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16.8.13

MAGNUM 44, aka Magnum Force (1973)


Pelo visto, o fato do policial Harry Callahan ter jogado fora seu distintivo ao final de DIRTY HARRY, não valeu absolutamente de nada. O filme ganhou esta primeira continuação dois anos depois e logo no início o personagem de Clint Eastwood já aparece de volta agindo como homem da lei. E seguindo ainda os seus princípios anti-sistema, algo que os críticos de cinema na época acusaram de fascismo. Bando de chatos politicamente corretos...

Em MAGNUM 44 não temos um mestre como Don Siegel na direção. Calhou de ser o pau-pra-toda-obra Ted Post no comando, mas tendo John Milius e Michael Cimino assinando o roteiro fica fácil. Até o Uwe Boll e o Albert Pyun conseguiriam fazer um bom filme.


Basicamente, o que temos em MAGNUM 44 é uma série de assassinatos inusitados acontecendo, colocando a força policial e "Dirty" Harry para esquentar os miolos. As vítimas são sempre pessoas do mundo do crime. Mafiosos, cafetões, procurados pela polícia, e o assassino é sempre um policial fardado com o uniforme da polícia de trânsito. Portanto já podemos perceber uma diferença crucial entre DIRTY HARRY e este aqui. Os bandidos não são serial killers com motivos banais, mas justiceiros que decidem iniciar um trabalho de execução para limpar as ruas de São Francisco.             


É difícil alguém ter simpatia pelo Scorpio, vilão do primeiro filme, mas com esses caras de MAGNUM 44 você pode pensar "bem, eles agem mais ou menos como o Harry, não? Possuem a mesma ideologia". E essa é a beleza da coisa. Nós já conhecemos o personagem de Harry, podemos confiar nele, sabemos que só vai atirar em meliantes armados e ainda soltar uma frase cool logo depois. Mas e esse bando de motoqueiros fardados? Quão fina é a linha traçada que separa Dirty Harry desses justiceiros? É algo a se pensar, mas parece que o personagem de Clint Eastwood já sabe a resposta e não quer perder muito tempo com estudos sociológicos. Seu negócio é ação.


E neste quesito MAGNUM 44 se sai realmente muito bem. O diretor Ted Post segue a linha dos cineastas artesãos que sabem fazer a coisa muita bem feita, embora lhes falte o talento de um Peckinpah. Há boas ideias sendo aproveitadas aqui com muita eficiência, como a sequência de perseguição ao final que culmina numa embarcação abandonada e toda a tensão que é construída para deixar o espectador vidrado. Ajuda bastante a presença de Clint Eastwood em cena acrescentando um toque de classe a mais.

Os assassinatos e o modo de agir dos justiceiros também são destaques. Lembro que foi o que mais me marcou quando era moleque e assisti de uma fita VHS que meu velho gravou da Globo no final dos anos oitenta. A sensação era de estar vendo um filme de horror... Me dava arrepio como tudo era conduzido de forma seca e brutal, o policial pedindo a carteira de motorista do indivíduo e do nada puxava o revolver e mandava chumbo na cabeça. Agora que já sou grandinho a sensação se perde, fica a lembrança. Mas essas cenas ainda possuem muita força.


No post sobre DIRTY HARRY de outro dia, vários fiéis leitores expressaram admiração por MAGNUM 44, dizendo que se tratava do melhor capítulo da saga do policial mais durão de São Francisco. Ok, o filme que originou a série é um autêntico clássico, isso não tenho dúvida alguma, mas preciso confessar que concordo que este aqui supere seu antecessor, é um baita filmaço! Agora vamos ver como se sai THE ENFORCER...

12.8.13

DIRTY HARRY (1971)


Este fim de semana revi dois filmaços que geraram franquias. Revi para refrescar a memória porque o que me interessa mesmo são as continuações, já que nunca assisti, por exemplo, THE ENFORCER e nem DEAD POOL, terceira e quinta continuações, respectivamente, de DIRTY HARRY. Vou aproveitar para rever também MAGNUM FORCE e IMPACTO FULMINANTE e assim, tentar postar a série inteira do policial mais durão de São Francisco, vivido por Clint Eastwood, aqui no blog.

O outro que revi, foi o western SETE HOMENS E UM DESTINO, de John Sturges, cujas continuações ainda não vi... Mais tarde escrevo sobre o primeiro e, durante a semana, vou postando as sequências à medida em que vou conferindo. Por enquanto, vamos ficar com DIRTY HARRY.


Mas se pudesse, eu pulava este e partia logo para o segundo. Fico meio desconfortável, sem algo novo para se dizer sobre DIRTY HARRY... É um clássico, todos sabem. Um dos filmes policiais mais influentes, ao lado de BULLIT e OPERAÇÃO FRANÇA, na renovação do policial americano (como THE STONE KILLER, do post anterior), tendo inspirado a italianada a desenvolver o poliziesco; além de criar um dos personagens mais controversos do gênero, “Dirty” Harry Callahan, que age de acordo com suas próprias leis, cujos ideais nem sempre vão de acordo com os burocráticos métodos da policia e blá, blá, blá...

Pode ser que alguém ainda não saiba que DIRTY HARRY foi baseado na série de assassinatos reais cometidos pelo serial killer chamado Zodíaco, no qual acabou virando um filme mais realista nas mãos do David Fincher em 2007. Uma diferença crucial, obviamente, é que por aqui não há moleza para um assassino tendo um policial casca grossa como “Dirty” Harry Callahan em seu encalço.


DIRTY HARRY foi originalmente anunciado tendo Frank Sinatra no papel título, que vinha fazendo personagens interessantes no fim dos anos sessenta em thrillers policiais e de ação. Mas antes de ser o escolhido, John Wayne, Steve McQueen e Paul Newman também estavam brigando pelo papel. Mas quando Sinatra desistiu, quem acabou encarnando Harry Callahan foi Clint Eastwood.

Com Sinatra pulando fora, o diretor Irvin Kershner também não quis mais saber do projeto. Melhor prá nós, pois Don Siegel, o intelectual da ação, que já havia dirigido Clintão antes, acabou assumindo o posto e fez bonito como sempre. Não faltam por aqui sequências de ação bem orquestradas, tensas e classudas, como a do início, na qual Callahan impede um roubo a banco e aproveita para soltar um de seus discursos mais celebrados:
I know what you're thinking, punk. You're thinking "did he fire six shots or only five?" Now to tell you the truth I forgot myself in all this excitement. But being this is a .44 Magnum, the most powerful handgun in the world and will blow you head clean off, you've gotta ask yourself a question: "Do I feel lucky?" Well, do ya, punk?
Cortesia de alguns bons roteiristas daquele período do cinema americano, incluindo John Milius, que trabalhou numa das primeiras versões do script.


Clint Eastwood tem aqui uma magnífica atuação, daquelas que dá pra perceber que o sujeito realmente entende o personagem. E que presença! A cena na qual o bandido manté,m um ônibus escolar como refém e avista de longe a figura de Dirty Harry estática, fria, esperando tranquilamente em cima de uma ponte, pronto para fazer sua magnum 44 cuspir chumbo grosso, é algo que não dá para esquecer facilmente.

Não por acaso, foi com DIRTY HARRY que o sujeito atingiu o status de grande astro de Hollywood naquele período por parte do público, que encarou o filme como um thriller de ação, dos bons, e não como o produto fascista que alguns críticos apontavam. Sim, Dirty Harry tortura e mata bandido sem qualquer remorço... Mas, repito exatamente as minhas palavras do post anterior: me chamem de reacionário, mas no cinema isso é bom demais!

Fascista ou não, prefiro ressaltar a importância que DIRTY HARRY teve para o gênero, a direção magistral de Don Siegel, a atuação de Clint e de Andrew Robinson como Scorpion, o tal serial killer, as sequências de ação pelas ruas de São Francisco e a sensacional trilha de Lalo Schifrin. O resto é resto. No Brasil o filme é conhecido como PERSEGUIDOR IMPLACÁVEL.

9.8.13

MAIS FORTE QUE A VINGANÇA, aka Jeremiah Johnson (1972)


O que dizem os escritos sobre o verdeiro Jeremiah Johnson, um sujeito que decidiu abdicar-se do mundo civilizado para descobrir os mistérios da vida na natureza, caçando animais e enfrentando índios, frio e solidão, é que acabou se tornando um bárbaro assassino comedor de fígados de peles-vermelhas... Lenda ou não, daria um bom exploitation um filme que explorasse essa característica. Ou, nas mãos de um poeta da violência como Peckinpah, poderia render uma obra, digamos, diferenciada. E, de fato, o diretor de STRAW DOGS realmente foi cotado para dirigir MAIS FORTE QUE A VINGANÇA, cujo roteiro é do grande John Milius e teria Clint Eastwood no papel de Johnson.

Provavelmente por conta do álcool e outros entorpecentes, Bloody Sam acabou de lado - como vários outros projetos que o mestre não conseguiu se firmar - e Sydney Pollack ocupou a cadeira de diretor. Robert Redford, no fim das contas, foi quem encarnou o personagem do título original. O roteiro de Milius se manteve, mas aposto que o filme acabou suavizado... Não que isso seja um problema. MAIS FORTE QUE A VINGANÇA segue outra linha. É uma aventura contemplativa e reflexiva, um belíssimo western histórico que conta com um personagem magnífico, cuja vida retratada aqui, independente do grau de violência mostrada na tela, é simplesmente fascinante.


Nunca sabemos os motivos que levaram Johnson a abandonar tudo. Sabemos apenas que foi soldado e há indícios de desilusões com o ser humano, mas seu passado é misterioso. Acompanhamos o protagonista a partir do momento que decide encarar a hostilidade da natureza. Mas seus primeiros passos como homem das montanhas não é fácil e é interessante vê-lo passando maus bocados em situações que dialogam com os clássicos embates "homem vs natureza", na qual diretores como Werner Herzog transformariam em temas fundamentais.

Em determinada altura, algumas figuras entram no caminho de Johnson, como um velho caçador de ursos que lhe dá algumas dicas, mas especialmente um garoto, sobrevivente de um massacre cometido por índios, e a filha de um cacique com quem se casa. Quando decide criar raízes num local, construir uma cabana, e experimentar uma vida em família, o filme mostra que não importa muito o ambiente que ocupamos, seja na vida selvagem da floresta, numa cidade civilizada, numa montanha gelada ou numa cabana quentinha, merdas acontecem.


A partir daí, a trama poderia virar o banho de sangue que fico imaginando nas mãos de um Peckinpah. Tornaria a narrativa mais movimentada, teríamos sequências de ação deflagradoras, mas provavelmente perderíamos a ideia de odisseia intimista e a reflexão sobre a solidão, sublinhada pelas imagens de Jeremiah Johnson isolado no meio das paisagens. Ou talvez não. Mas como não dá pra ter certeza, ficamos na especulação. O que podemos é elogiar o que temos de concreto. O trabalho de locação, por exemplo, o visual das panorâmicas são de encher os olhos!


E é claro que de vez em quando a necessidade de ação surge na trama, como na cena em que, de fato, Johnson age com o olhar embaçado pela vingança, armado com duas espingardas, em direção a um bando de índios.

Vale destacar o desempenho de Robert Redford, que encarou o frio das montanhas durante as filmagens. Não utilizou dublês nem nas cenas em que aparece distante. Mas isso é detalhe, o ator realmente consegue dar alma ao personagem com muita força e expressividade. Digna de nota também é a direção de Sydney Pollack, sujeito que eu nem gosto muito, mas que conseguiu imprimir personalidade neste aqui. Três filmes do Pollack que considero obrigatórios desse período: A NOITE DOS DESESPERADOS, o casca-grossa OPERAÇÃO YAKUZA e, claro, MAIS FORTE QUE A VINGANÇA. Preciso rever O DIA DO CONDOR...

Para finalizar, umas das coisas mais legais sobre este filme é a quantidade de cartazes e artes alternativas bacanas que ele possui espalhados na rede, incluindo com o sensacional título italiano CORVO ROSSO NON AVRAI IL MIO SCALPO!:

 
 

  

8.4.12

Contagem Regressiva BULLET TO THE HEAD #1: EXTREME PREJUDICE (1987)

Começando a entrar no clima do próximo filme do diretor Walter Hill, BULLET IN THE HEAD, o primeiro trabalho do diretor em dez anos, acho que é um bom momento para fazer um ciclo de revisões e descobertas com as obras desse gigante mestre do cinema de ação. Um dos seus principais exemplares, e que fazia muitos anos que eu não via, é o western contemporâneo EXTREME PREJUDICE, um daqueles típicos action movies brutos que parece impossível pintar na seara do cinema de ação da atualidade, além de ser uma apaixonada declaração de amor ao cinema de seu mentor, o gênial Sam Peckinpah.

Escrito pelo diretor de CONAN – O BÁRBARO, John Milius, a trama oferece o que há de melhor da mais pura truculência e testosterona em termos cinematográficos. Nick Nolte é um xerife durão do Texas, cujo melhor amigo da infância, vivido por Powers Boothe, escolheu o lado oposto da lei e se tornou o traficande de drogas número um da região, o que representa um conflito muito complexo quando ambos não abrem mão de suas intenções. Ao mesmo tempo, um grupo de mercenários formado por ex-militares “mortos” em combate, liderado por Michael Ironside, surge na região com um misterioso plano de, aparentemente, derrubar o império do tal chefão das drogas numa subtrama quase paralela.


O personagem de Nolte é um dos policiais mais interessantes do cinema de ação oitentista, um sujeito com aquele tratamento humano característico de Walter Hill, ao mesmo tempo em que personifica o herói cinematográfico do velho oeste que não recua diante do perigo, não hesita em meter uma bala nos miolos de seu adversário, quem quer que seja...

Da mesma maneira, Boothe está excelente como vilão, completamente desagradável e vestindo sempre branco, contrastando com a poeira do deserto e fazendo alusão ao personagem de Warren Oates em TRAGAM-ME A CABEÇA DE ALFREDO GARCIA, de Sam Peckinpah. E para demonstrar o nível de insanidade maquiavélica do bandido (e do próprio Boothe), o sujeito surge em cena esmagando um escorpião vivo, de verdade, na mão! Vai ser macho assim na p@#$%&*!!!



Michael Ironside, com aquele olhar demente e expressivo não fica muito atrás neste que é um de seus melhores papéis, cheio de ambiguidade. O elenco sensacional se completa com William Forsyth, Rip Torn, o fortão Tommy “Tiny” Lister, Clancy Brown e Maria Conchita Alonso (a peça central de um triângulo amoroso que bota mais lenha na fogueira na situação entre o xerife e o traficante).

Além deste all star cast formado por badasses de alto calibre, algo que merece grande destaque são as sequências de ação. É claro que se estamos falando de um filme de Walter Hill, as cenas de ação serão sempre pontos altos! Duas delas, então, merecem bastante atenção. A primeira, numa espécie de posto de gasolina abandonado no deserto, com Nolte distribuindo bala, utilizando uma caminhonete como escudo, enquanto um grupo de meliantes pratica tiro ao alvo em nosso protagonista. Filmado e editado com a elegância e precisão de quem realmente sabe filmar tiroteios. A outra é o gran finale, que estabelece uma fascinante ligação com o tiroteio derradeiro de MEU ÓDIO SERÁ SUA HERANÇA, uma frenética e violenta sequência, com dieito à sangue espirrando em slow motion, que deixaria Peckinpah orgulhoso.





O belo título foi retirado de uma linha do roteiro que, primeiramente, apareceria em APOCALYPSE NOW, de Francis Ford Coppola, também escrito por Milius. Como a frase não foi utilizada, o roteirista acabou colocando no script deste aqui e aproveitou para intitular esse filmaço. No Brasil, atende pelo título de O LIMITE DA TRAIÇÃO e até onde eu sei, ainda não foi lançado em DVD por aqui.

Mais filmes do Walter Hill no blog:

O IMBATÍVEL (2002)
THE DRIVER (1978)
LUTADOR DE RUA (1975)

3.10.08

THE LIFE AND TIMES OF JUDGE ROY BEAN (1972)


diretor: John Huston
roteiro: John Milius

Em homenagem ao Paul Newman, que faleceu recentemente, fui procurar no meu acervo alguns filmes dele que eu ainda não tivesse visto. O único que encontrei foi The Life and Times of Judge Roy Bean, dirigido pelo mestre John Huston. Sendo assim, não precisei nem ter o trabalho de escolher e foi muito recompensador, principalmente porque atualmente tenho lido bastante os quadrinhos do TEX e tem me dado uma vontade enorme de assistir um bom e velho western e claro, por causa do próprio Paul Newman numa belíssima interpretação, digna da galeria de personagens que viveu ao longo de sua carreira.

O roteiro escrito pelo grande John Milius (que anos mais tarde viria comandar a produção Conan – O Bárbaro) trata da vida do juiz Roy Bean, vivido por Newman, cujos princípios básicos se resumem em colocar todo criminoso à forca, sem importar-se com a gravidade do crime, e a bela Lillie Langtry, uma atriz de Nova York que estampa com diversos cartazes as paredes de um local que serve de bar, corte jurídica e moradia do juiz na pequena cidade de Vinegaroon, onde acompanhamos o crescimento ao longo do tempo e que serve de metáfora para analisar um período de transformação na formação da civilização americana.


Elogiar o trabalho de Paul Newman seria o mínimo a se fazer. Seu personagem ganha uma forma física e mental que poucos atores poderiam conceber com tanto carisma, humor e profundidade dramática (Talvez um Steve MacQueen agüentasse o tranco). Vale destacar ainda o elenco composto por figuras ilustríssimas como Anthony Perkins, no papel de um reverendo que surge no início do filme narrando sua passagem direto pra câmera, olhando para o público, algo que acontece várias vezes durante o filme com outros personagens. O próprio diretor John Huston como um sujeito bizarro que deixa um urso de presente ao Juiz, além de Jacqueline Bisset, Roddy McDowall, Ned Beatty, Richard Farnsworth e a bela Ava Gardner fazendo uma participação como Lillie Langtry, a musa do protagonista.

Roy Bean não é um western convencional. Desde o início percebe-se um tom despretensioso na narrativa que logo alcança um ar estilizado já no primeiro tiroteio. Não é um filme de muita ação, mas quando acontece, Huston parece não se importar muito com verossimilhanças, mas sim em dar a sensação de uma lembrança antiga, como uma história que foi contada de geração em geração até se tornar uma lenda que ultrapassa os limites da realidade. Não é a toa que Huston foi um dos grandes mestres do cinema americano e cada filme é uma descoberta de como ele estava extremamente lúcido em seus últimos filmes, talvez até mais que no início de carreira.