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28.5.10

FÚRIA DE TITÃS (Clash of the Titans, 2010), de Louis Leterrier

Tinha boas espectativas com esta refilmagem, talvez este tenha sido meu erro. Não que esta recauchutagem seja um desastre, possui alguns momentos divertidos, personagens interessantes (como o Draco, de Mads Mikkelsen, uma das melhores coisas do filme), mas o resultado final não deixa de ser fraco. Tenho impressão que os realizadores se perderam em algum ponto entre a adaptação do roteiro, filmagem ou edição. O peso que a trama, seus detalhes e alguns personagens possuem nunca recebem a importância necessária devido ao ritmo que atualmente o público parece exigir e que o filme impõe para agradá-lo. Acaba tudo acontecendo rápido demais, sem profundidade alguma e a narrativa cadenciada do original ganha essa roupagem "videoclíptica" pós-SENHOR DOS ANÉIS. Algo inevitável nos dias de hoje, mas não abro mão de uma reclamação. Isso sem contar certas alterações desnecessárias que não fazem sentido algum. Não gosto de fazer comparações, mas o FÚRIA DE TITÃS de 1981 é infinitamente superior em todos os sentidos.

22.12.09

AVATAR (2009), de James Cameron

Um monte de gente já disse tudo que havia para dizer sobre AVATAR, novo filme do James Cameron, que desde TITANIC (97) estava sem colocar a mão na massa.

Mas gostei do filme. Como uma boa aventura, um bom entretenimento, a coisa funciona tranquilamente. Mas é só. Quem esperava o velho Cameron da época de O EXTERMINADOR DO FUTURO II vai se sentir frustrado, porque a atenção do diretor aqui é somente no visual, nos efeitos especiais, em como utilizar os recursos do 3D, etc, deixando de lado a preocupação na forma, na estrutura, ritmo, conteúdo, personagens...

Mas nada disso faz muita diferença quando a pretensão do diretor era mesmo submeter o seu público a uma experiência visual impressionante e sem precedentes. De fato, Cameron cumpre o que prometeu com a ajuda da tecnologia ultra moderna. A concepção visual do universo desenvolvido por Cameron e seus artistas já pode ser considerada um marco na história dos efeitos especiais.

Então o negócio é sentar e relaxar, embarcar na aventurazinha cuja diversão é garantida. Não que o enredo seja ruim, mas muita gente tem reclamado da ingenuidade e de como Cameron perdeu a mão para certos detalhes que o diferenciava dos outros diretores. Realmente, AVATAR é repleto de clichês que poderiam ser evitados, como discursos encorajadores e vários outros momentos piegas em que o herói está em seu avatar.

Aliás, meus olhos sentiam um alívio visual quando o protagonista acordava e os atores em carne e osso podiam ser vistos (porque tanta masturbação sensorial me cansou um pouco), principalmente com o Stephen Lang em cena, de longe a MELHOR coisa do filme. Se existe algo que James Cameron comprova que não perdeu foi sua capacidade em construir vilões. Lang está perfeito em todos os sentidos. Tem presença e sabe atuar. Já havia roubado a cena em INIMIGOS PÚBLICOS e aqui o faz com maestria novamente. Incrível como esse sujeito não havia se destacado antes. 2009 é o ano de Stephen Lang! Está lançada a minha campanha!

Enfim, AVATAR não é a maior maravilha do cinema de todos os tempos (como muita gente parecia estar esperando) e está bem longe disso, mas possui seus méritos e merece ser visto como mais uma ótima diversão.

8.6.09

O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO (Terminator Salvation, 2009), de McG

Uaaaaah! Que vontade de escrever sobre este filme. Queria mesmo é falar sobre MILANO CALIBRO 9, do Fernando Di Leo, um Poliziottesco excelente que eu vi neste fim de semana e devo escrever alguma coisa sobre ele durante os próximos dias. Mas enfim, a preguiça de escrever sobre O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO não é nem pela qualidade, porque como filme de ação até compensa. Eu é que não tenho muito a acrescentar sobre tudo que já foi dito por aí.

Mas, vamos lá. Comparando com os outros filmes da série, este novo capítulo não chega nem no dedinho do pé dos dois primeiros filmes do James Cameron. Mas é superior ao terceiro, de 2003, dirigido pelo Jonathan Mostow. Contextualizando ainda mais no painel dos caça níqueis dos últimos anos, O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO não decepciona. E entre os blockbusters que eu vi este ano, fica atrás apenas do novo STAR TREK.

É óbvio que tudo isso é muito relativo. Vai ter gente achando um lixo total, mas o fato é que não é muito difícil considerar um filme como este entre os melhores filmes de ação do ano, levando em conta que 90 % das produções com fins lucrativos são extremamente medíocres. Vai da paciência, tolerância e expectativa de cada um. Eu, por exemplo, estava com a minha bem baixa porque detesto este McG. Mas deixe-me parar de divagar por aqui e começar a falar do filme, antes que o texto fique maior que o necessário.

O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO se passa no futuro apocalíptico previstos nos filmes anteriores, onde John Connor (Christian Bale) é um dos principais nomes da resistência dos humanos contra as máquinas que dominam o mundo. O filme explora o drama de Connor que, ouvindo as fitas deixadas por sua mãe, Sarah Connor (na voz de Linda Hamilton), tenta encontrar Kyle Reese (Anton Yelchin) para enviá-lo ao passado para proteger sua mãe, o que se estabelece um conflito psicológico extremamente complexo, já que Connor tem consciência de que aquele rapaizinho é seu pai.

Brincadeira! O filme não explora drama e conflitos psicológicos coisa nenhuma! O roteiro trata destes pontos de uma maneira tão superficial quanto um quadro de Mondrian. Tudo apenas para justificar cenas movimentadas de ação.

Outro personagem chave na trama é Marcus Wright (Sam Worthington), sujeito que em 2003 foi executado por assassinato, mas doou seu corpo para um projeto experimental. Acaba acordando em 2018 cheio de surpresas pra moçada que assiste ao filme, e que eu não vou contar. Mas vale ressaltar que seu personagem é bem bacana e rouba o filme do Bale, e talvez por isso este último tenha ficado tão nervozinho nos sets de filmagens...

A verdade é que o filme se divide entre duas linhas narrativas. Uma do personagem Marcus, que acorda em pleno mundo devastado de 2018, e isso é bem legal. E outra com o Connor, que é onde o entrecho se perde um bocado, mostrando o sujeito testando uma arma para destruir as máquinas ou com aquela preocupação na cabeça de onde andará seu pai ainda tão mocinho e indefeso nesse mundo violento, o filme só consegue se achar nas cenas de ação mesmo, e aí não estou nem um pouco preocupado com a falta de foco, quero ver explosões e tiro!

E nisto, acho que não tenho do que reclamar. Além de ser uma constante, McG surpreende com a segurança em que filma este tipo de sequencia, contando com a ajuda, é claro, do bom uso dos efeitos especiais e um excepcional trabalho de som! A cena do helicóptero caindo no início é sensacional, seguido de uma luta ferrenha entre Connor e um exterminador partido ao meio, mas que ainda assim dá um trabalho danado para o herói. Outra sequencia magnífica é aquela em que Marcus, Kyle e a menininha muda tentam escapar das “motos exterminadoras”, numa referencia ótima a MAD MAX II.

O final não consegue manter o mesmo nível do restante, mas ainda assim guarda boas sacadas, como por exemplo o boneco perfeito em CGI do Arnold Schwarzenegger de 1984. Uma coisa impressionante que me colocou para refletir sobre essa possibilidade e o futuro do cinema de alto orçamento. Hoje em dia pode-se fazer um filme com o Bruce Lee. Imaginem um DESEJO DE MATAR 6 com o Charles Bronson! Já é possível, pelo menos visualmente...

Finalizando, todo o elenco está muito bem para um filme como este, não dá pra ficar analisando interpretações a fundo, mas temos participação de um ator que eu gosto muito, Michael Ironside. Gostei de vê-lo na telona. O roteiro utiliza alguns elementos e frases dos filmes anteriores e até a música do Guns N’ Roses, que faz parte da trilha do segundo capítulo, aliás, o melhor da série e um dos grandes filmes de ação que o cinema concebeu. O EXTERMINADOR DO FUTURO: A SALVAÇÃO pode não ser do mesmo nível, mas não afeta a integridade da saga.