Comecemos então pelo começo! Apesar de não receber o crédito de diretor, este Spaghetti Western é a estréia não-oficial de Enzo G. Castellari na direção. Há um trecho na biografia do Anthony Steffen, em que o próprio ator diz que o argentino Leon Klimovsky (famoso pelos filmes de terror com Paul Naschy) não filmou uma cena sequer, apesar de ser o seu nome que estampa o crédito, e acabou parando nas mãos de Castellari o serviço, que se não o fez com excelência, ao menos demonstrou que tinha talento para a coisa. O filme não é dos melhores do gênero, e acho que nem tinha essa pretensão, mas é um exemplar divertido, sem o “glamour” dos filmes do Leone, Corbucci, Sollima, Damiani, Lizzani, Questi e etc…
Um detalhe que vale lembrar é que esses italianos eram todos picaretas. Mudavam títulos, redublavam cenas, faziam o que fosse possível para promover seus filmes. Naquela época, DJANGO, de Sergio Corbucci, foi um dos grandes sucessos do gênero e o que surgiu de produção explorando a popularidade do personagem não é brincadeira! POCHI DOLLARI PER DJANGO é um bom exemplo disso, já que não há personagem algum com o nome que aparece no título.
Anthony Steffen, na verdade, se chama Regan, um caçador de recompensas que vai até Montana em busca de dois foras da lei, mas no meio do caminho encontra o corpo do sujeito que iria ocupar o posto de xerife da cidade e resolve assumir a identidade do homem para ganhar uma moral entre a população e facilitar as buscas pelos bandidos. O problema é que Regan acaba envolvido numa guerra entra um poderoso barão do gado com os pequenos agricultores da região. Isso o leva a Jim Norton (Frank Wolff), um ex-bandido que assumiu a identidade de seu irmão gêmeo, Trevor, liderou o bando cujos dois bandidos com as cabeças à prêmio faziam parte, mas agora vive tranquilo ao lado de sua sobrinha (filha).
O roteiro, apesar de um pouco confuso pela minha descrição, consegue ser simples ao trabalhar com o lance das trocas de identidade. As poucas sequências de tiroteios não são as melhores do mundo e a trilha sonora, elemento de extrema importância aqui, está mais para os clássicos westerns americanos do que para as marcantes melodias do spaghetti, mas acompanhar a trama e os desdobramentos se torna algo prazeroso, especialmente com o Anthony Steffen em cena e o sempre excelente Frank Wolff, um dos grandes atores do cinema popular italiano. Percebe-se também claramente o baixo orçamento da produção, o que pode ter influenciado no acabamento. No fim das contas, não chega a ter as peculiaridades de seu (verdadeiro) diretor, Enzo G. Castellari, mas não deixa de ser um westen bem decente.
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9.6.11
27.4.09
Mais dois filmes...
FEMALE YAKUZA TALE - INQUISITION AND TORTURE (Yasagure anego den: sôkatsu rinchi, 1973), de Teruo Ishii


A começar pelo próprio entrecho, que envolve um bando de traficantes que transporta a mercadoria ilícita colocando-a nos orifícios sexuais de um grupo de moças, que recebem em troca uma dose da droga. Destaque para o grande final quando um exército de mulheres nuas, sob o comando de Oshô (Ike), enfrenta os traficantes. Literalmente uma bela dose de sangreira e mulher pelada! Imperdível!


DJANGO, O BASTARDO (Django il bastardo, 1969), de Sergio Garrone
Mudando totalmente de gênero, assisti a este bom Western Spaghetti estrelado pelo ítalo-brasileiro Anthony Steffen e dirigido por Sergio Garrone, que apesar de ter feitos muitos westerns, realizou também alguns filmes de horror. E DJANGO, O BASTARDO é uma hibrida produção que transita entre o terror e a poeira do velho oeste.

O fato é que durante toda a narrativa, Garrone mostra o protagonista como um fantasma que surge das trevas para se vingar do crime que três sujeitos cometeram há alguns anos, durante a guerra civil. Inclusive os próprios personagens pensam que se trata de uma alma penada. Depois de uma boa quantidade de mortes e uma meia hora final que me lembrou outra mistura de western/terror, E DEUS DISSE A CAIM, do Antonio Margheriti, o filme acaba revelando se Django era realmente de carne e osso ou não. Mas eu não vou contar!
OBS: Uma dica para uma boa leitura, muito mais completa, sobre DJANGO, O BASTARDO, pode ser encontrada aqui.

É a sequencia de SEX & FURY, de Norifumi Suzuki, agora com a direção de Teruo Ishii, de THE EXECUTIONER, mas com a mesma Reiko Ike de volta ao papel do filme anterior, mostrando todo talento, graça e beleza (leia-se os atributos físicos que Deus lhe deu). Alguns consideram FEMALE YAKUZA TALE superior, acho que são filmes bem diferentes. O filme de Suzuki é mais denso e sua força parece centrada na trama de vingança e na ação; ambos possuem uma estética carregada, mas este aqui se sai melhor como um exercício visual e muito mais apelativo no quesito “nudez gratuita”.
DJANGO, O BASTARDO (Django il bastardo, 1969), de Sergio Garrone




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