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11.1.12

AGENTE VERMELHO, aka Agent Red (2000)

Fim das férias! Veremos se vou conseguir manter a mesma frequência de atualizações… até porque ainda tenho alguns Dolph’s para comentar. E por enquanto estava fácil, os três últimos filmes do sueco que comentei aqui recentemente são filmaços de primeira linha, ótimos veículos para o ator demonstrar seu potencial como action heroe. Mas com uma filmografia com mais de quarenta trabalhos, é óbvio aparecer uns exemplares bem fraquinhos… AGENTE VERMELHO, por exemplo.

Mas fiquem calmos, nem tudo está perdido! O filme é de uma imbecilidade que, de tão ruim, pode soar engraçado e divertido para aquele espectador específico e vacinado, que sabe relevar os equívocos da fita e entrar no clima desta bobagem sem noção. O que vocês precisam saber inicialmente é que algo deu muito errado durante as filmagens com o diretor Damian Lee. Quando o filme ficou pronto, o produtor Andrew Stevens disse que nunca tinha visto algo tão horrível na vida! Lee acabou demitido e foi substituido pelos salvadores da pátria, Jim Wynorski e o roteirista Steve Latshaw (entrevista com este último sobre o ocorrido logo abaixo). Com apenas três dias para tentar consertar o estrago, Wynorski refilmou mais de 40 minutos de projeção e mudou até a trama do filme. Para quem já viu o documentário POPATOPOLIS, sabe do que o homem é capaz.

Além disso, Jim é conhecido como o rei do stock footage. Ao invés de pegar uma câmera, juntar uma equipe técnica, figurantes, transportar tupo para locação ou estúdio, etc, ele simplesmente “rouba” cenas de outros filmes e insere onde precisa. Tudo de forma legalizada…


Para AGENTE VERMELHO foram utilizadas cenas de COUNTER MEASURES, de Fred Olen Ray, CONTAGEM REGRESSIVA, de Stephen Hopkins (com Tommy Lee Jones e Jeff Bridges), PROJETO SOLO, com o Mario Van Peebles, STORM CATCHER, do Anthony Hickox (que também tem o Dolph como protagonista), SUBMARINO NUCLEAR, de um tal de David Douglas, e, principalmente, MARÉ VERMELHA, do Tony Scott, com Gene Hackman e Denzel Washington. O resultado disso tudo é, no mínimo, engraçado, e a diversão reside justamente em tentar descobrir as cenas dos filmes que foram utilizadas. Um barato! Às favas com a trama, com o que está acontecendo, com atuações ruins, os diálogos risíveis e a direção péssima… eu quero saber de que filme veio a explosão de um helicóptero!

Há uma cena em que um sujeito pergunta ao personagem de Dolph se ele já ouviu falar do “agente vermelho”, um vírus utilizado pelos bandidos do filme para um ataque terrorista, e Dolph responde: “Parece título de um filme ruim”… Dolph é esperto, sabia muito bem onde estava pisando. Se tem algo que é preciso elogiar em AGENTE VERMELHO é a presença carismática deste ator, que parece estar pouco se lixando para a bomba que se meteu, e se diverte encenando umas lutinhas e tiroteios mal dirigidos, soltando umas frases constrangedoras.


Nem vou gastar muito falando da trama, porque é o que menos importa, mas se alguém ainda estiver interessado, trata-se de um rip-off de A FORÇA EM ALERTA, que se passa num submarino tomado por terroristas, mas com a impressão de ter sido dirigido pelo Ed Wood.

Para finalizar, AGENTE VERMELHO ainda conta com várias figuras fazendo pequenas participações durante o filme, colaboradores de Wynorski que devem ter aparecido pra ajudar o diretor durante os seus três dias de filmagens, como Peter Spellos, Melissa Brasselle, Lenny Juliano e outros… Bem, nem essa turma conseguiu salvar o filme, que é um autêntico lixo cinematográfico. Mas eu me diverti à beça assistindo, ri pra caramba apesar de tudo. Então, se decidir assistir, vá por sua conta e risco e não me culpe pela decepção. Estão avisados!

ENTREVISTA COM O ROTEIRISTA STEVE LATSHAW SOBRE AGENTE VERMELHO
Fonte: Ziggy's Video Realm


Ziggy: How did you become involved with Agent Red?
Steve Latshaw: In 1998, I was approached by Andrew Stevens to rewrite my script Counter Measures as a Dolph Lundgren film. Some months later, I discovered they had instead hired Damian Lee to do the job (and also direct). I thought nothing more about it. A year and a half later, Andrew came back to me and said the film was in serious trouble.

Ziggy: After the film was initially completed, what happened next?
Steve Latshaw: I suspect there was much hand-wringing, recrimination, and general fear and loathing.

Ziggy: How much of the original filmed material was scrapped?
Steve Latshaw: About 40 minutes.

Ziggy: How much of an improvement would you say the final result was compared to the original product, and in what ways?
Steve Latshaw: 100%. In our version it at least plays as a movie, has action, pacing, and makes sense. (Within its own terribly unique framework.)

Ziggy: Even in its "refined" state, you yourself have mentioned that Agent Red is not really "any good", and the film has since gained a reputation as one of the most horrible action movies in recent years. Do you have any thoughts about the movie's reputation?
Steve Latshaw: As my name is not on it, I am the picture of indifference. At the end of the day, these are just movies. I dare say it plays better after a few drinks.

23.1.10

RANGERS (2000), de Jim Wynorski

Enquanto Hollywood prepara outro filme caríssimo qualquer que seja sobre a situação no Oriente Médio, guerras e intrigas políticas altamente elaboradas, com um elenco formado pelo alto escalão do cinemão americano, cenas de ação explosivas e efeitos especiais de primeira, com exceção de poucos filmes o resultado é sempre mais do mesmo.

Sendo assim, prefiro sossegar no meu confortável sofá, degustar de um bom inebriante e colocar na agulha uma tralha do nível de RANGERS, filme onde um roteiro cretino é mero detalhe, os atores são péssimos, as situações são forçadas e o resultado é ruim de doer! Ao menos não possui pretensão alguma e cumpre muito bem o papel ao qual foi designado: servir de diversão aos fanáticos por tosqueiras de baixo orçamento.

O filme é mais uma proeza do Jim Wynorski, discípulo de Roger Corman que apareceu com seus primeiros filmes nos anos 80 e não parou mais, possuindo atualmente 79 filmes catalogados no imdb, mas como nem o famoso site consegue acompanhar o ritmo desses caras, aposto que o número deve ser um pouco mais alto... principalmente quando se trata de pessoas que adora um pseudônimo, como é o caso de Jim. Em RANGERS ele assina como Jay Andrews. Costumo dizer que Jim Wynorski e Fred Olen Ray são Joe D’Amato e Jess Franco da nossa geração em termos de quantidade produtiva. Os filmes desses dois, somados, daria mais de 200 filmes de qualidade duvidosa para serem saboreados.

O protagonista com a esposa gostosa que só quer um pouco de atenção...

Jim ainda possui a façanha de ser considerado o mestre do “stock footage cinema”, como diz o meu amigo Osvaldo Neto. Ou seja, para que gastar um dinheirão filmando determinadas cenas se todas elas já foram filmadas por outras pessoas? Então não é novidade a inserção na montagem de cenas de multidões, explosões, aviões e helicópteros pertencentes a outros filmes. No caso de RANGERS, Wynorski pegou pesado! O sujeito catou sequências inteiras de INVASÃO USA, de Joseph Zito, estrelado por Chuck Norris, de 1985, para serem implantadas à narrativa na maior cara de pau!!!

A trama envolve um grupo de agentes especiais do governo americano que inicia o filme numa missão no Oriente Médio. O objetivo é capturar Hadad (Edouard Saad), um terrorista que possui a cabeça a prêmio. Só que a missão dá errado, traições acontecem, reviravoltas e mistérios super criativos para não deixar o espectador bocejando (e isso em menos de 10 minutos), tudo porque há uma jogada intrigante por parte do governo americano e da CIA para eliminar seus próprios agentes, fortalecer suas relações com os terroristas e obterem petróleo de uma forma mais fácil. É, a trama é barra pesada!

O oficial Shannon, de herói à bandido, fazendo cara de quem quer vingança!

Os agentes, liderados por Broughten (Matt McCoy), conseguem escapar levando Hadad como prisioneiro, mas acabam deixando pra trás o oficial Shannon (Glenn Plummer), que dá um jeito de se acertar com os terroristas prometendo Hadad de volta e aproveita para bolar seu plano para se vingar daqueles que armaram contra ele. É aí que entram em cena os enxertos de INVASÃO USA, já que os terroristas árabes invadem o país com a ajuda de Shannon para libertar seu líder. Mas, peraê, os terroristas do filme de Chuck Norris não eram árabes... ok, isso também não importa, mas é de rolar de rir com o resultado.

Não tinha uma arma menor?

Um tanque de guerra saído de INVASÃO USA

A sequência de ação final de INVASÃO USA na qual os terroristas enfrentam o exército americano nas ruas da cidade foi inserida TOTALMENTE em RANGERS. Existem várias outras cenas roubadas, é impressionante. Mas o melhor de tudo ainda está por vir.

Uma explosão de INVASÃO USA

O duelo final entre Broughten e Shannon é inevitável. O segundo foge do primeiro, pega o primeiro ônibus estacionado que encontra e foge dirigindo. Broughten para um outro ônibus, tira o motorista de dentro e inicia a perseguição pela cidade movimentada. Aposto que os mais nostálgicos e fissurados por cinema de ação já sacaram. Que filme acontece uma perseguição de ônibus no meio do trânsito entre o vilão e o mocinho no final? Acertou quem disse INFERNO VERMELHO, de Walter Hill, estrelado pelo Arnoldão. E vocês acham que o malandríssimo Wynorski iria filmar uma sequência como essa? É óbvio que não! E tome mais enxertos na cara dura!

Só mesmo num filme B de ação colocariam um sujeito com essa cara de bunda mole para ser o herói!

Para completar a diversão, não deixe de reparar os furos de roteiro, cortesia do fiel colaborador de Wynorski, Steve Latshaw, diálogos impagáveis, a sombra da câmera aparecendo diversas vezes dentro do quadro, as expressões faciais do protagonista Matt McCoy, disputando com Dartanyan Edmonds, Glenn Plummer ou Rene Rivera quem tem a atuação mais ridícula. Alguém consegue me explicar como um sujeito sendo perseguido de carro consegue acertar um tiro no vidro de trás do outro carro que está na sua cola sem acertar o vidro da frente? Na cabeça desse picaretas tudo é possível!

1.11.09

COMMAND PERFORMANCE (2009), de Dolph Lundgren

Juro pra vocês que estava doido para postar uma “rasgação” de elogios para este novo trabalho escrito (em parceria com Steve Latshaw), dirigido e estrelado pelo Dolph Lundgren, mas o sujeito me desperdiça uma PUTA oportunidade de realizar um autêntico filme de ação casca grossa à moda antiga como o trailer sugeria. COMMAND PERFORMANCE é uma tentativa fracassada de ser a azeitona da empada dos filmes de ação.

A trama vem sendo definida como uma espécie de DURO DE MATAR num show de rock. Lundgren interpreta o baterista de uma banda russa e durante uma apresentação se vê obrigado a agir quando um grupo de terroristas invade o local e mantém o presidente da Rússia e suas filhas como reféns. Ou seja, temos aqui a premissa perfeita para um ótimo filme, sem grandes pretensões, mas com bastante ação e diversão pra moçada! E até certo ponto ocorre tudo bem, os terroristas são bem sádicos, matam inocentes civis a sangue frio, há uma boa dose de violência, muito sangue (algum feito em CGI, mas releve...), etc.
É Dolph, tem que comer muito arroz e feijão ainda pra chegar ao nível de seu amigo Stallone...

O problema é quando começa a parte burocrática da coisa, um excesso de conversa fiada das autoridades que querem resolver a situação, muita ladainha por parte dos terroristas, o roteiro começa a apresentar furos e a se preocupar demais com personagens que não tem interesse algum e Dolph Lundgren destruindo tudo e matando a vontade que é bom, nada! A maior parte do tempo, assistimos ao sujeito se esgueirando e não fazendo porra nenhuma.

Tá certo que eu não esperava um novo COMANDO PARA MATAR, mas pelo amor de Deus, Lundgren tinha tudo pra fazer algo bem acima da média. As poucas cenas que o sujeito entra em ação não duram mais que 10 segundos, são esporádicas e mesmo os lampejos de criatividade – como enfiar a baqueta na cabeça de um terrorista, que é algo bem legal – não conseguem salvar o resultado final. Ao invés do filme ser bom pelo que é, acabo tendo que ser tolerante pra não perder viagem, e fico caçando detalhes que me agradam. Até acho algumas coisas, como por exemplo, a direção do Lundgren, que tem melhorado bastante. Ele precisa agora aprender a não ficar inventado moda e colocando frescuradas na estória.