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11.1.09

THE WRESTLER (2008), de Darren Aronofsky

Continuando as falácias. Como disse há algum tempo atrás, o Mickey Rourke é um dos meus atores favoritos desde que comecei a acompanhar alguns filmes do cara dos anos 80. Rourke era um espetáculo atuando, algo que me lembra um Marlon Brando. Sério! É só assistir NOS CALCANHARES DA MÁFIA, CORAÇÃO SATÂNICO, O ANO DO DRAGÃO e muitos outros, pra perceber (ou não, o que é mais provável). E vou repetir: sempre achei que se não tivesse largado a carreira de ator pra seguir a de pugilista profissional, Rourke já teria roubado papéis de muitos oscarizáveis nos últimos anos. Mas agora não preciso mais pensar assim. O sujeito conseguiu se reerguer. E nossa! Como é bom ver novamente o velho Rourke atuando pra valer!

Todo mundo já deve saber o básico do filme, então vamos lá: Rourke vive aqui Randy 'The Ram' Robinson, um lutador de Luta Livre (é, aquela que é tudo de mentirinha) decadente que passa por maus bocados com a grana sempre apertada, saúde debilitada e problemas de relacionamento com a filha. A única coisa que sabe fazer e faz muito bem, é se apresentar nos ringues e dar um show de wrestler onde ainda possui um bom número de fãs, até porque este esporte também anda mal das pernas ultimamente. O filme acompanha integralmente a jornada de Randy, mas ainda sobra espaço para Cassidy, uma stripper interpretada pela Marisa Tomei, que está maravilhosamente linda e muito bem em sua personagem e que serve de apoio para Randy em alguns momentos.

Assistindo ao filme, me peguei pensando na dependência que essas pessoas têm do próprio corpo para sobrevivência. Randy só sabe subir num ringue e lutar – por mais que seja tudo falso, não deixa de ser um exercício físico desgastante – enquanto Cassidy exibe o seu para poder ganhar dinheiro. Mas é algo para se refletir com mais profundidade...

A direção de Aronofsky é muito boa. Sempre com a câmera na mão, seguindo de perto o protagonista, com edição fragmentada, me lembrou vagamente uma mistura de Lars Von Trier com Gus Van Sant, mas de forma mais comedida. É um filme muito simples, mas ganha o espectador pela carga poderosa da monstruosa atuação do Rourke, e ainda pela fotografia crua, a mão segura do diretor e nas escolhas que faz. Ah! E as cenas de lutas são demais, viscerais e realistas. Aronofsky aborda muito bem os bastidores deste esporte e ver Mickey Rourke dando uma de Ted Boy Marino é excelente! O sujeito põe pra quebrar nas coreografias da Luta Livre.

Rourke é o grande nome em THE WRESTLER, isso fica bem claro, e não vou ficar rasgando mais elogios para o cara. Já li algumas comparações entre a vida do personagem com a do próprio ator em relação à decadência e tal. Eu não vejo tanto assim. Se forçar, dá pra comparar, mas são situações completamente diferentes. O que importa é que ele retorna ao topo. Talvez tão alto quanto jamais esteve, e o velho Rourke merece.


Obs: E hoje teremos o Globo de Ouro, não que eu tenha obsessão por esses premiozinhos de merda, mas espero ver o trabalho do Rourke em THE WRESTLER sendo reconhecido mais uma vez. Ficaremos na torcida!