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20.10.11

LIFEFORCE (1985)

Quando assisti a LIFEFORCE há alguns anos, acho que na globo, fizeram o favor de cortar justamente algumas ceninhas que teriam me agradado mais na época. Acabei achando apenas uma ficção científica bacana, com uma história bagunçada e logo apaguei da memória. Revendo hoje, com um olhar um pouco mais maduro e, obviamente, a versão uncut, descubro uma autêntica obra prima do horror sci-fi da década de oitenta subestimadíssima!

E bons tempos quando colocavam muita grana nas mãos de gente talentosa pra fazer o que quiser… claro que isso já levou estúdios à falência, mas também acontecia filmes como LIFEFORCE, uma megaprodução pra época, fiasco de bilheteria pra variar, mas contava com roteiro de Dan O’Bannon e direção de Tobe Hooper; cada centavo investido é visto na tela em efeitos especiais de ponta, muita maquiagem, animatronics, maquetes realistas, bons atores e mesmo com a pompa de superprodução, acho que ninguém se importou em ter uma personagem transitando pelada por todo o filme (as tais cenas que a globo cortava…).

Além disso, é um filme muito britânico. Não por simplesmente se passar na Inglaterra, com todo aquele sotaque e os volantes dos veículos à direita, mas várias características, o estilo visual e a atmosfera típica do cinema britânico são impressos em LIFEFORCE. Se realizado nos anos 60, poderia ser uma produção da Hammer e faria uma bela double feature com UMA SEPULTURA PARA ETERNIDADE, do Roy Ward Baker. Não há indícios de que ele tenha sido dirigido por um texano e produzido pelos israelenses da Cannon.

A trama é bem simples, mas a forma como as coisas transcorrem é que deixa uma impressão de bagunça narrativa, mas até isso é um charme a mais, até porque a história é pretensiosa, mas Hooper mantém sempre os pés no chão. Em uma missão espacial, uma nave enorme e estranha é encontrada na cauda do Cometa Haley. Um grupo de astronautas entra no misterioso objeto voador e encontra restos de criaturas semelhantes a morcegos em uma escala maior. Encontram também três corpos humanos em ótimos estados, mantidos em caixões de vidro. A merda bate no ventilador quando esses corpos são levados pra Terra, acordam e começam a sugar e infectar a força vital de suas vítimas, transformando-as numa mistura de vampiros com zumbis!

Algumas sequências dessa sandice toda são antológicas, como a que Patrick Stewart faz a sua participação. E nada me tira da cabeça a imagem de Mathilda May, a vampira chefe, completamente nua zanzando pelos cenários… ai, ai… Mas como não é apenas isso que me interessa, destaco também o final, tenso pra cacete! De uma intensidade impressionante e belas imagens de puro horror. As ruas de Londres infestadas de vampiros/zumbis e almas sendo sugadas percorrendo o ar em fachos de luz, ao mesmo tempo em que rola um sexo artístico entre a vampira e o protagonista numa igreja... uma coisa linda!

LIFEFORCE é conhecido aqui no Brasil como FORÇA SINISTRA e foi lançada em DVD, vejam só, na versão uncut! Este exemplar já se esgotou e hoje é ítem raro e quem comprou na época, teve sorte grande!

16.4.10

Da série "tirando o atraso": Casas Mal Assombradas

Assisti pela primeira vez a POLTERGEIST (1982), de Tobe Hooper, há poucos dias. Sei que é um clássico da infância de muita gente, mas é que quando eu era pequeno meu negócio era ação (Stallone, Arnoldão, Van Damme, Seagal, Lundgren, etc) e não achava muita graça em filmes de terror, por incrível que pareça. Só fui me interessar bem mais tarde, especialmente o horror europeu, então esses clássicos americanos modernos do gênero realizados nos anos 70 e 80 acabei esquecendo.
Bom, corrigi o erro e aproveitei pra ver também HORROR EM AMITYVILLE (1979), do Stuart Rosenberg, outra lacuna que estava aberta pelos mesmos motivos.
Vou tentar falar um pouco sobre os dois, apesar de estar me sentido a última pessoa do mundo a vê-los, então nem tenho muito a acrescentar, a não ser que gostei bastante de ambos. POLTERGEIST foi o que me surpreendeu mais. Mesmo sendo creditado Tobe Hooper como diretor, ainda se discute a influência na direção do produtor Steven Spielberg, que também escreveu o roteiro. Realmente o resultado está mais para Spielberg que para o Hopper, mas o filme possui vários momentos brilhantes e assustadores que só um especialista do gênero terror impetraria.
Um espetáculo à parte dentro do filme são os efeitos especiais criados pela Light and Magic, com seus truques à moda antiga e não aquela coisa sem emoção gerada atualmente por CGI. Algo caro, que o Hopper só conseguiria se fosse mesmo explorado pelo diretor de TUBARÃO. De qualquer maneira, é um ótimo terror que eu gostaria muito de ter visto na infância, mas não me arrependo, pois deveria estar vendo RAMBO ou COMANDO PARA MATAR...
O tema da família aterrorizada por uma casa mal assombrada também serve para o mote de AMITYVILLE. Embora seja um belo exemplar de terror fantástico, em comparação com outros filmes do gênero ele é bem pé no chão, mais realista, o roteiro foca bastante no drama e transformações dos personagens, não é que não tenha momentos assustadores e etc, até porque o tom realista pode causar uma experiência ainda mais arrepiante.
A direção é bem segura do veterano Stuart Rosenberg, mais conhecido por seus dramas policiais, constrói um bom clima atmosférico aqui. Temos também a inspirada presença de Rod Steiger fazendo o papel de padre e só a sequência em que ele entra na casa já vale por 90% dos filmes de terror feito atualmente. Enfim, é um bom filme que não é considerado um dos clássicos modernos do terror americano a toa, mas quero assistir logo a continuação que parece ser mais porrada, com direção do italiano Damiano Damiani ainda por cima…

16.1.10

PAGUE PARA ENTRAR, REZE PARA SAIR (The Funhouse, 1981), de Tobe Hooper

Havia pelo menos uns 150 anos que não assistia PAGUE PARA ENTRAR, REZE PARA SAIR, do Tobe Hooper, um diretor que adoro, mas preciso começar a rever algumas coisas dele que estão se apagando da memória, como foi o caso deste aqui. Não me lembrava de quase nada, apenas o essencial para dizer que gostava.

O filme ainda é muito bom, embora a narrativa seja um pouco lenta demais para o padrão, mas é um slasher elegante que merece ser celebrado. Na abertura Hooper cita PSICOSE, de Hitchcock, e HALLOWEEN, de John Carpenter, de maneira muito divertida. O filme se passa num parque de diversões onde um grupo de adolescentes fica preso e a mercê de uma criatura bizarra (concebida pelo genial maquiador Rick Baker).

Além da citação do inicio e cenários que parecem ter saídos de um filme de Mario Bava ou Dario Argento, THE FUNHOUSE ainda faz referências a vários símbolos conhecidos dos clássicos filmes de terror da universal. Hooper extrai um universo muito interessante do parque de diversões e que proporciona vários momentos perturbadores com clima de terror que só o cinema oitentista era capaz de nos brindar.

Tobe Hooper, taí um bom nome para iniciar uma peregrinação... rever alguns filmes, assistir o que ainda não vi... o problema é que sou desorganizado demais e nunca consigo ir até o fim.