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10.3.13
THE LAST STAND (2013)
A importância que uma figura como a de Arnold Schwarzenegger na minha formação cinéfila é algo indiscutível. Não consigo pensar a minha infância como admirador precoce de cinema de ação sem considerar COMANDO PARA MATAR, O EXTERMINADOR DO FUTURO, PREDADOR, O SOBREVIVENTE, INFERNO VERMELHO, TOTAL RECALL e tantos outros exemplares que me acompanharam desde muito cedo. E o que diferencia o Schwarza de outros action heroes do período é a maneira inteligente na qual administrou sua carreira, com poucas bolas foras (como JÚNIOR e BATMAN & ROBIN). Fruto de alguém que soube gerir sua imagem como ícone de uma geração, soube encontrar bons roteiros e, principalmente, escolheu trabalhar com os diretores certos (Milius, Hill, McTiernan, Cameron, Fleischer, Verhoeven). Quando finalmente sua carreira começou a desandar, com O SEXTO HOMEM e COLLATERAL DAMAGE, o sujeito virou governador da Califórnia e deixou a vida de ator de lado.
Mas agora chegamos a THE LAST STAND, seu mais novo trabalho. Estava ansioso por vários motivos. Um deles é por essa áurea que rodeia o filme por se tratar do retorno do Arnie como protagonista, encarnando a imagem de action heroe e blá, blá, blá, algo que eu não tinha certeza que voltaria a acontecer após o longo hiato na vida política. But Arnoldão is totally back!!! Com o mesmo nível truculência de sempre, o mesmo sotaque engraçado, sem o mesmo fôlego de antes... mas vamos respeitar, é um senhor de 66 anos de idade, oras. Sou da opinião de que o herói de ação é como um bom vinho tinto. Fica melhor com o avançar do tempo. No caso, fica mais badass. Lee Marvin, Charles Bronson, Clint Eastwood só melhoraram na medida em que seus cabelos ficaram grisalhos (no caso do bronson, o bigode). Portanto, Schwarzenegger tem a minha bênção para protagonizar quantos filmes de ação quiser por um bom tempo ainda.
Outra razão que aumentava ainda mais a minha ânsia era a escolha do diretor. Seguindo a tradição do austríaco de buscar trabalhar com nomes interessantes, calhou de ser um dos grandes do gênero na atualidade. O coreano Jee-Woon Kim é simplesmente responsável por um dos meus filmes de cabeceira da década passada, a obra prima A BITTERSWEET LIFE. Sem contar o ótimo THE GOOD, THE BAD AND THE WEIRD e o trágico I SAW THE DEVIL. Portanto, em termos de aspectos técnicos e direção, THE LAST STAND ficou em boas mãos.
Já o plot é o mais simples possível. Um bandido mexicano (Eduardo Noriega) aprisionado em território americano consegue escapar e parte rumo à fronteira em direção ao seu país. Para isso, tem que passar por uma pequena cidade que por um acaso possui um xerife, Ray Owens (Arnoldão), que é um baita casca-grossa e não vai deixar o sujeito passar sem vender caro a sua pele. Sim, parece enredo de western. Mas atualizando a coisa, ao invés de cavalos, o bandido utiliza um corvette modificado que voa como um jato pelas estradas. Em certo momento, ficamos sabendo que o sujeito, além de ser o rei do cartel mexicano das drogas, é um experiente piloto de corrida. E, para melhorar o nosso lado, o meliante ainda conta com um grupo de capangas que vai limpando as estradas dos bloqueios policiais.
O braço direito do bandido é vivido pelo grande Peter Stormare, com aquela cara de maluco que lhe é habitual. Ele fica responsável por tocar o terror na tal pequena cidade e construir uma ponte para que o seu chefe possa atravessar um desfiladeiro que separa as fronteiras. Outras figuras interessantes também marcam presença. Luis Guzmán, sempre carismático, faz o ajudante do xerife; Forest Whitaker é o agente federal que cuida do caso; E temos uma pontinha simpática do Harry Dean Stanton. Outros atores que eu não sou muito chegado conseguem ser bem aproveitados por aqui, como é o caso do brasileiro Rodrigo Santoro e o Johnny Knoxville. O imdb ainda aponta a presença do Sonny Landham, mas confesso que não o reconheci em lugar algum...
Mas vamos ao que interessa. Quando paramos para conferir algo do calibre de THE LAST STAND queremos saber de ação! E Jee-Woon Kim não se deixou intimidar em território americano (apesar de não saber falar inglês muito bem) e demonstra como conduzir um espetáculo de ação da maneira correta, sem tremeliques, com boa contagem de corpos e doses de violência. Um sujeito que entende muito da gramática da ação, do posicionamento das câmeras, enquadramentos, montagem. Não é o tipo de filme que possui ação a cada cinco minutos, mas quando acontece, é muito bem realizado. O tiroteio que se passa na rua principal da pequena cidade ao final, por exemplo, é épico, sensacional! Preparado e esperado com a mesma intensidade do climax de um MATAR OU MORRER, não me decepcionei nem um pouco quando chegou a hora do "pau comer"! É ação eletrizante da melhor qualidade. E como é bom ver o velho Arnie distribuindo pancadas e balas na cara de bandidos à sangue frio!
E logo após o tiroteio, a ação se prolonga numa inusitada perseguição de carros num milharal e culmina num duelo à base de porrada entre Schwarzenegger e Noriega em cima da tal ponte. Coisa linda, como nos velhos tempos... com a diferença que o bandido luta MMA, então o austríaco precisou se adaptar aos combates corporais modernos. Chega a ser engraçado. E na minha opinião, os realizadores acertaram em cheio em não levar o filme para um tom muito sério. THE LAST STAND é todo conduzido com a única intenção de divertir um público específico com algumas piadas, explosões, pancadaria, muito tiro e a presença do velho Arnie.
Havia a possibilidade de criar uma reflexão mais aprofundada sobre a idade do protagonista e os conflitos dramáticos que surgem a partir do tema, como em NA LINHA DE FOGO, com o Clint Eastwood, por exemplo. Mas até isso é explorado de maneira bastante leve e superficial, permitindo que Schwarza dê o seu show de truculência e carisma sem se preocupar muito com a densidade de seu personagem (e que graças a Deus não solta nenhum de seus clássicos bordões, mas tenta criar alguns novos, o que é bem mais interessante).
THE LAST STAND é realmente um filme muito simples, sem grandes pretensões, mas com excelentes doses de ação, reverencia o western e o cinema de ação dos anos 80, e se destaca principalmente por levar um dos grandes diretores da atualidade para um debut americano (e tomara que ele consiga imprimir sua visão no cenário de ação por lá e não tenha o mesmo destino do John Woo). E, claro, promove um retorno de classe a um dos grandes ícones do cinema de ação da minha geração. Trata-se do melhor filme de ação de 2013 até o momento. Agora é aguardar o Stallone dirigido pelo Walter Hill...
15.11.12
16.8.12
THE LAST STAND - Trailer
Agradecimentos ao leitor Cristiano Moura que compartilhou essa beleza de trailer na timeline do Dementia 13 no Facebook. Valeu!
12.7.11
ARNOLDÃO confirmado em THE LAST STAND...
... que é o próximo filme de Ji-Woon Kim, fazendo sua estréia em solo americano!

Se isso não for suficiente para alegrar seu dia, leia mais aqui.

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1.7.11
I SAW THE DEVIL (2010)


Na verdade, é mais um filme de horror com ação, mas isso não importa tanto pra mim. E é óbvio que para mostrar o efeito da "mensagem" que o filme tem sobre quem o assiste, já rende doses cavalares de sequências extremamente viscerais, independente de gênero, mas com vários toques especiais, cortesia do olhar poético, brutal e pessimista do diretor sobre o tema e, claro, no aspecto técnico e visual, é uma autêntica aula de cinema.

Basicamente, sem entregar demais, já que isso pode estragar a diversão, a trama segue dois sujeitos, interpretados por Byung-hun Lee e Min-sik Choi (mais conhecido por ser o protagonista do sensacional OLDBOY), num violentíssimo jogo de gato e rato que deixa profundas marcas, físicas e psicológicas, em cada um, sedentos por vingança. E as suas transformações que ocorrem no decorrer dessa jornada ao inferno elevam o filme a um grau de subversão que incomoda, e me deixou destruído. Qual o limite onde o suposto herói pode ir antes de se transformar no monstro que ele persegue? É mais ou menos por esse caminho que o filme te leva e acaba com você!
I SAW THE DEVIL é longo, poderia ser um pouquinho enxuto e o roteiro, em alguns momentos, força a barra para facilitar certos entraves da trama, mas nada que possa atrapalhar a experiência que é esta belezinha monumental. Espécie rara nos nossos dias, talvez umas duas ou três vezes por temporada temos algo deste nível… é muito pouco para o tanto de filme que produzem a cada ano.
27.8.09
O GOSTO DA VINGANÇA (A Bittersweet Life, aka Dalkomhan insaeng, 2005), de Ji-woon Kim

Ji-woon Kim, que dirigiu o ótimo filme de terror A TALE OF TWO SISTERS (aqui no Brasil recebeu o título de MEDO) e THE GOOD, THE BAD AND THE WEIRD (que eu não sei se passou aqui no Brasil, mas é bem legal), também roteiriza O GOSTO DA VINGANÇA, um filmaço cuja trama é bastante simples, mas transcende para questões humanas muito interessantes que fogem do senso comum do tema de vingança. O inicio dá o tom sublime que permeia ao longo da estória, mostrando em preto e branco as folhas de uma árvore se movendo com o vento. Aos poucos, a imagem ganha cor e uma voz começa a narrar uma parábola sobre um discípulo que pergunta ao mestre se são os galhos que se movem por si só ou se o vento soprando é traz o movimento, o mestre lhe responde através de uma esfinge curiosa dizendo que o que se move na verdade é o seu coração e sua mente.
Acho que a grande maioria ainda se lembra, mas O GOSTO DA VINGANÇA trata de Sun-Woo, um sujeito sério e de passado misterioso que tem servido o seu patrão, o presidente Kang, fielmente nos últimos sete anos, tanto como gerente de hotel quanto realizando o serviço sujo da organização mafiosa da qual fazem parte. Seu chefe mantém um caso com uma jovem garota e suspeita que ela esteja lhe traindo. Prestes a fazer uma viagem, Kang pede a Sun-woo que vigie a moça e tente descobrir se, de fato, estão lhe crescendo galhos na cabeça. Caso se comprove esta situação, Sun-woo tem de matar o casal de pombinhos. O problema se inicia quando o protagonista se apaixona pela tal, desencadeando um erro crucial, que faz Sun-woo realizar uma verdadeira descida ao inferno.
De um lado temos um dos chefes da máfia local, com um exército de guarda costas o protegendo, do outro, o solitário Sun-woo que acabou espancado, torturado, humilhado e enterrado vivo pelo erro que cometeu e agora deseja se vingar.

Mas é difícil não deixar de destacar a performance arrebatadora de Byung-hun Lee no papel de Sun-woo, que não só desempenha cenas de lutas como um autêntico ator de filmes de ação como tem uma presença muito interessante em cena, com rosto inexpressivo, bem ao estilo do Alain Delon de LE SAMOURAI (bem apontado pelo Osvaldo Neto em sua resenha há uns dois anos atrás).
Às vezes o prazer do cinema não está em assistir um grande número de filmes, mas ter a capacidade de rever os filmes no momento certo. O GOSTO DA VINGANÇA cresceu muito com esta revisão e sem dúvida alguma, é um dos meus filmes de ação preferidos desta década.
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