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3.11.08

Fim de semana fraquinho, acabei assistindo apenas dois filmes: Queime Depois de Ler (08) está mais para O Grande Lebowski que Matadores de Velhinhas e O Amor Custa Caro. Ufa! Que bom! Mesmo assim não deixa de ser um retrocesso depois do monumento Onde os Fracos não Têm Vez. O filme não é ruim, deixando bem claro, e o princípio que estabelece a narrativa é bem interessante partindo dos conceitos da espionagem, mas que se desdobra numa comédia de erros que fica entre a necessidade de ser um produto de humor comercial (e consegue bons resultados diante do publico, principalmente por causa dos diretores em questão e do elenco de estrelinhas) e a vontade de ser uma comédia de humor negro com ar de filme de autor. Acaba sendo uma mistura imperfeita, principalmente quando a primeira necessidade prevalece e temos, por exemplo, Brad Pitt se ridicularizando numa caricatura de sei lá o que, mas logo depois entra a segunda vontade, e a forma como retiram Pitt de cena é totalmente digna.

Badaladas à Meia Noite (65) é uma das maiores criações de Orson Welles, talvez somente abaixo, em sua filmografia, de A Marca da Maldade. O filme é uma compilação Shakespereana escrito pelo próprio diretor e modestamente financiado com dinheiro europeu, mesmo assim passa a impressão de grandiosidade, o cinema nas mãos de Welles é algo grandioso. A idade média é retratada com muita criatividade e domínio estético impressionante (uma fotografia barroca em preto e branco, com fios de luzes que entram pelas janelas e portas). A famigerada batalha que acontece no meio do filme é muito bem orquestrada e deixa qualquer Coração Valente ou Senhor dos Anéis no chinelo. Mas o ponto alto, uma das maiores antologias da obra de Welles, é a cena onde o príncipe/rei renega Falsfatt. Aliás, interpretado pelo próprio diretor, Falsfatt é a prova de sua maestria também como ator.