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22.2.10

Notas de um carnaval cinematográfico - Parte Final: DAYBREAKERS (2009), de Michael Spierig e Peter Spierig

Para finalizar as aventuras cinematográficas do Carnaval (já devem estar enchando o saco), assisti a esta recente produção sobre vampiros, cuja idéia central até que é muito interessante (confesso que fiquei empolgado quando vi o trailer), mas o filme sofre um pouco na execução. Cai em quase todas as armadilhas e clichês que tornam a grande maioria das super produções em filmes medíocres pretensiosos que servem, na verdade, apenas para encher o bolso dos executivos. Está longe de ser uma total decepção, mas poderia ter ido muito além.

No futuro, a raça humana está quase extinta. 90% da população é composta por vampiros que vive normalmente como nós nos dias de hoje, com a peculiaridade de que passam um perrengue e lutam desesperadamente para obter uma nova fonte de alimento, algo que substitua o sangue humano, já que este prato específico encontra-se extremamento escasso no cardápio da população. Para piorar a situação, uma nova raça mutante começa a surgir devido a falta de alimento.

DAYBREAKERS foi escrito e dirigido pelos irmãos Spierig. Não assisti ainda ao filme anterior deles, UNDEAD, mas o trabalho de câmera por aqui é bem típico dos filmes hollywoodianos atuais, sem grande inspiração, filmado no piloto automático. Ao menos há um visual interessante que remete aos filmes noir em determinados momentos; boa dose violência explícita e muito sangue, mas nada que não tenhamos visto antes. A falta de foco é um dos principais problemas. O roteiro não preza pela objetividade e divide sua atenção em tantos pontos que o ritmo sai bastante prejudicado. O pior é que fica claro como tudo poderia ser melhor aproveitado, mas o que eu posso fazer? Ainda existem várias cenas marcadas por situações que subestimam a inteligência do espectador. E o grande público nem liga mais de ser chamado de burro…

O elenco tem uns sujeitos legais. Ethan Hawke está bem como protagonista, mas é lógico que a “cena” é roubada pelo grande Willem Dafoe em mais um personagem cool (e que poderia ter sido bem mais utilizado também). Outro destaque é Sam Neill no papel de vilão, que é onde eu realmente acho que ele se sai melhor. A mitologia dos Vampiros é respeitada e até bem inserida nas cenas de ação, principalmente na sequência da perseguição de carro, com os buracos dos tiros abrindo espaço para os raios de sol, atrapalhando o vampiro de Hawke a dirigir.

No fim das contas, é mais um filme sem sal que ficou só na vontade de ser algo a mais. Talvez seja também só a minha opinião… recomendo pelo menos uma conferida pra tirarem as próprias conclusões.