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13.2.10

O LOBISOMEM (The Wolfman, 2010), de Joe Johnston

Ontem fui aproveitar que THE WOLFMAN estreou nos cinemas daqui sem atraso, junto com a patroa, um primo que é diretor de curtas capixabas de documentários e ficção e mais alguns amigos. Apenas minha namorada e eu gostamos, para nossa surpresa. Meu primo disse que esperava ver algo novo, do nível de um DRACULA (do Coppola) em termos de novidade e releitura visual, mas com o famoso licantropo como protagonista. Se alguém estiver com essa espectativa, vai se decepcionar. Já eu, meio com o pé atrás, estava esperando um filme de terror nos moldes clássicos, apenas mais um filme de lobisomem sem qualquer tipo de invenção. E para meu prazer é exatamente isso que o filme propõe. Já nos planos iniciais nota-se o tom retrô e em certos momentos me senti assistindo a um clássico da Universal ou uma produção da Hammer. Não podia ser mais parfeito...

De Henry Hull, passando por Lon Chaney Jr., Paul Naschy e até mesmo Jack Nicholson, quem empresta o rosto ao estimado personagem peludo nesta versão é Benício Del Toro. Ele vive Lawrence Talbot, um ator de teatro inglês, educado nos Estados Unidos, que precisa retornar a casa de seu pai, uma mansão nos arredores de um vilarejo na Inglaterra, após seu irmão ser brutalmente assassinado. Suspeita-se de uma fera, um maníaco, ou até mesmo uma maldição. Del Toro está muito bem no personagem que, além dos irreprimíveis problemas “licantrópicos” já esperados, precisa encarar de frente um passado perturbador. O que distingue a trama das outras versões de lobisomem é a ênfase ao drama familiar no relacionamento de Talbot com seu pai e que serviu de mola propulsora para o afastamento do protagonista, ainda muito jovem, de sua família, além de ser o motivo de suas transformações em noites de lua cheia.

No elenco, podemos contar com boas atuações de Anthony Hopkins, no papel de Talbot pai, e o agente Smith, Hugo Weaving, como um detetive da Scotland Yard designado a solucionar o estranho caso. A representante feminina da vez é Emily Blunt, que não faz nada além do esperado. Ao menos temos Geraldine Chaplin, com um aspecto espantoso, vivendo uma cigana misteriosa.

A direção de Joe Johnston é muito autêntica, principalmente auxiliada pela fotografia fúnebre carregada de atmosfera de Shelly Johnson. Já havia comprovado seu talento para ação/aventura desde ROCKETEER e realmente foi a escolha certa para comandar a adaptação de Capitão América. O sujeito tem muita noção de como aproveitar efeitos visuais em prol à narrativa, embora THE WOLFMAN tenha muito mais CGI do que eu esperava, e encena sequências de ação com muito brilhantismo, sem poupar o espectador de violência explícita e muito sangue! Mas o grande destaque fica por conta do rei da maquiagem, Rick Baker, que desenvolveu uma complexa fantasia da moda antiga, superando, no quesito visual, seu trabalho em UM LOBISOMEN AMERICANO EM LONDRES. A aparência da criatura nesta versão remete diretamente aos clássicos da Universal, com um monstro em formato mais humano do que os lobisomens de filmes mais recentes. Gostei muito do resultado. Um filme imperdível!