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25.7.10

LESÃO FUTEBOLÍSTICA E MUITOS FILMES

Não sou praticante assíduo, atualmente, de nenhum tipo de esporte, mas ontem inventei de jogar futebol com uma turma. Me dei mal. Com cinco minutos de jogo, senti uma fisgada forte na perna que quase me nocauteou. Não deu outra, estiramento na coxa, colocar gelo, pomadas e comprimidos anti-inflamatórios, repouso e, por conseqüência disso tudo, muitos e muitos filmes! Passei o resto do fim de semana na cama assistindo à várias belezinhas.

Curto e grosso sobre alguns exemplares da safra recente: 

REPO MEN (2010) de Miguel Sapochnik: Acho que foi o único filme fraco que assisti nessa leva. É sobre um sujeito (Jude Law) que trabalha reavendo (sem anestesia) os órgãos artificiais dos clientes que não conseguem pagar o produto, até que um dia ele precisa de um coração novo, mas também não consegue pagar pelo órgão e agora passa a ser perseguido e precisa utilizar suas habilidades para não tomarem seu coração. lembra um pouco MINORITY REPORT, mas consegue ser inferior. A premissa é boa e rende alguns momentos. É bastante violento, tem uma trilha bacana, enfim, poderia ter sido bem melhor. O problema é quando o filme começa a perder tempo demais com questões bobas, tem muita coisa desnecessária, personagens obsoletos que tornam o filme chato.

THE HORSEMAN (2008) de Steven Kastrissios: Após dois anos de sua realização, finalmente este filme ficou disponível. E é um ótimo revenge movie australiano que demonstra o que um pai vingativo é capaz de fazer com suas vítimas carregando apenas sua maleta de ferramentas. Autentico exemplar do cinema físico e visceral! Imaginem o casamento de HARDCORE, de Paul Schrader, com O ALBERGUE, de Eli Roth, e vocês terão uma idéia do que é isso aqui.

HEARTLESS (2009) Philip Ridley: Gostei bastante deste conto urbano de terror muito bem sacado, com uma leve inspiração em Fausto. É complexo, na verdade, descrever o filme sem estragar o prazer de assisti-lo, mas é muito interessante, muito rico em detalhes, o diretor faz um belíssimo uso das locações, com as paredes e muros da cidade carregadas de graffiti, tem um clima de terror dos bons, é um filme muito eficiente e que se não é uma obra maravilhosa, pelo menos fica bem acima do padrão atual do gênero.

Dois filmaços vistos pela primeira vez:

TUAREG (1984), de Enzo G. Castellari
Trata-se de uma das melhores e mais caras produções dirigidas pelo Castellari. Uma espécie de mistura entre LAWRENCE DA ARÁBIA com RAMBO!!! Mark Harmon, que depois levaria sua carreira a um caminho completamente diferente do que é visto aqui, está sensacional na pele de um Tuareg, um guerreiro do deserto, que arranja o maior Deus-nos-acuda com o governo ao ir atrás de um senhor que fora arrancado de seu acampamento por uma patrulha do exército, liderada por ninguém menos que Antonio Sabáto, sem saber que o sujeito, na verdade, é um importante preso político. Nas leis do Tuareg, o exército o ofendeu profundamente retirando o hóspede de seus cuidados.

Mas para um filme de Castellari, conhecido pelas preciosas seqüências de tiroteios, até que TUAREG não possui tanta ação assim, a não ser naquela cena em que Harmon luta sozinho contra um exército para libertar o prisioneiro de um forte. É lógico que isso não diminui o filme que é magnífico visualmente, com uma fotografia que utiliza muito bem os espaços e a beleza do deserto, além da bela trilha sonora de Riz Ortolani. Altamente recomendado!


FACELESS (1987), de Jess Franco
Também é uma produção de “maior orçamento”, para o nível do diretor, demonstrando que Franco realmente podia fazer um filme com um ótimo acabamento tendo recurso em mãos. FACELESS é uma deliciosa, e safada, refilmagem do clássico OS OLHOS SEM ROSTO, de Georges Franju, com um elenco cheio de canastrões como Helmut Berger, Brett Halsey, Christopher Mitchum, Anton Diffring e até Telly Savalas. Do lado feminino a beleza das musas Brigitte Lahaie e Caroline Munro. E para não esquecer que estamos falando de um filme de Jess Franco, temos pontas de Howard Vernon e Linna Romay.

E é para não esquecer mesmo! FACELESS é uma anomalia na filmografia do diretor, que possui uns 200 filmes. Esqueçam aqueles zoons desenfreados, os closes em genitálias femininas, a atmosfera densa, Franco investe muito mais em contar uma estória convencional do que no clima surreal de sonho, que é uma de suas principais características. Mas não deixa de ser um de seus melhores trabalhos!

Vou ficar devendo, por enquanto, alguns outros filmes visto neste período moribundo, como LA MALA ORDINA, de Fernando Di Leo e FIVE ELEMENTS NINJA, de Chang Cheh. Até!

24.7.10

JEAN ROLLIN - POETA DO HORROR

Confesso que preciso dar muita atenção ainda ao francês Jean Rollin. Meu primeiro contato com ele havia sido com o terrível ZOMBIE LAKE (1981), que na minha ingênua ignorância, coloquei a culpa pelo fracasso e cretinice do filme no diretor. Ainda continuo ingênuo e ignorante, mas melhorei um pouco de lá pra cá. Já considero o filme divertido, só que pelos motivos errados. Tem algumas das piores cenas de zumbis em ação que eu já vi, as maquiagens parecem ter sido feitas por uma criança, a trama é ridícula e chega a dar pena dos atores. Mas o negócio é não levar a sério, entrar no clima e dar boas risadas.

Só para dar mais informação, ZOMBIE LAKE era um projeto de outro diretor maluco, o Jess Franco, com todos os elementos característicos que só ele sabia trabalhar. O filme seria uma bomba de qualquer jeito, mas talvez não fosse tão ruim, já que Franco é mestre nesse tipo de coisa. Mas o sujeito desapareceu na véspera das filmagens e Jean Rollin foi chamado pelos produtores 6 horas antes de começar a rodar o filme!!! Acabou assinando como A. J. Lazer e ficou por isso mesmo.

Enfim, venho acumulando alguns filmes do Rollin por aqui, mas nada de parar para assistir. Ontem resolvi ver THE GRAPES OF DEATH (1978) e agora sim, pude contemplar o que o diretor é capaz. Trata-se de um poético zombie movie, filmado, creio eu, no interior da França, onde os contaminados surgem por causa de um novo pesticida utilizado em uma vinícola.

Quase não há diálogos e a trama pouco importa. Parece mais um sonho, que vai ficando cada vez mais denso. Uma jovem foge do trem por causa de um zumbi e vaga até seu destino enfrentando situações de puro terror com essas criaturas, percorrendo o belíssimo cenário. Em uma cena surreal, ela encontra a grande Brigitte Lahaie, e o que se segue a partir daí é simplesmente do cacete! O plano do zumbi beijando a cabeça decepada de uma mulher é apenas um dos pontos altos deste espetáculo grotesco. Muito bom mesmo!

Portanto, se alguém tiver interesse em iniciar a obra de Rollin, acho que THE GRAPES OF DEATH seria bem mais recondável que ZOMBIE LAKE...