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7.11.12

SOLDADO UNIVERSAL 4: JUÍZO FINAL (Universal Soldier 4: Day of Reckoning, 2012)


O terceiro filme da série SOLDADO UNIVERSAL foi uma grata surpresa pela qualidade das sequências de ação, mesmo sendo uma produção sem grandes recursos. Só que este ano, fiquei tremendamente decepcionado com um trabalho do mesmo diretor, John Hyams e o seu DRAGON EYES, que até chegou a me deixar desconfiado da capacidade do cara para este aqui. Como se REGENERATION tivesse sido uma puta sorte. Muito bem, devidamente conferido, eu solto agora minhas impressões: O filme é do caralho e eu não sei o que esse John Hyams toma no café da manhã, mas deveria estar muito surtado quando inventou de fazer SOLDADO UNIVERSAL 4: DAY OF RECKONING.


Pra começar, o filme é deveras bizarro, totalmente maluco, e já deu pra notar que a estranheza narrativa de alguns momentos não vai agradar a todos. O trailer meio que anunciava isso. Mas eu embarquei fácil nessa viagem alucinante que o Hyams propõe, um mergulho surreal ao universo dos SOLDADOS UNIVERSAIS, que em determinados instantes parecem dirigidos pelo Gaspar Noé (de IRREVERSÍVEL), com visuais carregados, luzes piscando e a trilha eletrônica bombando. Só sei que fui presenteado com um baita filme de ação e pancadaria completamente surtado e violentíssimo, que o amigo Kurt cunhou perfeitamente como um autêntico “porrada arthouse”!


Não vou ficar descrevendo a trama. Digo apenas que o Scott Adkins é o protagonista dessa vez, mandando bem pra cacete. E já que estamos falando dos atores, Dolph Lundgren e Jean Claude Van Damme, os astros do filme original lá de 92, agora são coadjuvantes de luxo e suas pequenas participações contribuem muito para o espetáculo. Andrei Arlovski, o vilão do terceiro filme, também dá as caras. Há um tiroteio absurdamente subversivo num bordel no qual o Arlovski entra com uma escopeta distribuindo chumbo pra cima dos soldados zumbis. O troço é BRUTAL! Arlovski, na verdade, protagoniza com o Adkins as melhores sequências de ação de SOLDADO UNIVERSAL 4, como uma perseguição de carros frenética, melhor que 90% das cenas de car chase que eu vejo no cinema atual. E no quesito trocação, temos para todos os gostos: Arlovski vs Dolph; Arlovski vs Adkins; Adkins vs Dolph; Adkins vs Van Damme. Só faltou Van Damme vs Dolph, mas eles já tiveram a oportunidade de lutar no filme anterior.


As cenas de pancadaria são de encher os olhos, especialmente a que acontece na loja de artigos esportivos, entre Adkins e Arlovski, maravilhosamente bem encenada, com os movimentos e golpes que dão a impressão de que realmente esmurraram a cara um do outro durante as filmagens, mas com estilo cinematográfico. Ambos são extremamente talentosos nesse tipo de cena, mas o grande responsável pelo feito é Larnell Storvall, o coreógrafo de lutas do Isaac Florentine. Ele e John Hyams já haviam trabalhado juntos no citado DRAGON EYES, que até as cenas de luta são porcarias estragadas pela montagem “mudernosa”. Aqui a coisa é do jeito que deveria ser. Porradaria casca-grossa, sem frescura, old school, não fica nada a dever aos melhores filmes de luta realizados no oriente.

SOLDADO UNIVERSAL 4 é completamente destoante do resto da série, o que neste caso é algo interessante de se ver. No entanto, é bem provável que esse seja o motivo pelo qual muita gente venha detestando, esperando algo no mesmo estilo do terceiro, mais voltado para a ação. É compreensível. Não que este aqui não seja voltado para a ação, mas o faz de maneira insólita, experimental, estilizada, visualmente pictórica. A ação do clímax final é um exemplo perfeito disso, é como se Hyams tomasse consciência de que precisava fazer um filme de ação que fosse uma contribuição artística. Na minha opinião, conseguiu.

15.4.12

DRAGON EYES (2012)

Mas o que é isso, meus amigos? Um dos filmes de ação que eu mais aguardava para este ano foi simplesmente transformado em lixo cinematográfico! Estou impressionado com a quantidade de besteira que acabei de assistir… Logo eu, que sou tolerante até demais com as porcarias pintam por aqui. DRAGON EYES foi realizado por várias pessoas que, até o momento, eu julgava confiáveis, mas a falta de bom senso é revoltante!

Primeiramente, DRAGON EYES estava sendo anunciado mais como um filme do Van Damme do que qualquer outra coisa. Mas algumas notícias surgiram e o trailer veio para confirmar que o baixinho belga seria coadjuvante. Até aí tudo bem, não tem problema, afinal o trailer prometia ótimas sequências de ação e bastante pancadaria, justamente os elementos que me faziam ter certeza de que, ao menos, teriamos diversão garantida por aqui.

No entanto, fui enganado lá pelas tantas, quando percebi que todas as poucas cenas de luta que foram surgindo durante o filme eram extremamente curtas, montadas com exagerados efeitos de edição “muderninhos” e não tinha nenhuma expectativa de que esse quadro fosse mudar até o fim. Mas e o resto do filme? Um papo furado sem fim, com uma trama desinteressante, ridiculamente embolada, pagando de "Guy Ritchie style", misturado com artes marciais e… Akira Kurosawa/Sergio Leone. Sem contar o excesso de personagens que vão brotando, sendo apresentados com a imagem congelada e o nome do sujeito na tela... E há tanta coisa absurda acontecendo, umas situações sem sentido e mal explicadas, uns clichês utilizados da pior maneira possível, chega a dar enjôo…



A trama? Uma espécie bem tosca de YOJIMBO, do Kurosawa (ou POR UM PUNHADO DE DÓLARES, do Leone, já que o protagonista aparece usando um poncho igual ao do Clint), só que ao invés de samurais temos gangues urbanas estereotipadas: Os latinos, os niggas mothefuckers, os russos e um policial corrupto pertencente à máfia italiana, interpretado pelo sempre competente Peter Weller. O personagem central é um oriental que sabe artes marciais. E o Van Damme entra nessa história apenas em flashbacks como mentor do herói, na época em que os dois estavam presos.




O lutador de MMA Cung Le, que… “interpreta” (se é que podemos chamar assim) o protagonista, é algo constrangedor. Sem qualquer carisma, faz o Steve Austin parecer um ator shakespereano. O cara mal consegue mover a sobrancelha e deve ter menos falas que o Chuck Norris em O VÔO DO DRAGÃO. E isso incomoda. Muito. Já o Van Damme, coitado, seu esforço não vale de nada. Até se apresenta em cena muito bem, mas seu personagem é péssimamente aproveitado. O único que pelo menos passa a impressão de estar se divertindo é o Peter Weller, que aparece bem mais do que eu esperava. Quando o sujeito se encontra em cena dá até um alívio em meio a tortura que é assistir a DRAGON EYES. Não fosse Weller (e uns peitos que aparecem numa cena), eu acho que teria desistido…


Voltando a falar das cenas de luta - que eu já reclamei ali em cima - não são tão ruins assim se você for parar para analisar as encenações. Os atores mandam muito bem nos golpes e movimentos, influenciados pelo MMA (até porque muitos lutadores aparecem por aqui), você percebe que tem gente competente trabalhando neste departamento. O que estraga mesmo é a forma como o material é apresentado ao público, depois de passar pela linha de edição e tucharem de efeitos… Isso sem falar no contexto que as lutas aparecem, já que a trama meia boca não ajuda em nada.



Não dá para acreditar que o responsável por essa bomba seja o mesmo sujeito que fez SOLDADO UNIVERSAL: REGENERATION, John Hyams, um dos diretores mais promissores do gênero, na minha opinião. Conseguiu trazer de volta o universo do filme de 92, dirigido Roland Emmerich, num exemplar de ação de baixo orçamento, mas cheio de criatividade e ainda tivemos o prazer de ver JCVD enfrentando Dolph Lundgren novamente. Bom, Hyams era um dos mais promissores, agora já não sei de mais nada depois de DRAGON EYES e estou até com medo do que deve sair do seu próximo trabalho, o hiper aguardado, mas agora com o pé atrás, SOLDADO UNIVERSAL 4.

10.1.10

UNIVERSAL SOLDIER: REGENERATION (2009), de John Hyams

Eu só espero que Van Damme justifique sua decisão de não participar de THE EXPENDABLES com bons filmes de ação como este SOLDADO UNIVERSAL: REGENERATION, terceiro filme da franquia que se iniciou em 1992 (com um dos melhores filmes estrelado pelo baixinho). Acho muito difícil ele manter o nível e aposto que não vai fazer nada melhor que o filme do Stallone, mas seus últimos trabalhos foram bons passatempos, que continue assim pelo menos.

O segundo filme da série é uma porcaria que não deveria ter saído do papel. Já este derradeiro é diversão garantida com altas sequências de ação muito bem dirigidas por John Hyams, filho do diretor Peter Hyams (trabalhando aqui como diretor de fotografia). Lá pelas tantas, há um plano sequencia muito bem realizado demonstrando que o diretor possui um certo talento pra coisa, com Van Damme em um corredor estreito matando geral os terroristas sem piedade alguma, com uma brutalidade pulsante, com a camera indo e vindo e o ator num trabalho intenso... a típica cena que Van Damme reclamou em JCVD que estava velho demais para fazer.

Dolph Lundgren também dá o ar da graça, mas como estava muito ocupado fazendo não sei o que, acabou participando apenas para uma cena de luta bacana com o baixinho e algumas situações soltando frases reflexivas de meia tigela para dar um tom de complexidade ao seu personagem. O ator se comprometeu com o projeto durante 5 dias de filmagens. Mas o quebra pau entre ele e Van Damme faz toda diferença e é sem dúvida um dos grandes momentos do filme.

A trama, que eu até agora não contei (e também não faz muita diferença) é tão frágil que poderia prejudicar o filme facilmente, e se resume num grupo de terrorista na Ucrânia, nas instalações da usina nuclear de Chernobyl, com um objetivo besta qualquer, o qual sequestra os filhos do presidente e promete mandar tudo pelos ares. O problema é que eles possuem um soldado especial que vale por 100 homens, interpretado pelo lutador de Vale Tudo Andrei Arlovski. Quem já viu o primeiro filme sabe o quero dizer com “soldado especial” e eu não preciso ficar explicando. Se você ainda não viu, assista e vai entender. Todas as tentativas dos "mocinhos" são frustradas porque nenhum exército aguenta com o homem.

É aí que Van Damme entra em cena com o personagem Luc Deveraux do primeiro filme, para invadir o local, matar todos os caras maus e ainda enfrentar o sujeito como uma espécie de chefão final desse vídeo game cinematográfico. Pra saber como o Lundgren entra nessa estória vocês terão que ver, só digo que vale a pena, principalmente pra quem deseja apenas relaxar e assistir a um bom filme de ação sem frescuras. SOLDADO UNIVERSAL REGENERATION é altamente recomendado.