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26.1.13

DJANGO LIVRE (Django Unchained, 2012)


Se tem uma coisa que ainda aprecio no cinema do Tarantino, além do seu próprio talento como fazedor de filmes, é a brincadeira de pescar referências, por mais que toda gente já esteja de saco cheio disso! Gosto de perceber as coisas, encontrar o significados de alguns itens espalhados pelos filmes e descobrir de onde vieram a partir da cultura cinematográfica do diretor.

Nesse quesito, DJANGO LIVRE foi um prato cheio. Diverti-me à beça ligando os créditos iniciais e o nome do personagem principal a um spaghetti western de 1966, dirigido por Sergio Corbucci; o mesmo western interpretado por um italiano que atende pelo nome de Franco Nero e que faz uma ótima participação por aqui; ou o tema dos escravos lutadores nos faz lembrar de MANDINGO, de Richard Fleischer; o corcunda que aparece rapidamente por causa do personagem de Klaus Kinski em POR UNS DÓLARES A MAIS, de Sergio Leone; ou que os protagonistas vão para uma região coberta de neve apenas para fazer alusão ao spaghetti IL GRANDE SILENZIO, também do Corbucci; e que Samuel L. Jackson não consegue terminar sua derradeira frase só porque o Tuco (Eli Wallach) também não consegue em TRÊS HOMENS EM CONFLITO, de Leone... etc, etc, etc... não me canso disso.



A trama de DJANGO LIVRE não é preciso comentar, pois vocês já devem saber. Para estarem lendo isso aqui com certeza vocês já devem ter conferido a obra, afinal, é Tarantino... Ninguém vai ler uma resenha de um filme dele antes de assistir, não é? Você meio que já sabe o que esperar, ao mesmo tempo não faz a menor ideia do que vai ser e sabe que vale a pena esperar para descobrir no momento da projeção. Bem, pulemos a descrição do enredo e comecemos com uma rasgação de seda de 90% de DJANGO LIVRE.

O filme tem uma duração total de 2 horas e 45 minutos. Dentro desse tempo, aproximadamente 2h20m passaram voando, achei simplesmente maravilhoso! É o primeiro longa linear do Tarantino, sem tramas paralelas nem personagens que precisam de flashbacks em desenho animado, etc. Da abertura ao desfecho, acompanhamos o mesmo personagem. Tudo sob um domínio de ritmo e visual impressionante que me absorveu completamente, marcado pelos habituais diálogos espertos e afiados; personagens bem construídos; uma trilha sonora eclética que funciona como uma sinfonia; doses cavalares de humor...

A partir do momento em que surgem na tela aquelas rochas amarronzadas e os créditos em vermelho, ao som do tema do DJANGO original, eu abri um sorrisão que durou muito tempo... DJANGO LIVRE é filme pra se ver sorrindo, soltando algumas gargalhadas de vez em quando, como na cena pré-KKK, que parecia mais um esquete do Monty Phyton. Enfim, são duas horas e vinte de cinema grande, da mais pura qualidade.


Méritos também ao elenco. Christoph Waltz e Jamie Foxx são o coração do filme. Não acho Foxx um ator espetacular, mas quando bem dirigido demonstra segurança. E sabe se fazer de badass! Agora, o Waltz, que ator magnífico! Rouba completamente o filme para si e transforma o próprio Django num mero coadjuvante. Mais uma vez Tarantino lhe presenteou com um papel incrível, da mesma forma que em BASTARDOS INGLÓRIOS. Mas bem diferente também. Um caçador de recompensas europeu, nos moldes de outro personagem de Franco Nero, o traficante de armas sueco de VAMOS A MATAR COMPAÑEROS!, outro filme excelente de Sergio Corbucci. Sentimental, humano e correspondido por Waltz com um desempenho de encher os olhos.


A coisa fica melhor ainda quando surge em cena o personagem de Leonardo Di Caprio, que também dá um show. Os dois contracenando é um duelo magnífico de diálogos bem sacados, é um puta tour de force quando estão juntos. São vários momentos marcantes, para entrar no hall de boas cenas da filmografia do Tarantino, como o monólogo do Di Caprio manuseando um crânio. O diálogo final entre ele e o Waltz também é uma coisa linda.



Samuel L. Jackson é outro destaque, está impagável fazendo um personagem sinistro e ao mesmo tempo engraçadíssimo. E como Tarantino é mestre até em reunir atores de alto calibre, temos participações de Don Johnson (que está ótimo), James Remar (em papel duplo), o já citado Franco Nero, James Russo, Don Stroud, Bruce Dern, Jonah Hill, Lee Horsley, Robert Carradine, Tom Savini, Walton Goggins, e vários outros.

DJANGO LIVRE não tem muitas sequências de ação. Claro que não faltam tiros, violência, contagem alta de corpos, cachorros estraçalhando um escravo, uma sangrenta luta entre mandingos... Mas uma sequência de tiroteio bem arquitetada, temos apenas uma. Mas é uma para arregaçar! DJANGO LIVRE, para quem não notou ainda, é um western, um gênero que às vezes a coisa é mais interessante pela maneira na qual os personagens se preparam para sacar um revolver do que realmente atirar. Mas quando James Foxx resolve mandar chumbo grosso para cima dos capangas do Di Caprio, Tarantino devia estar muito inspirado e disposto em criar o tiroteio de faroeste mais definitivo do mundo! Não chegou nem perto, é claro, mas conseguiu criar uma sequência magnífica em termos de ação. Um espetáculo de balas e sangue estilizado jorrando "pra tudo quanté lado", com todos os elementos em cena precisamente coreografados, inclusive o sangue e as balas... A maneira como o ambiente fica pintado de vermelho me fez pensar da mesma forma que o meu amigo, Osvaldo Neto: Tarantino é o Pollock do cinema.








E, bem, essa cena de ação termina justamente ao final das 2h e 20, uma das melhores coisas que o Tarantino já filmou. Os 25 minutos seguintes, um prolongamento do final, tem um propósito bem definido, compreensível, mas infelizmente não consegue ter a força que DJANGO LIVRE tinha até então. Não é questão de ser um final desnecessário. Serve para mostrar que Django evoluiu e agora pode agir e tomar decisões sozinho. O problema, para mim, é a maneira na qual isso tudo é explorada. A sequência que o herói é mantido preso e convence que o libertem em troca de dinheiro, com o papo furado da recompensa, é uma solução muito fácil para um roteirista que tinha construído 90% de um filme extremamente inteligente. Claro que algumas coisas justificam, como ter o próprio Tarantino sendo explodido, mas ao mesmo tempo temos que aguentar Foxx fazendo gracinha em cima do cavalo, que eu achei um troço extremamente ridículo. No fim das contas, meu veredito é que DJANGO LIVRE  é mais um filmaço do Taranta. Isso é fato. Mas o sujeito perdeu uma grande chance de deixar o filme ainda melhor, tudo por causa deste final estendido, que não estraga a diversão, não é ruim, mas não consegue manter o nível.

Sobre temas polêmicos de escravidão, política, etc, não esperem nada por aqui. Me dá uma preguiça só de pensar. E sei que muita gente tem tratado o filme por esse lado, o que acho uma besteira. A intenção do Tarantino era de fazer um western com um herói negro, apenas isso. A escravidão é consequência dramática, não tenho porque ficar procurando mensagens, significados e pêlo em ovo...

12.5.10

QUEM MATOU ROSEMARY? (The Prowler, 1981), de Joseph Zito

O diretor Joseph Zito pode estar um tanto esquecido atualmente, mas para um certo grupo de apreciadores de cinema de ação casca grossa oitentista, seu nome ainda possui muita representatividade no gênero (não é pra menos: MISSING IN ACTION, RED SCORPION e o clássico dos clássicos, o inesquecível INVASÃO USA). Mas vale destacar sua contribuição no terror, gênero que, na verdade, abriu caminho para ele no mundo do cinema.


THE PROWLER é o terceiro trabalho de Zito, mas deu a ele a oportunidade de dirigir a quarta parte de SEXTA FEIRA 13, um dos meus capítulos favoritos. Aliás, o sucesso do primeiro filme desta série foi um (entre vários) dos responsáveis pela chuva de slasher movies que surgiu no início da década de 80. E é exatamente isso que THE PROWLER é, um típico slasher, com trama, personagens, direção, atmosfera, ritmo e elementos muito bem caracterizados pelo subgênero. E o filme é ótimo em todos esses sentidos. Mas o que realmente me impressionou foi o genial trabalho do mestre em efeitos especiais Tom Savini. O próprio considera este seu melhor resultado.

A trama começa em 1945, final da Segunda Guerra, quando um soldado retorna para casa frustrado porque sua noiva, a tal Rosemary do título nacional, havia encontrado um novo amor. Um ótimo motivo para pegar um tridente e espetar tanto a danada quanto o novo amante. Você não faria a mesma coisa? O crime chocante ocorre no dia do baile de formatura, desde então o evento deixou de acontecer na pequena cidade de Avalon Bay e ninguém nunca ficou sabendo a verdadeira identidade do assassino, já que no momento os únicos que poderiam ter visto alguma coisa foram perfurados, além do assassino vestir um uniforme do exército muito sinistro, com capacete e máscara para camuflar o rosto.

Passa-se o tempo e estamos agora no presente (início dos anos 80) e pela primeira vez o baile de formatura está sendo novamente preparado na cidade depois de tanto tempo. O xerife fica apreensivo, paranóico, temendo uma onda de assassinatos ou algo parecido, mas não se preocupa ao ponto de não sair da cidade na noite do baile pra pescar, deixando seu jovem ajudante responsável pela cidade inteira. Quem interpreta o velho xerife é Farley Granger, veterano ator que trabalhou com Hitchcock em FESTIM DIABÓLICO e PACTO SINISTRO.

Bom, não seria nada absurdo se eu disser que um serial killer vestindo a mesma fantasia de 35 anos atrás retorna para fazer novas vítimas na noite do baile, afinal, não teria sentido algum o filme existir se isso não ocorresse. É nesses momentos que THE PROWLER ganha uma força extraordinária. Temos uma excelente variação de mortes criativas, sangrentas e violentas, com direito a gargantas cortadas, corpos perfurados, principalmente na cena do chuveiro, um dos melhores momentos, sem dúvida. O final é de uma atmosfera arrepiante de tensão e contém uma das cenas mais chocantes do filme.

Os efeitos especiais de Savini são realmente incríveis, realistas e ainda hoje funcionam depois de quase trinta anos. Claro que como todo bom slasher, tem-se que ter um bocado de paciência para esperar que algo aconteça, mas no caso de THE PROWLER isso não é muito difícil. A trama é interessante de acompanhar, apesar dos atores não apresentarem nenhum desempenho notável. Mas quando o filme engrena, é uma delícia! Um dos melhores slashers que eu já vi.

20.2.10

Notas de um carnaval cinematográfico - Parte 3: MANIAC (1980), de William Lustig

Outra belezinha vista no Carnaval foi o clássico oitentista MANIAC, que surpreende ainda hoje com sua grandeza aterradora. Um retrato profundo de um serial killer, interpretado de forma magnífica pelo ator Joe Spinel, que supre suas frustrações sexuais matando e escalpelando mulheres indefesas. A origem desse surto violento aparece com a ausência materna do protagonista, remetendo ao clássico de Alfred Hitchcock, PSICOSE. O "Norman Bates" de Spinel tenta reencontrar a figura da mãe utilizando os escalpos de suas vítimas em manequins que enfeitam seu quarto e carregam uma estética muito perturbadora. A direção de William Lustig é séria e imprime um realismo assustador. Existem vários momentos inspirados que sintetizam o estado mental do serial killer, como no belíssimo plano onde o sangue preenche a tela de vermelho e vemos ao fundo a imagem da insanidade estampada na cara do assassino escalpelando mais uma vítima. MANIAC ainda conta com efeitos especiais de maquiagem do genial Tom Savini, que faz uma ponta numa das cenas mais violentas do filme. Mas a sequência do metrô é a mais notória, uma verdadeira aula de construção atmosférica e suspense sublinhada pela trilha sonora típica dos sintetizadores da época. Um verdadeiro clássico do horror que deve ter influenciado várias obras posteriores, como HENRY - PORTRAIT OF A SERIAL KILLER e SCHRAM, filmes que marcaram por realmente entrar na mente de seus protgonistas, assassinos em série. Banido em diversos países pela violência gráfica e pelo tom misógino que provocou os moralistas de plantão na época, MANIAC merecia agora uma edição caprichada em DVD aqui no Brasil. Uma pérola dessas não pode se perder no tempo…

25.8.09

MACHETE

Como se não bastasse só o fato de, realmente, estarem filmando MACHETE, os produtores ainda escalam um elenco dos mais sensacionais para competir com OS MERCENÁRIOS do Stallone em 2010. Além do Trejo, obviamente fazendo o personagem título, o filme vai contar com Robert De Niro, Steven Seagal, Cheech Marin, Don Johnson, Jessica Alba, Jeff Fahey, Michelle Rodriguez e há rumores de que Carlos Gallardo e Tom Savini também participem. Filme já está mais que obrigatório!