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18.6.13
BORN AMERICAN (1986)
Houve uma fase na carreira do diretor finlandês Renny Harlyn em que ele era apontado como uma das grandes promessas do cinema de ação. No entanto, já deu para perceber que o sujeito não conseguiu atingir o potencial que era aguardado, mas chegou a realizar alguns bons filmes. Nada muito profundo, mas muito sólido e sempre divertido, como é caso de DURO DE MATAR 2 e RISCO TOTAL. Hoje quero falar um pouco do seu primeiro trabalho, BORN AMERICAN, um filmeco de ação oitentista com certas peculiaridades...
Produzido com dinheiro americano e finlandês, BORN AMERICAN é estrelado por um jovem chamado Mike Norris. Sim, trata-se do filho do homem, do mito, Chuck Norris, tentando seguir os passos do pai. Nunca achei o velho Chuck carismático, o fascínio pelos seus filmes e pela figura que criou como herói de ação vale justamente pela ausência de variação expressiva e falta de talento dramático. Seu filho segue pelo mesmo caminho por aqui e constrói um personagem que também não possui carisma algum. A diferença é que é tão irritante que não dá para torcer por ele como herói. Aliás, os três personagens centrais são detestáveis, estúpidos e muito mal escritos.
São três amigos americanos que vão passar férias na Finlândia e resolvem atravessar a fronteira com a Rússia por mera diversão, se achando no direito de invadir território alheio, talvez uma alusão ao próprio Estados Unidos. Não demora muito são avistados pelo exército russo, perseguidos, capturados e trancados numa prisão de segurança máxima que faria uma penitenciária brasileira parecer um hotel cinco estrelas. A premissa é simplesmente excelente! Mas existem alguns detalhes que pegam pra cima de BORN AMERICAN.
Uma delas, como eu disse, é a falta de identificação com os protagonistas. Outra é como o filme carece um bocado de ação. Chega num certo ponto que eu já estava com o dedo coçando para apertar o botão fast forward... Há, de qualquer forma, dois ótimos momentos bem movimentados. O primeiro num pequeno vilarejo russo, muito explosivo e com direito ao Norris Jr. Dando alguns chutes em russos malvados; o outro é na fuga da prisão ao final, um tiroteiro frenético bem ao estilo dos anos 80. Há uma ideia GENIAL de um jogo de xadrez humano que ocorre dentro da prisão que é, infelizmente, ignorado. Aparece rapidamente numa cena, mas fico imaginando que poderia render bons momentos...
Mas há também um clima curioso que atravessa o filme, uma mistura de action movie americano dos anos 80 com a atmosfera pesada e o visual do cinema do leste europeu daquele período, estilo VÁ E VEJA, que é bem interessante, funciona muito bem. Em termos de ação, BORN AMERICAN não tem muito o que oferecer, mas no fim das contas é um exemplar um tanto singular que vale uma conferida, nem que seja para saber como o Harlin foi parar em Hollywood e entender porque o filho do Chuck não teve muito sucesso como herói de ação.
4.9.12
OS MERCENÁRIOS 2 (The Expendables 2, 2012)
CUIDADO - TEXTO COM SPOILERS
Tudo em OS MERCENÁRIOS 2 é tão maravilhosamente besta, clichê e previsível, exatamente como nos filmes que assistíamos há 25 anos na Sessão da Tarde. É como se houvesse uma linha bem fina separando a intenção de ser apenas uma homenagem ou, de fato, ser um exemplar. Em outras palavras, OS MERCENÁRIOS 2 remete com precisão o cinema de ação exagerado dos anos oitenta, mas em certos momentos parece que estamos realmente diante de um autêntico filme da Cannon! Golan & Globus devem estar orgulhosos.
Mas vamos confessar uma coisa, todo mundo ficou preocupado quando anunciaram o Simon West no comando da bagaça. O mais legal é que já na ação inicial, que é de uma truculência subversiva, somos completamente tranquilizados sobre a possível inaptidão do sujeito. Não tenho nada do que reclamar da ação do primeiro filme, ao contrário de vário de vocês, mesmo com a shakycam e a edição picotada, mas como é bom poder vislumbrar uma ação clássica, fundamentada nos enquadramentos e elegantes movimentos de câmeras. Vai saber de onde West tirou inspiração para orquestrar tais cenas. OS MERCENÁRIOS 2 é, sem dúvida, o ápice de sua carreira e espero que nos próximos trabalhos (sem a “supervisão” do Stallone) consiga resultados semelhantes.
Deram uma boa caprichada também nas coreografias, montagem e direção das cenas de luta. Dessa vez os atores encenam a trocação de porrada e... voilà, enxergamos todos os seus movimentos. Uma ceninha rápida do Jet Li derrubando uns meliantes, que não dura nem 20 segundos, é melhor que todas as cenas de luta do primeiro filme. O aguardado combate entre Stallone e Van Damme mantém o nível, além de ser agressivo à beça, com os dois atores encenando de forma convincente, o belga desferindo seus icônicos chutes rodados na cara do Stallone, etc. A única reclamação que tenho a fazer é quanto à duração. Stallone havia dito que seria a luta do século, blá blá blá... E eu acreditei. Ninguém avisou a ele que uma luta desse porte deveria ser um pouco mais longa para ser épica? Nada que estrague a diversão, é um mano-a-mano ótimo, com muita carga dramática, além de ter um significado maior para os fãs do gênero, a oportunidade de assistir o Rocky trocando socos com o Grande Dragão Branco. No entanto, o confronto que realmente me fez remexer na poltrona, um dos grandes momentos de OS MERCENÁRIOS 2, foi a luta entre Jason Statham e Scott Adkins. Também é curta, mas faz todo sentido ser assim, acontece no calor da ação, é urgente, enquanto a do Stallone e Van Damme possui toda a vibe grandiosa de clímax final. Podia ter durado mais um pouco… Bah!
Até porque o Van Damme está excelente como o cara vil, terrorista, assassino frio, sem coração! É um ser desprezível... e pra melhorar, o nome do personagem é... Vilain. Não escondo a admiração pelos filmes do sujeito, mesmo assim fiquei bastante surpreso com a sua personificação vilanesca. Parece até habituado a esse tipo de papel, mas se não estou enganado, o único bandido que ele havia feito antes foi o clone malvado em REPLICANTE*. Além disso, seu personagem é uma autêntica abordagem clássica de filmes de ação oitentista, cujas habilidades como lutador são tão boas quanto a dos heróis, diferente do Eric Roberts no anterior, que dependia de seus capangas. O belga rouba o filme sempre que surge em cena, a sorte dos outros atores é que sua participação é bastante limitada. Já o britânico Scott Adkins, apesar de ainda não estar em evidência no cinema mainstream, é outro nome a se destacar, interpretando o braço direito sádico de Van Damme. Fiquei extremamente feliz de vê-lo na tela grande, distribuindo alguns tiros e chutes, tendo uma morte horrível, digna de CAÇADORES DA ARCA PERDIDA. Tomara que consiga chamar a atenção de pessoas mais competentes do que os realizadores de EL GRINGO, último trabalho do sujeito que eu conferi e que é um total desperdício.
E o que dizer da pequena participação de Chuck Norris? Era um mistério o que eterno Braddock iria aprontar por aqui. Digamos que sua entrada triunfal, em câmera lenta, com o tema de Ennio Morricone em TRÊS HOMENS EM CONFLITO, seja uma bela homenagem a este sujeito que fez a alegria de toda uma geração de pré-adolescentes nos anos 80 e 90. Seu personagem é quase um ser sobrenatural e as tiradas sobre a áurea mitológica adquirida na era da internet é simplesmente genial. Aliás, acertaram em cheio no humor de OS MERCENÁRIOS 2. Se vocês acharam o primeiro filme engraçadinho o bastante, ainda não viram nada! É praticamente metalinguagem em forma de piadas auto-referenciais. Schwarzenegger e Bruce Willis, por exemplo, finalmente entram na ação, ótimo, mas ambos funcionam mais como alívio cômico, soltando frases clássicas que marcaram suas carreiras. Quem também arrisca o papel de comediante é o Dolph. Gunner é o meu mercenário favorito do filme anterior, o herói maluco psicopata que se transforma em bandido, depois morre - mas na verdade não morre - e ressurge no final arrependido, de volta ao time dos mocinhos. Não me lembro de nenhum momento especial do Gunner em termos de ação neste aqui, no entanto, não faltam situações engraçadíssimas com o sujeito, especialmente quando tocam no lado biográfico do próprio ator. Para quem não sabe, Dolph possui um QI altíssimo e as piadas que surgem a partir disso são hilárias. Continua sendo o meu favorito da série.
Sem se preocupar tanto com a direção, Stallone tem mais tempo para se dedicar a Barney Ross, seu personagem, o manda-chuva dos mercenários. Dentre todos os action heroes saídos da gloriosa década de 80, Sly talvez seja o único com formação dramática, que sabe realmente construir tipos de personagem e trabalhar suas transformações. Basta vê-lo em ROCKY, F.I.S.T., o primeiro RAMBO e vários outros, para notar como o sujeito é um puta ATOR e não apenas um ícone ligado à ação. Uma pena que poucos conseguem reconhecer isso. Gosto da cena do enterro, uma demonstração de como ser sentimental, sem ser piegas, e Sly ainda finaliza com a máxima bad-ass “Track 'em, find 'em, kill 'em!" No resto do filme ele entra na onda junto com o elenco e se diverte. Está cada vez mais com a aparência cansada, mas não impede de fazer boas piadas sobre suas condições físicas ao mesmo tempo em que entra na ação como um garoto, correndo, pulando e aplicando murros violentos no Van Damme. E o Jason Statham recebe novamente um pouco mais de destaque, pois funciona como espécie de elo para a nova geração de admiradores do cinema de ação, embora seus filmes nem se comparem com os clássicos do gênero dos anos 80. Até que se sai bem quando lhe é requisitado pelas suas habilidades físicas. A cena na igreja, disfarçado de padre, é um primor! Sobre os demais atores, o roteiro pode não ser perfeito, mas uma das grandes virtudes de OS MERCENÁRIOS 2 é conseguir, na medida do possível, fazer uma boa divisão para que cada figura tenha o seu momento de brilho. Dessa forma, até os personagens que acabam não tendo tanto destaque, também tenham ocasiões dignas para ganhar a simpatia do público, como Terry Crews, Randy Couture, Liam Hemsworth, Nan Yu, Jet Li (que sai de cena com 10 minutos de filme).
Mas o que realmente faz de OS MERCENÁRIOS 2 um acontecimento tão extraordinário é que em momento algum tem medo de se assumir como uma homenagem anacrônica do cinema de ação casca grossa e exagerado dos anos oitenta, cujo objetivo é apenas entregar ao espectador sequências de ação da maneira mais eletrizante possível, reunindo os velhos heróis daquele período tão marcante! Missão cumprida. O que eu realmente gostaria de abordar neste primeiro momento é isso, por enquanto. Já estou com vontade de rever! Proponho discutirmos mais assuntos relacionados ao filme na caixa de comentários, afinal, é pra isso que eu exponho minha opinião por aqui, pô!
PS: Já fico no aguardo do terceiro filme da série, que poderia ter Steven Seagal como vilão e Danny Trejo como seu capanga. E penso também que poderiam dar uma atenção na equipe do Trench (Arnoldão), trazendo de volta os mesmos atores que faziam parte da equipe do filme PREDADOR. Carl Weathers, Bill Duke, Jesse Ventura, Shane Black, Sonny Landham… os que estiverem vivos, claro. Fica a dica, Stallone!
*Atualização importante: O Gélikom me lembrou na caixa de comentários que o Van Damme foi vilão em NO RETREAT, NO SURRENDER. Caramba! Isso que dá escrever durante a madrugada, com sono... já até postei sobre a série inteira aqui no blog e não consegui me lembrar deste detalhe.
17.9.11
INVASION USA (1985)

direção: Joseph Zito
roteiro: Chuck Norris, James Bruner
Sylvester Stallone confirmou esta semana a presença do homem, CHUCK NORRIS, no elenco de OS MERCENÁRIOS 2, e espero realmente vê-lo na tela grande em 2012, se tudo der certo e se o mundo não acabar. Então nada mais justo comemorarmos a sua volta relembrando um de seus melhores trabalhos! Na verdade, INVASÃO USA é o meu predileto da carreira do ator, um dos filmes mais marcantes do cinema exagerado de ação oitentista junto com COMANDO PARA MATAR, DESEJO DE MATAR 3 e alguns outros que fizeram um estrago na minha cabeça quando eu era apenas um rato de locadora precoce.
E INVASÃO USA teve um baita impacto! Poucos filmes utilizaram de maneira tão eficiente - para o mesmo propósito deste aqui - o ambiente urbano na cidade como uma zona de guerra, colocando a vida cotidiana dos pobres cidadãos mergulhados no terror! Depois do 11/09 seria algo inconcebível a idéia de um filme que mostra uma invasão ao país “mais poderoso do mundo” por terroristas estrangeiros, mesmo realizado de modo estilizado e exacerbado que a CANNON, que produziu o filme, costuma tratar seus produtos, como mera diversão, sem qualquer profundidade reflexiva. No caso de INVASÃO USA, ao menos temos um puta filme de ação que pode se orgulhar por trabalhar um tema "tabu" para os nossos dias!
A história é a seguinte: uma organização terrorista da Europa Oriental, comandada por Mikhail Rostov (o sempre ótimo Richard Lynch), tem um plano mirabolante de destruir os Estados Unidos de dentro pra fora! O objetivo é causar anarquia, colocando a população contra a polícia e o sistema, além, é claro, de explodir alguns alvos específicos com bazucas e explosivos de todos os tipos. O governo americano já não sabe o que fazer, as forças armadas lutam contra um inimigo invisível, disfarçados de cidadãos, policiais e até mesmo de oficiais do exército. Sabe-se apenas que Rostov está por trás de tudo e apenas um homem é capaz de detê-lo: Matt Hunter! Se existe um personagem, dentre todos que Chuck Norris já viveu, que se sobressai no quesito truculência, Hunter seria exatamente este cara!

Matt Hunter é um ex-agente da CIA, vivendo uma pacata vida nos pântanos da Flórida, caçando crocodilos, e que já possui um histórico contra o terrorista Rostov em seus anos de serviço. A princípio, Hunter não dá a mínima para o chamado de seu país para lutar contra o terror… eles que se virem! Mas é só pra dar um suspense. Como Rostov tem contas a acertar com o nosso herói, ele o ataca em seu habitat natural, destruindo sua casa, matando seu melhor amigo, causando um verdadeiro estrago na tranquila vida do ex-agente... ao menos o tatu bola de estimação sobrevive. Sendo assim, Hunter resolve aceitar a missão de acabar com a baderna dos terroristas.
Grande parte da reputação de “exército de um homem só” pela qual Norris é conhecido hoje, com todas aquelas listas de façanhas impossíveis referentes a ele, deve-se especialmente pelo seu personagem em INVASÃO USA. É incrível como Rostov demonstra ser um dos vilões mais sádicos do cinema de ação oitentista, fazendo vítimas à sangue frio, matando inclusive crianças, e quando escuta o nome “Matt Hunter” começa a se borrar todo! Nunca vi isso acontecer! Geralmente, os vilões são seguros de si e mantém suas poses de malvados até o fim, mas Rostov fica pra morrer só de pensar em Hunter… o sujeito não consegue dormir à noite com pesadelos onde Hunter diz “É hora de morrer…”! É um detalhe emocional deste confronto psicológico entre o bem, representado por Hunter, e o mal, de Rostov, que eu deixo para os psicólogos de plantão analisarem.


Já o roteiro é um achado! Tá certo que Matt Hunter é um homem de poucas palavras, mas quando abre a boca, o texto é genial! É sempre o tipo de coisa que se espera desses caras durões. “If you come back in here, I am gonna hit you with so many rights you are going to beg for a left!” é uma das minhas favoritas. Ele usa quando ameaça um brutamontes duas vezes maior que ele. No entanto, pouco é revelado da personalidade do personagem, o qual permanence até o fim com um ar misterioso. Sabe-se que ele curte um sci-fi clássico, como é mostrado na cena em que está deitado no quarto de hotel e esboça um sorriso para a TV enquanto assiste a um...

Pois é, o filme não tem um pingo de realismo, um dos motivos pra nunca terem lhe dado o devido respeito, apesar do tema do terrorismo contra os americanos como base da trama, algo que permanece "atual". Além disso, é o tipo de filme em que o herói e vilão não resolvem suas diferenças na diplomacia, nem em um simples tiroteio ou até mesmo com uma luta corpo a corpo, mas com o extremismo de um duelo de bazucas. E é nesses detalhes cartunescos e desmedidos que INVASÃO USA se destaca. É idiota, mas ao mesmo tempo absurdo, engraçado, truculento… um legítimo clássico.
23.8.11
14.5.11
COMANDO DELTA 2 - OPERAÇÃO COLÔMBIA, aka Delta Force 2: The Colombian Connection (1990)

Chuck e Aaron já haviam trabalhado juntos no terceiro filme da série BRADOCK. Qualquer hora dessas eu farei uma revisão dessas belezinhas, mas lembro de ter gostado muito deste terceiro. Depois eles fizeram outras bagaças, mas sem dúvida alguma, é em COMANDO DELTA 2 que os irmãos devem ter se saído melhor! É um filme cheio de ação ridícula (no bom sentido), com o velho Chuck chutando bundas em vários momentos, além da presença de Billy Drago como um dos vilões mais estranhos e engraçados da história do cinema de ação!


O orçamento até que permite ação de qualidade e os Norris se beneficiam muito disso, especialmente no citado final, onde temos boas doses de explosões e grande poder de fogo utilizado para o nosso deleite. Há uma cena onde Chuck e Drago são arrastados dentro de uma floresta pendurados em um helicóptero que é um primor! Típica sequência que só poderia sair dos anos 80 e início dos 90.

11.7.10
COMANDO DELTA (The Delta Force, 1986), de Menahem Golan
Em tempos pós 11 de setembro de 2001, dificilmente veremos um filme novo utilizando terroristas árabes que sequestram um avião cheio de americanos como forma de entretenimento. Não quero iniciar discussões políticas, mas houve uma época que isso era muito comum. COMANDO DELTA, estrelado por dois machões do cinema de diferentes gerações, Lee Marvin e Chuck Norris, é um ótimo exemplo. Eu costumava assistir a esta belezinha diversas vezes quando era criança. Pra ser sincero, eu fui batizado com este tipo de filme... Saudades da boa época da TV aberta... mas foi uma experiência interessante revê-lo depois de tantos anos.
Já não me lembrava de muita coisa da trama, a não ser algumas sequências de ação lá do final, que era o que prendia minha atenção, mas ainda vamos chegar lá. A idéia para COMANDO DELTA do Sr. Menahem Golan, o grande nome por trás da extinta Cannon, é muito boa. Uma combinação bem divertida de filme de sequestro de avião com o cinema de ação exagerado dos anos 80, cuja representação encontra força no personagem de Chuck.
O enredo se resume a um avião que parte para os Estados Unidos e é seqüestrado por dois terroristas libaneses. Ao mesmo tempo, é acionado um esquadrão de elite para casos de sequestros, liderado por Lee Marvin, que parte ao encontro da situação para resolvê-la a qualquer custo, nem que seja à base de tiro de bazuca!
A primeira hora do filme se concentra no seqüestro, toda a sua burocracia e uma dose acima da média de dramaticidade para este tipo de filme. Que porcaria de filme de ação oitentista é esse em que os tiroteios e explosões só iniciam depois de uma hora? Dá pra acompanhar tranquilamente, mas não deixa de ser truncado demais. O bom é que quando a ação começa, segue frenética até o fim! Além disso, a bordo do avião temos de tudo um pouco para a alegria daqueles que adoram um clichezão: crianças choronas, uma mulher grávida, freiras suplicantes, um padre, a vítima indefesa que é espancada e até a aeromoça valentona. Mas o destaque mesmo fica por conta do elenco que desfila diante da tela. E isso me surpreendeu bastante, pois não lembrava dessa seleção de atores.
O piloto do avião é ninguém menos que Bo Svenson. Não seria uma surpresa pra mim se ele levantasse da cadeira e resolvesse a situação por conta própria, como um homem de ação que sempre foi, mas ele satisfaz apenas como comandante de vôo mesmo. George Kennedy é o padre; Martin Balsan e Shelley Winters vivem um casal de judeus e Robert Forster tem a complicada missão de tentar convencer o público que é um terrorista libanês!!! E até consegue bons resultados. Fora do avião, Robert Vaugh aparece discretamente como homem do governo e Steve James é um dos integrantes do esquadrão.
Lee Marvin tem aqui a sua última atuação. É até um pouco melancólico pra mim, vê-lo nesse personagem, porque além de ser o meu ator favorito, talvez tenha notado em sua honesta interpretação o arrependimento em estar terminando sua carreira numa produção B de ação que não se leva a sério. Claro que ele é um dos elementos essenciais de COMANDO DELTA e eu adoro o filme, mas pra ele que esteve sob a direção de grandes nomes como Fritz Lang, Sam Fuller, Robert Aldrich, John Boorman, Yves Boisset e muitos outros, não sei se ele estava lá muito satisfeito com isso. Os outros atores mais velhos como Balsan e Kennedy estavam ali pra se divertir e pegar um cheque para garantir que as contas do mês fossem pagas.
Assim como a ação final, outro detalhe praticamente ininterrupto é a trilha sonora patriótica de Alan Silvestre. Anos 80 puríssimo, embora fosse bem melhor aproveitada como música de abertura de programa esportivo, mas dá aquele tom tosco que o filme precisa pra divertir ainda mais os assíduos fãs deste tipo de produção.
Mas o melhor de COMANDO DELTA fica por conta mesmo de Chuck Norris, quando lá pelas tantas o filme se transforma num autêntico exemplar de ação desenfreada! E o ator fica muito mais à vontade para demonstrar todo seu talento e desenvoltura soltando frases de efeito, metralhando bandidos e fazendo pose ao mesmo tempo, distribuindo pancadas em terroristas, etc. Uma cena muito boa é a perseguição em alta velocidade pelas ruas de Beirute. Norris demonstrando boa pontaria dentro de uma combi em movimento, enquanto seus perseguidores aparentemente não conseguiriam acertá-lo nem se ele estivesse sentado no colo deles. Na sequência final o sujeito esbanja criatividade em cima de uma moto cheia de parafernálias bélicas, como metralhadoras e lança mísseis. Os terroristas devem ter pesadelos com Chuck Norris até hoje... aqueles que sobrviveram.
Mas vamos ser francos, o esquadrão Delta Force na verdade é bem problemático. O filme abre com uma missão fracassada e termina com o grupo especial triste por um dos integrantes ter perdido a vida em ação, embora os reféns do avião tenham sido libertados. No meio do filme, o próprio Lee Marvin põe tudo a perder atrapalhando uma movimentação para invadir enquanto o avião era abastecido em terra. Lógico que havia um motivo para a trapalhada, mas isso acarretou na morte de um dos reféns. Na hora de entrar em ação, os caras mandam bem, mas um pouco de organização tática ajudaria a não cometerem tantos erros.
Isso é pra mostrar quem nem tudo na vida é como gente gostaria que fosse, mas nem por isso devemos ficar abalados, não é mesmo? Que lição de moral mais cretina que eu arranjei aqui... Enfim, o esquadrão Delta Force ganhou outro filme poucos anos depois, mesmo com seu modo torto de agir: COMANDO DELTA 2, dirigido por Aaron Norris, irmão caçula de Chuck, agora sem o Lee Marvin no elenco, que morreu um ano depois de ter trabalhado neste aqui. Comentaremos sobre ele depois. Adiós!
Já não me lembrava de muita coisa da trama, a não ser algumas sequências de ação lá do final, que era o que prendia minha atenção, mas ainda vamos chegar lá. A idéia para COMANDO DELTA do Sr. Menahem Golan, o grande nome por trás da extinta Cannon, é muito boa. Uma combinação bem divertida de filme de sequestro de avião com o cinema de ação exagerado dos anos 80, cuja representação encontra força no personagem de Chuck.
O enredo se resume a um avião que parte para os Estados Unidos e é seqüestrado por dois terroristas libaneses. Ao mesmo tempo, é acionado um esquadrão de elite para casos de sequestros, liderado por Lee Marvin, que parte ao encontro da situação para resolvê-la a qualquer custo, nem que seja à base de tiro de bazuca!
A primeira hora do filme se concentra no seqüestro, toda a sua burocracia e uma dose acima da média de dramaticidade para este tipo de filme. Que porcaria de filme de ação oitentista é esse em que os tiroteios e explosões só iniciam depois de uma hora? Dá pra acompanhar tranquilamente, mas não deixa de ser truncado demais. O bom é que quando a ação começa, segue frenética até o fim! Além disso, a bordo do avião temos de tudo um pouco para a alegria daqueles que adoram um clichezão: crianças choronas, uma mulher grávida, freiras suplicantes, um padre, a vítima indefesa que é espancada e até a aeromoça valentona. Mas o destaque mesmo fica por conta do elenco que desfila diante da tela. E isso me surpreendeu bastante, pois não lembrava dessa seleção de atores.
O piloto do avião é ninguém menos que Bo Svenson. Não seria uma surpresa pra mim se ele levantasse da cadeira e resolvesse a situação por conta própria, como um homem de ação que sempre foi, mas ele satisfaz apenas como comandante de vôo mesmo. George Kennedy é o padre; Martin Balsan e Shelley Winters vivem um casal de judeus e Robert Forster tem a complicada missão de tentar convencer o público que é um terrorista libanês!!! E até consegue bons resultados. Fora do avião, Robert Vaugh aparece discretamente como homem do governo e Steve James é um dos integrantes do esquadrão.
Lee Marvin tem aqui a sua última atuação. É até um pouco melancólico pra mim, vê-lo nesse personagem, porque além de ser o meu ator favorito, talvez tenha notado em sua honesta interpretação o arrependimento em estar terminando sua carreira numa produção B de ação que não se leva a sério. Claro que ele é um dos elementos essenciais de COMANDO DELTA e eu adoro o filme, mas pra ele que esteve sob a direção de grandes nomes como Fritz Lang, Sam Fuller, Robert Aldrich, John Boorman, Yves Boisset e muitos outros, não sei se ele estava lá muito satisfeito com isso. Os outros atores mais velhos como Balsan e Kennedy estavam ali pra se divertir e pegar um cheque para garantir que as contas do mês fossem pagas.
Assim como a ação final, outro detalhe praticamente ininterrupto é a trilha sonora patriótica de Alan Silvestre. Anos 80 puríssimo, embora fosse bem melhor aproveitada como música de abertura de programa esportivo, mas dá aquele tom tosco que o filme precisa pra divertir ainda mais os assíduos fãs deste tipo de produção.
Mas o melhor de COMANDO DELTA fica por conta mesmo de Chuck Norris, quando lá pelas tantas o filme se transforma num autêntico exemplar de ação desenfreada! E o ator fica muito mais à vontade para demonstrar todo seu talento e desenvoltura soltando frases de efeito, metralhando bandidos e fazendo pose ao mesmo tempo, distribuindo pancadas em terroristas, etc. Uma cena muito boa é a perseguição em alta velocidade pelas ruas de Beirute. Norris demonstrando boa pontaria dentro de uma combi em movimento, enquanto seus perseguidores aparentemente não conseguiriam acertá-lo nem se ele estivesse sentado no colo deles. Na sequência final o sujeito esbanja criatividade em cima de uma moto cheia de parafernálias bélicas, como metralhadoras e lança mísseis. Os terroristas devem ter pesadelos com Chuck Norris até hoje... aqueles que sobrviveram.
Mas vamos ser francos, o esquadrão Delta Force na verdade é bem problemático. O filme abre com uma missão fracassada e termina com o grupo especial triste por um dos integrantes ter perdido a vida em ação, embora os reféns do avião tenham sido libertados. No meio do filme, o próprio Lee Marvin põe tudo a perder atrapalhando uma movimentação para invadir enquanto o avião era abastecido em terra. Lógico que havia um motivo para a trapalhada, mas isso acarretou na morte de um dos reféns. Na hora de entrar em ação, os caras mandam bem, mas um pouco de organização tática ajudaria a não cometerem tantos erros.
Isso é pra mostrar quem nem tudo na vida é como gente gostaria que fosse, mas nem por isso devemos ficar abalados, não é mesmo? Que lição de moral mais cretina que eu arranjei aqui... Enfim, o esquadrão Delta Force ganhou outro filme poucos anos depois, mesmo com seu modo torto de agir: COMANDO DELTA 2, dirigido por Aaron Norris, irmão caçula de Chuck, agora sem o Lee Marvin no elenco, que morreu um ano depois de ter trabalhado neste aqui. Comentaremos sobre ele depois. Adiós!
10.3.10
Chuck Norris

E não deixem de ler o belo texto do meu amigo Osvaldo Neto sobre Chuck Norris para a revista O Grito!, de Recife. Basta clicar aqui.
3.2.10
FÚRIA SILENCIOSA (Silent Rage, 1982), de Michael Miller

O filme inicia na casa de um sujeito de família. Claramente perturbado, ele pega um machado e faz sua esposa de picadinho. O xerife é chamado e depois de uma luta corpo a corpo com o sujeito, consegue prendê-lo. Os elementos bizarros começam a surgir nesse momento. Ainda algemado dentro carro, o moço quebra as correntes, arranca a porta do carro com um chute e o espectador fica sem reação com a força descomunal do homem, que precisa ser parado à bala!
O cara acaba morrendo na mesa de operações do hospital, onde os médicos ainda tentavam salvá-lo. A partir deste ponto, nota-se que estamos diante de um filme diferente estrelado por Norris. O sujeito, na verdade, era uma cobaia de uma experiência médica que reconstrói os tecidos humano rapidamente, igual ao Wolverine. Dois médicos resolvem ressuscitar o cadáver com uma dose do medicamento ainda em teste, o que eles não imaginavam é que, após acordar, o sujeito se tornaria uma máquina de matar com uma super força e invulnerável.
É isso mesmo, meus caros, por incrível que pareça Chuck Norris enfrenta uma espécie de zumbi em FÚRIA SILENCIOSA! Ron Silver interpreta um médico que se opôs aos seus colegas nas experiências em interferir com o destino do morto. Como na filosofia desta espécie, a criatura acaba matando seus criadores. Aliás, o ressuscitado acaba matando quase todo o elenco, exatamente como os slashers oitentistas. Ele só não contava com os roundhouse kick’s de um certo xerife.
Tirando uma cena de briga de bar, onde Norris enfrenta uma gangue de motoqueiros, toda narrativa de FÚRIA SILENCIOSA é tratada como um filme de suspense. O diretor Michael Miller optou por longos planos, especialmente dentro de ambientes fechados, e não são poucos os momentos onde o assassino com um objeto cortante espreita atrás de alguma vítima, com direito a câmeras subjetivas e atmosfera típica do terror da época.
A briga no bar é inserida de forma nada orgânica. Apenas para que o ator possa dar uma demonstração de suas habilidades de defesa corporal e também para os fãs que esperavam um filme de mais ação não saiam reclamando que o filme é uma merda completa. Ou talvez estava no contrato e o diretor só percebeu depois que já havia feito um filme de terror. “Diretor, quando é minha cena de luta?” “Hã?!”. Mas a sequência é excelente, diga-se de passagem...
O filme tem ótimos momentos, como o videoclip ao som de uma canção romântica e imagens de amor entre Norris e sua garota. É um momento de amor, o cara também tem coração. E claro, temos o grande final com o confronto entre o herói e a figura bizarra que não morre. Norris mete chumbo grosso, joga o sujeito pela janela do sexto andar, um carro explode com o homem dentro e nada. O jeito foi resolver no tapa mesmo!
FÚRIA SILENCIOSA é um filme fascinante para quem acha que já viu de tudo. Vale a pena uma conferida!
16.9.09
MCQUADE - O LOBO SOLITÁRIO (Lone Wolf McQuade, EUA, 1983), de Steve Carver

MCQUADE, O LOBO SOLITÁRIO não é somente um dos melhores filmes estrelados pelo Chuck Norris, é também uma das mais eficazes misturas de spaghetti western com kung fu antes de KILL BILL! Assisti a esta belezinha há muitos anos e não me lembrava de nada, mas fiquei bastante satisfeito, e com um sorrisão durante toda a revisão que fiz recentemente, quando percebi que ele continua tão divertido quanto antes, na época em que este tipo de filme fazia sucesso nas locadoras de vídeos nos anos 80.
O filme apresenta J.J. McQuade (Norris), uma espécie de Dirty Harry do texas, um ranger solitário de uma pequena cidade que procura defender a lei sem seguir as normas, sempre enfurecendo seus superiores, resolvendo os casos à base de chumbo grosso ou de golpes de kung fu. Possui uma filha adolescente que vive com a ex-mulher e um lobo de estimação que serve de companhia nas horas de folga, quando pratica tiro ao alvo. Na trama, McQuade investiga a misteriosa aparição de armamento pesado nas mãos de simples ladrões de cavalos e descobre que está se metendo onde não deve... num grande caso de tráfico de armas.
O problema maior começa quando sua filha vai com o namorado a um lugar isolado para fazer bobiças, mas testemunham um roubo de armas do exército americano e acabam descobertos pelos bandidos, que metralham o pobre rapaz e jogam o carro numa ribanceira com a moça dentro, sobrevivendo por um milagre. Quem lidera a ação é Rawley Wilkes, vivido pelo eterno gafanhoto David Carradine, que se esconde atrás da máscara de homem de negócios e do título de campeão mundial de karatê. Decidido a encontrar os culpados a qualquer custo, McQuade vai em busca de justiça com as próprias mãos, mesmo sendo afastado pelos seus superiores, chegando até Wilkes, que possui um verdadeiro exército a sua disposição.
Eu sei que é difícil de ouvir/ler sobre boas atuações de Chuck Norris; seus filmes ganhavam o publico por causa da ação e pancadaria desenfreada, geralmente não estamos nem aí quanto à capacidade dramática do ator. Ao contrário, o jeitão grosseiro de atuar é que faz o seu charme. Não vou dizer que aqui o sujeito merecia um prêmio de interpretação, mas é na pele de McQuade que ele demonstra que pode (ou poderia) construir um personagem com sentimento e expressividade sem perder a pose de durão. O sujeito realmente tem uma bom desempenho!
O diretor Steve Carver, além de fazer um ótimo filme de ação, acaba realizando uma autentica aula de metalinguagem com os elementos do spaghetti western. Os créditos iniciais e a trilha sonora de Francesco De Masi (compositor de vários filmes deste gênero popular italiano) poderiam passar por um filme dirigido por um Leone ou Corbucci na década de 60. Tanto que meu velho – que assistiu ao filme comigo – nem acreditou quando eu disse que o filme era contemporâneo, até que aparece um helicóptero, logo no inicio, comprovando que eu estava certo. Isso tudo sem contar os enquadramentos e detalhes típicos do western italiano que Carver sempre procura trabalhar.
As sequências de tiroteio, em especial, se revelam muito bem executadas e poderiam ter saído de um bang-bang, não fossem as metralhadoras e as granadas. Já no final, o estilo western é meio que deixado de lado e Chuck Norris se transforma em Braddock, personagem que viveu em MISSION IN ACTION e em outras duas continuações. É nesta sequência que, depois de um tiroteio frenético contra os capangas de Wilkes, temos o clássico e épico confronto entre Norris e Carradine. Ah, bons tempos em que os filmes de ação ainda prezavam por uma boa luta final entre o mocinho e o vilão. E tendo essas duas figuras de respeito encenando socos, pontapés e outros movimentos, a coisa fica ainda mais genial.
Claro que este é aquele tipo de produção onde existem os mesmos clichês de sempre, várias falhas técnicas, os bandidos são péssimos atiradores e só os mocinhos acertam e sobrevivem mesmo estando em menor número, surge de vez em quando alguma situação altamente absurda, como ser enterrado vivo dentro de um carro e conseguir se desenterrar "engatando a primeira", mas para quem quer 90 minutos de diversão inofensiva, MCQUADE, O LOBO SOLITÁRIO é uma ótima pedida, sem dúvida.


Eu sei que é difícil de ouvir/ler sobre boas atuações de Chuck Norris; seus filmes ganhavam o publico por causa da ação e pancadaria desenfreada, geralmente não estamos nem aí quanto à capacidade dramática do ator. Ao contrário, o jeitão grosseiro de atuar é que faz o seu charme. Não vou dizer que aqui o sujeito merecia um prêmio de interpretação, mas é na pele de McQuade que ele demonstra que pode (ou poderia) construir um personagem com sentimento e expressividade sem perder a pose de durão. O sujeito realmente tem uma bom desempenho!



15.4.09
O VÔO DO DRAGÃO (The Way of the Dragon, 1972), de Bruce Lee

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