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2.8.13

A COLÔNIA, aka Double Team (Tsui Hark, 1997)


Outro dia me peguei pensando no Mickey Rourke e naquela fase negra da sua carreira nos anos 90, quando, além de outras coisas, chegou a ser vilão de A COLÔNIA, veículo de ação do Van Damme. Digo fase negra quando me refiro a esse momento do Rourke porque o sujeito teve um início realmente brilhante, entregando atuações magistrais como em O SELVAGEM DA MOTOCICLETA e O ANO DO DRAGÃO, e aqui resolveu "abraçar o capeta". Em outras palavras, estava na merda. Em 1997, ano de A COLÔNIA, até os filmes do Van Damme já estavam entrando em declínio após o ator ficar por algum tempo no auge, como herói de ação de produtos hollywoodianos, em TIMECOP, MORTE SÚBITA, SOLDADO UNIVERSAL, etc...

De qualquer maneira, eu gosto de A COLÔNIA. Sim, estamos falando de um suposto fundo do poço para o Rourke e um início de declínio para o Van Damme. No entanto, trata-se de um bom exemplar de ação dos anos 90. Eletrizante e exagerado na medida certa, com boa proporção de tiroteios, pancadaria e explosões muito bem distribuídas durante a narrativa. Quem comanda tudo isso é o mestre do cinema de ação oriental Tsui Hark, que trabalhou com Van Damme em GOLPE FULMINANTE. Temos uma história besta, mas sem muita frescura; um dos meus heróis de ação da infância distribuindo porrada em bandidos e um grande vilão interpretado por um grande ator. Além da ridícula, mas inesquecível, presença do ex-astro da NBA Dennis Rodman como sidekick do herói... Um elemento excêntrico que garante, no mínimo, boas risadas.



O título brasileiro se refere à uma prisão de segurança máxima que o personagem do Van Damme acaba indo parar. Cheio de aparatos tecnológicos, a prisão dá ao filme um caráter de ficção científica. Mas a trama estaciona neste cenário apenas por uns vinte minutos no máximo. Ou seja, A COLÔNIA não é sobre a Colônia. O resto é um jogo de gato e rato entre Van Damme, um agente secreto que acaba incriminado por conta de uma missão mal sucedida, e Rourke, um terrorista badass que perde o filho recém-nascido durante a tal missão. O vilão realmente tem bons motivos para encher o saco do herói...


O diretor Tsui Hark usa de toda a sua habilidade na construção de sequências de ação para criar cenas empolgantes por aqui. O meu destaque vai para a fuga da Colônia e toda a preparação para o ato; ou a porradaria no quarto de hotel, que é um dos pontos altos. Esta cena aliás, apesar de curta, é uma das que comprova uma teoria de que Van Damme sabe realizar movimentos bem coreografados de alto nível quando dirigido por orientais.

Outra sequência de ação que fica sempre na memória é a do gran finale. Menos pelo confronto entre os personagens e mais pelos exageros do cenário em volta. Vejamos: Van Damme encara Rourke sobre um terreno minado em pleno Coliseu de Roma com um tigre os rodeando e o filho recém-nascido do protagonista dentro de um cesto no meio disso tudo. A luta entre os dois nem é grandes coisas, mas a composição do ambiente é que eleva a cena a outro patamar! E o desfecho explosivo não poderia ser melhor. Coroa o cinema do absurdo que esse tipo de filme era capaz de proporcionar.



Mas voltando a falar do Rourke, digamos que A COLÔNIA não é das melhores vitrines para mostrar seus talentos dramáticos. Mas eles são bem utilizados pelo ator na medida do possível, até porque seu personagem possui um lado trágico bem definido, e ele consegue construir um vilão bem interessante, para entrar na galeria de destaque dos adversários do belga. Aliás, Van Damme também vai além da pancadaria neste aqui e demonstra segurança com seu personagem. Mas o grande destaque é a presença singular de Dennis Rodman, com suas roupas excêntricas e cabelos coloridos, que de tão ridículo acaba sendo um parceiro agradável e engraçado. Arrisca ainda uns golpes numas cenas de luta e não se sai tão mal. Hehehe!

Há falhas em A COLÔNIA? Sim, há muitas e está longe de ser dos melhores veículos de Van Damme. Mas isso não me importa nem um pouco. Por isso recomendo sem medo para quem quer um pouco de estupidez em forma de filme, mas que não dispensa um bom espetáculo de ação beeem exagerado!

5.11.11

GOLPE FULMINANTE (Knock Off, 1998)

Revisão de GOLPE FULMINANTE, segunda parceria entre o diretor Tsui Hark e um dos nossos action men preferidos, Jean Claude Van Damme. A primeira foi com A COLÔNIA, outro que eu preciso rever, mas que gosto bastante. Já este aqui, lembrava vagamente da história, que era co-estrelado pelo mala do Rob Schneider e de algumas sequências da ação final, que ocorre num navio cargueiro… ah, e claro, das explosões verdes. A única vez que assisti, foi na época do lançamento em VHS no final dos anos 90. O mais legal foi descobrir que é bem mais divertido do que eu lembrava!

A princípio, o filme se concentra nos personagens de Van Damme e Schneider, que trabalham numa empresa de jeans em Hong Kong e aproveitam para para fazer uma grana extra com produtos falsificados. Tomamos conhecimento de uma organização terrorista russa que desenvolve uma micro bomba com o objetivo de implantar em mercadorias simples e cotidianas, como bonecas, celulares, rádios, e até nas calças falsificadas vendidas pela dupla protagonista, para serem espalhadas pelo mundo. Depois, GOLPE FULMINANTE vira uma bagunça deliciosa, cheia de reviravoltas forçadas, personagens se revelando agentes da CIA disfarçados, Paul Sorvino entra em cena, muita ação ao melhor estilo Tsui Hark, explosões esverdeadas e Van Damme comprovando minha teoria de que, sob a direção de orientais, é um dos maiores performáticos em artes marciais da nossa geração.

Mas é um filme estranho. E nem me refiro à trama, que é uma maluquice. Certas sequências são bizarríssimas e sem qualquer sentido, ao ponto de você não acreditar que está vendo algo assim… o que é aquela cena da corrida de riquexós? Van Damme é quem puxa Schneider e, em determinado momento, os dois passam por uma rua estreita, cheia de comércios e Schneider pega uma enguia e começa a bater na bunda do baixinho belga, como se estivesse manejando um chicote, dizendo “Mova essa bunda linda!”. Que porra é essa?! É uma dessas imagens surtadas que só mesmo GOLPE FULMINANTE pode lhe proporcionar.

Mas a ação do filme é excelente. O Tsui Hark tem um estilo frenético no qual o mais simples diálogo é filmado e montado como uma cena de ação. Então o filme não para em nenhum instante e passa voando. Há uma sequência onde Van Damme encara uns duzentos caras empunhando facões, canos e correntes, dentro de um local fechado… o tipo de coisa que se espera de um Jackie Chan, mas realmente não lembrava que Van Damme já havia feito algo assim (apesar do belga ser substituido em vários momentos por dublês, mas isso não tira o brilho da cena). E, claro, o final que é sensacional, no navio cargueiro, tiroteio e pancadaria comendo solto no melhor estilo do cinema de ação feito em Hong Kong.

Sem contar que, segundo informações que encontrei em alguns sites, a maioria das cenas de ação coreografadas por Sammo Hung, que eu nem sabia que havia sido coreógrafo neste filme, incluindo várias sequências de lutas do final, foram cortadas. Não sei por qual motivo, mas se do jeito que ficou já estava bom, com as cenas do mestre Sammo Hung deveria ficar melhor ainda! De todo modo, se o que você busca são 90 minutos de ação de qualidade, sem muito compromisso, vale uma revisitada neste filmaço! Agora, se ainda não assistiu, GOLPE FULMINANTE se torna obrigatório pra você!