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13.12.08

JCVD (2008), de Mabrouk El Mechri

Jean Claude Van Damme, assim como Steven Seagal, Dolph Lundgren, Chuck Norris (e muitos outros), é desse tipo de ator que estabeleceu uma certa imagem dentro do cinema: dos homens de ação, atores sem talento que utilizam seus corpos em personagens vazios apenas para chutar bundas e metralhar vagabundos sem piedade. Mesmo que tudo isso não seja verdade, e vejam bem, não reclamo deste tipo de filme, sempre há aqueles exemplos divertidíssimos e o próprio Van Damme estrelou alguns que eu adoro, como CYBORG – O DRAGÃO DO FUTURO e SOLDADO UNIVERSAL.

Van Damme já passou por tudo nessa carreira. Teve altos e baixos, problema com drogas e etc. Em JCVD, o ator põe a cara a tapa para fazer uma análise não só da sua persona como estrela cinematográfica, mas como ser humano. O filme propõe mostrar este Van Damme feito de carne e osso (interpretando a si mesmo) reclamando que já está velho demais para realizar certas seqüências quando um longo plano seqüência de ação fica uma porcaria e é preciso fazer tudo de novo; um Van Damme solitário depois de ter perdido a guarda da filha em processos jurídicos; um Van Damme fracassado em sua carreira como ator, realizando filmes que vão direto para DVD...

Não é bom dissertar sobre a trama do filme, que é bem simples, mas bastante funcional em colocar Van Damme numa posição em que é obrigado a atuar, nem que seja com uma arma apontada na cabeça, mas que serve perfeitamente como veículo para que o sujeito expulse seus demônios, principalmente na melhor seqüência do filme, um monólogo impagável onde o ator, olhando diretamente para a câmera por quase sete minutos, submete-se a expor sua imagem com um tour de force impressionante em um filme que gira em torno dessa áurea.