse filme eu vi há um século, ainda naquele extinto programa de clássicos legendados que a Globo passava na madrugada de domingo. Aquele final é realmente um choque, embora que já soubesse, por conhecer a história, como a coisa acabava (e parece que na vida real os dois tomaram ainda mais tiro do que no filme!!!!).
ResponderExcluirEu também vi sabendo de que forma seria o final. Mesmo assim impressiona!
ResponderExcluirHehe, a vida real é bem mais violenta!
Existem tantas histórias e lendas a respeito desse filme. A minha preferida - seja verdade ou não - é a que conta que os roteiristas (Robert Benton e David Newman) escreveram pensando em Truffaut e chegaram até a oferecer pro Godard dirigir.
ResponderExcluirSim, também já ouvi essa história! Parece que o Truffaut estava realmente interessando, mas preferiu fazer FAHRENHEIT 451... e o Godard nunca quis trabalhar em Hollywood e já estava começando com aquela história de que o cinema morreu e que não acreditava mais em Hollywood, etc...
ResponderExcluirA melhor implorada da história do cinema!
ResponderExcluirPretendo que a edição especial desse filme seja minha primeira compra em Blue-Ray, já q Bonnie & Clyde foi um dos primeiros DVDS nacionais q eu comprei na vida.
E muito bom seu texto ROnald. Se eu não tivesse visto o filme, ficaria com vontade de faze-lo.
ResponderExcluirA cena do banqueiro tomando um tirambaço no cara pelo vidro do carro é pra mim a síntese da violência estética no cinema. Nada supera.
Opa, valeu! Essa cena é um ponto crucial para essa síntese. Há uma cena anterior também, que o Beatty assalta um mercado e um cara chega por trás com um cutelo e termina de forma violenta também... é basicamente uma preparação para o que estava por vir.
ResponderExcluirFilme realmente muito bom. Já viu Gun Fury, do Joseph Lewis? É basicamente a mesma história contada de maneira bem diferente - eu particularmente prefiro, embora o nível seja quase o mesmo entre os dois.
ResponderExcluirNão, esse ainda não vi... deve ser legal também! =)
ResponderExcluirAssista ao MICKEY ONE o quanto antes. Fiquei anos caçando esse filme. Só fui agora em outubro. Parece coisa de cara da Nouvelle Vogue em exílio nos EUA.
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