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13.4.11

ESSENTIAL KILLING (2010)

Finalmente vi ESSENTIAL KILLING e nossa! Filme lindo, ao mesmo tempo violento e visceral. Dos lançametnos que eu assisti em 2011, só perde para I SAW THE DEVIL, filme coreano do mesmo diretor da obra prima A BITTERSWEET LIFE, e que já estou devendo texto por aqui…

ESSENTIAL KILLING, a grosso modo, é um belo exemplar de “filme de fugitivo”, estilo RAMBO e CAÇADO, só que mais realista (embora eu prefira estes dois que eu citei). O protagonista não é nenhum especialista em sobrevivência na floresta ou ex-boina verde altamente treinado para qualquer tipo de situação. O filme trata o personagem como um sujeito comum para este tipo de situação extrema, agindo por extinto para sobreviver e não ser preso, e conta com uma puta atuação do Vincet Galo, que passa o filme inteiro por maus bocados, sendo torurado, sentindo frio, cansaço, pisando em armadilhas para animais, fazendo uma dieta à base de formigas vivas e até casca de árvore, que delícia! E tudo isso sem dizer uma palavra o filme inteiro. É tudo no olhar e na expressão... uma coisa absurdamente fantástica.

Há um certo teor político no ar, porque o personagem é um “terrorista” árabe, capturado por tropas americanas, mas isso não tem a menor importância pra mim. Todo mundo conhece os problemas e questões que envolvem o Oriente Médio e a invasão americana em alguns países da região. Mas ESSENTIAL KILLING não faz a mínima questão de entrar em detalhes, e utiliza alguns elementos desses fatos atuais da nossa história apenas como contexto. O que o filme conta mesmo é a luta pela sobrevivencia de um ser humano diante de seus perseguidores e da natureza à sua volta.

Uma das coisas que mais me impressiona é a frieza do veterano diretor polonês Jerzy Skolimowski. O sujeito é um mestre e sabe das coisas. Faz um filme de ação, físico pra cacete, totalmente anticlimático. Fica uma atmosfera pesada e perturbadora, uma mistura de realismo com pesadelo que parece não acabar nunca, e olha que o filme não chega a 80 minutos… é incrível como existem poucos diretores com inteligência e talento pra levar um filme desse, que é tão simples e ao mesmo tempo tão poderoso...

Este texto já não deve está fazendo muito sentido, estou escrevendo meio no calor do momento. Mas é um filme que realmente mexe comigo, mesmo com toda a expectativa acumulada, com várias pessoas elogiando. É o tipo de obra que você precisa ver com os próprios olhos pra sentir toda a sua força.

8.11.09

Filmes recentes...

TETRO (2009), de Francis Ford Coppola

Isso sim eu chamo de um verdadeiro retorno (E não o YOUTH WITHOUT YOUTH, de 2007)! Coppola coloca muito sentimento neste belíssimo trabalho e filma com o coração. Tetro (Vincent Gallo) é um escritor que resolveu cortar ligações com sua família, cujo pai é um grande maestro, e foi viver na Argentina, até que, passado alguns anos, recebe a visita de seu irmão mais novo que possui uma fixação enorme no mais velho. E é claro que isso vai gerar muita reação em torno dos personagens, com todo o passado intocado e misterioso que Tetro procurou esquecer e esconder voltando à tona...

Fotografado num preto e branco lindíssimo, com alguns momentos coloridos e beirando ao surrealismo, o visual, no cenário argentino, acaba sendo um dos grandes destaques do filme, mas desta vez a estória também possui um grande valor, um drama familiar muito bem conduzido por Coppola. É o primeiro roteiro original que o diretor escreve desde A CONVERSAÇÃO, de 1974, e resgata alguns temas auto biográficos. Provavelmente seu projeto mais pessoal. TETRO é tocante, dos melhores que o diretor já fez em muito, muito tempo e um dos meus favoritos de 2009.

MOON (2009), de Duncan Jones

Aquele poster todo retrô não estava para brincadeira. MOON é ficção científica das boas, essencialmente à moda antiga e se inspira na maior sci fi de todos os tempos, 2001 – UMA ODISSÉIA NO ESPAÇO, de Staley Kubrick, para narrar a estória de um astronauta solitário que trabalha numa estação espacial lunar depois que desenvolveram uma nova fonte de energia extraída do nosso satélite natural.

O filme é surpreendentemente simples e muito bem sustentado por Sam Rockwell interpretando o astronauta visto em praticamente todas as cenas. Mexe com questões atuais, mas os efeitos especiais discretos e o visual minimalista e retrô reforçam ainda mais o tom “kubrickiano” do filme, principalmente com a presença de GERTY, uma espécie de HAL atualizado para os nossos dias e que Kevin Spacey empresta a sua voz.

OS SUBSTITUTOS (Surrogates, 2009), de Jonathan Mostow

Fraquinho como entretenimento, mas não tão ruim quanto eu imaginava, e consegue colocar pra refletir um bocado sobre algumas questões (nem que seja durante o filme, ou uns 5 minutos após, porque depois disso OS SUBSTITUTOS já se torna descartável). No futuro as pessoas não saem mais de casa. Ao invés disso, utilizam andróides que são verdadeiras imagens projetadas da maneira como uma pessoa gostaria de ser vista. Bruce Willis, por exemplo, é um agente da CIA tentando resolver um caso. Ele é velho, barrigudo e feio, mas seu “substituto” – como são chamados – tenta parecer um galã de cinema com um cabelinho ridículo.

Mas não é exatamente isso que acontece hoje com a internet, sites de relacionamentos, Second Life e salas de bate papo virtual? Quem te garante que a pessoa que se descreve como uma morena, linda, olhos cor de mel e se chama Joyce num chat, não é na verdade um sujeito gorducho, careca, querendo sacanear com uns trouxas? É, isso acontece...

O CAÇADOR (The Chaser, 2008), de Na Hong-jin

Meu amigo Herax, sempre antenado, já havia nos alertado sobre esse filme coreano há tempos, mas acabei deixando passar. Agora que começaram a comentar sobre ele é que resolvi conferir. É um filme impressionante sobre um ex-policial que virou cafetão e precisa dar uma detetive quando algumas de suas “empregadas” começam a desaparecer.

A narrativa é bem intensa e frenética, tudo é muito bom, mas é um pouco longo e chega em um determinado ponto que eu precisei dar umas bocejadas. Mas nada que incomode. O ator Kim Yun-seok, que faz o cafetão, é um puta ator e a atmosfera de violência marca bastante. O final é de deixar qualquer espectador indignado (no bom sentido).

THE SNIPER (2009), de Dante Lam

Bem mais ou menos este aqui, um filme policial focado em três atiradores de elite. Um instrutor da polícia, seu aprendiz e o vilão, um ex-policial que agora joga no outro time. As intenções do diretor até que são boas, mas ele parece meio perdido entre quais dos três personagens deve dar mais atenção, acaba tudo muito vazio, por mais que se tente construir detalhes que acrescente algo a eles. Algumas sequências de ação são muito boas e é a única coisa que presta mesmo no resultado final. Não chega a ser ruim, mas poderia ser bem melhor.

Hoje ainda devo assistir ZOMBIELAND. Depois digo o que achei.